
PSDB-MS
O jornal O Globo trouxe mais uma grave denúncia que comprova o uso da máquina pública em favor dos interesses eleitorais do PT.
Depois de a justiça identificar o uso de servidores da prefeitura petista de Guarulhos e de computadores da Eletrobrás na disseminação de calúnias contra o presidente do PSDB, Aécio Neves, na internet, surge agora comprovação de que funcionários do Planalto, pagos com recursos do contribuinte, ao invés de servir ao governo e ao país, são utilizados para servir ao PT monitorando atividades políticas de adversários do partido.
A nova “lista” buscada pelo Planalto provavelmente serviria para perseguição ou tentativa de aliciamento, duas práticas condenáveis no regime democrático e que revelam a incapacidade do PT de conviver e respeitar as diferenças naturais numa sociedade democrática.
A reportagem demonstra que o assessor Cássio Parrode Pires, que trabalha na Presidência da República, tentou identificar o nome dos prefeitos do PMDB que participaram de evento de apoio à candidatura de Aécio Neves no Rio de Janeiro. O servidor trabalha no Núcleo de Gestão da Informação, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, que deveria reunir dados sobre os estados e municípios para ajudar o ministro e a presidente no processo de tomada de decisão em temas relacionados à Federação.
A presidente Dilma tentou firmar-se como líder do país e não conseguiu: faz campanha mais uma vez sob a tutela de Lula. A fama de gestora foi desmentida pela mediocridade do seu governo. Que faxineira é essa que traz de volta ao seu regaço os que haviam sido dele excluído com estardalhaço?
Às favas com as razões éticas alardeadas à época da faxina: agora vale tudo em troca de alguns segundos de propaganda na TV. Para esse mesmo fim, Dilma, nos últimos dias, raspou o tacho do fisiologismo para aplacar o apetite insatisfeito de aliados descontentes, prestes à defecção.
Líder, gestora, faxineira: nada disso ela é.
Pois não é que agora pretende posar de moralista?
Discorreu hoje sobre as virtudes da sinceridade e da lealdade na ação política. Nem bem concluiu os últimos retoques de uma vasta e subterrânea operação de aliciamento
eleitoral com recursos públicos exalta, na convenção do PSD, a prevalência das convicções sobre as conveniências.
E tudo isso ao lado do ex-prefeito Gilberto Kassab, aliado correto que, há dois dias, fora impiedosamente vaiado na convenção do PT na presença da mesma presidente Dilma.
Na final de sua homilia, a falsa moralista saiu-se com uma surra do aforismo: a esperteza tem pernas curtas. Tem razão. E é por isso que seu governo também tem perna curta: vai acabar no próximo 31 de dezembro, sem direito à prorrogação.
Aloysio Nunes Ferreira (SP)
Líder do PSDB no Senado
Brasília, 25 de junho de 2014
O senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) afirmou que o ex-presidente Lula está querendo mistificar a realidade ao fazer uma análise exagerada da conjuntura econômica brasileira. O parlamentar tucano reagiu ao comentário de Lula durante almoço promovido pela Eurocâmara e pela Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo, na capital paulista, nesta terça-feira. Lula teria dito que há muita gente agindo de “má-fé” contra o Brasil.
Para Figueiró, Lula faz uma previsão otimista. “A realidade é que existe desemprego, a inflação está oscilando e não se conhece aumento de salário para qualquer trabalhador do sistema produtivo”, afirmou o senador sul-mato-grossense.
Figueiró destacou pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados que detectou queda de 18% no número de trabalhadores com carteira assinada de maio do ano passada em comparação com o mesmo mês de 2014. A indústria de transformação fechou 28,5 mil postos. “A desaceleração da economia e a postura intervencionista do governo têm afugentado os investidores. Nem a Copa do Mundo refletiu na geração esperada de empregos”, ressaltou o senador.
O ex-presidente Lula havia afirmado que “controlar a inflação, manter a estabilidade fiscal e controlar os gastos com desemprego é fácil, mas você manter a inflação dentro da meta, com seriedade fiscal, gerando emprego e aumentando de salário, é precedente pouco usual em qualquer país do mundo”.
(Da assessoria de imprensa do senador)
Brasília (DF) – Com um vasto legado em benefício do país ao longo de sua história, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) completa 26 anos de fundação nesta quarta-feira (25). Às vésperas do aniversário da legenda, deputados destacaram o passado de realizações, a força da legenda no presente e as perspectivas positivas para o futuro. Para os tucanos, a legenda continuará sendo protagonista no cenário político nacional e mostrará sua capacidade de promover as mudanças tão cobradas pela população nos rumos do país.
