PSDB – MS

clarissalemgruber

“Dilma desce do futuro e embarca no passado”, análise do ITV

ABr27022013DSC_5868Nunca antes na história uma presidente da República foi tão rejeitada pelos brasileiros. A aversão ao governo de Dilma Rousseff tornou-se ampla, geral e irrestrita. Alcança todos os extratos sociais, todas as idades, todas as regiões do país e todas as áreas de atuação. É mais que rejeição ou aversão: é repulsa ao engodo que ela representa.

Segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem, 68% dos brasileiros consideram o governo Dilma péssimo ou ruim. É a pior avaliação negativa da série histórica do instituto, inaugurada em março de 1986, no governo de José Sarney. Ou seja, em mais de 29 anos.

Além disso, 83% desaprovam a maneira de a petista governar e 78% não confiam nela. Todos os indicadores pioraram em relação à pesquisa anterior, feita em março. Na ponta oposta, a avaliação positiva da presidente caiu abaixo de um dígito: agora apenas 9% a aprovam. Como Dilma pode continuar presidindo o país numa situação assim?

A repulsa a Dilma só encontra comparação com a ojeriza que a população brasileira nutria por Sarney, que chegou a 7% de aprovação e 64% de desaprovação, em julho de 1989. Mas há duas diferenças abissais: o ex-presidente só atingiu a ribanceira onde Dilma está quando terminava seus cinco anos de governo, após seguidos fracassos econômicos e sociais. E, diferentemente da petista, ele não fora eleito.

Por segmento, as piores avaliações de Dilma ocorrem entre os mais jovens (16 e 24 anos) e nas periferias dos grandes centros, entre os quais ela só obtém 6% de aprovação. Reflexo, provavelmente, do aumento do desemprego, que nesta faixa etária saltou de 10% para 16% desde dezembro. E, também, em razão da porta que a gestão petista bateu na cara dos interessados em estudar com os agora desfigurados Fies, Prouni e Pronatec.

Em todas as áreas de atuação, o governo de Dilma é fartamente rejeitado, sempre num patamar superior a 60%. Em temas como taxa de juros, impostos, combate à inflação e ao desemprego, a ojeriza é quase absoluta, próximo ou acima de 90%. Parece tão ruim que é difícil acreditar que pode piorar. Mas pode.

O fundo do poço ainda não chegou, como anteveem analistas mais gabaritados. O desemprego ainda vai subir mais, beirando os 10%. A atividade econômica ainda vai desacelerar mais, fechando o ano na pior recessão desde o governo Collor. O nível de confiança de consumidores e empresários não dá sinais de que irá reagir.

Ontem nos EUA, Dilma, alheia, passeou num veículo sem motorista. Depois de sair do automóvel, disse: “Acabei de descer do futuro”. O veículo do Google tem tecnologia de ponta que o livra de colisões. Não é o caso do Brasil da presidente: desgovernado, o país ruma contra o muro ou a caminho do precipício. Tem gente precisando, urgentemente, tomar um carro e ir embora de vez, apeada do presente. Ao passado, mostrou a pesquisa da CNI/Ibope, Dilma Rousseff já chegou.

Em tempos de ajuste fiscal, Dilma se hospeda em suíte de US$ 11.000 em NY

DILMA FOTO ABrBrasília (DF) – A grave crise econômica que prejudica cada vez mais o bolso do trabalhador brasileiro parece não atingir a presidente Dilma Rousseff. Na sua estadia em Nova York, a presidente ocupou por duas noites a suíte Tiffany do hotel St. Regis, que custa US$ 11.000 por noite. O quarto possui 158 metros quadrados e tem uma sala de jantar para dez pessoas, além de uma sala de estar.

De acordo com a coluna Radar on-line, do jornalista Lauro Jardim, na revista Veja desta quarta-feira (1º), o hotel escolhido pela presidente, que chegou à cidade no último domingo (28) para se reunir com empresários e investidores, é localizado na esquina da Quinta Avenida com a Rua 55, área nobre da cidade.

