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“Com impeachment, risco Brasil cai imediatamente”, diz ex-presidente do BC

21 de março de 2016
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reais-dinheiro-money2-300x200Brasília (DF) – Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo deste domingo (20), o ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore comentou, entre outros assuntos, a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para chefiar a Casa Civil. Na avaliação do economista, a escolha foi um “erro” e a economia deve sofrer se a presidente Dilma Rousseff permanecer no cargo.
Pastore acredita que a saída de Dilma do poder poderia gerar um cenário mais tranquilo para o Brasil. Questionado sobre o quadro da economia brasileira, ele afirmou que há uma crise fiscal e política ao mesmo tempo, e uma alimenta a outra.
“A crise fiscal é de tal natureza que são necessárias reformas para solucioná-la. Tem um crescimento de gastos incompatível com qualquer aumento de receita. O país está fazendo déficits primários continuamente, o que está produzindo um crescimento muito forte da relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB)”, disse.
Segundo ele, a relação dívida/PIB no conceito brasileiro está em 65% e continua crescendo por causa do déficit primário e pela recessão. De acordo com as projeções, ela vai chegar neste ano perto de 80% do PIB e, no ano que vem, próximo de 90% do PIB“
“Quando isso ocorre, você dispara reações. Uma reação é o prêmio de risco subindo. Quando o Brasil tinha uma política fiscal razoável, o Emerging Markets Bond Index (Embi) ou Credit Default Swap (CDS) brasileiro estavam caminhando junto com o do México – 100, 150 pontos. Em 2013, o Brasil começou a fazer traquinagem com a política fiscal e o Embi se aproximou do da Turquia. Agora, está lá no 550. Ficará nesse patamar se esse governo continuar. Se tiver impeachment, cai imediatamente”.
Caindo pelas tabelas
O ex-presidente do BC citou que o governo Dilma está “caindo pelas tabelas” e apontou as consequências desse cenário.
“O governo perdeu o embasamento político, e a probabilidade de se fazer as reformas é nula. Se a probabilidade é nula, o quadro tende a piorar. E o que isso gera? A relação dívida/PIB no conceito brasileiro está em 65%. Ela está crescendo por causa do déficit primário e pela recessão. Nas nossas projeções, ela vai chegar neste ano perto de 80% do PIB e, no ano que vem, próximo de 90% do PIB. Quando isso ocorre, você dispara reações”, ressaltou.
Em relação ao impeachment, o economista afirmou que é o cenário mais provável já que a situação econômica é “horrível”. “Você ouve a rua. Nunca ouvimos isso. Ontem (quarta-feira) à noite, aquele panelaço, eu nunca ouvi aquilo. Totalmente espontâneo. Essa melhora de mercado (registrado na semana passada) é o aumento da probabilidade de impeachment”, completou.

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