PSDB – MS

Pensando MS: no Bolsão, desenvolvimento centrou em Três Lagoas

Para deputado Reinaldo, planejamento regionalizado promoveria desenvolvimento homogêneo

reinaldo_pensandoMS_foto_jéssica_barbosa (1)No 8° Encontro Regional do Pensando Mato Grosso do Sul, em Três Lagoas, nesse sábado (17), a principal constatação é de que o desenvolvimento não tem sido homogêneo nos municípios do Bolsão, porém, está centrado em Três Lagoas, enquanto os demais seguem a reboque. A título de ilustração, a região compreende tanto o 4º maior PIB (produto interno bruto) do MS, Três Lagoas, quanto o 64º, Selvíria.

Além disso, o coordenador do projeto, o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), apresentou dados que apontam uma tendência. Acompanhando a evolução do PIB dos municípios do Bolsão no intervalo 2006 – 2011, Três Lagoas cresceu mais de 167%. Santa Rita do Pardo, em comparação, cresceu 8,5% no mesmo período, e Brasilândia 31%.

Nós tivemos uma fortíssima industrialização de Três Lagoas. Foi importante, trouxe desenvolvimento, mas trouxe problemas seríssimos também e não integrou a região”, comentou Reinaldo. Para o coordenador do Pensando MS, quando não há integração regional alguns municípios são potencializados em detrimento dos demais. “Se houvesse um planejamento regional, teríamos distribuído também o desenvolvimento”, concluiu.

reinaldo_pensandoMS_foto_jéssica_barbosa (2)Desafios – Mas Reinaldo lembra ainda que os desafios ao desenvolvimento regional incluem também a falta de mão-de-obra qualificada e a alta carga tributária. Segundo o deputado, as indústrias têm trazido pessoas qualificadas de outras regiões do país por falta de mão-de-obra local qualificada, conforme diagnóstico dos levantamentos do Pensando MS. “E isso é um problema no Mato Grosso do Sul inteiro. O Estado está fora dessa discussão”, criticou Reinaldo.

Quanto aos impostos, o deputado defendeu mudança no perfil tributário, principalmente no Supersimples, que tem subteto que dificulta a vida do micro e pequeno empresário, e também mudança quanto ao ICMS garantido, que quebra o comércio local e tira a competitividade. Reinaldo defendeu ainda redução na carga tributária incidente sobre o combustível.

Potenciais – A região do Bolsão ganha destaque inclusive mundial em alguns setores econômicos. Referente à produção de papel e celulose, por exemplo, em 2011 apenas a Fibria em Três Lagoas exportou US$ 421 milhões, a maior produção de uma única cidade no mundo.

Outro exemplo de potencialidades é a produção leiteira. A região conta com o maior produtor de Mato Grosso do Sul, Paranaíba. Fala-se em potencial porque tal produção poderia ser melhor, já que, lembra Reinaldo, falta cooperativa de leite no município, falta agregar valor à produção, há problemas de logística, dentre outros.

Problema prioritário – O Pensando MS constatou, em levantamentos quantitativos, que a saúde é o maior problema para 97,14% da população do Bolsão. Educação vem logo depois, seguido de segurança pública e, por fim, emprego e renda. “Não é diferente de nenhuma das outras regiões, saúde em primeiro lugar”, disse o deputado.

Constatou-se que faltam na região médicos, especialistas e medicamentos, falta capacitação dos profissionais da saúde, dentre outros problemas. Reinaldo apresentou ainda um dado correlato de que quatro municípios da região têm índices acima de 20% de esgoto sanitário inadequado. “Saneamento básico tem que ser prioridade de qualquer governo, você diminui o gasto com saúde quando investe em saneamento”, avaliou o deputado.

MS x MT – Reinaldo também apresentou um quadro comparativo da evolução no desenvolvimento de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul após a divisão do Estado. Enquanto o vizinho do norte se desenvolveu, Mato Grosso do Sul estagnou e hoje apresenta o menor PIB do Centro-Oeste. “Todo mundo falava que no sul eram produzidas as riquezas que eram enviadas a Cuiabá, para eles gastarem o que a gente produzia. O que não aconteceu nesses 36 anos?”, questionou Reinaldo.

O deputado lamentou que Mato Grosso do Sul, de fato, ficou para trás. 36 anos após a divisão, o Mato Grosso tem um PIB de R$ 71,4 bilhões, enquanto o de MS é R$ 49,24 bilhões. “Hoje nós somos o último PIB do Centro-Oeste. […] O sonho ainda não aconteceu, mas esse sonho depende de cada um de nós para acontecer”, disse Reinaldo.

Dos 36 anos, 28 foram de administração do PMDB e do PT em Mato Grosso do Sul. Nós queremos debater isso com a população. Queremos fugir dessa questão de fazer governo sem transparência, fazer governo que não ouve as pessoas”, disse Reinaldo Azambuja.

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