A matéria informa ainda que a suíte ocupada por Dilma foi decorada pelo diretor de design da grife cobiçada pela atriz Audrey Hepburn em seu filme mais famoso, Bonequinha de Luxo.

Segundo apurado pela coluna, incluindo a noite anterior à chegada da presidente, quando tradicionalmente o quarto é vistoriado pela segurança da Presidência, o total da conta não ficou abaixo de R$ 102.000, na cotação do dólar de R$ 3,10 de ontem.

Clique aqui para ler a coluna.

“Trocando as bolas”, análise do ITV

unnamed (17)A primeira, e natural, reação é achar que Dilma Rousseff não está bem da bola. Suas proverbiais falas desconexas estão se tornando mais frequentes, reflexo de um desgoverno que se afunda em crise política, recessão econômica e seriíssimas acusações de corrupção. Mas a atitude da petista é pior: Dilma ataca para não se ver atacada, acusa quando é acusada, tenta transformar-se de suspeita em vítima.

Na semana passada, foi a mandioca e a “mulher sapiens”. Agora é a investida contra o principal delator da Operação Lava Jato, o empreiteiro Ricardo Pessoa. Dilma usa a velha tática petista de buscar igualar todos na lama, tenta comparar o incomparável. Na sua lógica torta, um colaborador da Justiça vira traidor. É típico de organizações criminosas.

Dilma vai mais fundo na maionese ao também nivelar instituições da República envolvidas na investigação da Lava Jato – Justiça, Ministério Público, Polícia Federal – com aparelhos da repressão que agiam à sombra do regime militar. É grave: revela o desapreço de uma presidente da República por valores e princípios republicanos.

Não é ela, na condição de suspeita de ter sido reeleita financiada por dinheiro sujo da corrupção, que tem que “respeitar delator”. Dilma é, neste momento, alvo de investigação, não bedel da Justiça. Ao voltar a tentar envergar o figurino da “Coração Valente” que lutou contra a ditadura, a petista posiciona-se agora como cúmplice de bandidos.

Na entrevista de ontem em Nova York, Dilma também faltou com a verdade. Ela sustenta nunca ter recebido Ricardo Pessoa. Pode até ser que ele não tenha subido ao gabinete dela no Planalto, mas a presidente e o delator já estiveram bem juntinhos.

Foi em 13 de julho de 2012, quando a petista dividiu com o presidente da UTC o palanque da cerimônia de batismo da plataforma P-59, realizada em Maragojipe (BA). Na foto oficial, os dois aparecem bem pertinho um do outro, pouco antes de Dilma citar Pessoa no discurso.

Em outro descontraído momento registrado pelo fotógrafo da Presidência da República, Dilma e Pessoa quebram a tampa de um barril de saquê e brindam “para trazer bons resultados ao novo empreendimento”, como registra o site da UTC. Blogs financiados pelo governo comemoraram a “associação ao capital privado nacional e estrangeiro”. Deu no que deu.

Em sua primeira manifestação pública sobre a delação de Ricardo Pessoa, Dilma aproximou-se do limite da delinquência. O que ela tem de esclarecer agora é a suspeita – plena de provas, como atesta o fato de a colaboração ter sido homologada por um ministro do Supremo – de que sua campanha foi bancada com dinheiro desviado de estatais.

Fazer discursos estapafúrdios é típico da atual presidente da República. Mas a sua manifesta incapacidade de comunicação não pode servir de salvo-conduto para que Dilma Rousseff tente constranger a Justiça, travar investigações, inverter o ônus da prova e nivelar a todos num padrão de baixeza que os brasileiros não suportam mais.

