Brasília – O governo federal continua gastando muito com despesas e investimento pouco no desenvolvimento do país. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo desta segunda-feira (15), as despesas do governo atingiram R$ 1,01 trilhão no primeiro semestre, aumento real de 6,6% em relação ao mesmo período de 2012. As informações são de um levantamento realizado pela ONG Contas Abertas com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
Já os investimentos somaram R$ 20,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, contra R$ 20,3 bilhões em igual período de 2012, um avanço de apenas 1% acima da inflação. Na comparação com 2010, os investimentos caíram 12,7%, em termos reais.
Para o deputado federal Valdivino de Oliveira (PSDB-GO), integrante da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, os números comprovam que o governo não está interessado no crescimento do país. “O que mais preocupa a todos nós economistas é o fato de que o governo está gastando mal, e o excesso de gastos em áreas erradas é muito ruim para a economia. O governo também gasta pouco em investimentos. Deveria elevar isso para algo em torno de 20% a 25% do PIB. O que a gente observa é que o próprio governo não está interessado que a economia volte a crescer, já que investe tão pouco no país”, afirma.
Segundo o tucano, a atual situação de crise econômica poderia ser revertida caso a gestão petista diminuísse o seu intervencionismo no setor e realizasse investimentos pontuais.
“Estamos com um pibinho, um desempenho econômico pífio, e sabemos que isso poderia melhorar se tivéssemos mais investimentos em áreas vitais. O problema é que os investidores têm receio de investir no país porque a contrapartida é muito arriscada, a perspectiva de ganho é prejudicada pelos péssimos índices”, avalia.
“Outra questão importante é a inflação, que está visível, ultrapassando o teto da meta estabelecida. O governo gasta muito. Além da má qualidade do gasto, o volume é muito grande, o que acaba viabilizando o aumento da inflação”, aponta.
Corte de gastos – Valdivino acredita que a evolução das despesas mostra que o governo terá dificuldade em concretizar o corte de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões nos gastos, cujo anúncio foi prometido para esta semana. Em 2011, por exemplo, ano em que foram anunciadas contenções nos gastos com pessoal e seguro-desemprego, algumas despesas aumentaram em vez de cair.
“É muito difícil fazer cortes, especialmente no custeio da máquina pública, porque o governo ampliou muito o numero de ministérios. São 39, que exigem uma demanda crescente de investimentos com pessoal. O governo pulverizou os recursos do orçamento em um número muito grande de órgãos. O único jeito de conseguir, efetivamente, alguma economia é diminuindo a estrutura pública”, completa.