Brasília (DF) – Rejeitado por sete em cada dez brasileiros que querem ver a presidente Dilma Rousseff fora do cargo, o governo federal tenta a todo custo melhorar a sua imagem. A estratégia da vez é o lançamento oficial, em cerimônia no Palácio do Planalto, da terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida. Nesta quarta-feira (30/03), Dilma deverá anunciar a construção de mais 480 mil moradias em 2016.
O problema é que Dilma anuncia a construção de novas casas sem, sequer, atingir as metas das fases anteriores do programa. Para o deputado federal Max Filho (PSDB-ES), a presidente da República tenta criar uma distração por meio de uma agenda positiva, tirando o foco do processo de impeachment na Câmara e da corrupção que permeia o seu governo.
“O governo usa da arte de pirotecnia, na tentativa de se sustentar minimamente, com apoio da sociedade. É um governo de faz de conta. Usa de artimanhas para provar que há quem mande, mas o fato é que já não há quem obedeça. Infelizmente, quem sofre com isso é todo o povo brasileiro”, afirmou.
Levantamento feito pelo PSDB no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) mostra que, de 2015 para 2016, a perda orçamentária do setor de habitação foi de 72%. Os R$ 24,6 bilhões previstos no orçamento do ano passado para o setor transformaram-se em apenas R$ 6,9 bilhões neste ano. O valor de dotação para 2016 é pouco maior do que a metade do montante que foi reservado em 2011.
Segundo reportagem desta terça (29) publicada no jornal O Globo, a presidente quer construir mais 110 mil unidades habitacionais na faixa com renda familiar de até R$ 1.800; 120 mil na faixa de até R$ 2.350, que vai contar com subsídios do FGTS; 180 mil unidades na faixa que vai até R$ 3,6 mil; e 70 mil na que chega a R$ 6,5 mil de renda familiar. No entanto, as medidas são adotadas em um momento de forte recessão econômica, em que faltam recursos no Orçamento.
O deputado Max Filho destacou que, apesar da crise econômica que faz com que o governo corte verbas de áreas importantes, ao invés de cortar na própria carne, a gestão Dilma continua a alardear o Minha Casa, Minha Vida como um dos carros-chefes de sua administração. Ele avaliou que a solução viável para o país é a saída de Dilma Rousseff do poder.
“O setor de habitação também sofre com o insucesso da política econômica do governo Dilma, sobretudo as pessoas mais necessitadas, que são as mais afetadas nessa crise que tem levado à agonia a nação brasileira. Esse governo acabou. É preciso agora que eles entreguem os seus cargos para que um novo governo se constitua e possa restaurar a confiança e a credibilidade”, completou o parlamentar.
