PSDB – MS

Guilherme.Aguiar

“O Barão de cabelos em pé”, por José Aníbal

Jose-Anibal-Foto-George-Gianni-PSDB--240x300Se não fosse calvo, o Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira, estaria agora de cabelos em pé. O Itamaraty, instituição que abrigou ao longo do tempo algumas das inteligências mais agudas do país, vive dias melancólicos. A política externa “ativa e altiva”, se é que houve de fato, desapareceu sem deixar rastro.

A rocambolesca fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil, contra a determinação do Planalto e sem o assentimento do Itamaraty, veio para coroar a inocultável crise de autoridade e de valores da diplomacia brasileira. De uns tempos para cá, o Itamaraty, quando aparece, é para ilustrar momentos desabonadores.

Do sonho ufanista de protagonismo internacional aos enxovalhos sofridos, como a violação do avião do ex-chanceler Celso Amorim por agentes bolivianos, bastou um estalar de dedos. Depois vieram os supersalários, os funcionários fantasmas, o constrangimento sexual de servidoras no exterior e o lobby em papel timbrado.

Confundindo o ônus da liderança com acanhamento e vista grossa, o Itamaraty tem passado por seguidos embaraços na relação com os vizinhos. Cristina Kirschner rasga contratos de empresas brasileiras sem pestanejar. Evo Morales manteve brasileiros presos sem acusação formal por meses. E o Itamaraty? Nada.

Mais recentemente, o brasileiro David Miranda ficou retido por quase nove horas no aeroporto de Heathrow, supostamente enquadrado pela lei antiterrorismo britânica, num evidente atentado às normas internacionais. O Itamaraty se resumiu a emitir uma de suas notas oficiais lacônicas, ambíguas, respeitosas e impotentes.

Enquanto isso, seguimos como interlocutor privilegiado de regimes autoritários e cleptocratas. Abrimos embaixadas em países como Barbados, Granada e Santa Lúcia, onde os brasileiros não se contam nos dedos das mãos e as trocas comerciais tendem a zero. Já os acordos internacionais, vitais para a economia, seguem congelados, atrasando nossa integração às cadeias produtivas globais.

Antonio Patriota, talvez o menos culpado pelas dificuldades do Itamaraty, pagou um preço alto. Pouco permeável às firulas do marketing político, o Ministério das Relações Exteriores terá de se reinventar nos próximos meses. A crise é uma boa oportunidade. Resta saber se o Planalto vai continuar prisioneiro de suas viseiras, ignorando que as coisas vão mal na casa do Barão.

Economista e secretário de Energia de São Paulo. Publicado no Blog do Noblat na versão online de O Globo (28)

Mensaleiros podem estar crendo na impunidade ao ir a evento da CUT, diz deputada

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Foto: Marcos Souza

A deputada estadual Dione Hashioka (PSDB-MS) disse acreditar que mensaleiros podem estar acreditando na “impunidade como certeza” ou então que não denigrem a imagem do partido ao qual se vinculam ao participar com destaque de evento da CUT – Central Única dos Trabalhadores.

Delúbio Soares e José Dirceu foram homenageados na festa dos 30 anos da CUT, realizada nessa quarta-feira (28/8) em São Bernardo do Campo (SP). Ambos foram condenados no Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que ficou conhecido com Mensalão do PT. Há poucos dias, o STF manteve a condenação deles ao rejeitar recursos.

Delúbio é ex-tesoureiro do PT e Dirceu é ex-ministro-chefe da Casa Civil. Eles foram condenados junto com outros 23 réus.

Senador Figueiró defende voto aberto no Congresso após decisão sobre Donadon

Senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) elogia senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pela publicação do livro “Educação é a Solução - É possível”, sobre a federalização da educação básicaO senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) disse que ficou decepcionado com o resultado da votação na Câmara dos Deputados que rejeitou a cassação do deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO).

“Essa questão evidencia a importância do fim do voto secreto. Após todas as manifestações populares exigindo transparência, parece que não estamos entendendo os sentimentos das ruas. Fiquei decepcionado e apreensivo com relação ao prestígio do Congresso Nacional no futuro”, disse Figueiró, reiterando que os parlamentares devem assumir publicamente suas decisões e respeitar o voto que a população lhe conferiu.

“O voto no Congresso deve ser aberto para todas as decisões, seja em casos de cassação de parlamentares, seja na indicação de autoridades, como de ministros do Supremo Tribunal Federal e outros”, defendeu.

