A inflação de 6,7% nos últimos doze meses e, portanto, acima da meta de 6,5%, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, revela que o governo não tem feito a lição de casa para conter o aumento de preços, o que inclui eliminar desperdícios no gasto público e adotar ações para eliminar obstáculos ao crescimento e à redução dos custos de produção no país, como investimentos em infraestrutura e diminuição da carga tributária. Essa é a opinião do Líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
“O governo não consegue controlar a inflação porque o desperdício nos gastos públicos, que alimentam o aumento de preços, é alto. E dizer que vai cortar despesa e eliminar desperdícios sem diminuir o número de ministérios, que hoje soma 39, não passa de um discurso vazio, elaborado por marqueteiro ”, disse.
De acordo com Sampaio, a presidente Dilma Rousseff daria uma boa demonstração de que está atuando com firmeza no combate à inflação se fizesse uma reforma administrativa, enxugando a máquina, cortando na carne.
“Em vez de reduzir os gastos públicos para valer, a presidente continua se dedicando ao plebiscito sobre reforma política, o que evidencia um claro problema de inversão de prioridade. Não é necessário fazer nenhuma consulta pública para saber que, para a população, o mais emergencial é o controle da inflação e a melhoria dos serviços públicos, não um plebiscito. Há uma falta de sintonia entre o governo e o sentimento das ruas”, disse.
Sampaio destaca que o aumento de preços é mais sentido pela população mais pobre inclusive porque o INPC, que mede a inflação para famílias que ganham de 1 a 5 salários mínimos, foi de quase 7% nos últimos 12 meses.
“Nas ruas, o sentimento da população é que a inflação está bem mais alta do que os índices anunciados pelo IBGE. E o aumento de preços faz a roda da economia girar ao contrário: reduz as vendas e a produção e começa a enfraquecer o mercado de trabalho. O fato é que o Brasil ficou um país muito caro, bem antes de virar um país rico”, afirmou Sampaio.