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“Eles passarão e a nossa democracia passarinho”, por José Serra

serraCompletam-se por estes dias 30 anos de regime democrático no Brasil. Não há dúvida de que o País avançou bastante no período. Temos muito mais liberdade e justiça.
O progresso social foi acentuado, como demonstram os indicadores de educação, saúde e rendimentos dos mais pobres. A superinflação, deflagrada pelo choque externo do começo dos anos 1980, com seus três ou quatro dígitos anuais, foi vencida a partir dos governos Itamar e FHC.
Isso se deu com ampliação das conquistas democráticas, ao contrário do que se viu em 1964-1968. E destaque-se o papel fundamental da agricultura brasileira, que se tornou poderosa e altamente competitiva, em escala mundial. Temos, pois, razões para estar satisfeitos pelo caminho até aqui seguido. E nosso papel é cercar as margens de erro rumo ao futuro e evitar armadilhas.

Há, desde logo, um pesado déficit que coincide com a era democrática: o crescimento medíocre do conjunto da economia. Entre 1930 e 1980 crescemos a mais de 7% ao ano; de meados da década de 80 até 2014 essa taxa recuou, na média, a 3%. Mesmo deflacionando os números pelo crescimento da população, declinante no cotejo desses dois períodos, a degradação da performance econômica brasileira é evidente.

Tal degradação se deveu à desindustrialização prematura que atingiu o País, a ponto de a participação da indústria manufatureira no PIB voltar ao nível do imediato pós-guerra: em torno de 12%. Digo “prematura” porque não se trata de fenômeno parecido com o que se viu nos países desenvolvidos, com renda por habitante equivalente a quatro, cinco vezes a nossa. A dinâmica das economias emergentes bem-sucedidas, note-se, é outra: as que mais cresceram nas últimas décadas devem seu desempenho precisamente ao dinamismo do setor industrial.

Sem reindustrializar o Brasil não vamos obter vaga no segundo turno do campeonato das nações. Vivemos num país continental, com 200 milhões de habitantes e renda per capita ainda na casa dos US$ 12 mil/ano (paridade do poder de compra). Por melhor que seja a nossa condição de exportadores de produtos agrominerais, esse vetor nunca será capaz de puxar a produtividade do conjunto da economia, gerar os milhões de empregos de que necessitamos e turbinar as receitas tributárias para cobrir carências sociais e regionais.

Não é uma questão de gosto, mas de fato. Aliás, a propósito da utopia da economia primário-exportadora como o principal fator do desenvolvimento brasileiro, vale ler o interessante artigo de Ilan Goldfajn publicado nesta página terça-feira: a tendência de longo prazo dos preços internacionais de alimentos é de lento e persistente declínio em termos reais.

Em parte, a desindustrialização prematura se deveu a uma combinação de quatro fatores, com pesos diferentes ao longo do tempo: 1) O mau entendimento das mudanças no mundo rumo a maior abertura comercial e ampla e irresistível liberdade para movimentos de capitais; 2) a superinflação e suas consequências; 3) as ideologias, à esquerda e à direita, que menosprezam políticas coerentes de desenvolvimento; e 4) o despreparo e pura inépcia do governo.

Um dos problemas mais graves que decorrem de políticas públicas deficientes se revela no custo Brasil, que expõe nossa baixa competitividade em relação à média dos parceiros comerciais. Os produtos manufaturados brasileiros são 25% mais caros do que poderiam ser não por ineficiência empresarial – nas condições dadas, há eficiência -, mas por causa das carências de infraestrutura, das despesas financeiras e de uma tributação aloprada. Para arremate dos males, subsistiu durante boa parte dessas três décadas a sobrevalorização cambial.

Há um custo que tem sido subestimado pelos analistas que é a conversão reacionária do PT. O que quer dizer? Explico: associado ao declínio econômico e aos fatores que o provocaram, assistimos, com a ascensão do partido ao poder, ao fortalecimento e ao infeliz aggiornamento do patrimonialismo, que tanto infelicitou a História brasileira. Ele se expressa de dois modos principais: 1) Com a formação de uma espécie de burguesia do capital estatal; e 2) com a submissão da máquina do Estado a instrumentos que servem à manipulação eleitoral e aos desvios de recursos públicos para partidos e indivíduos. Vejam o calvário da Petrobrás.