Repulsa popular

Para Figueiró, a decisão do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de considerar o deputado Donadon afastado do exercício do mandato e convocar o suplente, o ex-ministro da Previdência e ex-senador Amir Lando (PMDB-RO), “não poderia ter sido diferente, alguém tem que tem bom senso e fazer o que é o correto”.

O deputado Natan Donadon está preso desde 28 de junho no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde cumpre pena de 13 anos devido à condenação por peculato e formação de quadrilha pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“O mandato foi suspenso pelo presidente da Câmara, mesmo assim, não suspende a gravidade da decisão dos deputados de rejeitar a cassação de uma pessoa condenada pelo STF. A repulsa popular continua válida”, lamentou.

A Câmara rejeitou nesta quarta-feira (28), em votação secreta, a cassação do mandato do deputado federal Donadon. 233 deputados votaram a favor da cassação. O número foi insuficiente para a perda do mandato, que exige ao menos 257 votos. Outros 131 deputados votaram pela manutenção do mandato de Donadon e 41 se abstiveram. Como está preso, o presidente da Câmara suspendeu o mandato do deputado e convocou o suplente.
Da assessoria de imprensa do senador

Para Reinaldo, absolvição de Donadon envergonha o Legislativo

Tucano defende cassação automática em caso de condenação em última instância

reinaldo_foto_alexssandro_loyolaA absolvição do deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO) na noite dessa quarta-feira (28/8) reforça a necessidade de o Congresso Nacional aprovar urgentemente o fim da votação secreta de cassação de mandato. Para o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), o resultado teria sido diferente caso a votação fosse aberta. Na avaliação do tucano, a perda de mandato deve ser automática quando o acusado de corrupção for condenado em última instância.

“A absolvição de Donadon é uma vergonha para a Câmara, um desrespeito aos cidadãos. A atitude irresponsável de alguns parlamentares coloca todos em uma vala comum, como se todos estivéssemos passando a mão na cabeça dele”, afirmou Reinaldo, que votou pela cassação do deputado rondoniense. “Parece que muitos parlamentares ainda não entenderam que a população pediu um basta à impunidade. Será preciso que as pessoas voltem às ruas?”, questionou.

Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Reinaldo Azambuja acompanhou o voto em separado do deputado Jutahy Junior (PSDB-BA), que defendeu a perda automática de mandato parlamentar em caso de condenação em última instância.

“Quando o cidadão comum é condenado criminalmente, perde seus direitos políticos. Da mesma forma, se um parlamentar é condenado também deve perdê-los”, explicou Reinaldo, seguindo a lógica do voto em separado de Jutahy. “A Câmara não pode e não deve revisar o julgamento do Judiciário”, reformou o tucano.

Donadon está preso desde 28 de junho no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos de prisão, pela prática dos crimes de peculato e formação de quadrilha.

Na sessão realizada na noite de ontem, 233 deputados votaram pela cassação, 131 pela manutenção do mandato e 41 se abstiveram. São necessários pelo menos 257 votos para perda de mandato.
Da assessoria de imprensa do deputado Reinaldo

Figueiró é contra corte de recursos às escolas especiais

Senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) comemora crescimento da indústria no Mato Grosso do SulO senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) alertou para a possibilidade de o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) deixar de repassar recursos às escolas especiais, a partir do ano de 2016. A mudança foi proposta no Plano Nacional de Educação em discussão no Congresso. Ele falou do assunto em discurso no Plenário do Senado nesta quarta-feira (28).

O parlamentar justificou sua posição contrária ao corte de verbas dizendo que a medida vai inviabilizar a manutenção e o funcionamento das instituições especializadas no atendimento educacional aos alunos excepcionais, que acabariam sendo extintas. Ele citou a APAE e a Sociedade Pestalozzi como instituições de alta credibilidade. Segundo ele, no Brasil existem quase duas mil unidades da APAE e entidades análogas filiadas a ela, com cerca de 243 mil alunos.

Para Figueiró, é interessante a matrícula na educação regular, que poderá facilitar a integração e uma maior inserção social dessas crianças e jovens, mas, entende que em casos mais severos é necessário o atendimento especializado. “Não nos parece que as escolas públicas de nosso País estejam aptas para receber todo esse contingente de alunos especiais, hoje atendidos com extrema competência pelas instituições especializadas e financiadas pelo FUNDEB”, afirmou.