História
Fundado em 1988, ano da promulgação da Constituição, o partido já nasceu grande. Poucos meses após sua fundação, elegeu 18 prefeitos, inclusive de Belo Horizonte. O tempo foi passando e o PSDB foi ganhando mais força. O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC) disse que o partido tem uma vasta história de sucesso e de realizações de Norte a Sul. “Podemos ressaltar a questão da estabilidade econômica, os programas sociais, os investimento na educação e o cuidado com a saúde e com a segurança pública”, disse ele acrescentando que esse legado ocorreu durante as gestões de Fernando Henrique Cardoso, que governou o país de 1995 a 2002.
O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR) também recordou a herança bendita do governo Fernando Henrique Cardoso e avaliou que o partido está sintonizado com as vozes das ruas. “Eu diria que há um equilíbrio entre uma situação de esquerda e de direita, mostrando uma social democracia que privilegia a liberdade econômica, fortalece a iniciativa privada, sem deixar de dar atenção à essencialidade do plano social”, resumiu.
O enfrentamento das desigualdades sociais e a modernização da economia e das instituições são algumas das marcas tucanas à frente do governo federal. Em 2014, o Plano Real completa 20 anos.
Oposição
Ao assumirem o poder, em 2003, os petistas rasgaram o histórico discurso radical e mantiveram as linhas mestras da política econômica que tanto criticavam no passado. Além disso, reuniram programas sociais implementados por FHC sob o nome de Bolsa Família, em mais uma prova de que receberam uma herança bendita. No entanto, não foram capazes de manter o país no rumo do desenvolvimento ao longo do tempo.
Desde 2003, o partido se tornou a principal força de oposição do país, alertando para sucessivos malfeitos das gestões petistas e apontando caminhos para os principais desafios nacionais. A força tucana é comprovada pelos números das urnas: nas últimas eleições, por exemplo, foram oito governadores vitoriosos – inclusive em estados como São Paulo e Minas Gerais. Também foram eleitos mais de 700 prefeitos país afora. No Congresso, o PSDB tem 11 senadores e 44 deputados federais em exercício. Ética, responsabilidade e gestão eficaz são algumas das marcas do partido ao longo de sua história.
Para os tucanos, a agremiação tem as credenciais para se apresentar como capaz de recolocar o país nos trilhos. Os deputados expressaram orgulho de participar da história do PSDB. “Nós temos o que mostrar e vamos fazer muito mais pelo Brasil nos próximos anos”, finalizou Tebaldi.
Do Portal do PSDB na Câmara
O presidente nacional e candidato pelo PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, reuniu-se nessa quarta-feira (25/06) com o presidente nacional do PTB, Benito Gama. As articulações para as eleições presidenciais deste ano foram o principal tema do encontro. O PTB fará sua convenção nacional no próximo dia 27 (sexta-feira) e Benito Gama apresentará a proposta de que seu partido oficialize o apoio à candidatura de Aécio Neves à Presidência da República. A aliança com o PSDB, afirmou Benito Gama, deverá ser aprovada.
Brasília – Mais recursos do governo federal para estados e municípios, política de valorização da carreira e mudanças na formação dos professores, universalização da pré-escola e integração do ensino infantil com as áreas da saúde e da assistência social. Esses são alguns dos pontos defendidos pelo candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, no programa de governo que o partido apresentará ao país na eleição deste ano.
A proposta contempla professores, primeira-infância, pré-escola, ensino básico, juventude, ensino profissionalizante, garantia da expansão de programas federais como o Fies e ProUni, entre outros pontos. As diretrizes do programa educacional do PSDB vão ao encontro e aprimoram as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado nesta quarta-feira (25) pela Presidência da República.
Pelo texto publicado hoje, O Brasil terá de ampliar os investimentos públicos no setor dos atuais 6,4% do PIB para 7% até 2019, e para 10% até 2024. Em números absolutos, isso significa saltar de R$ 338,6 bilhões para R$ 370,3 bilhões nos próximos cinco anos, e para R$ 529 bilhões até o fim do decênio, com base no PIB estimado para 2014.
Na teoria, a injeção desse montante significativo de recursos é uma das principais conquistas do plano sancionado hoje, na avaliação de quase todos os especialistas em educação. Já na prática, o cumprimento da meta exigirá das autoridades um grande esforço.
Um dos desafios, na avaliação da socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, uma das responsáveis pelo programa de governo que o PSDB apresentará ao país na eleição deste ano, é ampliar a participação do governo federal no Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.
