Resultado: atraso nos empreendimentos, inclusive pela falta de recursos para a aquisição de materiais destinados à continuidade das obras dos empreendimentos, e também demissões.
As informações constam em matéria publicada na edição online do jornal “O Estado de S.Paulo”.
Intitulada “Minha Casa Minha Vida deixa rastro de obras inacabadas e demissões”, a matéria também foca o problema da perda de emprego em âmbito regional, já que em função dos atrasos nos repasses dos recursos federais, as construtoras não estão encontrando outra saída que não seja a dispensa de empregados.
É o caso dos estados do Nordeste.
“Na região, que tem o maior desemprego do País, a construção lidera os cortes em seis Estados, segundo o Caged. Não há dados sobre o impacto do Minha Casa nos cortes. No Rio Grande do Norte, porém, o sindicato das construtoras, Sinduscon, afirma que um terço das demissões está concentrado no programa”, segundo o jornal.
Em entrevista, o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro de Holanda, avalia que os percentuais tendem a ser maiores.
E explica: quem espera pela casa própria terá de ter paciência. “Tenho 400 unidades previstas para fevereiro que vou entregar em novembro. Isso se a situação dos pagamentos se resolver”.
Em São Paulo, o cenário não é diferente. Permanece a tendência de cortes.
O jornal destaca que “o Sinduscon-SP prevê que o setor como um todo corte 475 mil empregos no País em 2015. Segundo o presidente da entidade, José Romeu Ferraz Neto, esse cálculo considera que os problemas no Minha Casa serão resolvidos rapidamente. “Se isso não ocorrer, o número sobe.”
Confiança – Aliado a isso, ao que tudo indica, o Minha Casa Minha Vida, que até o ano passado era considerado, no âmbito da construção civil, um programa seguro, do ponto de vista de mercado, hoje apresenta outra perspectiva.
A matéria se refere a números de pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em dezembro passado.
Conforme o levantamento, na ocasião, “os empresários ligados ao programa tinham confiança de 96 pontos, superior à dos que dependiam do setor privado (86,6). Em junho de 2015, a situação se inverteu: os empresários do Minha Casa tinham confiança de 53,5 pontos, contra 58,8 dos privados.”