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Obras de Dilma e do PT são para inglês ver (ou cubano usufruir)

dilma-abr-300x206Dilma ficou conhecida no país quando foi apresentada em 2007 como “mãe” do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Quem os brasileiros ainda não conheceram, no entanto, é o próprio PAC. Até agora, o que se vê é apenas marketing e desperdício de dinheiro, com obras atrasadas ou paradas, canteiros enlameados, orçamentos estourados e projetos que nunca saem do papel.

A única obra de grande impacto que Dilma pode se orgulhar de ter inaugurado em sua gestão não fica no Brasil. Fica em Cuba. O porto de Mariel, ultramoderno, foi construído a 40 km de Havana, e a conta foi quase toda paga pelos brasileiros. O Brasil emprestou cerca de R$ 2 bilhões para ilha de Fidel Castro. Uma parte do dinheiro foi a fundo perdido, o que significa que Cuba nem precisa se preocupar em pagar.

Não bastasse isso, o acordo foi feito do jeito que políticos pouco afeitos à transparência, como os ditadores de Cuba e seus admiradores do PT, gostam. O governo Dilma tornou secretos todos os documentos que tratam da transferência de dinheiro a Cuba. O conteúdo dos papeis só poderá ser conhecido em 2027.

O aporte anual de dinheiro que o governo do PT fez em Cuba é 15 vezes maior do que todos os investimentos federais realizados em portos brasileiros no ano passado. Num ranking de qualidade do setor portuário, feito em 2009, o Brasil ocupa o 123º lugar entre 134 países.

O Porto de Santos, o principal do país e o maior da América Latina, está assoreado, o que impede que os cargueiros de última geração, que necessitam de profundidades superiores a 14 metros, atraquem no terminal. No ano passado, uma safra recorde de grãos causou fila de espera média de uma semana para os navios atracarem e congestionamento de 20 km nas rodovias de acesso. Um verdadeiro caos. Por que acontece isso? Um dos principais motivos é que só 13% da carga do porto de Santos é transportada por trens, que atingem velocidade média de 23 km/h – os vagões americanos de carga circulam a 80 km/h.

Mas onde estão as ferrovias prometidas pelo PAC? Atrasadas, é claro. A Ferrovia Norte-Sul deveria estar pronta em 2010, com 4.100 km ligando o Pará ao Rio Grande do Sul. No entanto apenas 700 km, entre as cidades de Açailândia, no Maranhão, e Palmas, no Tocantins, estão de fato em funcionamento. Em maio, a presidente inaugurou trecho de 780 km entre Palmas e Anápolis, mas ele não terá em 2014 nenhum impacto no transporte de carga do país. Falta tudo na ferrovia, até trilho. Alguns trechos, antes mesmo de ficarem prontos, já se transformaram em ruína, com mato e erosão.

Também estão atrasadas as obras das ferrovias Transnordestina, cortando o Piauí, o Ceará e Pernambuco, e primeira fase da Ferrovia Oeste-Leste, na Bahia.

 

 

Outras obras

 

A transposição do Rio São Francisco deveria ficar pronta em 2010, mas hoje, quatro anos depois, tem só metade das obras concluídas. Nenhum dos lotes que compõem a transposição está 100% pronto. O mais próximo do término, com somente 16 km, está 87% concluído. Mesmo assim, a presidente Dilma decidiu inaugurar trechos em ato realizado em maio de 2014. O custo da obra quase dobrou: saltou dos R$ 4,5 bilhões R$ 8,2 bilhões.

A duplicação de mais de mil quilômetros da BR-101, uma das mais importantes rodovias brasileiras, foi dividida em cinco grandes grupos. Todos tiveram seus prazos e investimentos alterados diversas vezes. O conjunto todo ficará com sobrepreço de quase R$ 3 bilhões.

Também estão atrasadas as obras das refinarias de petróleo Abreu e Lima, em Pernambuco, Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará. A Abreu e Lima, que deveria estar pronta em 2010, viu sua planilha de custos saltar de R$ 4 bilhões para R$ 35,8 bilhões, tornando-se a refinaria mais cara já feita até hoje em todo o mundo.

Nas obras mais urgentes para a população, o descaso é o mesmo. No governo Dilma, só 12% das 31.181 obras cadastradas no eixo Comunidade Cidadã foram finalizadas. Aí estão incluídas 6 mil creches, 8.600 Unidades Básicas de Saúde e 500 Unidades de Pronto Atendimento. Destas últimas, só 23 foram entregues. Dos R$ 23 bilhões previstos para essas obras, Dilma só investiu R$ 4,5 bilhões. Nove entre cada dez obras de saneamento previstas no PAC não foram concluídas.

Das quase 50 mil obras e empreendimentos que integram o PAC 2, só 5.833 (11,6%) estavam concluídas ou em operação após três anos e três meses de início do programa. O orçamento de 12 das principais megaobras aumentou R$ 42,7 bilhões. E o que é pior: mais da metade das obras (53%) nem sequer saiu do papel.

Outro dado que deixa evidente que o PAC nada mais é do que uma jogada de marketing: a taxa de investimento em infraestrutura no país não se moveu. Em 2002 era de 1,2% do PIB. Caiu para 0,8% em 2007 e retornou a 1,2% em 2010. Em 2013, foi reduzida a 1,01% do PIB, excetuando-se os subsídios ao programa Minha Casa Minha Vida.

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