PSDB – MS

Guilherme.Aguiar

Brasil terá o sétimo pior crescimento entre 25 países emergentes, aponta estudo

Dilma-Rousseff-Foto-Wilson-Dias-ABr-300x200Brasília – As previsões de crescimento para o Brasil em 2013 não param de cair. Um estudo produzido pela consultoria EY indica que o desempenho da economia brasileira em 2013 deve ser o sétimo pior entre 25 países emergentes pesquisados pela instituição. Outro dado ruim vem do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central. Nele, economistas apontam que a evolução do PIB deve ficar em 2,24%, abaixo dos 2,28% e dos 2,10% previstos nos relatórios anteriores produzido pelo banco.

O deputado federal Alexandre Toledo (PSDB-AL) afirmou que os números são resultado da ausência de “foco de investimento” por parte da presidente Dilma Rousseff. “O governo não consegue desenvolver a economia porque não tem gestão e porque não investe em infraestrutura para o país”, declarou.

O parlamentar ressaltou que não faz sentido culpar a conjuntura internacional por conta do mau momento da economia brasileira. “Quando a crise mundial estourou, os petistas disseram que tinham capacidade para superá-la. E agora, não têm mais? A desculpa não procede”, apontou.

A pesquisa Focus revelou ainda outras perspectivas negativas para a economia. O texto indicou que o mercado espera elevação das taxas de juros para 9,75% nos próximos meses – atualmente, o indicador está em 8,5%. Houve também redução na expectativa para o saldo da balança comercial brasileira. Antes estimado como com superávit de US$ 5,7 bilhões, a variável foi reajustada para US$ 5,09 bilhões.

Indústria – A diminuição da expectativa de crescimento da produção industrial é apontada como um dos fatores para a pequena evolução do PIB nacional. Segundo Toledo, o quadro ocorre pela inexistência de políticas setoriais.

“Houve ações pontuais, que beneficiaram um ou outro segmento, mas nada consistente”, disse. Para o deputado, o déficit da estrutura brasileira – como redes insuficientes e em mau estado de estradas, ferrovias e portos – é um componente determinante para que a indústria pouco evolua.

“Trens fantasmas”, análise do Instituto Teotônio Vilela

FERROVIA-Norte-Sul-Foto-Divulgacao--300x203O governo parece que vai mesmo insistir na sandice do trem-bala, torrando muito dinheiro público e rasgando todos os princípios que devem nortear a boa administração. Construir as ferrovias que o país de fato precisa, contudo, a gestão petista não consegue.

Mesmo com todas as indicações contrárias, o leilão do trem-bala está mantido, com entrega das propostas prevista para a próxima quarta-feira, dia 14. Como a obra só para de pé à base de muito dinheiro do contribuinte, BNDES e Correios anunciaram ontem a intenção de se associarem aos consórcios em disputa. Incluindo fundos de pensão, a participação pública pode chegar a 80% do negócio, considerando aportes, subsídios e financiamentos camaradas.

Ninguém, nesta altura do campeonato, é capaz de dizer quanto o trem-bala vai custar. As estimativas começaram, lá em 2007, na casa dos R$ 19 bilhões. Hoje não há quem aposte que a obra saia por menos de R$ 50 bilhões e até o governo federal admite que os custos já pelo menos dobraram desde o projeto original. É a mais cara obra de infraestrutura já feita no país.

Tanto dinheiro seria suficiente para praticamente zerar os problemas de mobilidade urbana nos grandes centros brasileiros, como mostrou o Ipea em 2010. Alternativamente, seria capaz de bancar 10 mil km de ferrovias e tornar o Brasil uma verdadeira potência agrícola e exportadora, dando máxima competitividade às safras colhidas no interior, que poderiam passar a dispor de farto transporte por trilhos até nossos portos.

Mas a opção dos petistas é outra: apostar numa obra que, até agora, não se mostrou realmente necessária, competitiva ou sustentável. O modelo de negócio é mirabolante e as regras mudam a toda hora. Estima-se que a passagem do trem-bala chegue a custar R$ 650, mais que o dobro da previsão oficial, segundo O Globo, e bem mais que os bilhetes de ônibus e aviões que a ferrovia, supostamente, pode vir a substituir.