Oposição denunciará Dilma à PGR por crime de extorsão, anuncia Aécio Neves

GHG_1278O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou nesta terça-feira (30/06) que os partidos de oposição vão ingressar ainda hoje na Procuradoria-Geral da República (PGR) com uma representação por crime de extorsão contra a presidente Dilma Rousseff e contra o ex-tesoureiro do PT e da campanha presidencial, o atual ministro da Secretaria da Comunicação Social da Presidência Edinho Silva.

A decisão foi tomada após a revelação pela imprensa das denúncias feitas pelo empresário da UTC Ricardo Pessoa, investigado pela Justiça na Operação Lava-Jato. Em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário afirmou ter feito doações milionárias à campanha petista após ser chantageado pelo tesoureiro de Dilma.

“Estaremos ainda hoje – o conjunto dos partidos de oposição – entrando com uma representação na Procuradoria-Geral da República, na PGR, por crime de extorsão contra o então tesoureiro da campanha eleitoral e hoje ministro, Edinho Silva, e contra a presidente da República, com base na delação do senhor Ricardo Pessoa. Há ali, explicitado por ele, uma clara chantagem. Ou ele aumenta as doações ao Partido dos Trabalhadores e à campanha da presidente da República ou ele não continua com suas obras na Petrobras. E definimos que apenas a presidente da República é quem teria as condições de efetivar essa chantagem, não o senhor então tesoureiro do partido”, afirmou Aécio Neves em entrevista à imprensa.

Participaram da reunião os presidentes do PPS, Roberto Freire, do DEM, Agripino Maia, do Solidariedade, Paulinho da Força, os senadores Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, Ronaldo Caiado, líder do DEM no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), Eduardo Amorim (PSC-SE), o líder em exercício do PSDB na Câmara, Nilson Leitão, os líderes do DEM, Mendonça Filho, e do PPS, Rubens Bueno, e os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Raul Jungmann (PPS-PE), Bruno Araújo, (PSDB-PE) e Arthur Maia (SD-BA).

Ações no TSE e TCU

A oposição também vai requerer que a delação premiada de Ricardo Pessoa seja compartilhada com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde já existe uma ação dos partidos contra a campanha à reeleição de Dilma Rousseff.

“Estamos solicitando o compartilhamento da delação do senhor Ricardo Pessoa com o TSE, onde uma ação foi ajuizada logo após as eleições, já denunciando o dinheiro da Petrobras, o dinheiro da corrupção na campanha da presidente da República. Essa delação do senhor Ricardo Pessoa comprova – obviamente ele terá mais informações a dar, ou certamente já as deu no conjunto da sua delação, que ainda não é pública – mas, na verdade, a delação corrobora, vai ao encontro das denúncias que fizemos no final do ano passado”, afirmou Aécio.

Os partidos de oposição decidiram ainda ingressar com nova representação contra a presidente Dilma Rousseff no Tribunal de Contas da União (TCU) com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. O pedido decorre da constatação de que o governo federal deu sequência, em 2015, as chamadas “pedaladas fiscais”. A manobra já foi considerada irregular pelo TCU.

“O conjunto dos partidos de oposição vai entrar hoje com mais uma representação no Tribunal de Contas da União, denunciando que as chamadas “pedaladas” continuaram no ano de 2015, impedindo que elas sejam também já investigadas junto com as contas de 2014. Portanto, o crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal foi continuado. Ele não aconteceu apenas nos últimos anos, continua acontecendo este ano. Em relação ao Banco do Brasil, por exemplo, há um débito do Tesouro para com essa instituição financeira de cerca de R$ 2 bilhões, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal”, informou o presidente nacional do PSDB.

Clique aqui para ler a representação protocolada no Tribunal de Contas da União (TCU).

Clique aqui para ler a representação protocolada na Procuradoria-Geral da União (PGR).

 

“Organização criminosa”, análise do ITV

lula-e-dilma-foto-ebcDinheiro sujo irrigou as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Dinheiro da corrupção financia o partido da atual e do ex-presidente da República. Para os petistas, era tudo “pixuleco”. Para os brasileiros, é a prova (mais uma) de um crime que precisa ser exemplarmente punido.

