Brasília (DF) – A Polícia Federal (PF) indiciou, ontem (1º), o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Dois inquéritos que envolvem Dirceu e Vaccari foram encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF). A partir da conclusão, o MPF decide se vai apresentar uma denúncia contra o ex-ministro, o ex-tesoureiro e outras 12 pessoas.
De acordo com a reportagem do jornal O Globo desta quarta-feira (2), a PF concluiu que cerca de R$ 59 milhões foram usados em pagamento de propina dentro do esquema de desvio de recursos na Petrobras. Os policiais estimam, no entanto, que o valor total pode ultrapassar R$ 84 milhões.
Além de Dirceu, foram indiciadas quatro pessoas ligadas diretamente a ele: seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, um ex-assessor, Roberto Marques, um sócio, Julio Cesar dos Santos e sua filha, Camila Ramos de Oliveira e Silva.
O ex-ministro, que está preso desde o dia três de agosto, é acusado de receber cerca de R$ 19 milhões de empresas investigadas pela Operação Lava-Jato a partir de 2009. Segundo a PF, Dirceu recebia propina de empreiteiras que faziam obras para a estatal, como a Engevix, OAS, UTC e Odebrecht.
O relatório apontou ainda que ele recebia uma parcela do faturamento das empresas Hope e Personal, que tinham contratos de terceirização com a Petrobras. As duas empresas também pagaram uma mensalidade semelhante a Fernando Moura, apontado como operador próximo a Dirceu e responsável pela indicação de Renato Duque ao cargo de diretor de Serviços da estatal. Segundo cálculos da PF, ele teria recebido R$ 8,6 milhões entre 2010 e 2013.