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Aécio Neves apresenta propostas do PSDB para reforma política

GHG_5183O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, apresentou, nesta quinta-feira (16/04), na Comissão Especial de Reforma Política, na Câmara dos Deputados, as principais propostas do partido para a reforma política.

Propostas:

1) Adoção do sistema distrital misto;

2) Fim das coligações proporcionais;

3) Retorno da cláusula de desempenho (ou de barreira);

4) Fim da reeleição, com mandato de 5 anos; com coincidência de todas eleições num mesmo ano ou eleições municipais e estaduais num ano e nacionais no ano seguinte;

5) Tempo de TV proporcional às bancadas eleitas apenas dos partidos do titular e do vice;

6) Financiamento misto de campanha (público e privado) com delimitações de doações de pessoas físicas (para candidatos e partidos) e empresas (apenas para partidos);

7) Definição de regras na produção do programa eleitoral de rádio de TV, simplificando o formato, barateando custos e priorizando apresentação de propostas.

“Agora faltam os chefes”, análise do ITV

tribunal_de_contas_da_uniao_sede_-_wikipedia-cc_0O Brasil está praticamente sem governo, mas felizmente ainda dispõe de instituições sólidas que ontem, mais uma vez, demonstraram sua força. A prisão do tesoureiro do PT, decretada pela Justiça Federal, e a condenação das “pedaladas fiscais” por parte do Tribunal de Contas da União são passos decisivos para que a organização criminosa que dirige o país há 12 anos seja implacavelmente punida e o país volte a ter comando.

As duas decisões envolvem a série de procedimentos irregulares – no caso fiscal – e ilegais – no episódio envolvendo João Vaccari Neto e seus sócios do petrolão – dos quais os governos do PT vêm lançando mão na gestão do país, seja com Dilma Rousseff, seja com Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta cadeia de comando, falta chegar aos chefes.

Vaccari tornou-se o segundo tesoureiro do PT preso em menos de um ano e meio. O antecessor Delúbio Soares cumpre pena em casa por corrupção ativa, praticada na época em que tinha as chaves dos cofres petistas, entre 2000 e 2005. O mensalão que condenou Delúbio virou piada de salão perto do que a turma que inclui Vaccari fez.

Até ontem tesoureiro do partido da presidente da República e que comanda o país desde 2003, Vaccari é suspeito de ter participado de um esquema que pode ter movimentado R$ 2 bilhões, desviados de contratos firmados com a Petrobras e empresas do setor elétrico. Deste valor, uns 30% podem ter ido para o PT.

A presidente Dilma apressou-se em mandar seus porta-vozes espalharem que “fez questão” de que Vaccari nem passasse perto da tesouraria de suas candidaturas à presidente. Alto lá! Na função de tesoureiro do PT, ele repassou R$ 30 milhões para a campanha que reelegeu Dilma em 2014 – dos quais R$ 4,8 milhões foram doados por empresas investigadas na Lava Jato. É dinheiro provavelmente enlameado na reeleição da presidente.

Não custa lembrar também que, além disso, Vaccari ocupou durante anos cargo de conselheiro em Itaipu Binacional, do qual só se afastou neste ano depois de muita cobrança da oposição. Ficou naquela função desde 2003, quando foi nomeado pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. O que o agora ex-tesoureiro do PT fazia lá?

Outra: o tesoureiro da campanha de Dilma em 2014 hoje ocupa gabinete privilegiado no Palácio do Planalto. Edinho Silva é agora secretário de Comunicação da Presidência e, nesta função, responsável por negociar com milhares de empresas do ramo no país inteiro. São exatamente repasses fraudulentos em contratos de comunicação que levaram Vaccari à prisão ontem – e também estão sendo investigados na Caixa e no Ministério da Saúde.

A investigação da Justiça identificou depósitos irregulares em gráficas ligadas ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, o mesmo do qual João Vaccari foi presidente e em que também é acusado de desviar dinheiro de mutuários do Bancoop, lesados em negócios imobiliários.