Esta será a quarta tentativa do governo de leiloar a obra: por duas vezes, o certame foi adiado e na terceira ninguém apareceu para dar lances. “É um projeto mal feito. Até hoje não há trajeto definido, nem projeto executivo de engenharia”, resume Paulo Fleury, professor da UFRJ e um dos maiores especialistas do país em logística e transportes.

“Para começar, vai haver dinheiro público, muito subsídio, empréstimo a juro de pai para filho, prazos de avô para neto, carências e garantias. Para continuar, não se sabe quanto vai custar o trem (ainda não há projeto)”, comenta Vinicius Torres Freire na edição de hoje da Folha de S.Paulo.

Enquanto afunda no projeto do trem-bala, o governo descuida das demais ferrovias em construção no país e enfrenta sérias dificuldades para levar adiante seu programa de concessões para o setor. Até hoje, Dilma Rousseff não inaugurou um metro sequer de trilhos e seu governo corre risco de passar batido nesta seara.

O exemplo mais gritante da incúria petista com nossas ferrovias é o que acontece com a Oeste-Leste (Fiol), que, com 1.022 km, ligará o Centro-Oeste a Ilhéus, no litoral da Bahia. Pelo cronograma inicial, o empreendimento deveria ter sido inaugurado no último dia 31, mas a realidade difere muito da propaganda oficial: até hoje é uma obra fantasma.

“Depois de ter suas obras contratadas há mais de três anos, a Fiol ainda está distante do dia em que os trens finalmente poderão rodar em seu traçado. Até hoje, nenhum metro de trilho foi instalado”, mostrou o Valor Econômico em alentada reportagem publicada na semana passada. A Fiol tem o dobro do traçado do trem-bala e deverá custar menos de um décimo.

Igualmente problemática é a construção da ferrovia Norte-Sul. Trechos inteiros estão tendo de ser refeitos, por problemas de concepção e projeto e uma execução para lá de catastrófica por parte da Valec – que o PT quer enfiar nos consórcios privados das próximas concessões. Com isso, o país vai desperdiçando muito dinheiro e perdendo muitas oportunidades.

A falta de transporte sobre trilhos em direção aos portos da região Norte, por exemplo, vai impedir que produtos brasileiros se aproveitem, num primeiro momento, da ampliação do canal do Panamá, obra que vai revolucionar a logística mundial. A ligação entre Açailândia, no Maranhão, e Barcarena, no Pará, não sai do papel.

O governo Dilma bolou um plano ambicioso de logística, que prevê investimentos de R$ 133 bilhões em até 30 anos, dos quais R$ 80 bilhões no primeiro quinquênio. Mas da intenção aos fatos vai longuíssima distância e a dificuldade dos petistas em definir regras equilibradas e transparentes para as concessões está embarreirando o interesse dos investidores privados.

Um país com dimensões continentais como o Brasil não pode prescindir da alternativa barata e competitiva das ferrovias. Há dinheiro e apetite para investir nos trilhos, mas faltam equilíbrio e clareza de regras. Ao insistir no trem-bala e deixar de lado os traçados de que o país realmente necessita, o governo da presidente Dilma Rousseff dá mostra de que prefere embarcar numa viagem de puro terror.

“O jeito Francisco de mudar”, artigo de Rodrigo de Castro (PSDB-MG)

Rodrigo-de-Castro-Foto-George-Gianni-PSDB-1-300x199* Artigo do deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG) publicado na edição desta terça-feira (6) do jornal Estado de Minas

Tudo o que já se falou sobre a visita do papa Francisco resume-se em críticas à segurança, elogios ao carisma e popularidade do pontífice e especulações sobre esperadas mudanças no seio dessa milenar instituição, a Igreja Católica Apostólica romana. Quanto à logística, o Brasil teve uma grande oportunidade de aprender com os erros que, ainda pesando sobre os governantes do Estado-sede da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), já foram perdoados pelo papa. A imprensa internacional foi cruel, manifestando desconfiança da capacidade do país na organização dos eventos desportivos programados para 2014 e 2016. O jornal Chicago Sun-Times, com acidez, e não sem uma ponta de despeito pela derrota de Chicago na disputa para sediar os Jogos Olímpicos, foi logo estampando em manchete: “Perdemos para isso?”. Não é de estranhar que a imprensa estrangeira não se tenha sequer referido ao caráter pacífico do povo brasileiro, mesmo diante da inocorrência de qualquer incidente com as pessoas e com o papa, que andou em carro aberto, desceu dele para beijar crianças e velhinhos, misturou-se com a população.

