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Governo corta R$ 10,4 bilhões em investimentos

Dinheiro Foto DivulgacaoBrasília (DF) – O governo federal suspendeu, nos quatro primeiros meses do ano, R$ 10,4 bilhões em repasses para órgãos públicos e ministérios, gerando uma retração de 34,6% em relação aos investimentos do mesmo período do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira (14).

De acordo com o economista Mansueto Almeida, que elaborou o levantamento sobre o corte de despesas do governo neste começo de ano, “o padrão do ajuste fiscal que vai se delineando neste ano será baseado no controle da despesa com pessoal e com forte corte do investimento”.

Almeida informou ainda que cerca de R$ 20 bilhões ainda podem ser cortados até o fim ano, o que geraria uma retração de R$ 30 bilhões nos investimentos. O economista afirmou, no entanto, que a estratégia é de curto prazo. “Esse tipo de ajuste não será possível no próximo ano, o que sinaliza que o governo buscará um aumento mais forte de carga tributária em 2016”, disse.

Segundo a reportagem, os ministérios da Defesa e Transportes sofreram os cortes mais severos – R$ 3 bilhões e R$ 2 bilhões, respectivamente. O ajuste não poupou nem o social, nem as áreas básicas. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome recebeu apenas R$ 70 milhões – corte de 76% na verba. O Ministério da Educação perdeu R$ 1,4 bilhão e o da Saúde, pouco mais de R$ 1 bilhão.

Almeida acredita que, apesar do controle das despesas nessas duas áreas ser provisório, o governo fez cortes de itens importantes. “O governo segurou coisas como a distribuição de livros didáticos e até de remédios”, completou.

Sacrifícios

Para o economista e ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda Marcos Lisboa, o cenário indica que o ajuste fiscal vai exigir sacrifícios ainda maiores porque o governo não tem flexibilidade para fazer cortes. “Mais de 94% do orçamento está fixado por lei: não tem como mexer. Mesmo fazendo um enorme esforço de gestão, para melhorar a qualidade do gasto, ele não cairia muito”, concluiu.

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