As gravíssimas revelações vieram a público em reportagens da revista Veja e do jornal O Estado de S. Paulo neste fim de semana. São parte da delação premiada feita por Ricardo Pessoa, engenheiro da construtora UTC e tido como “chefão” do grupo de empreiteiras que movimentou bilhões em propina surrupiados de estatais, em especial a Petrobras.

As campanhas petistas teriam sido financiadas com dinheiro de caixa dois desviado de contratos mantidos por grandes empreiteiras com nossas estatais. Para a de Lula, foram R$ 2,4 milhões; para Dilma, R$ 7,5 milhões. No total, veio muito mais, irrigando cofres petistas pelo país afora, não apenas em épocas eleitorais, mas de forma contínua.

As revelações de Pessoa eram aguardadas há tempo. No início do ano, ele fez chegar à imprensa que o ministro da Comunicação e tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, estava “preocupadíssimo” com o que o empreiteiro tinha a revelar. Silva é um dos ministros palacianos diretamente envolvidos no escândalo da hora – o outro é Aloizio Mercadante (Casa Civil), de alopradas transações no passado.

A única reação do partido da boquinha até agora foi dizer, mais uma vez, que fez o que todo mundo faz, na tentativa de pôr no mesmo saco quem tem o controle do caixa bilionário das estatais e quem não passa nem na calçada delas. O PT também fez saber que tentará enquadrar o ministro da Justiça, talvez pensando, quem sabe, em mandar prender a Polícia Federal.

O que Pessoa relatou não conflita em nada com tudo o que vem sendo descoberto pela Operação Lava Jato desde março do ano passado. As peças formam um quebra-cabeça coerente, articulado e planejado. Colam-se com perfeição com outras revelações já feitas por outros investigados. Também por isso, o STF homologou a delação de Pessoa.

Desde que ascendeu ao poder, o PT adotou a corrupção como política de governo e como método de gestão. Começou com a compra de apoio parlamentar por meio do mensalão e foi ganhando tentáculos que transformaram o aparato estatal num imenso balcão de negócios. O petrolão é a forma mais sofisticada de assalto ao Estado já vista.

A Justiça Eleitoral já investiga o caso e ouvirá Pessoa. Se ficar comprovado que dinheiro desviado da Petrobras e de outras estatais financiou Dilma, assim como fez com Lula, estará caracterizada fraude e aberto o caminho para a impugnação da chapa vencedora.

Uma coisa é claríssima: o país tem sido governado, ao longo destes últimos anos, não por um partido, não por mandatários legitimamente eleitos, mas por uma verdadeira organização criminosa.

“O ano do desemprego”, análise do Instituto Teotônio Vilela

05072012carteiradetrabalho018 (1)Infelizmente tornou-se tão rotineiro que os jornais já nem dão mais destaque à notícia: o desemprego voltou a subir no país e a renda do trabalhador brasileiro simplesmente despencou mais uma vez em maio. É a chaga mais dolorosa da crise econômica que piora a cada mês.

O IBGE revelou ontem que a renda média caiu 5% no mês passado em relação a maio de 2014. É a maior queda desde janeiro de 2004, depois de o indicador já ter diminuído 3% em cada um dos dois meses anteriores. Na média, a remuneração do trabalhador brasileiro é hoje a mais baixa dos últimos três anos.

Todos os setores de atividade, todas as modalidades de ocupação sofreram perdas, tanto em termos de baixa nas remunerações quanto de aumento do desemprego. Passou a valer a máxima: feliz de quem ainda continua trabalhando. Mesmo para estes, porém, sobram dias e falta salário no bolso no fim do mês.

A taxa de desemprego foi a 6,7% em maio, na quinta alta mensal consecutiva. Um ano antes estava em 4,9%. A estimativa de analistas é de que atinja 9% até dezembro, colocando definitivamente o Brasil no grupo de países com índice de desemprego alto.