Digno de nota, e pena que não o suficientemente explorado pela imprensa internacional, foi o exemplar comportamento dos jovens, que mostraram, durante todo o evento, que estavam ali para ouvir o papa, manifestar a sua fé e colaborar na discussão dos problemas da igreja. O respeito demonstrado por eles mereceu dos cariocas que abrissem as portas para recebê-los e oferecer-lhes apoio logístico. Ostentando as cores da jornada, contribuíram com a segurança, fazendo o cordão de isolamento do papa, inteiramente respeitado pela população. O ambiente de ordem e tranquilidade que criaram tornou menores as falhas de segurança.

O jeito Francisco de lidar com o público, driblando a segurança, não significava vaidade de ser popular e cair nas graças do povo. Era o traço de simplicidade de sua pessoa, de seu despojamento diante das coisas materiais e de sua filosofia de vida, construída no dia a dia da missão pastoral assentada na cultura do encontro e do diálogo. E com sua simplicidade natural e a argúcia de sua inteligência jesuíta, driblou também a presidente Dilma Rousseff, ao responder com um discurso de essência religiosa, a uma fala inteiramente oportunista, enaltecedora do governo e do partido que representa. Dilma com foco na reeleição; Francisco com foco nos jovens, considerados por ele a janela pela qual o futuro entra no mundo. Sob o manto da religião, Francisco alinhava os desafios dos dirigentes políticos: abrir espaço aos jovens, tutelar as condições de seu pleno desenvolvimento, garantir-lhes segurança e educação e despertar-lhes as potencialidades, de forma que cada um seja sujeito do próprio amanhã e corresponsável pelo destino de todos.

Em outro momento, ainda sob a moldura da religião, convocou os jovens a irem contra a corrente e contra a cultura do provisório – “sejam revolucionários e tenham a coragem de ser felizes” –, estando atentos às investidas de manipulação. Em entrevista concedida a uma emissora de tevê, voltou ao tema afirmando que “o jovem que não protesta não me agrada”. Dispensou também, na oportunidade, um carinho especial aos idosos, descartados – como os jovens – pelos interesses economicistas. Com a mesma sutileza, na visita à comunidade de Varginha, chamou de alta caridade o resgate da política. Falou da corrupção, sendo incisivo ao manifestar que não existe pacificação com pobreza. De fato, se a saúde e a educação não subir o morro junto com a polícia, não haverá inclusão social.

Nos vários discursos e nas duas entrevistas concedidas, Francisco não deixou de abordar, com serenidade, os problemas que incomodam a Igreja, como o escândalo no Banco do Vaticano, o hermetismo da Cúria Romana e a questão da pedofilia, assim como as questões que revelam o atraso secular da instituição, o distanciamento dos interesses de seus fiéis e o desafio de reconquistar seguidores. Em cada situação abordada, Francisco revelou-se um pontífice conectado com os problemas de seu tempo e disposto a nele reinserir a Igreja. Nessa missão será ajudado por sua mansidão incisiva, sua simplicidade eloquente e sua lógica jesuítica, enfim, por esse jeito Francisco de ser.

Aécio: A prioridade do PSDB é consolidar o partido como alternativa para o país

Aecio-Neves-060813-7-George-Gianni-300x199Brasília – Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a prioridade do partido em 2013 é consolidar-se como alternativa para o país. Em entrevista concedida nesta terça-feira (06/08), após reunião com os presidentes e secretários-gerais dos 27 Diretórios Estaduais do PSDB, Aécio não descartou a realização de prévias, mas afirmou que a definição do candidato do partido para 2014 será feita no momento certo.

“Esse ano é a hora de nós andarmos pelo Brasil. Como eu disse, conversando com as pessoas. Ouvindo o que o Brasil tem a dizer. Estimulando os nossos movimentos, para que nós, no amanhecer de 2014, possamos, aí sim, decidir quem empunhará as bandeiras do PSDB. Ter um candidato é muito fácil. O difícil é saber o que esse candidato tem a dizer”, afirmou.

