
Campo Grande (MS) – O prefeito Hélio Peluffo (PSDB), destacou a força do município na produção agrícola no Estado e país, fruto do trabalho da classe produtora. Ponta Porã é a segunda maior cidade produtora de soja do estado e sediou a Abertura Estadual do Plantio da Soja em MS – Safra 2017/2018. O evento é uma iniciativa da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) e conta com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). O evento ainda teve o apoio da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (Senar/MS). O evento aconteceu na Fazenda Jotabasso, a Fazenda Agropastoril Jotabasso cultiva mais de 19 mil hectares, em Ponta Porã.
O prefeito falou da Fazenda Jotabasso, enfatizando que a propriedade é orgulho para todos os pontaporanenses. “Temos orgulho em afirmar que temos a Jotabasso conosco”, disse Hélio Peluffo, ao falar para os produtores na abertura do evento. A fala precedeu ao discurso do secretário de Agricultura do Estado, Jaime Verruck, que também destacou a força do município de Ponta Porã tanto na agricultura como pecuária.
Durante a programação foram apresentados dados e estimativas de produção e produtividade para o cultivo de soja no próximo ciclo. Os números são resultado de levantamentos realizados pelo Siga MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), ferramenta desenvolvida e mantida pela Aprosoja/MS. Além disso, os participantes poderão acompanhar, no local e na prática, máquinas plantadeiras realizando o trabalho de semeadura no campo.
Estimativas
De acordo com as projeções da Aprosoja/MS, poderá haver redução de produtividade em relação à safra 2016/2017, que foi de 8,5 milhões de toneladas. Para o ciclo 2017/2018, o volume projetado é de 8,3 milhões de toneladas, ou seja, redução de 2,1% na produção. No entanto, em 10 anos, o volume de soja produzido nas lavouras saltou de 4,8 milhões de toneladas para 8,5 milhões de toneladas, crescimento de 74%.
Em relação à produtividade, a projeção para o próximo ciclo é de redução de 3,74%, passando de 56,1 sc/h, para 54 sc/ha. Por outro lado, o número continua positivo quando considerados os últimos 10 anos, quando esse índice subiu 19,8%, de 46,83 sacas por hectare para 56,1 sacas por hectare.
“A média de 54 sacas por hectare é um número extremamente positivo quando consideramos a média de 50,4 sacas por hectare de média de produtividade dos últimos oito anos”, detalhou o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto.
Em Mato Grosso do Sul, áreas de baixa produtividade utilizadas na pecuária tem aberto espaço para as lavouras, é o que mostra a projeção da Aprosoja/MS. Na safra 2017/2018, a área para cultivo de soja deve aumentar 1,78%, de 2,53 milhões de hectares para 2,58 milhões de hectares.
Para Bortolotto, o último ciclo de verão do estado foi de resultados excepcionais. “A produção e a produtividade foram ‘fora da curva’ na safra 2016/2017. Portanto, agora, o ciclo 2017/2018 é uma safra de ajuste. Quando vamos fazer uma projeção de safra, precisamos projetar algo dentro da realidade possível que entendemos como viável, e os números que apresentamos consideramos viáveis”, analisou o presidente.
Desafios e cuidados
O que explica a variação nula na produtividade, segundo o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto, são desafios que estão à frente da safra verão.
“Essa será uma safra difícil. Um dos fatores determinantes para isso são os altos custos de produção, ainda mais altos neste ciclo. Além disso, o cenário é de uma super safra norte-americana e com possíveis preços baixos no momento da colheita no Brasil”, contextualizou o presidente.
Olhos atentos
“Isso afeta a rentabilidade do produtor brasileiro, por isso vai ser um ano em que vai ser preciso ficar de olho nos custos de produção e tomar todos os cuidados necessários, principalmente no que diz respeito às questões climáticas. A incerteza do clima também pode gerar uma realidade que afete a produtividade”, completou Bortolotto. “Com dois fatores aliados: risco climático e risco de preços baixos, é possível afirmar que esta safra exige muita atenção do produtor rural”.
Dentre as palestras estiveram a “Construção do perfil de solo para altos rendimentos em soja e milho”, com Júlio Franchini, “Ferrugem-asiática da soja, como enfrentar essa doença”, com Cláudia Godoy, “Previsão climática como gestão de riscos agrícolas”, com Ricardo Reis e “Perspectivas para a Safra 2017/2018”, com Christiano Bortolotto.
Informações com assessoria