Brasília (DF) – Fornecedores da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff foram pagos em dinheiro vivo pela empresa Pólis, do marqueteiro do PT João Santana. Ele teria recebido recursos também em espécie, via caixa dois, da empreiteira Odebrecht. A informação foi revelada nesta quinta-feira (31) pelo jornal Folha de S. Paulo.
A reportagem identificou o roteiro que indica o caminho do dinheiro da construtora para prestadores de serviço do PT que trabalharam para a empresa de Santana. O caso, investigado pela Policia Federal (PF), vê indícios de que Mônica Moura, mulher e sócia do marqueteiro, fez esses pagamentos entre 2014 e 2015 com recursos ilegais recebidos da Odebrecht – o que comprovaria que a campanha de Dilma à reeleição também teria recebido recursos de caixa dois, e não apenas a de 2010, como já revelado em delações premiadas de investigados na Operação Lava Jato.
De acordo com o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), a informação demonstra que, a cada dia, a narrativa do PT é desfeita pela própria realidade. “Fica cada vez mais claro que são de fato graves crimes eleitorais. A Operação Lava Jato é um manancial interminável de revelação de crimes que vão da corrupção institucionalizada ao enriquecimento ilícito, passando pelo financiamento ilegal de campanhas e o abuso de autoridade, como podemos ver com mais essa notícia”, avaliou.
Segundo a Folha, as despesas seriam referentes a deslocamentos das equipes de Santana, serviços de internet e produção de programas do PT com Dilma Rousseff. Em fevereiro, o PSDB entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo que as provas da Operação Acarajé fossem juntadas à ação que pede a cassação do mandato de Dilma.
Na avaliação do tucano, os dados revelados hoje dão mais “densidade” às denúncias apresentadas pelo PSDB no mês passado. Segundo ele, os argumentos que o PT tentou caracterizar como “inconformismo de derrotados” refletem a verdadeira face do partido. “A presidente e o PT não sobrevivem às progressivas delações premiadas das empreiteiras, do marqueteiro João Santana e sua mulher. Na democracia, quem comete crime tem que ser punido. Ninguém está acima da lei”, concluiu.