Aécio assumiu ainda o compromisso de percorrer os estados em encontros regionais do PSDB: “Nesse momento o que eu fui demandado aqui pelos presidentes estaduais é fortalecer essa organização regional. Dar gás aos nossos companheiros, à nossa militância e andar pelo país. Eu estou disposto a fazer isso”.

Para o presidente nacional do PSDB, cabe agora ao partido mostrar suas gestões bem sucedidas e olhar para o futuro.

“O novo somos nós. Porque aqueles que estão no governo envelheceram. E nós temos que mostrar isso para a população brasileira”, concluiu.

Leia abaixo a íntegra da entrevista do presidente nacional do PSDB:

Sobre a reunião.

É a primeira reunião com a presença de todos os 27 diretórios do PSDB, numa demonstração de unidade do partido, de vontade de construção de um projeto alternativo a esse que está ai. Vamos agora ter, além do entusiasmo já demonstrado por todos, método. Vamos fortalecer os nossos movimentos setoriais, temos o PSDB Mulher, que é o mais vibrante movimento partidário feminino do país, temos o nosso movimento jovem, extremamente vigoroso, que será ampliado. Nós temos o nosso movimento negro, o Tucanafro, que discutirá políticas sociais de inserção. Temos o nosso PSDB da Sustentabilidade, que vai discutir as políticas no campo ambiental, o PSDB Sindical. Enfim, um conjunto de grupos e de pessoas espalhados pelo Brasil que vai dar subsídios à construção do projeto alternativo a esse que tá aí. Essa é uma etapa, obviamente inúmeras outras reuniões vão ocorrer.

A partir de agora vamos fazer reuniões nas regiões do Brasil, reunindo os estados de cada região, discutindo inclusive propostas regionais, e vamos andar, falando com os brasileiros, como eu disse aqui: papo reto. Falando o que é possível fazer, como fazer, denunciando o que está errado, dizendo que o Brasil pode avançar muito mais do que avançou até aqui. Nós temos essa convicção. E quando você tem convicção, fica muito mais fácil a caminhada.

O senhor disse que está com o couro duro para aguentar pancadaria. O que o senhor quer dizer com isso?

Eu acho que uma campanha eleitoral, já percebemos isso claramente nas redes sociais, é uma campanha muito dura, sobretudo quando se enfrenta alguns setores – eu nem generalizo – alguns setores ligados ao PT. Eu digo isso para estimular os meus companheiros. O PSDB tem um passado de história na construção dos avanços que o Brasil viveu até hoje, no campo econômico e no campo social. O PSDB tem uma militância presente, extremamente aguerrida, e tem propostas pro futuro. O que cabe agora a nós é mostrarmos à sociedade brasileira, mostrarmos à população brasileira que nós somos uma proposta alternativa melhor a essa que está aí. Como vamos fazer isso? Andando pelo Brasil, conversando diretamente com as pessoas, ouvindo muito das pessoas, e enfrentando as críticas. Nós não devemos temer a crítica em nenhum campo. No campo econômico, no campo social, no campo administrativo. Porque em todos eles, acho que o PSDB leva vantagem.

O senhor voltou a falar que pode se apresentar no momento oportuno, mas não se apresenta ainda como candidato do partido. O senhor acha que ainda há espaço para outras candidaturas, há espaço para prévias?

Olha, O PSDB é um partido de quadros, sempre foi. Esse foi sempre um diferencial do PSDB. Nunca faltaram alternativas ao partido. O papel que eu cumpro nesse instante, e é preciso que isso fique claro, é o papel de presidente nacional do PSDB. De mobilizador do partido. De organizador do nosso discurso. Na busca da sua capilaridade, na busca da sua inserção regional. Esse é o meu papel. O ano que vem é o ano das eleições. E é o ano obviamente do surgimento ou da formalização das candidaturas. A prévia não é um problema para o PSDB, eu mesmo sempre as defendi. Depende apenas da Executiva ser instada e haver mais de um candidato. Em havendo, o PSDB as realizará. Mas, nesse momento o que eu fui demandado aqui pelos presidentes estaduais é fortalecer essa organização regional, dar gás aos nossos companheiros, à nossa militância e andar pelo país. Eu estou disposto a fazer isso.

