Brasília – Mais da metade do corte de R$ 10 bilhões no Orçamento anunciado pelo governo no início da semana não representará uma economia efetiva aos cofres federais. Reportagem da Folha de S. Paulo nesta terça-feira (23) revelou que grande parte do montante divulgado pelo Planalto foi, na verdade, reavaliado ou teve simplesmente sua execução adiada. Para o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), a situação demonstra que o corte não propôs uma efetiva mudança na política de gastos públicos.
“O que estamos vendo é mais uma tentativa de maquiagem do Orçamento, como já se tornou característico no governo do PT”, declarou o parlamentar.
Na avaliação de Abi-Ackel, a gestão de Dilma Rousseff atua, neste momento, tendo como prioridade o adiamento dos problemas na economia. “A diminuição da popularidade da presidente acendeu a luz amarela no Planalto e passou a guiar muitas políticas. O importante para eles, agora, é fazer com que a imagem de Dilma não seja ainda mais prejudicada”, disse.
Entre as medidas do “corte” do Orçamento anunciadas pelo PT, segundo a Folha de S. Paulo, estão o adiamento da nomeação de aprovados em concursos públicos e a diminuição dos repasses que o Tesouro Nacional faz ao INSS, responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões.
“Sabemos que isso não traz efeito. O que contribuiria para o país seria uma diminuição do tamanho da máquina administrativa, com a redução do número de ministérios e de ‘apadrinhados’ dentro da estrutura federal”, afirmou Abi-Ackel.