O dinheiro das gráficas foi pago por empreiteiras com contratos com a Petrobras sem que nenhum serviço fosse prestado, e dali repassado para o PT. Ou seja, não são “doações legais”, conforme tem alegado a linha de defesa petista. Um dos ex-diretores da mesma gráfica está hoje lotado na Secretaria-Geral da Presidência da República, mostra O Globo.

O comportamento criminoso reiterado de Vaccari foi determinante para a decretação da sua prisão pela Justiça. Desde março, ele é réu, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, num esquemão que pode ter levado mais de R$ 600 milhões para as arcas do PT, segundo denunciou Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras.

Na função de tesoureiro do PT, Vaccari foi um verdadeiro prodígio. Ele catapultou as doações ao partido como nunca antes na história. Considerando-se apenas anos não eleitorais, elas passaram de R$ 11,2 milhões em 2009, antes de ele assumir o cargo, para R$ 80 milhões em 2013, com o petrolão a todo vapor, informa O Globo.

A esposa, a filha e a cunhada de Vaccari também estão envolvidas, com suspeita de enriquecimento incompatível com a renda. Contudo, Rui Falcão, o presidente do PT, já jurou que Vaccari “nunca pôs dinheiro no bolso”. Desde outubro, o tesoureiro vinha dizendo a amigos que estava “pronto para ser preso”. O que ele fez desde então? Quantas provas terá destruído de lá para cá?

A outra decisão histórica de ontem envolve as “pedaladas” fiscais praticadas pelo governo da presidente Dilma para maquiar as contas públicas. O TCU concluiu que bancos públicos como a Caixa, o Banco do Brasil e o BNDES foram usados para cobrir despesas com programas sociais como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e seguro-desemprego, o que é proibido por lei.

Cerca de R$ 40 bilhões podem ter sido usados para reduzir artificialmente o rombo fiscal do país na era Dilma. Houve, portanto, crime de responsabilidade, em infringência à Lei de Responsabilidade Fiscal. Por isso, 17 atuais e ex-autoridades do governo serão chamadas a responder pela infração, passível de multa e processos.

Algumas delas ainda estão no governo, como os presidentes da Petrobras e do Banco Central, além dos ministros do Planejamento, do Desenvolvimento Social, do Trabalho e da Integração. Outras já se foram, como Guido Mantega, também ex-presidente do conselho de administração da Petrobras durante o petrolão.

Desde o mensalão, protagonistas dos escândalos de corrupção patrocinados pelo PT começaram a acertar contas com a Justiça. Primeiro caíram próceres do partido, como José Dirceu e José Genoino. Agora estão caindo também seus operadores incrustados nas entranhas do aparato estatal, como os ex-diretores da Petrobras presos, além dos donos das chaves dos cofres, como João Vaccari.

Desde então, a grande questão que não cala é: quando as investigações e as punições irão chegar aos chefes desta quadrilha? Com o belo trabalho feito pelo Ministério Público Federal, pela Justiça Federal e pela Polícia Federal, este dia parece estar ficando mais perto. Não há dúvidas de que há motivos de sobra para punir quem esteve e quem está no topo da cadeia de comando, seja da organização criminosa, seja do país, ao longo destes últimos 12 anos.

Aécio: Prisão de tesoureiro do PT agrava crise política no país

Senador-Aecio-Neves-SaudeO presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira (15/04) que a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, agrava a crise política que o país vive, gerada pelo escândalo de corrupção na Petrobras.

“É algo extremamente grave e inédito na história do Brasil e acho que de qualquer país do mundo. O homem responsável pelas finanças do partido da presidente da República está preso, com inúmeras acusações em relação à malversação de dinheiro público. O que estamos vendo é o agravamento da crise política e cada vez ela chegando mais próxima do governo e da própria presidente da República”, afirmou Aécio Neves após reunião com presidentes dos partidos de oposição no Senado.