O senhor falou da questão das prévias. Mas se for levar em conta o que foi decidido aqui, não haverá prévias, porque todos eles, parece que em unanimidade, reivindicaram a sua candidatura a presidente.

Eu jamais seria ou serei candidato a presidente da República se eu não tiver o apoio da grande maioria do meu partido. As manifestações unânimes aqui hoje são muito estimuladoras. Mas eu repito, nós não temos que mudar o nosso tempo. Eu sou de Minas, vocês sabem disso. Em Minas a gente não costuma colocar a carroça antes dos bois. Então, nós vamos aguardar o momento certo para definição das candidaturas. Não é ainda esse ano. Repito, esse é o ano da consolidação do PSDB como a melhor alternativa a esse modelo que está aí. E o espaço está aberto. Depende muito de nós falarmos para as pessoas o que nós pensamos, mostrar as nossas gestões e, sobretudo, olhar para o futuro. O novo somos nós. Porque aqueles que estão no governo envelheceram. E nós temos que mostrar isso para a população brasileira.

Essa reunião com os presidentes dos diretórios é um jeito de chegar lá na ponta, de ter essa aproximação com os brasileiros?

É um dos caminhos que nós queremos usar. Vamos usar as redes, vamos usar a capilaridade que o partido tem em praticamente todos os estados. O PSDB é um partido estruturado, o PSDB é um partido experimentado. Que já ganhou e já perdeu eleições. O PSDB tem uma massa crítica hoje muito valiosa no momento da construção de um projeto alternativo. Posso dizer que saio dessa reunião extremamente animado, sabendo que nós temos um grupo político sólido, de pessoas que acreditam que o Brasil pode dar um salto de qualidade na gestão pública, avanços importantes no campo social e, sobretudo, retornar um clima de estabilidade na economia que nós estamos perdendo paulatinamente.

É o início de uma construção. Esse ano é a hora de nós andarmos pelo Brasil. Como eu disse, conversando com as pessoas. Ouvindo o que o Brasil tem a dizer. Estimulando os nossos movimentos, para que nós, no amanhecer de 2014, possamos, aí sim, decidir quem empunhará as bandeiras do PSDB. Ter um candidato é muito fácil. O difícil é saber o que esse candidato tem a dizer. O que nós estamos buscando é isso: conectar, atualizar; principalmente, atualizar o nosso discurso. Eu tenho certeza que no tempo certo os brasileiros olharão pra nós e olharão para aqueles que estão no governo e verão que é hora de encerrar esse ciclo. É hora de iniciar um ciclo virtuoso, de eficiência na gestão pública, de ética, transparência, e, sobretudo, de responsabilidade na condução da economia.

Decisão do governo de perdoar dívida de países africanos acusados de corrupção “causa estranheza”, diz Figueiró

Senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) comemora crescimento da indústria no Mato Grosso do SulO senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) achou estranha a posição do governo brasileiro de perdoar 80% da dívida acumulada por 12 países africanos com o Brasil, alguns dos quais acusados de corrupção. “O pior é que se tem notícia, conforme reportagem recente de O Globo, que aqueles recursos que o Brasil destinou possivelmente foram desviados para engordar as burras de dirigentes, alguns até ditadores”, lamentou o tucano.

Para Figueiró, não se pode tapar o sol com a peneira. Ele avalia que a situação econômica e financeira do Brasil não comporta hoje “os gestos de generosidade, sobretudo, quando eles se destinam a governos acusados de corrupção”, disse o parlamentar sul-mato-grossense, reforçando que os problemas orçamentários do Brasil são tão preocupantes que será “um gesto temerário do Executivo perdoar créditos que possui junto aos países devedores”.

O senador Ruben Figueiró classificou ainda a decisão como uma “clara ação de pragmatismo eleitoral”. “É sabido que empreiteiras, mineradoras e produtores rurais querem atuar nesses países com financiamento do BNDES. No entanto, a legislação impede a concessão de benefícios para nações com dívidas atrasadas junto ao Brasil”, disse o tucano.

