“Brasil deve se afastar de um sistema econômico que absolutamente não nos é favorável”, disse o senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) a respeito do Mercosul, durante discurso no plenário do Senado nesta sexta-feira (23/8). Para o senador, os entraves que essa aliança já criou ao Brasil demonstram que não é mais vantajosa a permanência no Bloco.
O senador tucano também disse esperar que o novo presidente do Paraguai, Horacio Cartes, “não ceda ao ‘canto da sereia’ e permita que seu país retorne ao Mercosul como se nada tivesse acontecido”.
Figueiró destacou que Cartes não citou diretamente o Mercosul em seu discurso de posse na semana passada e disse apostar no fortalecimento dos organismos subregionais, regionais e mundiais. O senador sul-mato-grossense relembrou a ligação que seu estado tem com o Paraguai, devido à fronteira, e reforçou a necessidade de vínculo dos dois países por causa da hidrelétrica de Itaipu e da situação dos brasiguaios.
Ao longo do discurso, Ruben Figueiró criticou a “desfiguração do Mercosul, desde quando de uma política de convergência comercial entre os países membros, passou-se a uma de convergência de princípios ideológicos”. Lamentou também a postura da Argentina em diversos momentos, como no caso das regras não-tarifárias impostas, que fazem com que produtos brasileiros fiquem parados na aduana do país vizinho.
O senador disse concordar com a opinião do representante da Fiesp, Roberto Giannetti, que participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado esta semana. Gianetti disse que o Mercosul está estagnado e acaba impondo ao Brasil um declínio em relação a outros blocos do mundo, que criam preferências tarifárias entre si.
Para Figueiró, é boa a notícia de que governo brasileiro já trabalha com a possibilidade de negociar com a União Europeia seus próprios termos para a criação de uma área de livre comércio.
Da assessoria de imprensa do senador