João Vaccari Neto foi preso pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (15/04), em mais uma etapa da operação Lava-Jato. O tesoureiro do PT é réu em ação do Ministério Público Federal (MPF) sob a acusação de arrecadar propinas de empresas por meio de contratos públicos firmados com a Petrobras.

Para Aécio, a prisão de Vaccari é mais um episódio lamentável nas investigações feitas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal que revelaram a atuação de uma organização criminosa na Petrobras durante todos os anos de governo do PT.

“É a degradação moral absoluta de um partido que, para se manter no poder, deixou de lado o mínimo de respeito à sociedade brasileira e, obviamente, isso terá consequências. O PT, que iniciou sua trajetória buscando defender a ética, os valores republicados e a classe trabalhadora brasileira, se aproveitou da classe trabalhadora. Utilizou-a de forma indevida, abrindo mão de todos os valores que pregava lá atrás e, hoje, é um partido reconhecido pela sociedade brasileira como partido da ineficiência e o partido da corrupção”, disse Aécio Neves.

O senador Aécio Neves também comentou as declarações feitas hoje por líderes petistas que classificaram como política a prisão de Vaccari, embora as investigações da Polícia Federal apontem que o tesoureiro utilizou recursos criminosos para doações registradas ao PT e também para pagamento de despesas simuladas.

“O PT é um partido que não tem mais como olhar nos olhos da sociedade brasileira, principalmente daqueles que confiaram nele”, avaliou Aécio.

Impeachment

O presidente nacional do PSDB afirmou que os líderes dos partidos de oposição avaliam com responsabilidade todo conjunto de denúncias feitas contra o governo e o PT pela Polícia Federal, Ministério Público, pela imprensa e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), envolvendo a arrecadação de propinas e o uso eleitoral de empresas públicas em favor do PT e da reeleição da presidente da República, assim como as manobras fiscais usadas para maquiar as contas federais.

“Nós ouvimos o que boa parte do Brasil tem dito nas ruas, nas redes, nas manifestações inúmeras que têm surgido por todo o país. Essa é uma das demandas. O que tenho dito é que impeachment não é uma palavra proibida. Não é ainda uma decisão dos partidos de oposição, mas temos o dever de avaliar cada uma dessas denúncias e, se considerarmos que houve a caracterização de crime de responsabilidade, esta é uma possibilidade prevista na Constituição. Não há ainda essa definição, mas qualquer que seja ela, será tomada em conjunto pelos partidos de oposição”, ressaltou.

“Mais uma raposa no galinheiro”, análise do ITV

luiz_edson_fachin-1-divulgacao_tjprDilma Rousseff definiu ontem o nome que pretende ver ocupando a vaga deixada por Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal. Depois de quase nove meses de delonga, a maior que se tem notícia, a escolha do novo ministro recaiu sobre Luiz Edson Fachin, jurista francamente simpático ao PT e a organizações como o MST.

Mal o nome foi anunciado pelo Planalto, um vídeo protagonizado por Fachin ressuscitou na internet. Nele, o advogado paranaense lê manifesto elaborado por juristas e professores universitários declarando voto em Dilma Rousseff no segundo turno da eleição de 2010. São pessoas que, nas palavras dele, “tomaram lado” e apoiaram a candidata do PT.

O texto lido por Fachin exibe as típicas características de panfletos do PT. Tece loas às conquistas dos “últimos anos” e traz a mesma visão estritamente petista de que o Brasil começou com a eleição de Lula. Nenhum reconhecimento da construção dos alicerces pretéritos de governos que o antecederam.

Fachin não foi apenas um dos signatários do manifesto pró-Dilma naquela eleição. Apresentado como professor da UFPR, ele foi um dos artífices do documento. Seu nome é o terceiro a encabeçar a lista publicada na campanha presidencial de 2010, juntinho com colegas de notória ligação com o PT. “Muito mais que uma candidatura, o que está em jogo é o que foi conquistado”, conclama o documento.