“A União não está se comprometendo a ampliar o volume que aplica. Para chegar a 7% será fundamental a complementação da União ao Fundeb, porque os municípios estão sobrecarregados e com dificuldade de ampliar os investimentos. A União tem melhores condições de aumentar o repasse do que dividir com os municípios. Os estados também estão quase no teto, investindo quase 30% do orçamento em educação, e ainda assim muitos deles não conseguem garantir o piso nacional do magistério”, avalia Maria Helena.
O programa de governo do PSDB para a Educação dará prioridade número 1 à valorização da carreira de professor, com melhores salários para esses profissionais, adianta a pesquisadora. Na visão do partido, dar mais incentivo para atrair bons professores é fundamental para elevar a qualidade do ensino no Brasil. “É nossa prioridade garantir o piso e a melhoria progressiva da carreira e da formação dos professores, e isso requer aumento dos recursos da União ao Fundeb. Precisamos valorizar principalmente a carreira para atrair os melhores talentos para a educação. Se a carreira não for atraente desde o início, não vamos conseguir atrair as pessoas mais interessadas para a área”, afirma.
Infância
Maria Helena também adianta que a proposta do partido para a educação infantil, para crianças de até três anos, passa pela integração com as áreas da Saúde e da Assistência Social. No entendimento da pesquisadora, a integração é necessária para que as crianças tenham mais chances de se desenvolver na pré-escola e no ensino básico.
O PSDB também defende um sistema de monitoramento da qualidade da educação infantil e programas de capacitação e certificação de educadores de primeira infância.“A etapa mais importante de desenvolvimento da criança vai de zero a três anos. Defendemos ações focadas na família. A infância começa desde que a mãe está grávida e é essencial que ela tenha atenção nesta fase”, afirma Maria Helena.
Juventude
A pesquisadora antecipa ainda que o programa do partido terá uma proposta para modernizar o ensino médio, que nos últimos cinco anos sofreu um processo de estagnação, com altas taxas de reprovação e abandono escolar. A ideia é que os alunos tenham acesso a um ensino médio diversificado e mais flexível, com opções de aprofundamento de estudos em áreas de conhecimento ou opções de educação profissionalizante, além de tutoria para orientar os jovens em relação às suas escolhas.
“Vamos apresentar um conjunto de ações para diversificar o ensino médio para deixá-lo mais interessante para a juventude. Queremos enfrentar isso com um projeto chamado Escola Jovem, que envolve ensino médio diversificado, opções de educação profissionalizante e escolas de ensino médio em tempo integral em áreas mais vulneráveis”, adianta.
Outro ponto defendido é a criação de uma base nacional de conhecimentos e habilidades essenciais para os alunos de educação básica (fundamental e médio). “Os alunos aprendem pouco, porque os conteúdos essenciais que todos os jovens deveriam ter não estão claramente definidos e, portanto, as escolas são muito desiguais. A base nacional tem esse objetivo. Está previsto na Constituição Federal na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Até agora, o Brasil não tinha uma base nacional comum. As crianças terminam o ensino básico com baixo conhecimento. Dados oficiais do MEC mostram que 28% têm o domínio da língua portuguesa e apenas 10% o pleno domínio da matemática ao final do ensino médio”, ressalta Maria Helena.

A dois dias da Convenção Estadual, militantes tucanos de todo o Estado se mobilizam para o evento em Campo Grande, que vai homologar a candidatura de Reinaldo Azambuja para o governo do Estado. Marcada para o dia 27 de junho, na convenção também serão definidos os nomes dos candidatos tucanos para os demais cargos eletivos: deputado federal e estadual. O PSDB deverá se coligar com o DEM, PPS, PSD e SD.
Presidente do PSDB de Corumbá, Bira de Campos disse que espera que a Convenção Estadual confirme a coligação com os partidos que já se declararam aliados ao PSDB. “Reinaldo Azambuja, depois de confirmado como candidato, tem tudo para vencer essas eleições. Tenho a convicção de que ele será eleito e fará um excelente governo”, comentou ainda Bira.
O PSDB estadual aguarda a presença de militantes de todas as regiões de Mato Grosso do Sul, pois conta com diretórios ou comissões provisórias em todos os 79 municípios. Considerados os municípios com delegados, que, portanto, têm direito a voto na Convenção, atinge-se um total de 35.
Atuante em Paranaíba, Ildamar Bezerra também manifestou empolgação com o evento tucano. “É a nossa vez, do PSDB, governar o Estado depois de tantos anos sendo coadjuvante. É preciso mais empenho e convicções ideológicas de cada filiado e simpatizante do PSDB e muita garra”, disse Ildamar.
