“Claro que é uma estratégia política”, diz Kennedy Alencar, mediador do debate
Delcídio do Amaral, candidato do PT ao governo de MS, tendo Londres Machado de vice, negou-se a participar de mais um debate de propostas na noite dessa sexta-feira (26). Mesmo sem nenhuma agenda de campanha, o petista fugiu do embate promovido pelo SBT MS. A ausência aconteceu logo após novas denúncias de envolvimento de Delcídio com corrupção surgirem na mídia nacional.
“[A fuga de Delcídio do PT] claro que é uma estratégia política”, disse Kennedy Alencar, mediador do debate. E completou: “ele faz um cálculo, acha que pode sair perdendo, acaba sendo ruim. É pior para o eleitor, que merecia a presença de todos”.
Para o jornalista, quem perde com o desprezo de Delcídio do PT à democracia é o eleitor de MS. “O SBT ofereceu uma oportunidade democrática a todos os candidatos para que pudessem expressar suas propostas, as suas ideias; infelizmente o candidato Delcídio do Amaral, do PT, faltou, foi um cancelamento de última hora”, disse.
Possíveis crimes sem resposta
A fuga de Delcídio de três debates consecutivos acontece no exato momento em que novas revelações são feitas sobre esquemas de corrupção. As suas sucessivas ausências aconteceram logo após a revelação de que ele é investigado pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por “crimes contra a administração”, roubo de dinheiro público, recebimento e pagamento de propina, entre outros delitos.
Delcídio do PT responde ao inquérito 3778 do STF, instaurado após pedido da Procuradoria Geral da República. A investigação corre em segredo de justiça e nem de longe teve uma mínima explicação do candidato petista sobre o fato.
“Lamento a ausência do senador Delcídio do PT, que tem fugido dos debates e tem fugido de dar explicações sobre as perguntas que temos feito sobre o escândalo da Petrobras. Ele também não explicou ao povo sul-mato-grossense sobre a questão do inquérito [3778] do Supremo Tribunal Federal”, disse Reinaldo Azambuja.
“Quem não deve não teme”
Os demais candidatos, Nelsinho Trad (PMDB), Evander Vendramini (PP), Professor Monje (PSTU) e Sidney Melo (PSOL), também alertaram o eleitor sobre as constantes faltas de Delcídio a debates e classificaram a atitude do petista como desrespeitosa. “Quem não deve não teme”, emendou Reinaldo Azambuja.
No quarto bloco do debate, jornalistas de diversos veículos fizeram perguntas aos candidatos. Todos responderam, com exceção de Delcídio, que não estava presente. O representante do site Midiamax, Éser Cáceres, que foi sorteado para questionar o petista, elaborou pergunta sobre a coincidência entre empresas doadoras de campanha de André Puccinelli (atual governador) e os vencedores de licitações do governo, mas ficou sem resposta.
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Foto: Chico Ribeiro
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