A escolha de Fachin foi saudada por advogados, magistrados e mesmo por possíveis colegas do STF, que destacam suas qualidades como jurista. Caberá aos senadores que o sabatinarão no Congresso atestar se o indicado por Dilma tem ou não condições de cumprir o papel de ministro do Supremo que a presidente lhe reserva.

Mas não dá para ignorar que a escolha lança mais uma nesga de receio em relação às opções do PT para compor o STF. Se aprovado pelo Senado, Fachin será o quinto indicado por Dilma, somando-se a outros três escolhidos por Lula, perfazendo maioria absoluta. Este simples fato não implica juízo de valor, já que a maior parte deles exibe qualidades evidentes.

O que é temerário é a notória ligação partidária, indissociável também de José Antonio Dias Toffoli, ex-advogado do PT e ministro hoje responsável no STF por presidir o julgamento das ações decorrentes da Operação Lava Jato. O mesmo que, na condição de presidente do TSE, decretou, na diplomação de Dilma em dezembro, que aqueles que levantam suspeitas sobre a campanha vitoriosa de 2014 devem “se calar”.

O vídeo protagonizado por Fachin estrela o canal oficial da campanha petista de 2010. A peça termina com o slogan “Dilma presidente, para o Brasil seguir mudando”. Por tudo o que aconteceu nestes últimos anos, e também pelos critérios que orientam a escolha da presidente para o STF, não há dúvida: a mudança foi para pior.

“Os nacos do poder”, análise do ITV

planalto-psdb-foto-george-gianniO governo ensaia contraofensiva para tirar a gestão de Dilma Rousseff das cordas. Sua estratégia de ação baseia-se em método típico do petismo: adesões e apoios negociados na base do toma-lá-dá-cá que caracteriza a política petista. É assim na relação com a base aliada no Congresso; é assim com prefeituras; é assim com empreiteiras.

Michel Temer começou a tomar as rédeas do poder que agora exerce de fato diante do esfacelamento da autoridade de Dilma. Ao peemedebista foi franqueado usar e abusar da moeda capaz de azeitar as relações em Brasília: cargos e mais cargos a serem distribuídos nos escalões intermediários de governo.

O butim é extenso e inclui centenas de boquinhas em órgãos como Banco do Brasil, Caixa, Eletrobrás, Itaipu, Transpetro, Correios, Dnocs e Codevasf, para citar apenas alguns. Mais grave é que funções importantes como nas agências reguladoras – ontem, cargos do Dnit em cinco estados foram repartidos – e até vaga no STF acabam entrando na partilha. O toma-lá-dá-cá não respeita limites institucionais.

É comum dizer que o PT não dispõe de um projeto de país, mas sim de um projeto de poder. O que interessa ao partido de Dilma e de Lula é manter o comando da nação a qualquer preço. Mensalão e petrolão estão aí para mostrar como se sustentou, por todos os 12 anos de mandatos petistas, a relação do partido com o Congresso.

Mas é triste constatar que, também na relação com os demais entes federados, impera a promiscuidade. No domingo, o jornal O Globo publicou levantamento sobre convênios firmados pelo governo federal com prefeituras em 2014. Do exame, resta claro que o que preside os repasses são meramente interesses partidários e não o interesse público.

Das dez cidades que mais receberam verbas de convênio em 2014, sete são governadas por aliados de Dilma. Poderia soar natural, dado o tamanho da base parlamentar que apoia a petista. Mas revela-se escandaloso quando se examinam casos específicos, a começar por São Bernardo, que continua a encabeçar a lista das mais bem servidas pelo governo do PT.

