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“Os nove malditos”, por Ademar Traiano

ademar-traiano-foto-al1-300x196Quem foi o responsável pelo xingamento a Dilma Rousseff no Itaquerão? Quem dirigiu aquele encaminhamento vexaminoso dado à ‘presidenta’ por milhares de vozes? Quem provocou aquele fiasco planetário transmitido para o mundo e presenciado, ao vivo, por uma penca de chefes de Estado?

O PT e Lula sacaram do coldre, no ato, uma acusação. “Foi a elite branca e ingrata, incapaz de ver os fantásticos benefícios que o PT trouxe ao Brasil nos últimos 12 anos”. Segundo essa curiosa explicação, elaborada pelo próprio PT, só a elite branca teria dinheiro para bancar um ingresso no espetáculo da abertura da Copa, uma festa produzida com dinheiro de todos os brasileiros.

E a elite branca estaria sob o comando de um grupo de intelectuais, e humoristas que se dedicam diariamente a difamar o glorioso papel do PT que – com seus Dirceus, Genoinos e Delúbios – trata de redimir o Brasil, depois de 500 anos de injustiças.

Quem se encarregou de nomear os responsáveis por essa desgraça foi Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, que acusou“setores elitistas albergados na grande mídia” de “desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior”. Ele apontou nove “inimigos da pátria” aos quais insinuou que os verdadeiros crentes do PT estariam autorizados a impor todo tipo de punição, inclusive física, presume-se.

Os nove malditos do PT são os jornalistas Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, o cantor Lobão, além dos humoristas Danilo Gentili e Marcelo Madureira.

É espantoso e assustador que o vice-presidente de um partido no poder, em uma democracia, tenha o desplante de apontar um grupo de intelectuais como “inimigos da pátria” e açule seus comandados a persegui-los de todas as formas possíveis.

A designação pública dos inimigos do povo era típica de lugares como a União Soviética de Stalin, a China de Mao, o Camboja de Pol Pot, a saudosa (para o PT) Cuba dos fuzilamentos, ou o Irã de Khomeini.

Uma ordem política, com ares de decreto religioso, direcionada para uma comunidade onde se encontram um número enorme de seguidores fanatizados, é uma forma de colocar esses críticos em situação de risco de vida.

Desde que chegou ao poder, em 2002, o PT protagonizou inúmeras tentativas de censurar a imprensa através de artifícios mal dissimulados com nomes como “controle social da mídia”, entre outras vigarices. Fracassaram sempre, mas não param de tentar porque o autoritarismo está no DNA do PT.

É a primeira vez, no entanto, que uma alta autoridade petista se atribui o direito dar os nomes para os inimigos do PT, creditar a eles a culpa pelos problemas do governo e sugerir que os petistas têm o dever de justiçá-los.

A radicalização do PT não é exclusividade de Cantalice. É visível nos discursos cada vez mais hidrófobos de Lula, e decorre do desespero provocado pelos desastres do governo Dilma Rousseff que parece prestes a fechar o ciclo petista com um indisfarçável fracasso.

As pesquisas não mentem. O último Ibope revela que o petismo no poder nunca foi tão mal avaliado. A taxa de aprovação (bom é ótimo) do governo petista é de 31%, a de reprovação (ruim e péssimo) é de 33%. A rejeição de Dilma (não votam nela de jeito nenhum) é de 43%.

O Ibope pesquisou o desempenho do governo em oito áreas chaves. Em todas elas a desaprovação é maior que a aprovação. Na Educação, 67% desaprovam contra 30% que aprovam. Na Saúde, 78% a 19%. Na segurança, 75% a 21%. No meio ambiente, 52% a 37%. No combate à fome e pobreza a 53% a 41%. No combate ao desemprego, 57% a 37%. No combate à inflação, 71% a 21%. Na política de juros, 70% a 21%. Nos impostos, 77% a 15%.

Todos esses fracassos seriam culpa da “elite branca” sob a batuta dos “nove malditos”? Nada disso. Apanhado em um vídeo que vazou para a grande imprensa, falando, para variar, francamente, numa reunião com blogueiros chapa branca, o ministro daSecretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, teve um ataque de sincericídio.