Figueiró recordou-se de editorial do jornal O Estado de São Paulo publicado no início da primeira gestão do ex-presidente Lula advertindo o governo do perigo financeiro que poderia advir da política então conhecida como sul-sul, em especial com países da África, consubstanciada na intensificação de tratativas comerciais e de abertura de oportunidades a empresas brasileiras para investirem naquele continente.

“Milhões e milhões de dólares, ora de empréstimos por meio do BNDES, ora de apoios financeiros a governos, elevaram as dívidas a cifras astronômicas, considerando a capacidade de endividamento daqueles países. O resultado é que se tornaram impagáveis nos dias atuais“.
Da assessoria de imprensa do senador

Aécio Neves ressalta importância de reunião com diretórios estaduais do PSDB

Reuniao-Executiva-Foto-George-Gianni--300x199Brasília – Ao saudar todos os presidentes e secretários-gerais do PSDB reunidos nesta terça-feira (6), na sede do partido, em Brasília, o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (MG), ressaltou a importância da iniciativa para a construção de propostas coesas e integradas entre todos os estados da Federação. “Essa é a mais importante reunião do partido desde que eu assumi a presidência do PSDB”, disse.

Em sua fala, Aécio manifestou o desejo de tornar os encontros permanentes, para que a agenda do partido possa ser discutida regionalmente.

Confira os principais trechos do discurso do senador Aécio Neves:

“Eu quero realmente saudar a todos e lhes dizer, com muita clareza e franqueza: essa é a mais importante reunião do partido desde que eu assumi a presidência do PSDB. A nossa ideia, a ideia inclusive do secretário-geral Mendes Thame (SP), é que nós façamos disso um processo permanente. Encontros como esse, encontros regionais, menores, onde os temas possam ser um pouco mais debatidos.

Acho que essa reunião, além desse conhecimento mais geral sobre a situação dos diversos estados, é a oportunidade de nós nos conhecermos um pouco melhor, vocês se conhecerem um pouco melhor. Um partido se faz também pela relação pessoal. Eu não tenho dúvidas de que o PSDB é um partido diferenciado nos seus quadros, na clareza daquilo que propõe para o Brasil, e mais do que nunca depende apenas de nós construirmos esse projeto alternativo.

A minha avaliação se inicia aqui hoje, com esse encontro. Ao final, obviamente, eu quero expor algumas questões, fazer algumas considerações e até mesmo algumas sugestões, mas eu queria iniciar minha participação dizendo a importância que dou a essa reunião, e à ideia de que façamos isso, portanto, de forma periódica a partir de agora”.

“Cartas na mesa”, artigo de Fernando Henrique Cardoso

* Artigo de Fernando Henrique Cardoso publicado na edição de domingo (4) do jornal O Globo

FHC-foto-Magdalena-Gutierrez-IFHC-1-300x199Saí do Brasil depois que as manifestações populares haviam provocado uma tsunami na avaliação dos principais dirigentes políticos. Na Europa, o noticiário repercute a recidiva da crise egípcia, a volta da incerteza na Tunísia, a continuidade trágica da guerra civil síria, os atentados sem fim no Paquistão e no Afeganistão, enfim, uma rotina de tragédias preanunciadas que, vistas de longe, parecem “coisas do Terceiro Mundo”. Enquanto isso, a China vai encolhendo sua economia, os Estados Unidos confiam na recuperação, e a Europa se contorce em ajustes sem fim. Do Brasil ecoam apenas os passos do Papa, por vezes tocando o solo lamacento dos ermos para onde o levam em sua pregação.

De nossas aflições financeiras, os mercados externos só eventualmente tratam, mas delas sempre se cuidam, retirando suas aplicações ao primeiro sinal de alarme. Do desabamento político, poucas referências há. Embora nenhuma crise de legitimidade tenha sido o gatilho do torvelinho popular, este terminou por mostrar que existe algo parecido com ela. Se de nossa politica a mídia ocidental cuidasse, talvez visse que nem só na África e no Oriente Médio há um desencontro entre o poder e o povo. Há algo que não está funcionando direito na política, mesmo nas partes mais longínquas do Ocidente, como a América do Sul. Há um elo nesse desarranjo: as sociedades urbanas de massas, agora hiperconectadas pela internet, sentem-se mal representadas pelos que as comandam. Isso vale tanto para nós como para a Itália, a Espanha, a Grécia ou Portugal, assim como valeu para a Islândia ou pode vir a valer para outras regiões onde, além da crise de legitimidade política, choques culturais e religiosos acrescentem outra crise à de identidade.

