Um dos efeitos mais nocivos da crise econômica instalada no país durante o governo da presidente afastada Dilma Rousseff, a escalada do desemprego vem afetando de maneira tão intensa a população que milhares de brasileiros estão desistindo de procurar um emprego. É o que revela matéria publicada neste domingo (21) pela Folha de S. Paulo com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, a situação é mais grave no Nordeste, onde sete dos nove estados perderam força de trabalho (o número total de pessoas capacitadas para trabalhar, o que inclui pessoas ocupadas e desempregadas) entre o segundo trimestre de 2015 e o deste ano. No período, 757 mil pessoas desistiram do mercado de trabalho na região. É o caso da pernambucana Letícia Nascimento, de 35 anos. Ouvida pela reportagem da Folha, ela revelou que desistiu de procurar um emprego há dois meses.
“Está difícil. Mandei vários currículos, pedi indicação de amigos, mas não apareceu nada. Só volto a procurar no ano que vem, se a crise passar”, contou. Além do Nordeste, a força de trabalho também recuou em outros quatro estados e no Distrito Federal.
Nos locais em que o movimento foi inverso e a força de trabalho aumentou, também não há motivos para comemorações. Isto porque o crescimento foi puxado pelo número de pessoas que procuram um trabalho, e não pelas empregadas. A situação pode ser vista no Sudeste, onde a força de trabalho teve alta de 2,9% no período, mas a ocupação teve queda de 0,9% e o desemprego subiu 45%.
“A força está subindo não pelo aumento da população ocupada, mas sim pelo aumento dos desocupados”, ressaltou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
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