“Me permitam, pessoal! No Itaquerão não tinha só elite branca, não!”, disse Gilbertinho aos blogueiros. O ministro contou que foi aos arredores do Itaquerão. Assistiu ao Brasil X Croácia numa escola. “Fui e voltei de metrô”, informou. “Não tinha só elite no metrô, não. Tinha muito moleque gritando palavrão dentro do metrô, inclusive, [gente] que não tinha nada com elite branca.”

A soma das manifestações de Cantalice e Gilberto Carvalho dá um resultado explosivo. O PT sabe que fracassou, mas não está disposto a assumir o fracasso nem a aceitar uma possível derrota sem uma reação violenta.

*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB e Líder do Governo na Assembleia Legislativa no Estado do Paraná.

Aécio defende direitos trabalhistas ao receber apoio nacional do Partido Solidariedade, na convenção, em São Paulo

aecio-na-convencao-do-solidariedade-19-300x200São Paulo (SP) –  O presidente nacional e candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, defendeu neste sábado (21) a consolidação dos direitos trabalhistas e uma política em defesa de melhores condições de vida para os aposentados brasileiros. O senador esteve em São Paulo para participar da convenção do Partido Solidariedade, que oficializou o apoio aos tucanos na eleição presidencial e na disputa pelo governo do Estado.

“Quero iniciar com os companheiros do Solidariedade uma travessia que resgate a dignidade dos aposentados brasileiros, dando a eles melhores condições de vida e mais esperança no futuro. Além disso, a consolidação dos direitos trabalhistas. Vamos  reconciliar o Brasil com a decência e com a honestidade que abandonaram o governo federal”, afirmou Aécio Neves.

A convenção do Solidariedade reuniu cerca de 4,5 mil militantes e delegados na Casa Portugal, na Liberdade, região central de São Paulo. O evento contou com as presenças do presidente nacional do partido, deputado federal Paulinho da Força, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do ex-governador José Serra, do senador Aloysio Nunes, entre outras lideranças.

Ao discursar, Aécio fez questão de ressaltar que o partido, sob a liderança de Paulinho, nasceu para ser oposição, longe das benesses do governo do PT, e foi o primeiro a declarar apoio ao projeto nacional do PSDB.

“Hoje é um dia extremamente marcante na história da política brasileira. O Solidariedade foi o único partido criado recentemente no Brasil sem as benesses do governo. Nasce na oposição porque compreendeu que, ao invés de ficar ao lado do governo e seus favores, preferiu ficar ao lado dos trabalhadores brasileiros e de suas causas e demandas. O partido carrega consigo aquilo que é essencial para um partido crescer e continuar sua trajetória: coerência, coragem e firmeza de princípios”, destacou Aécio Neves.

Diante de muitos trabalhadores ligados à Força Sindical, Aécio defendeu o resgate da indústria nacional, setor que vive uma das piores crises da história. “Quero convidar o Solidariedade para governamos juntos o Brasil e iniciarmos uma nova agenda, para que possamos tirar o Brasil da estagnação e permitir o crescimento sustentável desse país e acabar com o processo de desindustrialização que desemprega brasileiros de todas as classes, em especial no estado de São Paulo, para retomarmos também a capacidade da nossa indústria em seus mais variados setores”, ressaltou o candidato do PSDB.

Paulinho

Em seu discurso, o presidente nacional do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força, agradeceu o apoio de Aécio no processo de criação da legenda.

“Somos um partido que nasceu na oposição porque nenhuma de nossas causas foram atendidas pelo governo. Não conseguimos, por exemplo, uma política salarial para os aposentados”, disse Paulinho.

Salário mínimo 

O presidente do Solidariedade também destacou a parceria com o PSDB na apresentação do projeto de lei que prevê ganho real do salário mínimo para os trabalhadores.

“Enfrentamos um governo que trouxe de volta a maldita inflação, que corrói o salário dos trabalhadores e trouxe de volta o desemprego, através da desindustrialização. Precisamos de mudança, mudança para valer, para garantir os bons empregos no Brasil. E para mudar o Brasil só tem uma pessoa, Aécio Neves”, ressaltou Paulinho.