Em nosso caso, como nos demais países ocidentais, o fator geral mais evidente que condiciona e possibilita o surgimento do mal-estar político deriva da grande crise financeira de 2007/8. Mas seria enganoso pensar que basta retomar o ritmo do crescimento da economia, e tudo se arranja. É melhor ter cautela e reconhecer que, uma vez visto o rei nu, sua magia se desfaz ou engana a menos incautos. As novas formas de sociabilidade criadas pelos meios diretos de informação e comunicação estão a requerer revisão profunda no modo de se fazer política e nas instituições nas quais o poder se exerce. A desconfiança em relação a partidos e dos políticos é generalizada, embora não atinja o mesmo grau em todos os países, nem as instituições desabem ou sejam incapazes de se aprimorarem. Até agora os efeitos construtivos da pressão popular sobre as instituições — salvo na Islândia — estão por ver-se. Mas basta haver eleições para que os governos (de esquerda, de direita ou o que mais sejam) caiam, como cairia o nosso se as eleições fossem em breve.

A questão é complexa, e há responsáveis políticos, em maior ou menor grau. Para começar, o governo Lula zombou da crise: era uma “marolinha”, e seguiu funcionando, fagueiro, como se nada precisasse ser feito para ajustar o rumo. Houve, portanto, uma avaliação errada da conjuntura. Mas houve outras barbeiragens. O lulopetismo, arrogante, colocou a lanterna na popa do barco e, rumando ao passado, retomou as políticas dos tempos militares geiselianos como se avançasse intrépido para o futuro. Tome subsídios para pobres e ricos, mais para estes do que para aqueles, mais sem razão ao ajudar os ricos do que os pobres. Perceberam tarde que o cobertor era curto, faltaria dinheiro. Se há problemas, tome maquiagem: o Tesouro se endivida, empresta dinheiro no mercado, repassa-o ao BNDES, que fornece os mesmos recursos aos empresários amigos do Rei. Toma-se dinheiro a, digamos, dez por cento e se concede a cinco. Quem paga a farra: eu, você, os contribuintes todos e os consumidores, porque algo dessa mágica desemboca em inflação.

A maquiagem fiscal já não engana: mesmo o governo dizendo que sua dívida líquida não aumenta, os que sabem ler balanços veem que a dívida bruta aumenta, e os que investem ou emprestam, nacionais ou estrangeiros, aprenderam muito bem a ler as contas. Deixam de acreditar no governo. Mais ainda quando observam suas ginásticas para fingir que é austero e mantém o superávit primário.

Não é só. Em vez de preparar o Brasil para um futuro mais eficiente e decente, com regras claras e competitivas que incentivassem a produtividade, o “modelo” retrocedeu ao clientelismo, ao protecionismo governamental e à ingerência crescente do poder político na vida das pessoas e das empresas. E não apenas graças a características pessoais da presidenta: a visão petista descrê da sociedade civil, atrela-a ao governo e ao partido, e transforma o Estado na mola exclusiva da economia. Pior e inevitável, a corrupção, independentemente dos desejos de quem esteja no ápice, vem junto. Tal sistema não é novo, foi coroado lá atrás, ainda no primeiro mandato de Lula, quando se armou o mensalão. Também neste caso há responsáveis políticos, e nem todos estão na lista dos condenados pelo Supremo.

