Brasília (DF) – Durante cerimônia de lançamento da terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, nesta quarta-feira (30/03), a presidente Dilma Rousseff adotou, mais uma vez, o “discurso do medo”, no qual afirma que os programas sociais estariam ameaçados caso ela deixasse o poder, com um eventual impeachment. A fala da presidente, no entanto, não mencionou que diversas ações de impacto social já sofreram severos cortes por conta da crise econômica.
O vice-líder do PSDB na Câmara, deputado federal Daniel Coelho (PE), lembrou que em votação do Orçamento para este ano, o governo propôs a diminuição de subsídios do programa Bolsa Família. A queda foi de 5,7% entre 2015 e 2016.
“Essa atitude terrorista que eles têm utilizado nas últimas campanhas e reeditam agora não cola mais, a população já não acredita. A grande verdade é que precisamos acabar com esse governo para manter os programas sociais. Esse ano, já foram feitos cortes. O líder do governo, que foi relator do Orçamento, propôs diminuição no Bolsa Família. Então a gente sabe que com o governo brasileiro no ritmo em que está indo, estão ameaçados não só os programas sociais, mas a própria estabilidade do país”, afirmou.
Informações do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) indicam também outras reduções expressivas. O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, um dos carros-chefes da propaganda do governo Dilma, tem dotação prevista para este ano de R$ 7 bilhões, valor 74% menor que o do ano passado.
A presidente também atacou os investimentos em educação, que sofreram redução de 57%. Dos mais de R$ 13 bilhões reservados para a área em 2015, pouco mais de R$ 5 bilhões foram realmente pagos. No caso do Pronatec, o corte foi de 59%. Dos R$ 5,2 bilhões previstos no orçamento de 2015, sobraram R$ 2,1 bilhões para este ano. O Ciência Sem Fronteiras sofreu um corte de 62% no orçamento. Já o Fies foi reduzido em 5%.
Para Daniel Coelho, é preocupante a maneira como o governo conduz os programas. Ele ressaltou que o PT tem usado as ações como ferramenta de marketing.
“É evidente que o formato de governo contribui para a queda dos programas sociais. O Minha Casa, Minha Vida teve sua primeira fase com um tamanho, a segunda muito menor, e agora lançaram a terceira sem nem mesmo ter concluído a anterior. Então, não passa de marketing”, destacou.
Diante da realidade na qual 43% da população vive sem rede de esgoto, o governo também reduziu os investimentos na área em 65%, entre 2015 e 2016. Na área da saúde, essa queda foi de 41%. O programa que sofreu com os cortes no orçamento foi o de construção de creches, promessa de campanha de Dilma Rousseff. Em 2015, o orçamento era de R$ 4,2 bilhões. Para este ano, o previsto está em R$ 502 milhões, uma diferença de 88%.