Kele Rodrigues se tornou mãe ainda quando era menor de idade. Hoje aos 19 anos e com uma filha de dois anos para cuidar, ela busca por meio dos estudos a garantia de um futuro melhor para a pequena. Ela está no segundo período do curso de Direito na Universidade de Rio Verde e ganhou, neste ano, bolsa integral do Programa Bolsa Universitária da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). O governo de Goiás é administrado por Marconi Perillo (PSDB).
Kele é uma das mil contempladas que recebeu bolsa integral. Outros quatro mil conquistaram a bolsa parcial. Segundo critérios da OVG, dos cinco mil acadêmicos incluídos neste ano no programa, as bolsas parciais destinam-se a estudantes com renda bruta familiar mensal de até seis salários mínimos. Já as integrais são para alunos com renda bruta familiar mensal de até três salários mínimos.
Filha de faxineira e mototaxista, Kele conta que os pais são orgulhosos por sua dedicação aos estudos, já que nenhum teve a oportunidade de ingressar em um curso superior. A jovem, apesar da idade, tem olhos no futuro. A escolha do curso aconteceu porque tem a intenção de prestar concurso público e garantir mais estabilidade à família. “Acho que as chances de vagas nesta área são maiores”.
Kele não trabalha fora ainda. Durante a manhã e tarde ela cuida da filha e da irmã mais nova. À noite estuda. E onde ela encontra forças para agarrar as oportunidades? “Minha filha que me faz querer sempre mais para dar o melhor a ela”, diz Kele atenta à palestra ministrada durante a assinatura do termo de compromisso, documento que garantirá a ela a permanência no curso superior por este semestre.
No último dia 17, os cinco mil contemplados estiveram no Centro de Convenções de Goiânia para assinar este termo de compromisso. Além disso, tiveram a oportunidade de assistir a palestras durante a 1ª Feira do Estudante – Expo Ciee Goiás, parceria entre a OVG e Ciee e buscar oportunidades no mercado de trabalho.
Bolsa na hora certa
Gisely Pereira, 19, e Wanderson Dias, 22, estão no segundo período de Farmácia em uma faculdade particular de Goiânia. Os dois receberam a bolsa parcial da OVG. Segundo Gisely, sem essa ajuda para custear os estudos, com certeza a vida financeira em casa apertaria. Ela não trabalha e vive com os pais.
Para Wanderson, a bolsa veio em um ótimo momento. Os pais – a mãe empregada doméstica e o pai eletricista – estão desempregados. No primeiro semestre ele contou com a ajuda do avô para custear as mensalidades. “A bolsa veio na hora certa!”. Wanderson acredita que sem essa ajuda teria que parar de estudar.
Com os olhos brilhando, o estudante conta que os pais estão orgulhosos dos passos dele. “Meus pais sempre deram a vida por mim”. Para a diretora-geral da OVG, Eliana França, o programa investe na vida pessoal e profissional desses estudantes. Desde que foi criado, em 1999, o Bolsa Universitária já contemplou 163 mil alunos. Atualmente, 21 mil estão recebendo o benefício.
Se de um lado os estudantes têm a oportunidade de melhorar as condições de vida a partir do incentivo aos estudos, eles também precisam fazer o bem através da contrapartida, um dos requisitos para ter a Bolsa. A contrapartida pode ser feita em uma das mais de duas mil instituições parceiras da OVG, sempre respeitando a carga horária compatível com estudos e trabalho. O programa incentiva os alunos a prestar a contrapartida na área de formação e ao mesmo tempo promovem a cidadania e o compromisso com o bem público.
Do governo de Goiás
