Brasília (DF) – A organização Repórteres sem Fronteiras, que reúne profissionais de imprensa do Brasil e do exterior, condenou a reação do vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Alberto Cantalice, que divulgou uma “lista negra” – de profissionais designados por ele de “pitbulls da grande mídia”. A entidade lembra que, desde o início da Copa do Mundo, houve registros de 18 agressões contra jornalistas no Brasil.
A “lista negra” inclui os nomes de Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes Diogo Mainardi, Lobão e dos humoristas Danilo Gentili e Marcelo Madureira. A nota da organização pode ser lida na íntegra ao clicar aqui
Cantalice argumenta que esses profissionais são contra as “medidas progressistas” dos governos do PT – de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff – e que tal posição se tornou ainda mais evidente desde o começo do Mundial, pois aguardam que a Copa fracasse.
De acordo com Repórteres sem Fronteiras, essas acusações foram lançadas num clima social tenso, com a multiplicação de movimentos populares contra as despesas do governo com a Copa do Mundo. A polícia militar tem respondido, por vezes, utilizando a força e alguns jornalistas foram agredidos.
Aos 17 casos citados se juntou a detenção arbitrária de Vera Araújo, de O Globo, elevando para 18 o número de abusos. A jornalista estava filmando a detenção de um turista argentino e acabou também sendo presa. Uma investigação foi aberta contra o policial militar responsável pela detenção.
O Brasil se situa no 111º lugar em 180 países na última Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa, elaborada por Repórteres sem Fronteiras. Por ocasião da Copa do Mundo de futebol, a organização lançou uma campanha para sensibilizar o público sobre a situação da liberdade de informação nos países participantes.