A crise de representatividade da democracia brasileira, cujo primeiro sinal foram as manifestações populares de meados de 2013, chegou ao seu ponto máximo neste semestre. Tudo de ruim veio junto, começando pela percepção generalizada do estelionato eleitoral.

Reeleita, Dilma não conta com um fator que costuma beneficiar um novo governante: o crédito de confiança. Como dispor dele, depois de quatro anos de tropeços que só agravaram a herança recebida do governo Lula-Dilma? Herança que, diga-se, já não era leve no início de 2011: real supervalorizado, déficit externo crescente, rigidez fiscal, investimentos industriais em declínio e subinvestimento na infraestrutura. E isso tudo se dava apesar da notável bonança externa, derivada do boom de preços de nossas commodities. Paradoxalmente, esses preços elevados serviram para desequilibrar ainda mais a economia brasileira.

O panorama hoje é especialmente perverso: queda da produção; inflação renitente, com viés para cima; déficit público em ascensão, caminhando para 8% do PIB; déficit externo idem, rumo aos 4,5% do PIB; juros siderais e desemprego como drama anunciado. A cereja amarga desse bolo maligno fica por conta do monitoramento feito pelas agências internacionais de risco. Os petistas já devem andar com saudades do FMI…

A má notícia é que atravessaremos, sim, dias difíceis. A boa notícia é que os críticos relevantes dessa governança capenga entendem que não há saída fora das regras da democracia, essa respeitável senhora de 30 anos.

Eventuais tentações autoritárias revelam-se, isso sim, é no discurso dos poderosos de turno. Mas, como diria o poeta Mário Quintana, também eles “passarão” e o regime democrático “passarinho”. E ele canta bons amanhãs.

José Serra é senador (PSDB-SP). Artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo, em 09/04/2015

“Entrega tudo, Dilma”, análise do ITV

Caminho adotado pelo governo Dilma na gestao da economia precisa mudar urgentemente-Foto-George-Gianni-PSDB-Dilma Rousseff conseguiu de novo: produziu mais uma trapalhada em seu claudicante governo. Depois de cogitar escalar Eliseu Padilha para a articulação política, foi obrigada a entregar a função ao vice-presidente Michel Temer. A presidente da República segue terceirizando atribuições. Deveria era entregar tudo de uma vez.

A mudança na Secretaria de Relações Institucionais é descrita na crônica política de hoje como mais uma manobra “desastrada” da presidente da República – para dizer o mínimo. Inclui convite respondido com um “não” pelo ministro convidado, demissão de ministro pelos jornais e prêmio de consolação para o demitido da vez. São as Organizações Dilma em plena ação.

A saída de Pepe Vargas – na verdade, um ministro demitido de antemão – é a quarta mudança num ministério que nem completou 100 dias de existência. Mas ainda vem mais pela frente.

O próprio Vargas vai assumir a Secretaria de Direitos Humanos como prêmio de consolação no lugar de Ideli Salvatti – que já foi ministra de pastas tão distintas quanto Pesca e Relações Institucionais e agora ganhará nova oportunidade, desta vez provavelmente na presidência dos Correios. Em breve também deve mudar o titular do Ministério do Turismo.

Diante deste incessante troca-troca, a questão que fica é: Afinal, quem é ministro de que e, sobretudo, para quê? Parecem todos ministros-tampão, peças descartáveis de um xadrez em que a rainha já caiu do tabuleiro. A última coisa que parece interessar na gestão da presidente Dilma é bem servir o público.

A trapalhada de ontem trouxe, porém, uma boa notícia: a extinção da Secretaria de Relações Institucionais. Agora o governo da petista terá apenas 38 ministérios… Que tal aproveitar a oportunidade e passar o facão em mais um monte de cargos que não servem para nada além de alimentar o balcão de negociatas do PT?

