O início do ano é sempre marcado pelo acúmulo de despesas, especialmente em meio a uma das piores crises econômicas do país impostas pelo governo Dilma Rousseff. A alta do desemprego e da inflação obrigaram famílias brasileiras a recorrerem ao resgate da previdência privada, que aumentou 22% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2015 – como alternativa para pagarem impostos e contas em atraso.
Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), os saques saltaram de R$ 10,98 bilhões para R$ 13,39 bilhões, como revelamatéria publicada nesta segunda-feira (23) pelo jornal Folha de S. Paulo.
No entanto, especialistas alertam que esse movimento não é o ideal, principalmente na iminência de uma provável reforma da previdência já anunciada como prioridade pelo presidente em exercício Michel Temer.
O deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO) afirmou que o resgate antecipado da previdência demonstra a preocupação das famílias em sobreviver “perante essa crise exacerbada que o país vive”. Ele considera a situação alarmante e atribui o momento difícil à “incapacidade do governo de dar respostas rápidas nos momentos de crise”.
“Infelizmente, essa poupança [previdência privada] é a alternativa que as pessoas têm para poder passar por esses momentos de turbulência. Isso é melhor do que aqueles que se endividaram para poder cumprir com as despesas mais urgentes. Esse é o reflexo do nosso país. É o cidadão quem, no final das contas, paga o preço”, afirmou.
Vecci se diz a favor da reforma da previdência e destaca que são necessárias medidas urgentes para reverter o rombo deixado pela gestão do governo do PT. “Fazer reformas estruturais no país sempre traz desgastes para uma parcela da população, principalmente para aqueles que estão prestes a se aposentar. A previdência tem um déficit enorme que precisamos mudar com o esforço de todo mundo. A reforma tem que beneficiar não só os contribuintes de agora, mas também os do futuro”, concluiu.
A Previdência Social soma um rombo de até R$ 90 bilhões em 2016. O prejuízo é consequência da combinação de renúncias previdenciárias, sonegação fiscal e inadimplência durante o governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Esses mesmos fatores implicaram em uma perda de arrecadação de mais de R$ 88 bilhões em 2015.