* Texto publicado no Blog do Goldman 20-08-2013
O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha já vem perdendo a batalha para suprir a falta de médicos em todo o país. Até agora, apenas 10% dos 15 mil médicos que seriam necessários no país para cobrir a atenção básica nas áreas mais carentes responderam positivamente, sem qualquer garantia de que eles venham, de fato, a se alocar nos municípios designados. Sobre a necessidade de outros profissionais, equipamentos e outros meios físicos, ainda pouco se sabe. E os médicos estrangeiros que para cá viriam, sem se submeter à avaliação que aqui sempre foi exigida, são ainda uma incógnita, já que rejeitados, nos termos desejados pelo governo federal, por todas as instituições médicas nacionais.
Não bastasse isso, o ministro que está na pasta desde o início do governo Dilma, vale dizer, há mais de 2 e meio anos, e faz parte da mesma equipe de governo que nos dirige há quase onze anos (Lula/Dilma), lamenta a enorme falta, crescente, de especialistas, reconhecendo que levará anos para zerar essa carência. Afirma o ministro que “… o Brasil nunca planejou a expansão da residência a partir da necessidade da população… leva de dois a três anos para formar o especialista.”
Pudera! Nos oito anos do governo Lula tivemos 4 ministros da Saúde, média de um a cada dois anos. E no de Dilma, temos o ministro Padilha que sairá após 3 anos para ser candidato a governador. O maior período de estabilidade no ministério, desde Sarney, foi no mandato de FHC, quando José Serra foi ministro por 4 anos.
Só agora, no finalzinho de seu período – e no fim do governo Dilma – Padilha acordou, se deu conta da falta de médicos para a atenção básica e de especialistas. Estava com tripanossomíase africana, chamada de doença do sono, pois foi picado pela tsé-tsé, mas parece que foi curado.
Um pouco tarde, é verdade.