Carro-chefe de campanha de Dilma Rousseff em 2014, o Bolsa Família hoje já não colabora devidamente com o orçamento das famílias mais pobres. Além das restrições sofridas pela desaceleração do mercado de trabalho e dos reajustes salariais menores, os beneficiários precisam conviver com a queda nos rendimentos do programa. Apesar de não ter sofrido cortes, o Bolsa Família teve em 2015 o menor aumento desde sua criação, em 2003, inferior também à inflação acumulada nos últimos 12 meses, de 10,67%. A deputada federal Geovania de Sá, do PSDB de Santa Catarina, lamenta que o benefício seja minimizado.
“O que estamos vendo agora é que, para não cortar, estão reduzindo o ganho dessas famílias que precisam do programa social. Estamos vendo é que mesmo nesse programa, que é a menina dos olhos do PT, há uma minimização. Isso prova que realmente o governo da presidente Dilma está perdido e fora de controle”, disse a tucana.
Geovania também chama atenção para o número de beneficiários, que cresceu em mais de 11 milhões de famílias nos últimos anos. Segundo a parlamentar, esse aumento é preocupante, pois o programa deveria dar autonomia, em poucos anos, aos cadastrados. A tucana apresentou, em 2015, um projeto de lei que determina que ao menos um membro da família beneficiada busque cursos de profissionalização e cadastre currículo em agências de trabalho. Geovania acredita que a medida pode colaborar com a manutenção do Bolsa Família.
“O que nós temos é que dar autonomia às famílias, independência de um programa social, para que elas possam ter seus ganhos conquistados com o trabalho.Esse é um projeto que vem dar uma solução a esses programas que, a cada dia, só aumentam o número de beneficiários”, acrescentou a parlamentar.
O Bolsa Família atende hoje um quarto da população brasileira. O benefício é pago às famílias que tem renda média mensal inferior a R$ 77 por pessoa.