
Para o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), “na prática, o que acontece com a Venezuela, e outros países, como a África do Sul, são mecanismos encontrados por meio da realização de palestras nesses países, por exemplo, para se desviar recursos, pois são as mesmas empreiteiras que tocam as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).”
E lamenta: “É triste. O Brasil não tem credibilidade. A cada dia aparece uma história nova. No dia 12, as pessoas vão para as ruas mostrar essa indignação com o que está acontecendo com o país.”
Petrobras – A estreita relação do governo brasileiro, na gestão do PT, com o governo venezuelano, do falecido Hugo Chávez e de seu sucessor, Nicolás Maduro, não é novidade.
Estava previsto que a Petrobras teria 60% da Abreu e Lima e a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), 40%.
Os aportes de recursos seriam feitos aos poucos e, caso a Venezuela não pagasse a sua parte, a estatal poderia fazer o investimento e cobrar a dívida com juros, ou receber em ações da empresa venezuelana, a preços de mercado.
A notícia gerou protestos na oposição.
“Diante da perspectiva inevitável de haver novamente um apagão logístico no escoamento de nossa safra recorde, do apagão de infraestrutura no nosso país, do apagão de energia, não há como admitir que o governo brasileiro priorize investimentos na Venezuela”, reagiu.
Em seguida, Alvaro acrescentou: “Afinal, o BNDES foi instituído exatamente para obras de infraestrutura para a promoção do desenvolvimento econômico e social do nosso país, não de outros países no exterior”.
Lista – Ao mencionar os empréstimos do BNDES para a Venezuela, o senador citou: o metrô de Caracas – Linhas 3 e 4 – um dos últimos empréstimos foi no valor de US$ 732 milhões, concedido para ampliação do metrô; a Hidrelétrica de La Vueltosa, a segunda ponte sobre o rio Orinoco, há 20 quilômetros de Ciudad Guayana, máquinas agrícolas e colheitadeiras e mais US$ 4,3 bilhões negociados para projetos de infraestrutura e de indústrias de base do país.
OEA – O apoio à gestão do sucessor de Chávez também se manifestou em março do mesmo ano: O Brasil votou contra o envio de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) ao país e se opôs a uma reunião de chanceleres para analisar a situação.
“Impedir que uma reunião da OEA aconteça com chanceleres para a análise da situação da Venezuela é uma demonstração clara do desejo de fragilizá-la, típico de quem não tolera debater com posições contrárias”, avaliou o então presidente da comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG).