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Expedição de MS irá percorrer 3 mil para analisar a possibilidade de rota para o Pacífico

Expedição MS na segunda quinzena de agosto e percorrer cerca de 3 mil quilômetros de estradas no Paraguai e na Argentina – foto: divulgação

Campo Grande (MS) – Uma expedição formada por empresários e autoridades brasileiras vai sair de Mato Grosso do Sul na segunda quinzena de agosto e percorrer cerca de 3 mil quilômetros de estradas no Paraguai e na Argentina, até chegar aos portos chilenos de Iquique e Antofagasta, para analisar a viabilidade do trecho se transformar em um corredor rodoviário para o oceano Pacífico.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, comenta que o governo do estado é um dos parceiros que apoia a expedição e vem trabalhando para viabilizar esse corredor de transporte. Ele aponta que atualmente existem três entraves que tem de ser superados para isso.

O primeiro é a construção de uma ponte binacional sobre o rio Paraguai, ligando Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, a Carmelo Peralta, no Paraguai. O projeto já foi encaminhado pelo governo federal para apreciação do Congresso Nacional. Somente após a aprovação o Executivo pode iniciar os procedimentos para a construção.

O segundo ponto que tem de ser superado, conforme Verruck, é a pavimentação de um trecho de aproximadamente 370 quilômetros de estradas, na região do Chaco paraguaio. O governo do país vizinho, conforme ele, já teria manifestando a intenção de executar a obra a partir do próximo ano, até como uma ação para promover o desenvolvimento dessa região.

O terceiro entrave, de acordo com o secretário, é a questão alfandegaria, que poderia dificultar o trânsito de veículos de carga entre os quatro países. “Por isso, estamos discutindo junto com o governo federal e os outros países, a criação de uma rota alfandegada. Seria a primeira do Brasil e possibilitaria, por exemplo, que um caminhão carregado no porto seco de Campo Grande somente fosse aberto ao chegar nos portos chilenos”.

Verruck acredita que devido a uma grande mobilização que envolve os quatro países que a rota possa ser viabilizada em um período de três a quatro anos e explicou que um dos objetivos dos parceiros envolvidos é fomentar o desenvolvimento ao longo do corredor, explorando alternativas econômicas, como o turismo.

“A viabilização dessa rota de transporte possibilita a sua utilização também para o turismo. Imagina um turista poder visitar o Pantanal e depois Bonito em Mato Grosso do Sul, seguir para o Chaco paraguaio, conhecer a região de Salta na Argentina, famosa pelas vinícolas e depois visitar o deserto do Atacama, no Chile. Acreditamos que essa rota tem muito potencial turístico. Precisamos é desenvolvê-lo para que todos os países possam ser beneficiados. Até por isso, em Mato Grosso do Sul, a Universidade Estadual (UEMS) tem participado das discussões para avaliarmos qual tipo de atividades teremos para poder potencializar”, analisa.

Cláudio Cavol, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog/MS), entidade que encabeça a organização da expedição da chamada Rota de Integração Latino Americana (RILA), revela que o ponto de partida vai ser Porto Murtinho, no sudoeste do estado, a 454 quilômetros de Campo Grande.

Expedição MS

Roteiro – Da cidade sul-mato-grossense o grupo seguirá para o Paraguai, passando pelas cidades de Carmelo Peralta, Mariscal Estigarribia y Pozo Hondo. Depois, já na Argentina, vai prosseguir percorrendo trechos que vão passar por Misión La Paz, Tartagal, Jujuy, Salta, Sico y Jama, até chegar aos portos da região de Antofagasta e Mejillones e de Iquique e Arica, no Chile.

“Essa rota pode representar um novo canal de exportação e de importação para Mato Grosso do Sul. Do jeito que foi composta a malha ferroviária e a rodoviária do país, Mato Grosso do Sul pode ficar em uma espécie de cotovelo logístico e isso tem nos preocupado bastante. Se essa rota for viabilizada, não somente o estado, como Campo Grande, também vai voltar a ficar no centro de um importante eixo logístico”, comenta.

Cavol aponta que essa rota pode encurtar em cerca de 8 mil milhas a distância que os produtos brasileiros, em especial os do Centro-Oeste, percorrem até chegar ao mercado asiático, o que representa um período de 15 a 18 dias na logística de transporte, aumentando significativamente a competitividade dos itens que podem ser exportados.

“Estamos pensando no transporte de produtos industrializados, com alto valor agregado, e de commodities, em um segundo momento. Acreditamos que a rota pode ser uma grande alternativa para exportar a produção do próprio Mato Grosso do Sul, de Mato Grosso, Goiás e até do Paraná”, revela.

Informações com assessoria

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