Diante dos efeitos negativos deixados pela recessão econômica instalada na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, analistas do mercado acreditam que o Produto Interno Bruto (PIB) trimestral do país só volte a registrar resultados positivos em 2017. Como destaca matéria publicada pelo jornal Valor Econômico nesta terça-feira (19), fatores com a piora no mercado de trabalho e o alto endividamento de famílias e empresas faz com que boa parte dos analistas acreditem que o PIB fique estável ou apresente uma pequena queda no último trimestre deste ano.
Segundo estimativas do Bradesco, o terceiro semestre deve apresentar uma queda de 0,8% em relação aos três meses anteriores, já feitos os ajustes sazonais. O superintendente-executivo do departamento de pesquisas e estudos econômicos do banco, Fernando Honorato Barbosa, destacou à reportagem do Valor que a retomada da confiança do mercado nos últimos meses ainda não foi capaz de afetar diretamente o PIB. “A retomada da confiança por enquanto não virou PIB”, ressaltou Barbosa.
Já Thaís Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados, acredita em um recuo de 0,8% no PIB do terceiro trimestre, seguida por uma queda de 0,2% ou 0,3% nos últimos três meses do ano. Ela salientou que os aspectos positivos que vão impulsionar a economia brasileira no ano que vem levam algum tempo para terem resultados.
Na visão de Marcelo Carvalho, economista-chefe do BNP Paribas, os dados negativos do PIB no terceiro trimestre são típicos de momentos de virada na economia, destacando ser natural a oscilação neste momento enfrentado pelo país. “O terceiro trimestre não está com uma cara positiva, mas é importante não se prender apenas aos dados de alta frequência”, afirmou ele. “Daqui a um ano, vamos olhar para esse período e ver que o terceiro trimestre foi o ponto de virada”, argumentou Carvalho.
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