Nota do PSDB à Imprensa – Pelo direito à opinião!

facebook-logo-psdb-300x300Pelo direito à opinião!

O site do Diretório Nacional do PT deu mais um triste passo no estímulo à intolerância, ao ódio e à divisão do país, ao passar a atacar oficialmente, sem nenhum subterfúgio, o livre direito à opinião.

O PT e suas lideranças, que têm perpetrado ataques diários e insistentes à imprensa e seus profissionais, chegaram agora ao absurdo de criar “listas negras” para expor, à execração da sua militância, jornalistas e artistas que pensam diferente do partido e têm a coragem de expressar publicamente estas opiniões.

Não por acaso, na última sexta-feira  a Folha de S. Paulo noticia o gesto de um governador do PT de processar criminalmente uma jornalista apenas por ter reproduzido uma declaração de terceiros.

A radicalização das ações do partido contra a liberdade de imprensa e opinião preocupa muitos brasileiros.

Na internet, aumentam as calúnias e difamações contra os adversários do PT.  Aqueles que ousam manifestar opiniões contrárias aos interesses do partido são perseguidos por uma rede de comentários agressivos e desrespeitosos.

Há pouco tempo, o jornalista Merval Pereira, de O Globo, foi constrangido em local público. O mesmo aconteceu com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, agredido verbalmente por militantes petistas.

Hoje, os jornais noticiam que  agressões à imprensa  e a defesa do  “controle social da mídia ” ocuparam  papel de destaque  na Convenção Nacional do PT.

O PSDB repudia toda e qualquer tentativa de limitação do exercício da livre opinião e manifesta, mais uma vez, o seu compromisso com a defesa de todas as liberdades, especialmente a de imprensa.

Brasília, 22 de junho de 2014

Governador do Piauí, do PMDB, declara apoio a Aécio Neves

zefilho-300x200Rio de Janeiro (RJ) – O governador do Piauí, Zé Filho (PMDB-PI), declarou nesta sexta-feira (20) apoio a candidatura do senador Aécio Neves à Presidência da República. Candidato à reeleição ao governo do estado tendo como vice o tucano Sílvio Mendes, Zé Filho se reuniu com Aécio no Rio de Janeiro e ressaltou que tomou a decisão porque acredita no projeto de mudança proposto pelo candidato do PSDB.

“Conheço a forma como Aécio revolucionou o estado de Minas Gerais. Acredito no seu plano de governo e na maneira como ele deverá implementá-lo, principalmente no Nordeste. Estamos apostando na mudança”, disse Zé Filho ao declarar apoio à candidatura tucana.

Ao comentar a aliança, Aécio adiantou que irá ao estado para a convenção que oficializará a chapa entre o PMDB e o PSDB, no próximo dia 27.

“É mais uma aliança que nós estamos selando no Brasil com o PMDB, aliança que me alegra muito como projeto para o Piauí e para o Nordeste e que será muito importante na construção desse programa. Vamos construir juntos um projeto para o Piauí e para o Brasil”, destacou Aécio.

Discriminação

O governador Zé Filho também afirmou que a decisão de romper com a presidente Dilma foi tomada em razão do tratamento que o estado vem recebendo do governo petista. Segundo o governador, o Piauí sofre discriminação e foi “descartado” dos programas federais.

“Estou fazendo isso pelo povo do Piauí, que não aceita mais esse tipo de tratamento. Temos sido totalmente descartados de todos os programas do governo federal, caso da Eletrobras e dos carros-pipas. Estamos como se fossemos um estado inexistente para o governo federal. Isso nós não aceitamos mais”, criticou o governador Zé Filho.

Tancredo Neves

Zé Filho também lembrou que o Piauí foi o primeiro estado do Nordeste a aderir a campanha de Tancredo Neves para presidente no processo de redemocratização do país, na década de 1980. “O Piauí, a exemplo do que fez lá atrás quando Tancredo foi candidato, repete este ato agora com a candidatura do Aécio.”