Neste segundo mandato, Dilma mostra-se sintonizadíssima com a pauta do dia: a ordem é terceirizar. A coordenação política é apenas a bola da vez, depois que a área econômica foi entregue a um alienígena nas hostes petistas e as linhas-mestras da gestão são ditadas, desde sempre, pelo tutor. Temer, Levy, Lula… quem será o próximo a responder por um naco do governo do qual Dilma se desvencilha?

Dizer que o segundo mandato é um bate-cabeça de proporções nunca antes vistas é chover no molhado. Para piorar, as cabeças que colidem revelam-se acéfalas. A gestão da petista mais parece a brincadeira da dança das cadeiras, e pode ser que daqui a pouco não sobre nenhuma para a presidente sentar. Entrega tudo, Dilma!

“Complexo de equívocos”, análise do ITV

Petrobras SedeAinda deve demorar a chegar o tempo em que a Petrobras será vista dissociada de escândalos, de gestão temerária e de negócios mal feitos. Até lá vão surgindo aos borbotões exemplos e episódios que caracterizam o momento atual como o maior equívoco já produzido no setor de petróleo no país.

A petroleira está à deriva porque foi transformada de companhia promissora em vaca de gordas tetas da corrupção. Também serviu de esteio para a fracassada tentativa do governo do PT de segurar artificialmente a inflação. E foi, ainda, envergada pelo peso de investir nas reservas do pré-sal, inconciliável com suas capacidades financeiras.

Um retrato da ruína é dado pelas conclusões de estudo produzido por técnicos da própria Petrobras divulgado hoje por O Globo. Segundo o documento, o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) vai gerar prejuízo, na melhor das hipóteses, de R$ 44,8 bilhões para a companhia. Mas o rombo pode ser ainda maior e chegar a R$ 53 bilhões.

Trata-se de um dos negócios empurrados goela abaixo da empresa e que serviu de fonte frondosa da propina que irrigou a conta do PT e de partidos aliados desde a chegada de Lula ao poder, conforme já revelado pelas investigações da Operação Lava Jato.

Assim como a refinaria Abreu e Lima, o Comperj deveria ser uma história para ser aprendida e nunca mais repetida, para usar expressão da ex-presidente Graça Foster. Seus custos foram multiplicados por oito, saltando para US$ 48 bilhões. O complexo deveria ter duas refinarias, uma petroquímica e uma unidade de gás, mas apenas esta última continua em obras. Vale lembrar que, no Nordeste, outras duas refinarias foram abandonadas pela estatal depois de consumirem R$ 2,7 bilhões.

Comperj, Abreu e Lima e as duas refinarias Premium são parte do delírio enfeixado no novo marco regulatório do petróleo adotado no país desde 2010. Ele substituiu o modelo de concessão, que vigorara desde 1997, pelo de partilha, reforçado pela política de conteúdo local. Até agora, o principal resultado da mudança é o petrolão, o desmanche da Petrobras e a virtual implosão da indústria de petróleo, neste momento, no país.

Ontem, a presidente Dilma Rousseff usou a cerimônia de posse do novo ministro da Educação para defender esta ruína embrulhada em forma de opção política. “O que está em disputa é a forma de exploração desse patrimônio e quem fica com a maior parte”, disse ela. Hoje ninguém tem dúvida: a maior parte fica com a roubalheira petista.

São por equívocos como o do Comperj que vêm em boa hora propostas como a do senador José Serra que revoga a participação obrigatória da Petrobras (hoje de 30%) nos campos do pré-sal. Pelo menos tendem a evitar que a gestão da estatal continue a enveredar por descalabros produzidos em nome de um pretenso e falso interesse nacional.