O presidente da JPSDB-MS, Anderson Barão, comentou que essa é a primeira vez em 12 anos que o PSDB apresenta uma nova opção para a população sul-mato-grossense, já que a última foi com a candidatura de Marisa Serrano, em 2002. “De lá pra cá, as opções se restringiam a duas opções, e desta vez o PSDB apresenta uma proposta nova, que ouviu mais de 200 mil pessoas por todo o Estado. Isso nos deixa confiantes de que estamos no caminho certo e o Reinaldo é o melhor nome para governar o Mato Grosso do Sul na atual conjuntura”, avaliou Barão.
A Convenção Estadual do PSDB contará com as presenças das lideranças e militância tucanas e de partidos aliados de todo o Estado. Pelo PSDB, devem estar presentes o senador Ruben Figueiró e os deputados estaduais Marcio Monteiro (que preside o diretório estadual), Dione Hashioka e Onevan de Matos. Também estará presente o Professor Rinaldo Modesto.
Serviço: Convenção Estadual do PSDB-MS. Entre 15h e 19h do dia 27 de junho, na av. Marechal Deodoro, 934. Jardim Leblon, Campo Grande – MS. Previsão de chegada de Reinaldo Azambuja às 18h.
O governo Dilma sempre se recusou a discutir a sério os problemas da economia. Escuda-se na alegação de que o mercado de trabalho vai bem e que, sendo assim, não há que se falar em fraquezas. O que dirão agora que a geração de empregos despencou no país?
Porta-vozes oficiais têm adotado o mantra de que “PIB não enche barriga” no intuito de criar uma narrativa que – com o fracasso de Dilma Rousseff na promoção do crescimento – desdenha a importância da expansão econômica para o bem-estar da população. Mas, se PIB não enche barriga, é o emprego que põe comida na mesa. Ou não?
Neste sentido, são muito ruins os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo governo. Em maio, foram criadas apenas 58,8 mil novas vagas de trabalho em todo o país.
Parece bom? Uma frase ajuda a qualificar o dado: foi o pior resultado para meses de maio desde 1992, tempo em que Fernando Collor ainda era presidente da República. Lá se vão 22 anos. Nem em tempos de crise brava, como foi 2009, fomos tão mal assim.
Nos cinco primeiros meses deste ano, foram criadas 543 mil novas vagas de trabalho, com queda de 28% em relação ao mesmo período de 2013. Na comparação com os cinco meses iniciais do primeiro ano da gestão Dilma, a queda é bem mais significativa: 55% quando comparadas as médias mensais.
O segmento mais penalizado pelos cortes é a indústria da transformação: em maio, 28,5 mil postos de trabalho foram eliminados. É o segundo mês seguido com quedas no setor – em abril, o saldo fora negativo em 3,4 mil e, no acumulado no ano, a redução no emprego industrial já é de 2% em relação a 2013.
No ano, até maio, a indústria criou apenas 3,6 mil novas vagas de trabalho e caminha para fechar 2014 praticamente no zero a zero, na melhor das hipóteses. O pior é que, em geral, os ciclos de demissões na economia começam pelo setor industrial, o que permite acender luz amarela para o mercado de trabalho em geral nos próximos meses.
Ao mesmo tempo, a atividade industrial deve ter queda no ano (-0,14%), conforme as previsões mais recentes colhidas pelo Boletim Focus do Banco Central. Frise-se que são os empregos industriais justamente os mais bem remunerados e qualificados. O trabalhador brasileiro, portanto, empobrece.
São todos resultados muito ruins para um país em véspera de Copa do Mundo, como era o Brasil em maio passado. Se, dentro de campo, o Mundial de futebol está sendo um espetáculo, fora dele os sinais são frustrantes, como ilustra o mercado de trabalho. Deveríamos estar bombando, mas não.
O governo prefere culpar empresários e seu “pessimismo”, como se humores e não dados da realidade fossem o motor dos investimentos produtivos. Gente como Lula consegue ser ainda mais irrealista, ao dizer que Dilma está “mantendo a inflação na meta com manutenção de salário e emprego”. Só se for em Marte…
A meta de criação de 1,4 milhão de vagas neste ano não deve se confirmar e deve ser oficialmente revista pelo governo já no próximo mês. O governo Dilma diz que criou 5,1 milhões de empregos. Não é verdade. Segundo o Caged, foram apenas 3,6 milhões. É bom, mas é quase 30% menos do que a propaganda oficial apregoa.
A crise na criação de empregos no país é mais um efeito da duvidosa política econômica da presidente Dilma Rousseff. Se já tínhamos a mais perversa das combinações, com inflação alta e crescimento baixo, agora adicionamos uma pitada a mais de pimenta, com a forte perda de dinamismo do mercado de trabalho. O caldo entornou.