Aécio Neves anuncia novos integrantes da equipe do programa de governo

aeciocoordenadoresrio2006-300x200Rio de Janeiro (RJ) – O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, apresenta, nesta sexta-feira (20/06), equipe que atuará em áreas temáticas e participará da formulação do programa de governo durante a campanha, sob a coordenação geral de Antonio Anastasia.

A socióloga Maria Helena Guimarães de Castro atuará na área de Educação, enquanto em Segurança Pública estará o também sociólogo Cláudio Beato.

Carminha Brant atuará no grupo de trabalho dedicado a Políticas Sociais, enquanto Affonso Romano de Sant’Anna estará na área da Cultura. O coordenador do AfroReggae, José Júnior, atuará nas ações voltadas à Juventude.

O ex-secretário de Estado e ex-deputado federal Fabio Feldmann atuará na área de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Construção plural

Eles serão responsáveis pelos grupos de trabalho, com colaboradores de diferentes segmentos de cada área. Assim, Aécio busca a elaboração de um programa plural, que faça a convergência de linhas de pensamento distintas de áreas essenciais ao país.

 

A seguir, perfil de cada um dos integrantes da equipe do programa de governo:

Affonso Romano de Sant’Anna (Cultura)

Professor, poeta, cronista, jornalista e administrador cultural, presidiu a Fundação Biblioteca Nacional de 1990 a 1996. Foi secretário-geral da Associação das Bibliotecas Nacionais Ibero-Americanas e presidente do Conselho do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (CERLALC). Lecionou em diversas universidades no país e no exterior e dirigiu o Departamento de Letras e Artes da PUC-RJ, onde foi o idealizador e organizador do encontro Expoesia, que reuniu cerca de 600 poetas, em 1973. Autor de mais de 40 livros publicados, além de poemas célebres, como “Que país é este?”.

Carminha Brant (Políticas Sociais)

Maria do Carmo Brant de Carvalho possui trajetória como assistente social em órgãos públicos, professora na PUC-SP e no exterior, doutora em Serviço Social pela PUC-SP e pós-doutorada em Ciência Política Aplicada pela École des Hautes Études em Sciences Sociales de Paris. Superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) de 2000 a 2010. Atualmente desenvolve consultoria a diversos projetos nas áreas de Habitação, Assistência Social e Educação Públicas.

Cláudio Beato (Segurança Pública)

Professor titular do Departamento de Sociologia da UFMG, mestre e doutor pela Sociedade Brasileira de Instrução – SBI/IUPERJ, atualmente é coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública (CRISP). Consultor em diversos países da América Latina para o desenvolvimento de programas e projetos de controle e prevenção da violência. Também atuou com o Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. Coordenou o programa de governo do então candidato ao governo de Minas, Antonio Anastasia, em 2010.

José Júnior (Juventude)

Em agosto de 1993, os moradores de em Vigário Geral, no Rio de Janeiro, sofreram com uma chacina que matou 21 pessoas. No mês seguinte, José Júnior começou um trabalho que deu início a uma nova forma de educação e descriminalização da cidade. O Grupo Cultural AfroReggae, que Júnior coordena, passou a oferecer oficinas de reciclagem de lixo, percussão e de dança afro na comunidade, no Núcleo Comunitário de Cultura. Júnior já atuou diversas vezes como mediador de conflitos. Hoje, o AfroReggae conta com quatro núcleos de atuação, mais de 30 projetos em andamento, 9 grupos artísticos, centro de informática e programas de TV. Suas oficinas já foram multiplicadas em vários países, a convite da ONU.

Maria Helena Guimarães de Castro (Educação)

Socióloga especialista em Educação, mestre em Ciência Política pela Unicamp, na qual é professora aposentada e atua como pesquisadora. Durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foi secretária-executiva do Ministério da Educação, em 2002, e presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) de 1995 e 2001. Foi secretária de Estado de Educação de São Paulo. No governo paulista, também foi secretária das pastas de Assistência e Desenvolvimento Social e Ciência e Tecnologia. Atualmente, é diretora-executiva da Fundação SEADE, de São Paulo. Participa de conselhos de entidades ligadas à educação, como a Todos pela Educação. Membro da Academia Brasileira de Educação desde 2005.