“Civilização e barbárie”, por Marcus Pestana

Marcus Pestana 1 Foto George Gianni PSDBFreud disse, certa vez, que “o primeiro humano que insultou seu inimigo, em vez de atirar-lhe uma pedra, inaugurou a civilização”. Em seu “O Mal Estar na Civilização”, ele comenta: “A questão fática para a espécie humana parece-me ser saber se, e até que ponto, seu desenvolvimento cultural conseguirá dominar a perturbação de sua vida comunal causada pelo instinto humano da agressão e autodestruição. Talvez, precisamente com relação a isso, a época atual mereça um interesse especial. Os homens adquiriram sobre as forças da natureza tal controle que, com sua ajuda, não teriam dificuldades em se exterminarem uns aos outros, até o último homem”. Como quis Ortega y Gasset, “civilização é, antes de mais nada, vontade de convivência”. O nosso Euclides da Cunha foi enfático: “estamos condenados à civilização. Ou progredimos ou desaparecemos”.

As instituições, as normas e as leis surgiram para mediar a convivência humana. As raízes do poder sempre foram a riqueza, a religião, a sabedoria ou a força. Na transição para as sociedades modernas, operou-se a separação entre Estado e religião. A democracia funda-se na tolerância e respeito às diferenças e à diversidade cultural, política, racial e religiosa. E transfere a fonte de poder para a sociedade.

Mas o mundo contemporâneo assiste a uma escalada de violência no Oriente Médio que desafia os fundamentos da democracia e da tolerância. O diálogo entre Ocidente e Oriente nunca foi fácil. Mas a ação radicalizada do chamado Estado Islâmico tem horrorizado a opinião pública internacional.

Max Weber, em seu “A Psicologia Social das Religiões Mundiais”, observa: “não pode haver dúvida de que os profetas e sacerdotes, através da propaganda, intencional ou não, colocaram o ressentimento das massas a seu serviço. Mas isso nem sempre ocorreu”. O fundamentalismo leva essa possibilidade a seu extremo. Como falou Diderot: “do fanatismo à barbárie não há mais que um passo”.

Não é à toa que as cenas recentes nos assustam e nos deixam perplexos. Como assimilar a imagem de uma criança de 12 anos executando com um tiro um refém a sangue frio? Como ficar indiferente às bárbaras cenas de decapitação coletiva veiculadas por TVs de todo o mundo? Como ficar insensível aos ataques que matam dezenas de civis, adultos e crianças, na Síria, na Líbia, na Tunísia ou no Iêmen? Como conter o espanto ao ver o EI destruir o sítio arqueológico de Hatra, na região de Nimrod, patrimônio histórico da humanidade, antiga capital do império assírio, um dos berços da civilização? Como assimilar friamente a destruição de estátuas milenares no museu em Mosul?

A liberdade e a civilização correm risco. A resposta à barbárie tem que ser firme. À intolerância do fanatismo temos que responder com a reafirmação dos valores da tolerância cultural e religiosa.

A vida é sempre uma obra em construção. “Uma civilização é um movimento, não uma condição; uma viagem, não um porto” (Arnold Toynbee).

Deputado federal pelo PSDB-MG. Artigo publicado no jornal “O Tempo” em 6 de abril de 2015.

Do PSDB na Câmara

“A falta de confiança”, por Aécio Neves

18-03-15 Aecio Neves_3Muita gente tem se perguntado qual é a crise mais grave, a econômica ou a política?

Do meu ponto de vista, a que agrava todas as demais é a crise de confiança que se instalou entre a população e o governo. Ela é tão perceptível que não é preciso sequer esperar pelos resultados das pesquisas para constatá-la.

Ao contrário do que muitos pensam, confiança não é apenas um valor simbólico. É elemento concreto, matéria prima essencial aos governos, especialmente em época de crise. Quando a população confia em um governo, acredita nos seus diagnósticos e compromissos. Quando confiam em um governo, setores produtivos investem sem medo.

Leia a íntegra AQUI

Presidente nacional do PSDB. Artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição do dia 06/04/2015.

“O inferno é o limite”, análise do ITV

dilma-3Mais uma pesquisa de opinião mostra a rejeição ampla, geral e quase irrestrita a Dilma Rousseff e seu governo. A petista vai igualando recordes negativos e garantindo seu lugar na história entre os presidentes mais odiados pelos brasileiros.

Segundo o Ibope, em pesquisa encomendada pela CNI, 64% dos brasileiros consideram que o governo que Dilma faz é ruim ou péssimo. O percentual mais que dobrou nestes três primeiros meses de mandato – em dezembro era 27%. Apenas 12% acham sua gestão ótima ou boa.