Depois que o petista Fernando Haddad tornou-se prefeito de São Paulo, em 2013, as verbas federais para a cidade quadruplicaram: de R$ 63 milhões em 2011 para R$ 271 milhões em 2014. Em cidades assumidas por partidos de oposição, aconteceu o contrário. Na Manaus do tucano Arthur Virgílio, por exemplo, a verba caiu de R$ 34 milhões para R$ 1,5 milhão no ano passado. O mesmo tombo se deu com ACM Neto, em Salvador.

Nota-se com clareza um padrão que se repete: em troca de votos, dão-se cargos; para controlar prefeitos, rateiam-se convênios; para assegurar sustentação ao governo no Congresso, distribui-se propina. São gordos nacos do poder sendo repartidos para manter a todo custo o PT no comando. Para o bem-estar da população, sobram as migalhas.

“100 longas noites”, análise do ITV

Dilma Antonio Cruz ABrCem dias são, inegavelmente, período curto para avaliar o que pode oferecer um governo com quatro anos de mandato pela frente. Mas o início da segunda gestão de Dilma Rousseff foi tão recheado de desvarios, perplexidades e descaminhos que, infelizmente, permitem antever um horizonte nebuloso até que 2018 acabe. Foram 100 dias de crise, uma por dia, todos os dias.

Nestes 100 dias, a presidente confirmou sua completa inaptidão para lidar com o desafio de recolocar o Brasil nos trilhos, restaurar alguma previsibilidade na economia e oferecer estabilidade política para que o país possa voltar à normalidade. Parabéns, Dilma.

Nestes 100 primeiros dias do segundo mandato, a petista jogou no lixo a palavra empenhada aos eleitores na campanha passada, empreendeu medidas que jurara que não faria e promoveu o maior estelionato eleitoral de que se tem notícia no país. A presidente faz o oposto do que a candidata prometeu. Parabéns, Dilma.

Nestes 100 dias iniciais, Dilma promoveu um arrocho econômico calcado no modelo mais rudimentar de ajuste: aumento de impostos, corte de benefícios sociais e diminuição de investimentos públicos. Nenhum reforma estrutural e duradoura, nenhuma redução da mastodôntica máquina erguida pelo PT dentro do Estado brasileiro. Parabéns, presidente.

Em apenas 100 dias, a petista levou o país a registrar as mais altas taxas de inflação em 20 anos, a menor média de expansão do PIB desde Fernando Collor e a maior queda nos rendimentos dos trabalhadores em uma década. Trabalhadores e assalariados pagam a conta do ajuste recessivo: 640 mil empregos foram eliminados no país em três meses. Parabéns, Dilma Rousseff.

Nestes 100 dias do segundo mandato, o mar da corrupção revelou-se com todas as suas cores lamacentas por meio das revelações da Operação Lava Jato. Ficou definitivamente provado que os bilhões surrupiados de nossas estatais serviram para irrigar os cofres do partido que comanda o país há 12 anos, incluindo o financiamento das duas campanhas vitoriosas da atual presidente. Parabéns, PT.

Nestes 100 dias, a autoridade da presidente da República viu-se erodida, as principais funções de governo foram terceirizadas por ela e o comando do país revelou-se acéfalo. Os brasileiros veem-se diante de uma das mandatárias mais odiadas da nossa história. Parabéns, Joaquim Levy. Parabéns, Michel Temer.

Nestes 100 primeiros dias, o erro de ter concedido mais um mandato a Dilma Rousseff revelou-se com todas as suas cores, inclusive àqueles que a elegeram. Neste início de segundo mandato, o país que tanto ansiava por mudanças atravessou uma espessa escuridão. Foram, na realidade, 100 longas noites. (Leia aqui o balanço que preparamos para lamentar a data.)

“Inflaçãozona”, análise do ITV

dinheirofotomarcossantos003O governo que acusava os adversários de “plantar inflação para colher juros” está assistindo um tufão de preços altos varrer o país, a despeito da taxa recorde praticada pelo Banco Central de Dilma Rousseff. O casamento da carestia com a usura está doendo muito no bolso dos brasileiros.

