Os brasileiros estão correndo o risco de pagar 12,5% a mais no preço dos medicamentos a cada ano. O reajuste deve ser aprovado pelo governo e os novos preços passam a valer a partir do dia 31 de março. O aumento acima da inflação é inédito nos últimos 10 anos e, mais uma vez, encarece as necessidades básicas do cidadão.
“O medicamento é bem de primeira necessidade, sobretudo, para os mais velhos. O certo seria aliviar os orçamentos das famílias”, declarou o deputado federal Otavio Leite, presidente do PSDB-RJ.
As razões para o encarecimento variam, mas todas convergem para o cenário atual de crise: as oscilações do câmbio, já que cerca de 95% da matéria-prima usada na indústria farmacêutica é importada; a produtividade negativa; o aumento expressivo do valor da energia elétrica; e a alta tributação em cima dos medicamentos no país, já que a média mundial é de 6% do valor do remédio em impostos e, no Brasil, os tributos correspondem a 30%.
Leite lembra que, atualmente, existe no Congresso o movimento Medicamento Custo Zero. “É uma Proposta de Emenda à Constituição a qual dou integral apoio. Precisamos aprová-la o quanto antes”, avaliou.
Médico, o presidente estadual do PSDB-SP, deputado Pedro Tobias, também criticou a expectativa de reajuste nos remédios. “Como médico sei da dificuldade que as pessoas enfrentam para conseguir ser atendidas pelo sistema público, cujo sucateamento as sucessivas administrações petistas têm promovido achatando os valores da tabela SUS.
Não bastasse isso, muitas abandonam o tratamento porque não têm dinheiro para custeá-lo. Num momento de crise, de desemprego em alta, reajustar preços, e fazê-lo acima da inflação, é um atentado à saúde do brasileiro”, afirmou.
Para o deputado estadual Mauro Bragato, a decisão é apenas mais um reflexo da má gestão do PT no governo federal.
“Infelizmente, esse é só mais um reflexo — danoso, pois atinge em cheio a vida do cidadão comum — do encadeamento de erros da política econômica do governo federal. Descontrole da inflação, alta do dólar (que influi na importação de insumos e produtos), juros altos, endividamento do setor público, investimentos pífios, enfim, o descalabro que todos estamos vendo e sentindo”, disse.