A maneira de Dilma governar é desaprovada por 78% da população e só 19% têm opinião oposta. Para completar o quadro, para cada brasileiro que confia na presidente da República três não confiam: em percentuais, são 24% e 74%, respectivamente.

A rejeição vai de Norte a Sul, de pobres a ricos, de letrados a analfabetos. A base eleitoral que sustentou as vitórias do PT nas últimas quatro eleições também rejeita Dilma. São 60% de ruim e péssimo entre os que têm renda familiar até um salário mínimo; 56% entre os menos escolarizados e 55% no Nordeste.

O governo Dilma é fartamente desaprovado em todas as nove áreas de atuação pesquisadas pelo Ibope. Há casos em que o desastre é quase unanimidade. A política para os juros é rejeitada por 89% e a de imposto, por 90%. Saúde, segurança e combate à inflação são desaprovados por pelo menos 80% dos brasileiros.

Pela baixíssima aprovação que ora exibe (12%), nem mesmo os petistas apoiam a presidente – a outra hipótese é que os petistas representam mesmo é apenas esta mixaria da população brasileira. O percentual coincide com o que já haviam apontado as pesquisas de opinião feitas pelo Datafolha e pelo MDA nas últimas semanas.

Segundo O Estado de S. Paulo, Dilma já é a presidente mais rejeitada da história dentro da série de pesquisas realizadas pelo Ibope, lado a lado com os piores índices registrados por José Sarney, em julho de 1989.

No Valor Econômico, a comparação é com João Baptista Figueiredo e Fernando Collor de Mello, presidentes da República que, à sua época, tinham um país quase ingovernável nas mãos, com inflação comendo solta, economia em estado de catatonia e nenhuma base de apoio política.

Na crônica política, momentos de tremendo baixo astral e parcas esperanças de melhora, com erosão de popularidade, perda de suporte parlamentar e descontrole na economia costumam ser chamados de “sarneyzação”. A continuar o quadro atual, teremos em breve um novo neologismo na língua portuguesa: a “dilmização”. Pior do que está fica. O inferno é o limite para Dilma Rousseff.

“Creches: Mais um fracasso de Dilma”, por Solange Jurema

Solange Jurema Foto George GianniComo se dizia antigamente, mentira tem perna curta. Não adianta tentar enganar a todos, todo o tempo porque em alguma hora a verdade se revela de maneira inquestionável. Em muitos casos, nem mesmo a omissão resolve, com a falta de transparência que existe no governo Dilma Rousseff.

A candidata Dilma Rousseff, ainda na campanha presidencial de 2010, gritava a alto e bom som que nos anos seguintes iriam construir 6.150 novas creches e pré-escolas em todo o território nacional.

A promessa, com tom menor, repetiu-se na campanha eleitoral de 2014, mesmo com o fracasso dos quatro primeiros anos de seu governo, e as advertências que  denunciamos aqui, como se pode reler nos links http://www.psdb.org.br/mulher/mais-creches-menos-promessas-por-thelma-de-oliveira/ e‪http://www.psdb.org.br/mulher/dilma-no-pais-das-maravilhas-por-thelma-de-oliveira/.

Agora a verdade aparece, de maneira irrefutável. O jornal Folha de S. Paulo publicou uma material em que demonstra, com números, o que de fato ocorre nesse fracassado governo Dilma Rousseff.

O último balanço oficial do governo aponta para a construção de apenas 786 creches e pré-escolas concluídas, cerca de 12% do total prometido nos palanques.

O mesmo jornal apresentou, também, os dados da execução orçamentária do programa no passado e comprovou que foram gastos apenas 23% do total previsto.

Não adianta tentar enganar o povo com campanhas publicitárias que criam um mundo irreal, cheio de fantasias, desejos e fantasias que não se concretizam.

A realidade é bem dura, especialmente para as milhares de mães brasileiras que não dispõem de uma creche para deixar os seus filhos em segurança e poder trabalhar.