Entre os jovens, a situação já está bastante pior. A taxa de desocupação para aqueles com idade entre 18 e 24 anos alcança agora 16,4%, com alta de mais de quatro pontos em relação a um ano antes. Em metrópoles como Salvador, chega a 26%.

Na semana passada, o Caged já havia mostrado um retrato sombrio do mercado de trabalho, com destruição de vagas de emprego em todos os setores da economia – a única exceção foi a agropecuária. As piores situações são a da indústria e a da construção, com 652 mil vagas eliminadas nos últimos 12 meses.

Outra pesquisa do IBGE, a Pnad Contínua, revela, a partir de um universo mais abrangente, que o exército de desempregados aumentou em quase 1 milhão de pessoas nos últimos 12 meses. Segundo este indicador, a taxa de desemprego já está em 8% no trimestre entre fevereiro e abril.

Até as últimas eleições, Dilma Rousseff e o PT não se cansavam de alardear que o Brasil tinha “uma das mais baixas taxas de desemprego do mundo”. Apenas um ano atrás, quando lançou uma campanha pelo trabalho decente na Copa, a presidente afirmava: “O desemprego era uma ameaça sempre presente. Felizmente, o Brasil virou esta página da história”.

Infelizmente, não era verdade. Este e o próximo ano deverão ser marcados por uma verdadeira sangria no mercado de trabalho, um dos traços mais visíveis, e certamente o mais aflitivo, do arrocho recessivo que o mesmo PT que metia aos brasileiros hoje promove sem pudor.

“Páginas amareladas”, análise do ITV

dilma_diplomatasDurou pouco a tentativa do governo de virar, na marra, a página das más notícias. A maré negativa continua, numa sucessão de resultados ruins, políticas desencontradas e prognósticos desalentadores. O país embicou numa espiral descendente difícil de ser revertida e não será com saliva que escapará do pior.

Nos últimos dias, o governo petista vem enfileirando anúncios e solenidades públicas na expectativa de que sejam suficientes para mudar o cenário. Mas a marca do improviso e da inconsistência levam as iniciativas a efeitos ridículos e alcance limitado. Passados alguns dias, revelam-se como são: inócuas.

O novo plano de concessões, apesar de ser uma ação na direção correta, tem tantos senões que é difícil crer que atinja as metas ambiciosas que foram traçadas – tão ambiciosas quanto programa quase idêntico lançado três anos atrás sem, no entanto, alcançar praticamente nenhum êxito.

Depois vieram o plano agrícola, o programa de agricultura familiar e, ontem, mais uma investida destinada a reanimar as exportações, recheada de medidas requentadas e promessas muitas vezes repetidas e jamais cumpridas. Na prática, o país está cada vez mais fechado ao comércio internacional.
Em contraposição a estas investidas de caráter mais propagandístico do que efetivo, as más notícias econômicas se sucedem.

A perspectiva da recessão se agrava, a inflação ronda seu maior nível em quase duas décadas, o desemprego exibe a pior marca em 23 anos e a renda do trabalhador derrete. É bem mais que a mera “ressaca” apregoada por Joaquim Levy. Em tudo Dilma Rousseff vai fazendo lembrar Fernando Collor de Mello…

Agora até o Banco Central prevê queda de mais de 1% do PIB (o que é pouco diante de outras estimativas mais realistas e bem menos generosas), inflação de 9% e, para impedir que os preços subam ainda mais, novas altas das taxas de juros – os aumentos da Selic determinados desde a eleição já foram suficientes para aumentar o custo da dívida pública em R$ 38 bilhões por ano.

Além de ver frustrados os planos para derrubar a inflação e retomar o crescimento – que sabe-se lá quando virão – o governo também toma um baile no ajuste fiscal. Bem mais cedo do que se pensava, já cogita jogar a toalha e cortar pela metade a meta de superávit traçada para este ano, além de diminuir bastante os objetivos fiscais para 2016 e 2017.

