Depois da rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer, na Câmara dos Deputados, o secretário-geral do PSDB, deputado federal Sílvio Torres (SP), defendeu a “recontagem de votos” para que o Congresso Nacional consiga avançar nas reformas propostas pelo governo. Segundo ele, a partir desta semana o movimento deve ter início. A análise foi feita durante entrevista à Rádio Jovem Pan.
“Identificar quais aqueles que, mesmo tendo votado a favor da denúncia, poderão votar pela reforma da Previdência, pela Reforma Tributária, e outros que votaram contra a denúncia e também poderão não votar por essas reformas”, afirmou o tucano.
“Não é [uma recontagem] apenas matemática, mas de retomada de diálogo”, disse o deputado. “Da parte do PSDB há uma disposição muito grande, como já anunciou o nosso presidente interino, [senador] Tasso Jereissati [PSDB-SC], de continuar apoiando as reformas”, acrescentou.
Apoio
O tucano reforçou ainda a fala do presidente interino do partido ao afirmar que o PSDB não precisa e não pediu ministérios no governo. De acordo com o parlamentar, Temer está “muito à vontade” para trocar os nomes, se julgar necessário. Nós não estamos em momento algum fazendo trocas, os cargos pelos votos”, afirmou ele.
“O partido não vai se opor a isso. Nós deixamos muito claro essa posição”, ressaltou Torres. “Independentemente dos cargos, o PSDB vai apoiar as reformas desde que o governo tenha com o PSDB uma relação de interlocução com o nosso presidente, com as lideranças, uma relação bastante franca e sincera.”
Reformas
O tucano acredita que, até setembro, será votada a Reforma Política e que as demais – a Previdência e Tributária – vão avançar bastante ainda este ano. “Nós temos a disposição na reforma Política até o final de setembro e avançar bastante nas demais até o final do ano”, disse Torres.
Reunião
Ao ser questionado sobre a reunião da Comissão Executiva Nacional da legenda, nesta quarta-feira (9), a partir das 10h30, em Brasília, a tendência é de aprovar a realização das eleições municipais e estaduais e até o final do ano e, em seguida, a convenção nacional.
Segundo Torres, na convenção nacional deve ser eleito o novo presidente do PSDB. “Se houver mais de um candidato à Presidência [do partido], devem ser realizadas prévias em fevereiro”, informou ele.
Na reunião de quarta-feira, deve ser definido o novo calendário da legenda, além da convocação de congresso nacional e convenções partidárias para as eleições em todos os níveis, com fixação de calendário eleitoral, revisão e atualização do programa e estatuto partidários.
Os integrantes da Comissão Executiva Nacional devem debater ainda sobre o modelo e o cronograma de eventos, assim como pretendem discutir os critérios para a formulação do novo estatuto e programa partidários.
*Clique aqui para ouvir a íntegra da entrevista do deputado Sílvio Torres (PSDB-SP).