No fundo, o governo Dilma Rousseff atua na área de creches e pré-escolas do mesmo modo que trabalha com o restante dos problemas que atormentam o Brasil, muito deles provocado pelos anos de atraso dos governos petistas na União: com incompetência e ineficiência.

Desde que o programa foi criado, o governo tentou diversas fórmulas e maneiras para formalizar a parceria com municípios, sem sucesso.

Mudou o modelo de parceria, mudou o edital para empresas construírem as creches e pré-escolas, buscou estimular prefeituras, mas não conseguiu.

Ou seja, nada diferente do que ocorre na economia, na política e na vida social do Brasil.

O modelo econômico levou a inflação, ao pibizinho e ao aumento do desemprego, que pode atingir milhões de brasileiros nesse ano – mulheres e jovens são os primeiros e os mais atingidos, segundo pesquisas nacionais.

Na política, as derrotas do Governo Dilma no Congresso Nacional se tornam constantes, o que revela a tibieza do Palácio do Planalto.

E no social, infelizmente, deteriora-se a condição de vida do brasileiro, obrigado a se virar diante dessa realidade.

A solução é continuarmos conscientizando as mulheres e a população em geral de que precisamos demonstrar nossa indignação com tanto fracasso.

No dia 12 abril, vamos de novo às ruas mostrar o verdadeiro Brasil.

Sem mentiras, sem omissões!

“No país do 8×0″, análise do ITV

dilma-rousseffO resultado do PIB divulgado na sexta-feira fez os brasileiros sentirem saudade da vergonha que o país passou com a goleada sofrida para a Alemanha na Copa do Mundo. Estamos agora no país do 8 x 0: oito de inflação e zero de crescimento. Bons tempos aqueles em que o Brasil só perdia de sete e ainda conseguia fazer um…

O modelo econômico adotado pelo PT a partir de 2009 produziu a ruína atual, em que a economia não apenas não cresce como encolhe; a inflação descolou da meta para sabe-se lá quando voltar; o mercado de trabalhos passou a eliminar empregos e o setor produtivo está virtualmente petrificado, sem ânimo nem dinheiro para investir.

No país do 8 x 0, o Brasil teve o 37° pior crescimento entre os 40 países da OCDE que já divulgaram o resultado de seus PIBs do ano passado. Também registrou a média anual mais baixa (2,1%) desde a anotada por Fernando Collor de Mello.

No país do 8 x 0, o PIB per capita só cresceu 1,2% ao ano em média desde que Dilma Rousseff assumiu o governo, em 2011. Mantido o atual ritmo, a renda dos brasileiros demorará quase 60 anos para dobrar – apenas para comparar, na China isso acontece a cada dez anos…

Na prancheta dos técnicos, os prognósticos são de retranca ainda mais brava pela frente. Se as estimativas de analistas de mercado estiverem corretas, a média de crescimento do PIB no segundo mandato de Dilma cairá a 1,2% ao ano, já incluída a recessão certa deste 2015. Mais: a renda per capita vai continuar diminuindo e os brasileiros, empobrecendo.

No país do 8 x 0, o Brasil é a economia com a segunda maior inflação entre as 26 que adotam o regime de metas em todo o mundo. Por enquanto, perdemos apenas para Gana, depois de recentemente termos tomado o vice-campeonato da Turquia.

No país do 8 x 0, o desemprego agora também caminha para a faixa dos 8%, com a renda em queda forte – a de fevereiro foi a maior em dez anos. Nos últimos três meses foram eliminados 640 mil empregos e a perspectiva é de novos cortes, dada a paralisia geral que acomete os negócios no país neste momento.

O comportamento dos investimentos é um capítulo à parte da debacle atual. Há seis trimestres, ou seja, há um ano e meio, eles caem sem parar, acumulando tombo de 7,7% no período. Trata-se da mais longa queda desde o início da atual série estatística das contas nacionais, iniciada em 1996. O Banco Central prevê nova baixa, de 6%, em 2015.