A inflação de março deu novo salto. O índice foi o maior para o mês desde 1995, ou seja, desde que o Plano Real derrotou o dragão, 20 anos atrás. Também é a maior inflação mensal registrada no país desde fevereiro de 2003. Não há salário que resista.

O índice acumulado em apenas três meses chegou a 3,83%, já pertinho da meta estabelecida para o ano todo. Em 12 meses, a alta acumulada é de 8,13%, a maior nesta base de comparação desde dezembro de 2003, segundo o IBGE.

O vilão do momento são as tarifas de energia, que responderam por metade da inflação de março. Os percentuais impressionam: altas de 22% no mês, 36% no ano e 60% em 12 meses. Lembram-se das contas baratinhas que Dilma prometeu na TV em 2012? Derreteram junto com o banho quente e o ar-condicionado agora tornados proibitivos…

Além da energia, a inflação é mais intensa em outros itens essenciais, como alimentos, e disseminada: 74% dos preços acompanhados subiram no mês passado. A continuar a alta do dólar, ainda pode piorar.

O governo, como sempre, tentará buscar a culpa pela carestia em fatores alienígenas. Não cola: no resto do mundo, o mais comum é inflação baixinha e até deflação.

Durante muito tempo, petistas que acham que entendem de economia repetiram que uma inflaçãozinha a mais não dói. Na campanha do ano passado, seguidas vezes Dilma afirmou, quando diretamente confrontada, que a carestia não era problema e os preços estavam “sob controle”. Agora está se vendo o monstrengo – mais um – que criaram: a inflaçãozona.

Efeito direto da carestia é o que vem acontecendo com as cadernetas de poupança. Com o salário encolhendo (em fevereiro, a renda média teve a maior queda em dez anos) e o dinheiro mais curto a cada mês, tem restado aos brasileiros avançar nas suas economias.

Em todos os meses deste ano, os saques na poupança foram maiores que os depósitos. Até março foram retirados R$ 23,2 bilhões das cadernetas, além de outros R$ 2,7 bilhões dos fundos de investimento, até porque os rendimentos também estão apanhando sem dó da inflação. Nunca os brasileiros tiveram que tirar tanto dinheiro de seus cofrinhos para fazer frente aos gastos do dia a dia.

O ministro da Fazenda diz que a situação é de “total conforto” e Dilma Rousseff pede “paciência” para superar uma crise “passageira”. Para quem não vê o salário chegar ao fim do mês, os artigos na prateleira se tornarem cada dia mais inacessíveis e o sagrado dinheirinho poupado com tanto esforço desaparecer, é pedir um pouco demais.

PSDB lançará campanha de filiação com foco na juventude e nas mulheres, anuncia Aécio Neves

GHG_1397O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou nesta quarta-feira (8) que o partido lançará no dia 5 de maio uma campanha nacional de filiação focada na juventude e no público feminino. A proposta, segundo Aécio, é ampliar a participação desses segmentos na vida política nacional e na construção de uma agenda positiva para o País.

“Esse é um momento importante do partido de reafirmação de suas propostas, de contraponto ao governo que aí está, cada vez mais fragilizado. Vamos fazer uma campanha com uma linguagem visual única, focada principalmente em dois segmentos da sociedade, os jovens e nas mulheres”, afirmou o senador, em entrevista à imprensa após reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília.

A decisão de atrair jovens e o segmento feminino faz parte da campanha de renovação iniciada há quase dois anos com a eleição de Aécio Neves para a presidência nacional do partido. Segundo o senador, pesquisas recentes mostram que o PSDB é a sigla preferida por jovens de 16 a 24 anos. Além disso, há uma demanda cada vez maior das mulheres por participação na vida partidária.