Fabio Feldman (Meio Ambiente e Sustentabilidade)

Deputado constituinte responsável por grande parte da legislação ambiental brasileira, com atuação destacada na sociedade civil, é fundador e foi o primeiro presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, membro do Conselho do Greenpeace Internacional, da Conservation International (CI), do Global Reporting Initiative (GRI), entre diversas outras entidades ligadas ao tema. Criador e primeiro secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e ex-secretário de Estado de Meio Ambiente de São Paulo. Como reconhecimento pelo seu trabalho, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, dentre eles o Prêmio Global 500 das Nações Unidas.

“O outono da presidente”, análise do ITV

dilma2_2-300x225Dilma Rousseff vai de mal a pior. Suas perspectivas eleitorais são muito ruins e a avaliação sobre seu governo é cada vez mais negativa. A presidente está hoje tão mal quanto estava no auge das manifestações de junho do ano passado. Em alguns casos, consegue estar bem pior. A petista parece estar vivendo seu outono.

Ontem o Ibope divulgou nova pesquisa de intenção de votos e de avaliação do governo. No aspecto eleitoral, mesmo com toda a superexposição produzida por sua estratégia de campanha, Dilma no máximo oscila.

Dilma tem hoje os mesmos 39% de intenção de voto que tinha em 2010 quando faltavam quatro meses para as eleições que a sufragaram. Sua situação, antes e agora, porém, era muito distinta: lá estava em ascensão e representava a continuidade de um governo bem avaliado; cá, está numa claríssima descendente.

A relativa manutenção das intenções de voto na presidente é fruto do desinteresse da população pelo processo eleitoral: nesta altura do campeonato, 55% dos entrevistados têm pouco ou nenhum interesse nas eleições de outubro. Ainda assim, já somam 43% os que dizem que hoje não votariam de jeito nenhum em Dilma Rousseff para presidente.

Enquanto o cenário eleitoral pode resultar de desinteresse momentâneo, a evidente piora na avaliação do governo e da presidente é uma manifestação real, efetiva, posto que decorre da visão que as pessoas têm do que está acontecendo no seu dia a dia.

Um, o voto, é decisão futura e, portanto, ainda postergada para depois. Outra, a avaliação de governo, é percepção presente, fruto da vivência cotidiana. E, naquilo que pensa de seu dia a dia, o brasileiro está claramente insatisfeito, contrariado, infeliz com as condições de vida que estão lhe oferecendo.

Para começar, pela primeira vez na série do Ibope, tornou-se majoritário o contingente de pessoas que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo. A avaliação negativa da gestão atual é feita por 33% dos entrevistados pelo Ibope, enquanto os que a consideram ótima ou boa somam apenas 31%. Nem no auge dos protestos do ano passado isso chegou a acontecer (na ocasião, houve rigoroso empate em 31%).

Da mesma maneira, são maioria os brasileiros que desaprovam a maneira de a candidata-presidente governar: são 50%, contra 44% que ainda a aprovam. Neste quesito, isso se dá pela segunda vez na atual gestão: em julho do ano passado, Dilma também era mais rejeitada que aprovada (49% a 45%), situação que agora volta a acontecer.

A mesma coisa se passa com o grau de confiança nela. Segundo o Ibope, 52% simplesmente não confiam na presidente que os governa, enquanto 41% mantêm a confiança. É a maior marca negativa neste quesito registrada por Dilma – em julho de 2013, a desconfiança também superava a confiança, mas em menor margem (50% a 45%).

Em rigorosamente todas as nove áreas pesquisadas pelo Ibope, as políticas adotadas pela presidente Dilma são majoritariamente desaprovadas pelos brasileiros: educação, saúde, segurança pública, combate à fome e à pobreza, combate ao desemprego, meio ambiente, impostos, combate à inflação e taxa de juros.

