Mais uma empresa sob controle acionário do governo federal registrou prejuízos bilionários em 2015. A Eletrobras, que atua no setor de geração, transmissão e distribuição de energia, encerrou o ano passado com prejuízo de mais de 14,4 bilhões de reais. Balanço protocolado na Comissão de Valores Mobiliários aponta perdas de 4,9 bilhões de reais somente no projeto da usina nuclear de Angra 3, que está com as obras suspensas desde o ano passado e é alvo de investigações da Operação Lava Jato. O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) observa que o rombo na estatal acompanha o péssimo desempenho econômico do país e responsabiliza o governo federal pela má gestão.
“A partir do momento que o governo federal tem um rombo em suas contas de R$ 25 bilhões no mês de fevereiro, esse prejuízo da Eletrobras é uma consequência da má gestão. O problema então não é só a corrupção, é também a má gestão. Enquanto o país estiver nas mãos do PT, lamentavelmente esses números tendem a piorar cada vez mais”, senador.
Segundo a estatal, as perdas em Angra 3 devem adiar a retomada do projeto, desta vez prevista para 2020. A paralisação, iniciada em setembro de 2015, ocorreu depois que um dos consórcios decidiu romper o contrato alegando falta de pagamento por parte da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. O ex-presidente da empresa, Othon Luiz Pinheiro, está preso, investigado por formação de cartel e ajuste prévio de licitação. Ataídes de Oliveira lamenta pelo atraso do projeto e acredita que, diante da situação, não haverá verba para finalizar a usina.
“Esse problema de Angra 3, que já está atrasada há mais de 5 anos, vai atrasar ainda mais. O governo gastou muito mal. Não vai ter dinheiro para terminar. Eu não vejo essa usina entrando em atividade antes de 2020”, acrescentou.
De acordo com a consultoria Economatica, o lucro das empresas de capital aberto no Brasil caiu 87,2% em 2015, em comparação com o ano anterior. Juntas, Petrobras, Vale e Eletrobras tiveram, no acumulado, prejuízo de 93,4 bilhões de reais em 2015.
