Brasília – A denúncia de que uma beneficiária do Bolsa Família doou R$ 510 para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 tem potencial para revelar-se em mais um caso obscuro envolvendo o programa e a gestão petista, na avaliação do deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF). “Na prática, é como diz a presidente: em eleição ela ‘faz o diabo’. Eles não têm limite, tudo é possível”, afirma.
A denúncia foi feita pelo jornal Folha de S.Paulo na quinta-feira (25). De acordo com a publicação, Sebastiana da Rocha, moradora de Campo Verde (MT), recebia na época R$ 528 do governo.
Procurada pelos gestores municipais do Bolsa Família, Sebastiana declarou que nunca fez nenhuma doação em dinheiro para a campanha presidencial. A conclusão do governo é a de que pode ter havido um erro quanto à suspeita de contribuição ou o CPF dela possa ter sido usado de má-fé por alguém que não queria ser identificado como doador. Ministério Público e Polícia Federal podem ser acionados para verificar se houve fraude.
Para o deputado tucano, o caso deve ser investigado e esclarecido com celeridade, assim como a eventual responsabilidade do governo petista.
“Podem estar usando programas sociais para arrecadar recursos dos filiados, cadastros de pessoas para receberem caixa dois, como contribuições de pessoas físicas. Eles são muito criativos quando se trata do dinheiro público. Parece que têm especialistas, só para elaborar essas estratégias. É por isso que o Brasil está nessa situação de corrupção e descrédito”, diz.
Segundo Izalci, o Bolsa Família, criado para servir como um auxílio às pessoas em extrema pobreza, perdeu sua essência.
“É um programa que deveria ser assistencial, mas o PT usa com um fim eleitoreiro. Parece que o objetivo é manter as pessoas no programa ad eternum, sem realmente oferecer uma janela de saída da miséria”, avalia.
O tucano lembra ainda o caso mais recente envolvendo o Bolsa Família: o boato de fim do benefício causado pela antecipação do pagamento feito pela Caixa Econômica Federal, em maio deste ano. O fato gerou corrida às agências bancárias e tumultos em vários estados.
“Basta ver a confusão que armaram em maio. A Caixa Econômica errou, tentaram colocar a culpa na oposição e, depois, a própria Polícia Federal verificou que não houve crime. Ainda tentaram justificar o erro mentindo para a sociedade. O presidente da Caixa deveria ter sido demitido. Isso é só um exemplo dos inúmeros casos de corrupção e má gestão dos recursos públicos”, completou.