A pesquisa do Ibope foi realizada após a abertura da Copa, sugerindo, quem sabe, que a população em geral não compartilhou o repúdio aos péssimos modos da torcida no Itaquerão, como o PT se encarregou de tentar fazer todos crerem – embora sequer os mais destacados porta-vozes petistas, como Gilberto Carvalho, demonstrem acreditar em suas versões…

O mais certo é que os brasileiros de fato compartilham a avaliação que o secretário-geral da Presidência da República externou entre militantes e ativistas amigos do PT: “(A percepção de que) Inventamos a corrupção, de que nós aparelhamos o Estado brasileiro, de que somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou.” A pesquisa do Ibope mostra que ele está coberto de razão.

“De outros tempos…”, por Ruben Figueiró

*Ruben Figueiró

ruben-figueiro-foto-Agencia-Senado-300x204Recuperando-me de um estado gripal, resultado das estafantes atividades político-parlamentares a que me impus e por não ouvir as advertências da Cléa, minha esposa, e reiteradas recomendações de meu médico e amigo, Dr. Alfredo Arruda, de que “preservar a saúde na minha idade é alongar o prazer de viver”, refugiei-me na leitura de expressões e de um texto que anotei num caderninho – e deles extraí alguns sérios e outro hilário, quão satânico.

Textos cujo potencial intrínseco poderá servir como um fanal cujas luzes originais do atrito entre experiências vividas neste mundo que se não é um cão raivoso, pouco lhe falta. Deles podem surgir considerações capazes de produzir reflexões para as decisões que o eleitor brasileiro haverá civicamente de assumir em outubro próximo.

Permito-me aqui destacar: I) De Joseph de Maistre: “Toda Nação tem o governo que merece”. II) De Nilo Coelho: “A verdade do governo não pode estar distante da realidade da população brasileira”. III) De Confúcio: “Há bom governo quando o príncipe é príncipe e o ministro é ministro; quando o pai é pai e o filho é filho”. IV) De Alfred de Vigny: “O melhor governo é o que se sente menos e se paga mais barato”. V) De Djalma Marinho, que foi meu colega na Câmara dos Deputados, de saudosa memória: “A lealdade tem sua hierarquia e a minha lealdade é, acima de tudo, com a minha consciência e a instituição a que sirvo. Não sou um contestador, mas desejo ser um construtor. Se não posso – como disse o Juiz Simpson – construir a catedral, tenho muita honra em carregar o tijolo”.

São expressões que revelam sabedoria política, de como governantes devem exercer suas altas missões, de respeito à hierarquia, de dignidade e honradez no exercício do mandato popular.

Agora menciono a hilária que encerra uma fina ironia que o eleitor deve ter sempre em mente no momento da escolha de seu candidato. Veio ela do âmago de uma piada mineira, retirada do livro “Travessia”, do consagrado escritor e político mineiro, Ronaldo Costa Couto, companheiro de JK:

“A anedota é sobre o testemunho de uma velhinha conhecida como fofoqueira, língua solta, afiada, atrevida, demolidora. No Júri, é interrogada pelo Promotor:

– A senhora me conhece, dona Maricotinha?

– Claro, uai! Conheço-o muito bem, desde menino. Você nunca prestou. É incompetente, complexado, mentiroso, sem vergonha, traiu a Eponina, tem gonorreia crônica, mau hálito, título protestado. É tão burro que me faz uma pergunta boba como esta!

Alarmado, o Promotor trata de desviar o assunto:

– E o Advogado de Defesa, a senhora conhece?

– O Bilustrico? Conheço-o desde bebê, cuidava dele para a comadre Veridiana; ganancioso, preguiçoso, porco, pinguço, covarde, despreparado, mau filho, mau caráter, safado, tem mulher lá no puteiro. Não vale cem réis de mel coado!

O velho Juiz chama o Promotor e o Advogado de Defesa e avisa baixinho:

– Prendo na hora quem perguntar se ela me conhece!”

As eleições estão se aproximando, os candidatos se apresentam, o bem e o mal feitos estão claros para serem aferidos. Governantes e postulantes, o clamor de indignação e protestos ganham as ruas. É momento, pois, de se refletir o que registraram aqueles de outros tempos.

 

 

*Ruben Figueiró é senador pelo PSDB-MS