Será realmente difícil o governo do PT virar o jogo. O país não vive uma mera crise conjuntural. O Brasil está estruturalmente danificado pelos remendos que foram sendo feitos nos últimos anos e pelos descaminhos trilhados irresponsavelmente. Não basta passar a página; será preciso fechar o livro e começar uma nova história.

“Volume morto”, por Merval Pereira

dilma_e_lulaLula vê que vaca está indo para o brejo e por isso ataca. Enquanto os políticos petistas acionam seus fantoches no mundo virtual para tentar desqualificar os senadores oposicionistas que foram à Venezuela marcar uma posição democrática que repercute até hoje, num inegável sucesso político, o ex- presidente Lula mostra que ainda é o mais esperto de todos.

Convidou para um debate no seu instituto ninguém menos que o ex- primeiro- ministro espanhol Felipe González, que estivera em Caracas dias antes com o mesmo objetivo, e teve os mesmos problemas que os brasileiros. Ou os mesmos problemas que qualquer liderança democrática terá se quiser enfrentar a ditadura venezuelana.

Políticos ligados ao governo de Maduro, ou apoiadores de Diosdado Cabello, que tanto Lula quanto Dilma receberam prazeirosamente em dias recentes, não terão dificuldades. Nem mesmo as acusações cada vez mais sérias a Cabello, sobre envolvimento com um cartel de drogas, inibiram os petistas. Mas, na hora de parecer democrata, Lula chama mesmo González.

Lula ultimamente tem sido o mais rigoroso crítico do PT, porque, na qualidade de pragmático- mor da República, está vendo que a vaca está indo para o brejo. Ele, que já havia constatado que tanto ele quanto Dilma estão no “volume morto”, e o PT, “abaixo do volume morto”, ontem fez a constatação mais objetiva de todas: “já estou com 69 ( anos), já estou cansado, já estou falando as mesmas coisas que eu falava em 1980”.

Não por acaso, mas por retratar a verdade, no mesmo dia o presidente da Mercedes- Benz no Brasil, Philipp Schiemer, em entrevista à “Folha”, constatou, por outras palavras, o mesmo que Lula: “O país perdeu a previsibilidade com as mudanças nas premissas da política econômica. Voltamos uns 20 anos no tempo”.

Essa volta na máquina do tempo tem muito a ver com o modo como o governo se comportou a partir do 2 º mandato de Lula e no 1 º de Dilma. Após passarem vários anos se comportando dentro das regras da boa governança, respeitando o equilíbrio fiscal e se aproveitando de momento raro na economia mundial, com os preços das commodities lá no alto, Lula e seus seguidores ouviram o canto da sereia e acharam que já podiam voltar ao ponto em que, para vencer a eleição de 2002, tiveram que abdicar de suas ideias.

Guido Mantega, que se notabilizara nos anos em que o PT esteve na oposição por ser o porta- voz econômico do partido, nunca havia assumido o comando real da área até a saída de Antonio Palocci, em 2006. A partir daí, a política de equilíbrio fiscal foi sendo paulatinamente substituída pelo que viria a ser chamado de “nova matriz econômica”, que se aproveitou da crise financeira de 2008 para, a pretexto de uma política anticíclica, permitir um pouco mais de inflação para estimular o consumo interno como motor do desenvolvimento, política essa exacerbada no governo Dilma.

Hoje, sabemos que diversos parâmetros econômicos foram quebrados nesse processo, com práticas ilegais de criação de despesas sem autorização do Congresso, que acabaram produzindo um descalabro nas contas públicas.

Quando o ex- governador Anthony Garotinho apelidou o PT de “partido da boquinha”, a muitos pareceu que era apenas uma disputa política a mais. Mas não é que o próprio Lula admite que o PT hoje “só pensa em cargo, em emprego, em se eleger”?