Hoje o Brasil é uma economia derrotada, sem perspectivas de virar o jogo. O time é ruim, a técnica é desastrosa e seus jogadores costumam bater cabeça. Neste campeonato de pernas de pau, sobra para a plateia na arquibancada pagar ingressos cada vez mais caros. O estádio vai acabar ficando vazio.

“Silêncio”, por Aécio Neves

aecioneves-congressonacional21-300x199 (1)Na última semana estive em Lima, no Peru, honrado pelo convite de Mario Vargas Llosa –Prêmio Nobel de literatura e presidente da Fundação Internacional para a Liberdade– para discutir a realidade latino-americana.

No amplo debate sobre os desafios da região, onde temas como corrupção e intolerância política ocuparam muitas das conversas paralelas, uma questão se impôs. A preocupação dos participantes com os rumos de governos que limitam as liberdades de opinião e de imprensa e que usam a violência contra opositores e contra manifestações legítimas da população, como ocorre, em especial, na Venezuela.

Foi importante ouvir os relatos das esposas dos líderes oposicionistas venezuelanos sobre a violação de direitos humanos pelo governo daquele país. Mitzy Ledezma, mulher do prefeito de Caracas, Antônio Ledezma, preso em fevereiro, e Lílian López, mulher do ativista Leopoldo López, preso há mais de um ano, deram um tom de emoção e de urgência ao encontro em busca por solidariedade dos democratas de outros países.

*Leia AQUI o artigo na íntegra.

**Publicado na Folha de S. Paulo – 30/03/2015

“Comunicação guerrilheira”, análise do ITV

esplanada1-300x200A Esplanada dos Ministérios está com mais uma vaga aberta e o PT já se lançou com todas as suas garras para ocupá-la. Está em jogo um butim de bilhões de reais, destinados a alimentar os “soldados” da “guerrilha política” da comunicação do governo.

Mal completou o terceiro mês de seu segundo mandato, Dilma Rousseff perdeu ontem o terceiro ministro de seu balofo gabinete. Thomas Traumann deixou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), pouco mais de um ano após assumir o cargo.

É o segundo a pular do banco em uma semana, antecedido por Cid Gomes, que durante breves 76 dias foi o responsável pela “pátria (des)educadora”. A outra mudança se deu na Secretaria de Assuntos Estratégicos, com a troca de Marcelo Néri por Mangabeira Unger, ocorrida em fevereiro.

Traumann deixou o posto em meio a uma guerra de petistas para controlar o dinheiro que o governo gasta com publicidade. Ricardo Berzoini, o aloprado ministro das Comunicações, pleiteia para sua pasta a responsabilidade para cuidar do orçamento que irriga campanhas na mídia e azeita o funcionamento de muitos jornais pelo país afora. Hoje a verba está sob a alçada da Secom.

Segundo o Siafi, o sistema de acompanhamento da execução orçamentária do governo federal, a gestão Dilma gastou R$ 880 milhões com publicidade no ano passado. É quase o dobro dos R$ 456 milhões despendidos em 2011, primeiro ano do governo dela. Tais despesas subiram 60% acima da inflação no período.

Nesta conta não estão incluídas as verbas das estatais, que são muito maiores e sobre as quais a Secom também tem ingerência: foram R$ 1,47 bilhão em 2013, dado mais recente disponibilizado pela caixa-preta do governo, conforme publicou a Folha de S.Paulo em dezembro. (A maior parte vem da Petrobras; isso lhe diz algo?)
Tudo somado, é uma dinheirama e tanto. Os gastos publicitários explodiram no ano eleitoral, em mais um claro indício de quais são, de fato, os reais objetivos da estratégia de comunicação petista. Em 2014, os gastos com publicidade institucional da Presidência da República chegaram a ser mais altos que os de ministérios como Saúde e Educação, mostrou o Contas Abertas em janeiro.

Em análise interna que acabou precipitando sua demissão, o ex-ministro Traumann deixou claro como se orienta a comunicação do governo petista: “A guerrilha política precisa ter munição vinda de dentro do governo, mas ser disparada por soldados fora dele”. É para controlar este exército que os petistas agora se engalfinham pelas verbas da Secom. Não tem nada a ver com interesse público, mas sim com poder, voto e eleição.