Brasília (DF) – A falta de compromisso e planejamento do governo da presidente Dilma Rousseff pune, mais uma vez, o setor elétrico. Implantada na divisa entre Pará e Mato Grosso, a hidrelétrica Teles Pires está desde janeiro do ano passado à espera das linhas de transmissão para entrar em plena operação. Por falta de conexão, a usina, construída por Neoenergia, Furnas, Eletrosul e Odebrecht, não consegue concluir etapas da obra e com isso não pode gerar energia.
De acordo o jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira (28), o sistema de transmissão deveria ter sido concluído há mais de um ano, mas até hoje não entrou em operação. O último cronograma,15 de abril, foi novamente foi descumprido.
Segundo o presidente da estatal paranaense Copel, Luiz Fernando Vianna, as obras estão aguardando a licença de operação, prevista para oito de maio. O executivo explica que o projeto sofreu com vários problemas na parte ambiental e também na desapropriação de áreas – o que provocou atraso de 15 meses no cronograma. “Se não houver nenhum entrave, acredito que em 10 de maio possamos iniciar a operação comercial”, afirmou ao Estadão.
Enquanto isso, a hidrelétrica Teles Pires amarga uma sequência de prejuízos por não poder operar a plena carga. A usina, de 1.802 megawatts (MW), tem cinco turbinas, todas prontas. Por causa da falta de linha, a produção está limitada a uma máquina, de 364 MW.
A reportagem cita que, nos últimos anos, problemas como o de Teles Pires se espalharam por todo o país. Alguns parques eólicos construídos no Nordeste ficaram quase dois anos parados por causa do descompasso entre a conclusão dos projetos de geração e transmissão de energia. O prejuízo provocado pelos atrasos nas linhas foi repassado para o consumidor, que pagou sem receber pela eletricidade.
Ainda de acordo com a publicação, os empreendimentos de transmissão representam um dos maiores entraves do setor elétrico. Segundo relatório de fiscalização da Aneel, dos 351 projetos em construção no país, 60% estão atrasados. Apenas 6% têm cronograma de obras adiantado e 29% estão em ritmo normal.