Com ou sem consciência de seus erros, o petismo é responsável por muito do que aí está. Não por acaso seu líder supremo, depois de longo silêncio, ao falar foi claro: se identificou com as instituições que as ruas criticam e, como Macunaíma, aconselhou a presidenta a fazer oposição a si mesma, como se governo não fosse…

Se as oposições pretenderem sobreviver ao cataclismo, a hora é agora. O Brasil quer e precisa mudar. Chegou o momento de as vozes oposicionistas se comprometerem com um novo estilo de política e de assim procederem. Escutando e interpretando o significado do protesto popular. Sendo diretas e sinceras. Basta de corrupção e de falsas manias de grandeza. Enfrentemos o essencial da vida cotidiana, dos transportes à saúde, à educação e à segurança, não para prometer o milagre da solução imediata, mas a transparência das contas, das dificuldades e dos propósitos. E não nos enganemos mais: ou nos capacitamos para participar e concorrer num mundo global áspero e em crise ou nos condenaremos à irrelevância.

“Mês do desgosto”, análise do ITV

Análise do Instituto Teotônio Vilela

Dilma-foto-George-Gianni-PSDB-300x199A presidente Dilma Rousseff não encontrará sopa no retorno do Congresso às atividades, a partir desta semana. Há muito não se via um governo tão fraco e desprovido de apoio parlamentar, fruto direto da maneira inábil e arrogante com a qual o Planalto vem pautando suas relações com o Legislativo nos últimos anos.

Quando o recesso branco começou, na terceira semana de julho, os articuladores do governo divulgaram que a presidente aproveitaria a parada para pôr ordem na casa e impor um freio de arrumação na administração. Nada feito. Os desacertos continuaram a se repetir na mesma cadência de sempre.

O governo manteve sua rotina de decidir e depois desistir, como no caso do programa Mais Médicos, da portaria sobre procedimentos para mudança de sexo no SUS, da suspensão das atividades da Marinha. A tônica é a mesma: desfaz-se num dia o que fora feito no anterior. Impera a desorientação.

Não surpreende que governo tão mal ajambrado tenha apoio tão periclitante tanto na sociedade como no Parlamento. Há estatísticas para todos os gostos e todas levam à mesma conclusão: o prestígio da presidente Dilma é cadente, não apenas entre deputados e senadores, mas, principalmente, entre a população em geral.

A petista dispõe, segundo a Folha de S.Paulo, da base parlamentar mais indisciplinada desde a redemocratização do país. De acordo com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, no primeiro semestre os partidos aliados acompanharam a orientação do Planalto em somente 69% das votações. Nem Lula em seus piores momentos foi tão mal.

O número de parlamentares fiéis ao governo também é declinante. Segundo O Estado de S.Paulo, apenas um quinto da Câmara vota hoje sistematicamente seguindo as ordens do Executivo. O bloco governista já teve 17 partidos e hoje conta com apenas oito, já incluindo na conta o PT. Ou seja, nove legendas já pularam fora do barco.

Os próprios petistas consideram que os aliados certos atualmente seriam apenas 25 no Senado e 120 na Câmara, como mostra hoje o Valor Econômico. Nada bom para um governo eleito por uma imensa coligação formada por dez partidos e que começou o mandato apoiado por 62 dos 81 senadores e 400 dos 513 deputados.

Além de desgastada junto aos brasileiros em geral e à classe política em particular, Dilma sofre erosão em outras frentes. Os empresários também já se encheram da presidente. Percebem estar diante de um governo que decide mal; que brinca com coisa séria, como a inflação; que não garante confiança e segurança para quem quer construir um futuro mais próspero.

E o que faz a presidente para tentar fugir do beco sem saída em que se meteu? Apela para as mais abjetas práticas da política, como o toma-lá-dá-cá da liberação de emendas parlamentares, sempre privilegiando o PT, ou corre para o colo de seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Possivelmente, atitudes desta natureza não vão ajudar Dilma a melhorar sua avaliação nem a descascar o imenso abacaxi que a espera na retomada das atividades do Congresso. Na pauta parlamentar, estão a derrubada do veto presidencial ao fim da multa rescisória de 10% do FGTS em caso de demissões sem justa causa; a aprovação do Orçamento impositivo; a definição sobre a partilha dos royalties; a famigerada medida provisória dos médicos – e por aí vai.

Em suas manifestações públicas, a presidente da República continua agindo como se estivesse tudo às mil maravilhas. Se está, não parece. Dilma Rousseff tem demonstrado que só consegue produzir respostas velhas para um Brasil que quer se renovar. Agosto será um bom teste para saber até onde vai o alheamento da presidente. É bem provável que o mês lhe renda muitos desgostos.