Não é à toa que Lula vem insistindo na tese de que é preciso fazer uma reorganização partidária no país, tema a que voltou ontem. A mesma pesquisa Datafolha que mostrou que a presidente Dilma tem 65% de oposição também revelou que o ex- presidente Lula perderia a eleição presidencial se o candidato do PSDB fosse o senador Aécio Neves.

Se o candidato fosse o governador paulista Geraldo Alckmin, Lula o bateria, mas a ex- senadora Marina Silva ganharia densidade eleitoral para empatar com ele. Feitas as contas, há hoje uma maioria oposicionista no país que procura o melhor candidato para derrotar o PT, mesmo que ele seja Lula.

Outro aspecto da pesquisa é o que mostra que o PSDB, como sigla mais organizada da oposição, pela primeira vez nos últimos 13 anos empata na preferência do eleitorado com o PT, que vem em franca decadência, pois já foi o preferido por cerca de 30% do eleitorado. É o tal “volume morto” a que Lula se referiu.

*Publicado no jornal O Globo – 23/06/15

“Dilma no volume morto”, análise do ITV

Dilma Foto Fabio Pozzebom ABrNão importa o grupo social, não importa a faixa de renda ou a região de domicílio. Pelo país afora, independente do recorte estatístico, pelo menos seis de cada dez brasileiros reprovam o governo da presidente Dilma Rousseff. As péssimas condições da economia sugerem que a situação ainda vai piorar para a petista.

A reprovação a Dilma voltou a subir e agora 65% dos brasileiros consideram que a presidente faz um governo ruim ou péssimo, segundo pesquisa do Datafolha divulgada no domingo. Na ponta de baixo, somente um em cada dez brasileiros aprova o jeito de a petista agir, avaliando sua gestão como ótima ou boa.

Os brasileiros sentem-se enganados pela presidente que prometeu um mundo cor de rosa na campanha eleitoral e está patrocinando um dos períodos mais atordoantes da história recente do país. Estamos sendo intoxicados por uma mistura de recessão brava, inflação e desemprego, sem falar na sufocante corrupção.

O futuro é sombrio. Apenas 19% ainda creem que a situação econômica vai melhorar, ante 53% que consideram que piorará. Nos detalhes, o pessimismo com as perspectivas do país é bem mais expressivo: 73% acham que o desemprego vai aumentar ainda mais e 77% avaliam que a inflação continuará subindo. Infelizmente, podem ter razão.

A impopularíssima Dilma encontra-se em companhias nada notáveis. Seu índice de desaprovação é semelhante ao de Fernando Collor um pouquinho antes de ele ser ejetado do cargo de presidente sob a acusação de corrupção ou de José Sarney, no fim de um governo em que ninguém suportava mais o então mandatário.

As semelhanças entre o agora e o passado vão mais longe. Além de ser a presidente mais rejeitada da história desde Collor, Dilma promove o maior desemprego desde 1992, segundo números do Caged divulgados na sexta-feira – 244 mil vagas foram eliminadas no ano até agora. A inflação também é a mais alta em quase 20 anos.

Dilma é a encarnação da mentira, algo que nem seu tutor consegue mais disfarçar. Em conversa com religiosos na semana passada, Lula disse que a presidente, o PT e ele mesmo estão “no volume morto”, padecendo da reprovação generalizada da população.

Na sua pregação, ele admitiu que, na campanha, Dilma prometeu aos brasileiros uma coisa e fez outra. “Os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso [no programa de TV] e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte. E fiquei muito preocupado”.

A farsa eleitoral já foi amplamente caracterizada. A novidade é que nem o PT é mais capaz de negá-la. Quem sofre na pele e paga a fatura é a população, principalmente os mais pobres. Mas, felizmente, a hora do acerto de conta parece estar chegando. E não apenas para Dilma. Mas também para Lula e o PT. Já deu.