Coelho ressalta que, além do prejuízo financeiro com o turismo, existe ainda a questão local. “Nós temos um verdadeiro desastre. Já são mais de uma centena de casos de microcefalia em decorrência do zika e são famílias que vão precisar de cuidados permanentes no futuro. Não é só a questão do impacto com o turismo, mas a preocupação com a própria população local. Esse é um problema que o Brasil vai ter que enfrentar”, lamentou.
O caos vivido em algumas regiões do país em relação à epidemia, de acordo com o deputado, é um reflexo de como o governo vem tratando a área da saúde nos últimos anos. “O governo negociou o Ministério da Saúde em troca de apoio parlamentar. Tem negociado as nomeações e trata o assunto simplesmente na base da distribuição de cargos sem nenhuma preocupação com a saúde da população brasileira”, afirmou.
Olimpíadas
A iminência dos Jogos Olímpicos e o surto de Zika é uma preocupação para os atletas que vão disputar a competição no país. A goleira da seleção de futebol dos EUA, Hope Solo, disse que, por causa da epidemia de zika e do desejo de engravidar no futuro, não viria ao Brasil caso as Olimpíadas começassem agora.
A informação foi dada em entrevista a revista “Sports Illustrated”, divulgada ontem (9). A atleta disse que se sente “muito desconfortável” com a situação no Brasil. Outra atleta da mesma equipe, que não quis se identificar, afirmou que a preocupação é maior do que nas duas últimas Olimpíadas, quando muito se falou sobre a poluição de Pequim e os possíveis ataques terroristas em Londres.
Além do Rio, as cidades de Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Salvador e São Paulo sediarão os torneios masculino e feminino de futebol dos Jogos Olímpicos, em agosto.