O PSDB também quer se aproximar de lideranças estudantis que tenham afinidade com o programa do partido. “Já há uma presença crescente de lideranças com afinidades com o PSDB disputando diretórios acadêmicos de inúmeras faculdades públicas e privadas do país. Queremos canalizar esse sentimento e esse despertar de uma parcela grande da sociedade brasileira para a militância partidária”, ressaltou.

De acordo o senador, o partido quer aproveitar o sentimento de indignação da sociedade brasileira com o governo Dilma Rousseff para propor uma agenda positiva para o país. “Temos que mostrar que essa insatisfação e essa indignação precisa ser canalizada para uma agenda positiva para o país. Isso se faz, em parte, pela atuação dos partidos políticos. Vamos fazer uma campanha que permita que esses novos filiados tenham uma relação ativa com o partido. Estamos muito otimistas que com isso vamos dar uma grande renovada no partido”, destacou Aécio Neves.

Eleições em diretórios

O senador Aécio Neves também anunciou que a Executiva Nacional do PSDB, em decisão unânime, decidiu alterar as regras para a realização de eleições em diretórios municipais e estaduais.

“Todos os diretórios ou comissões provisórias, que nas últimas eleições parlamentares não obtiveram, ou para deputado federal ou para deputado estadual, a marca de 6% dos votos, que é metade da média do desempenho do partido em todo o Brasil, não estarão autorizados a fazer as convenções municipais. E os estados em que não se alcançou o número mínimo de municípios com diretórios que, estatutariamente, definem aqueles que estarão aptos a fazer essas convenções, também não farão as convenções estaduais”, anunciou.

Com a mudança, cerca de 30% dos diretórios e comissões provisórias não realizarão eleições marcadas para maio. Segundo Aécio, a decisão tem como objetivo estimular a participação das bases partidárias com as lideranças do partido.

“O que nós percebemos é que em determinados diretórios não houve qualquer empenho ou vínculo maior com as candidaturas do partido. Não fiz esse casamento com as eleições majoritárias, porque elas têm uma dinâmica própria, mas é fundamental que os diretórios municipais do partido, se queremos ser um partido cada vez mais nacional e fortalecido, é preciso que haja um compromisso das bases do partido, das nossas lideranças municipais, com as candidaturas do partido”, justificou.

“Entrega tudo, Dilma”, análise do ITV

Caminho adotado pelo governo Dilma na gestao da economia precisa mudar urgentemente-Foto-George-Gianni-PSDB-Dilma Rousseff conseguiu de novo: produziu mais uma trapalhada em seu claudicante governo. Depois de cogitar escalar Eliseu Padilha para a articulação política, foi obrigada a entregar a função ao vice-presidente Michel Temer. A presidente da República segue terceirizando atribuições. Deveria era entregar tudo de uma vez.

A mudança na Secretaria de Relações Institucionais é descrita na crônica política de hoje como mais uma manobra “desastrada” da presidente da República – para dizer o mínimo. Inclui convite respondido com um “não” pelo ministro convidado, demissão de ministro pelos jornais e prêmio de consolação para o demitido da vez. São as Organizações Dilma em plena ação.

A saída de Pepe Vargas – na verdade, um ministro demitido de antemão – é a quarta mudança num ministério que nem completou 100 dias de existência. Mas ainda vem mais pela frente.

O próprio Vargas vai assumir a Secretaria de Direitos Humanos como prêmio de consolação no lugar de Ideli Salvatti – que já foi ministra de pastas tão distintas quanto Pesca e Relações Institucionais e agora ganhará nova oportunidade, desta vez provavelmente na presidência dos Correios. Em breve também deve mudar o titular do Ministério do Turismo.

Diante deste incessante troca-troca, a questão que fica é: Afinal, quem é ministro de que e, sobretudo, para quê? Parecem todos ministros-tampão, peças descartáveis de um xadrez em que a rainha já caiu do tabuleiro. A última coisa que parece interessar na gestão da presidente Dilma é bem servir o público.