Ele ressaltou ainda as inúmeras dificuldades da rede pública de ensino que ficaria ainda mais sobrecarregada com a inclusão de todos os alunos especiais, ou com qualquer tipo de transtorno global de desenvolvimento, nas escolas regulares.
Da assessoria de imprensa do senador

“Razões humanitárias”, análise do Instituto Teotônio Vilela

Dilma-Foto-Wilson-Dias-ABr1-300x199Na mitologia da política brasileira, o Partido dos Trabalhadores sempre se apresentou como defensor dos fracos e dos oprimidos, como o partido dos pobres e da justiça social. Isso nunca correspondeu à realidade, mas a experiência do PT no poder reforça ainda mais a distância entre suas pregações e sua prática. É como a amplidão que separa o céu do inferno.

Em lugar do apreço a valores éticos e morais universais, o governo petista exercita a truculência. Em vez da defesa dos direitos humanos, prefere advogar a favor da pesada hierarquia. Ao sagrado direito de ir e vir, opta pela interposição de limites e barreiras. À liberdade, escolhe ficar com o claustro.

Tais constatações emergem da atitude petista em dois episódios recentes: a intempestiva reação do governo da presidente Dilma Rousseff à transferência do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil por um diplomata, feita à revelia do Itamaraty, e o tratamento dispensado pela administração federal aos médicos cubanos que virão servir nos rincões e periferias brasileiras.

No caso do incidente diplomático, está claro que Eduardo Saboia – o diplomata encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz que trouxe Molina ao Brasil – agiu puramente por razões humanitárias ao protagonizar a quixotesca viagem que permitiu ao senador fazer o que há 15 meses ele aguardava sem sucesso: deixar a Bolívia.

Saboia atuou para evitar que a vida de um ser humano continuasse em risco, já que era sabido que as condições de saúde do político boliviano encontravam-se frágeis. Fez, na prática, o que a presidente da República defendeu ontem ser a atribuição de um “Estado democrático civilizado” como o Brasil: “Um governo age para proteger a vida”.

O senador oposicionista é pedra no sapato do presidente Evo Morales e, em razão disso, não obteve do governo boliviano salvo-conduto que lhe permitisse deixar seu país em segurança. Nem as mais sangrentas ditaduras agem desta maneira. A diplomacia companheira do PT tampouco se esforçou por obter tal aval de La Paz, a quem trata com luvas de pelica. Quem, afinal, agiu efetivamente para proteger a vida de Molina?

Em resposta ao traslado do senador ao Brasil, a presidente Dilma defenestrou o chanceler Antonio Patriota, submeteu o diplomata Saboia a um processo de sindicância e, ontem, cancelou a transferência do embaixador na Bolívia, Marcelo Biato, para um posto mais valorizado em Estocolmo. Além disso, o senador Molina agora também corre risco de ser extraditado para a Bolívia. Ao gesto heroico, a gestão do PT retrucou com pesado tacão.

A mesma atitude indecorosa está presente no tratamento que o governo petista está dispensando aos médicos que estão chegando de Cuba para atuar no país. Ninguém, absolutamente ninguém, é contra ampliar o número de profissionais de saúde à disposição da população, principalmente a que vive mais distante. Mas daí a aceitar como normais as condições impostas ao trabalho dos cubanos vai longa distância.

Sabe-se, até agora, que os médicos cubanos receberão como remuneração apenas uma fração do que ganharão os profissionais vindos de outros países. Quanto, ninguém é capaz de afirmar, nem mesmo o governo – em tese, seu patrão e maior interessado em garantir a qualidade do serviço que prestarão aos brasileiros.

De antemão, aos médicos cubanos também será vedada a possibilidade de concessão de asilo, caso algum deles decida não retornar ao regime ditatorial da ilha. Seus passos serão vigiados e sua liberdade de ir e vir, cerceada. Os cubanos também não poderão trazer suas famílias para o Brasil, numa das mais duras privações a que um ser humano pode ser submetido. Discriminados, não disporão de igualdade de tratamento nem de condições de trabalho e remuneração similares às dos demais profissionais importados.

Há, portanto, assim como no caso do senador Molina, razões humanitárias que levem à discordância em relação à prática adotada pelo governo da presidente Dilma Rousseff – embora não se justifiquem gestos extremos, agressões e atitudes xenófobas. Entre as boas intenções que a gestão petista manifesta e suas práticas, vai distância maior que a que separa céu e inferno.

