O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, em entrevista ao Jornal Nacional desta segunda-feira (3), comentou os conflitos democráticos nos países vizinhos ao Brasil. Segundo ele, o Ministério das Relações Exteriores vê com cautela a situação política nos países sul-americanos e aposta em soluções democráticas para os conflitos.
Para o tucano, não há crise no Equador em um primeiro momento. “Podem criticar e questionar, mas houve eleição”, disse.
“Houve um embate democrático com contestações que podem ser feitas por quem se considera prejudicado, mas há um órgão judiciário para decidir, de modo que eu creio que ali você não tem propriamente uma crise política, você tem um desdobramento de um processo político basicamente aceitável perante os critérios democráticos” completou o ministro.
Aloysio fez um alerta para o perigo de radicalismo no Paraguai. Protestos em massa começaram depois que uma parte do Partido Colorado, do presidente Horacio Cartes, impulsionou uma reforma da Constituição para permitir a reeleição em 2018. Esta manobra já havia sido tentada em 2016, sem sucesso.
“O presidente da República já demitiu o ministro do Interior, o chefe da Polícia, e está tomando providências. Creio que ali é uma crise que se circunscreve a esse episódio, que infelizmente acontece em outros países, aqui mesmo no Brasil. Nós já vimos manifestações pacíficas descambando para a violência mais indiscriminada”, declarou.
No caso da Venezuela, Aloysio acredita que o golpe de Estado aconteceu antes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), controlado pelo chavismo, bloquear o Poder Legislativo do país.
“Um golpe que não se resumiu a este episódio, em que o tribunal absorveu, usurpou os poderes do Poder Legislativo. Já vinha acontecendo isso antes. Aconteceu na Venezuela alguns meses atrás um fato gravíssimo: o orçamento da União, orçamento nacional, não foi aprovado pelo Parlamento como diz a Constituição. Nós imaginamos que fissuras no bloco do governo, a pressão da oposição democrática visando as eleições, sobretudo presos políticos e prerrogativas do parlamento, mais a pressão internacional podem levar a uma negociação séria visando a saída da crise”, explicou o tucano.
A Venezuela já havia sido suspensa do bloco em 2016, por não cumprir 70% das regras do Mercosul. Com a ameaça legislativa no país, o bloco decidiu por unanimidade levar adiante o processo que pode resultar na expulsão da Venezuela.
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