A trapalhada de ontem trouxe, porém, uma boa notícia: a extinção da Secretaria de Relações Institucionais. Agora o governo da petista terá apenas 38 ministérios… Que tal aproveitar a oportunidade e passar o facão em mais um monte de cargos que não servem para nada além de alimentar o balcão de negociatas do PT?

Neste segundo mandato, Dilma mostra-se sintonizadíssima com a pauta do dia: a ordem é terceirizar. A coordenação política é apenas a bola da vez, depois que a área econômica foi entregue a um alienígena nas hostes petistas e as linhas-mestras da gestão são ditadas, desde sempre, pelo tutor. Temer, Levy, Lula… quem será o próximo a responder por um naco do governo do qual Dilma se desvencilha?

Dizer que o segundo mandato é um bate-cabeça de proporções nunca antes vistas é chover no molhado. Para piorar, as cabeças que colidem revelam-se acéfalas. A gestão da petista mais parece a brincadeira da dança das cadeiras, e pode ser que daqui a pouco não sobre nenhuma para a presidente sentar. Entrega tudo, Dilma!

“Complexo de equívocos”, análise do ITV

Petrobras SedeAinda deve demorar a chegar o tempo em que a Petrobras será vista dissociada de escândalos, de gestão temerária e de negócios mal feitos. Até lá vão surgindo aos borbotões exemplos e episódios que caracterizam o momento atual como o maior equívoco já produzido no setor de petróleo no país.

A petroleira está à deriva porque foi transformada de companhia promissora em vaca de gordas tetas da corrupção. Também serviu de esteio para a fracassada tentativa do governo do PT de segurar artificialmente a inflação. E foi, ainda, envergada pelo peso de investir nas reservas do pré-sal, inconciliável com suas capacidades financeiras.

Um retrato da ruína é dado pelas conclusões de estudo produzido por técnicos da própria Petrobras divulgado hoje por O Globo. Segundo o documento, o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) vai gerar prejuízo, na melhor das hipóteses, de R$ 44,8 bilhões para a companhia. Mas o rombo pode ser ainda maior e chegar a R$ 53 bilhões.

Trata-se de um dos negócios empurrados goela abaixo da empresa e que serviu de fonte frondosa da propina que irrigou a conta do PT e de partidos aliados desde a chegada de Lula ao poder, conforme já revelado pelas investigações da Operação Lava Jato.

Assim como a refinaria Abreu e Lima, o Comperj deveria ser uma história para ser aprendida e nunca mais repetida, para usar expressão da ex-presidente Graça Foster. Seus custos foram multiplicados por oito, saltando para US$ 48 bilhões. O complexo deveria ter duas refinarias, uma petroquímica e uma unidade de gás, mas apenas esta última continua em obras. Vale lembrar que, no Nordeste, outras duas refinarias foram abandonadas pela estatal depois de consumirem R$ 2,7 bilhões.

Comperj, Abreu e Lima e as duas refinarias Premium são parte do delírio enfeixado no novo marco regulatório do petróleo adotado no país desde 2010. Ele substituiu o modelo de concessão, que vigorara desde 1997, pelo de partilha, reforçado pela política de conteúdo local. Até agora, o principal resultado da mudança é o petrolão, o desmanche da Petrobras e a virtual implosão da indústria de petróleo, neste momento, no país.

Ontem, a presidente Dilma Rousseff usou a cerimônia de posse do novo ministro da Educação para defender esta ruína embrulhada em forma de opção política. “O que está em disputa é a forma de exploração desse patrimônio e quem fica com a maior parte”, disse ela. Hoje ninguém tem dúvida: a maior parte fica com a roubalheira petista.

São por equívocos como o do Comperj que vêm em boa hora propostas como a do senador José Serra que revoga a participação obrigatória da Petrobras (hoje de 30%) nos campos do pré-sal. Pelo menos tendem a evitar que a gestão da estatal continue a enveredar por descalabros produzidos em nome de um pretenso e falso interesse nacional.