“O ilusionismo das obras e a gastança sem fim”, por Antonio Imbassahy

Artigo do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA) publicado no jornal A Tarde

Antonio-Imbassahy-Foto-George-Gianni-PSDB-1-300x199Multiplicam-se a incalculáveis os gastos públicos em obras inacabadas, propagandas e projetos megalomaníacos que, mesmo sabidamente inviáveis e condenados pela descrença do povo, comprometem fortunas. O PAC empacou e o crescimento do país está travado, também pela nossa péssima infraestrutura de transporte e de armazenamento. Diante da imobilidade urbana, o governo federal parece obcecado pelo projeto do ‘trem-bala’ que ligaria São Paulo ao Rio. Só na pré-licitação, já consome milhões de reais e, se concretizado, tem custos estimados em R$ 60 bilhões. Na Bahia, com a capital garroteada por engarrafamentos e sem soluções à vista, o governo foca na miragem da ponte Salvador/ Itaparica, com pré-projetos que consomem R$ 80 milhões em estudos de possibilidades, fora o que já se foi em publicidade.

Aliás, o governo Dilma tem torrado verbas em publicidade que ultrapassam investimentos em áreas prioritárias como segurança, saúde e educação. São R$ 1,78 bi/ano, tentando nos fazer crer que anúncios de idéias e projetos sejam realizações. Em 10 anos de governo petista, consumiu-se R$ 16 bilhões em publicidade, alardeando, por exemplo, ações de combate à seca. O sertanejo, calejado, quer saber quantas barragens foram construídas, onde os açudes, as redes de irrigação, quantos poços foram perfurados e onde; o que foi feito, em definitivo, em prol da convivência com o fenômeno da natureza; de fato, nada além das ‘ações emergenciais’ costumeiras: carro-pipa, cisterna plástica, linha de crédito, que só endivida e também serve para alimentar os ‘negócios da seca’, de ganhos eleitoreiros.

No rol das obras sem fim, a transposição do Rio São Francisco, iniciada no governo Lula, abandonada, sem levar gota d´água ao caatingueiro; a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, de 1 527 km, indispensável ao escoamento de grãos e de minérios, que não anda; o Porto Sul que não acontece; a duplicação das BR 101 e 116, que jamais chega em território baiano, senão em diminutos trechos já colapsados. E cobramos o aeroporto de Vitoria da Conquista, o anel de contorno de Feira de Santana, hospitais regionais, prometidos, como os milhares de UPAs, creches e escolas profissionalizantes, país afora.

A despeito dos gastos no ilusionismo, em Salvador, arrastam-se obras iniciadas no século passado, como o metrô de calça curta, agora sob a tutela do Estado, mas, desde o começo sob a co-responsabilidade do Governo Federal. A via Portuária embaraçada em túneis que se desencontram e pilares de passarelas que arreiam. A duplicação da avenida Pinto de Aguiar; as ligações transversais orla/BR 324, nem um peão. Grandes painéis estampam desenhos de viadutos e passarelas sobre a Paralela, mas, apenas pingados operários tocam as obras, no mesmo ritmo da construção da passarela de Pituaçu, que ao ficar pronta já não havia mais torcedor para atravessá-las, o estádio está sem bola rolando. Ou as do Cais do Porto, as da praça de Roma, até um desrespeito à memória de Irmã Dulce. E tem a ‘revitalização’ da Feira de São Joaquim, onde tomates e coentros são oferecidos em carrinhos-de-mão, sobre a lama, além da espera para que seja m erguidos alguns boxes na Ceasinha do Rio Vermelho.

São significativos exemplos, talvez os mais gritantes, de como os recursos públicos, em bilhões, vem sendo gerenciado, sem escrúpulos. O povo nas ruas, em junho, de modo pacífico e firme, disse um BASTA à maneira desregrada como se vem tratando o dinheiro do povo. Impunemente. Ora, se não conseguem entregar em tempo obras como as de recuperação de uma feira, um mercado urbano, da construção de uma passarela pré-moldada, como crer que seriam capazes de fazer uma ponte de 17 km sobre a correnteza do mar; nossos trinetos a veriam? O povo pergunta, zombeteiro. A propaganda já não engabela e o desperdício revolta. A ‘res’ (coisa) pública deve ser tratada com decência, prestando-se contas. Ou obras inacabadas e recursos mal empregados serão o ‘legado’ desse desgoverno em 2014? O momento exige uma nova direção.