Brasília (DF) – O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse nesta terça-feira (24) que a combinação explosiva de incompetência e corrupção em torno da construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, mancha a história da Petrobras. “Nesse caso específico houve falta de planejamento, de projeto, má fé, irregularidades e corrupção explícita. O que o governo do PT fez com a Petrobras é inacreditável”, criticou o tucano.
O estarrecimento de Imbassahy com os desmandos dos petistas na principal estatal do país cresceu diante do surgimento de novos detalhes sobre o empreendimento erguido em Ipojuca, na região metropolitana de Recife (PE). De acordo com o jornal “O Globo”, Abreu e Lima é uma das refinarias mais caras da indústria de petróleo. “Cada um dos 230 mil barris de óleo refinados vai custar no mínimo US$ 87 mil, acima do dobro da média internacional”, afirma trecho de uma das reportagens publicadas desde o fim de semana.
Nesta quarta-feira (25), o ex-presidente da empresa José Sérgio Gabrielli presta depoimento na CPI Mista da Petrobras e deve ser cobrado sobre o escândalo em torno da unidade pernambucana.
Enredo
Desde domingo (22) o jornal vem destacando todo o processo em torno da refinaria que deveria ser construída numa cooperação entre o governo brasileiro e a PDVSA, a Petroleos de Venezuela S.A, ao custo de US$ 2,3 bilhões, conforme os ex-presidentes Lula e Hugo Chávez anunciaram há 11 anos.
A parceria, no entanto, não foi concretizada e coube à Petrobras tocar sozinha a obra. Três anos atrasada, a construção da refinaria consumirá até novembro deste ano US$ 20,1 bilhões, valor dez vezes maior que o estimado preliminarmente e seis vezes superior que todo o dinheiro gasto pelo país na construção e na reforma de 12 estádios para a Copa do Mundo.
Uma sucessão de erros, contratos superfaturados e corrupção explicam a escalada de cifras, revela o jornal. Foram US$ 3 bilhões em custos adicionais, por meio de aditivos realizados a partir de março de 2008. Até dezembro do ano passado, houve 141 alterações contratuais com acréscimos de custos. Durante 2013, a média foi de três aditivos por quinzena, segundo dados em análise na CPI Mista da Petrobras.
“Esse é um grande escândalo que se apresenta no governo da presidente Dilma. Temos que investigar isso com a CPI mista. Essa é nossa obrigação para proteger e preservar a maior empresa estatal do Brasil, que é orgulho de todos nós”, disse o líder do PSDB na Câmara.
Suspeito
Uma revelação alarmante é que a petroleira ocultou do Tribunal de Contas da União (TCU) orçamentos e estudos de viabilidade da unidade sob a alegação de “sigilo”. Há três anos, no entanto, auditores fiscais rebelaram-se e entenderam que havia uma deliberada obstrução ao trabalho do TCU.
Em reação, eles listaram indícios de sobrepreços, relataram a existência de “metodologias inadequadas para definição de viabilidade”, alinharam deficiências no projeto básico e citaram “contratações diretas e antieconômicas”. Além disso, recomendaram que o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, fosse autuado por “sonegação de documento”.
Além de subtrair dados e informações, Gabrielli e demais integrantes da diretoria executiva da Petrobras teriam ignorado alertas de técnicos da estatal de que a refinaria era economicamente inviável desde 2009 e criaram um cenário positivo para formalizar a execução do plano de construí-la.
Suplente do PSDB da Câmara na CPI Mista da Petrobras, o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF) afirmou que os petistas “perderam os limites” à frente da companhia e a transformaram em instrumento de corrupção. “Cada dia aparece uma coisa nova. A CPI mista vai desvendar essas falcatruas”, disse o tucano, que lamentou a perda de competitividade da companhia. “Com essa quadrilha que tomou conta dela, a empresa é uma das maiores devedoras do mundo. ”
Cara a Cara
O ex-titular da empresa não deve escapar de questionamentos a respeito de todas as revelações sobre a Abreu e Lima em seu depoimento na CPI mista da Petrobras.
Para Imbassahy, o petista deve oferecer poucas novidades. “É difícil que ele traga novas informações. Ele já esteve no Congresso e não apresentou nada que pudesse elucidar esse caso inacreditável”, afirmou. “De qualquer maneira, trata-se, agora, de uma CPI mista. Ele não pode mentir. Tem que dizer a verdade sob pena de ser responsabilizado criminalmente”, avisou o deputado.