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“Um governo a serviço do PT”, análise de O Estado de S. Paulo

planalto2-300x200É grave a informação segundo a qual um funcionário da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República pretendia elaborar uma lista de prefeitos do PMDB do Rio de Janeiro que aderiram à candidatura presidencial de Aécio Neves (PSDB). Não se pode aceitar que um servidor público trabalhe na coleta de informações com o óbvio objetivo de municiar a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), ainda mais quando se trata de dados sobre dissidentes da coligação governista. O espantoso caso constitui mais um exemplo de como os petistas confundem seu partido com o governo – além de revelar as táticas pouco republicanas do PT contra aqueles que ousam desafiá-lo.

Conforme informou o jornal O Globo (26/6), Cássio Parrode Pires, assessor da Secretaria de Relações Institucionais, enviou um e-mail à assessoria de imprensa do PMDB fluminense solicitando a lista de presença do almoço de lançamento da aliança entre o governador peemedebista Luiz Fernando Pezão, candidato ao governo do Estado, e Aécio.

Conhecido como “Aezão”, o movimento de adesão ao tucano por parte do PMDB do Rio representa uma importante dissidência no principal partido da coligação que apoia a reeleição de Dilma e tem, inclusive, o vice na chapa, Michel Temer. Como o Rio é o terceiro maior colégio eleitoral do País, é possível medir o grau de apreensão no comando da campanha petista. Por esse motivo, nos últimos dias, o Planalto vem procurando reduzir o alcance da aliança favorável a Aécio, tentando mobilizar prefeitos do Estado que ainda não aderiram ao “Aezão”.

Tal articulação, do ponto de vista político, é legítima. Usar a máquina do Estado para fazer uma lista de dissidentes com propósitos obscuros não é. Lembra o modus operandi de regimes autoritários, que desqualificam, perseguem e criminalizam qualquer forma de oposição.

Com impressionante naturalidade, Pires, o funcionário público que solicitou os nomes dos prefeitos ao PMDB, disse que os dados seriam usados “apenas a título de conhecimento”. “Nós temos interesse em saber quais prefeitos do Rio que vão apoiar declaradamente ou que pelo menos estiveram nessa convenção com o intuito de apoiar o Aécio”, afirmou ele. E continuou: “É para a gente saber quem está apoiando. A gente faz o controle de todos os pré-candidatos ao governo federal. A gente quer saber quem está do lado do Aécio, do lado da Dilma…”.

Essa prática não tem rigorosamente nada a ver com o trabalho da Secretaria de Relações Institucionais, órgão que é responsável pela relação da Presidência da República com o Legislativo e com governadores e prefeitos. As diretrizes gerais da Secretaria no que diz respeito a assuntos federativos, conforme se lê em seu site, são “qualificar as relações com os entes federados”, “fortalecer a cooperação federativa” e “operar a concertação federativa”. Fazer uma lista de prefeitos do PMDB que decidiram não apoiar a candidatura de Dilma obviamente não se enquadra em nenhum desses objetivos – e, portanto, só pode servir para ajudar a campanha eleitoral petista e constranger aqueles que dela decidiram desembarcar.

Práticas sorrateiras como essa, que visam a prejudicar a oposição, não são novidade na trajetória recente do PT. Na disputa pelo governo de São Paulo em 2006, dois emissários petistas foram flagrados num hotel com R$ 1,75 milhão, dinheirama que serviria para comprar um dossiê com informações que supostamente comprometeriam o então candidato tucano, José Serra. O escândalo atingiu vários petistas, inclusive alguns graúdos, como Ricardo Berzoini, à época presidente nacional do PT e coordenador da campanha à reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Lula qualificou esses companheiros de “aloprados”.

Passados oito anos, Berzoini não só foi “reabilitado”, como se tornou ministro de Dilma – justamente na Secretaria de Relações Institucionais. A respeito do contato da Secretaria com o PMDB do Rio para obter informações sobre os prefeitos do partido que decidiram apoiar Aécio, Berzoini disse que só queria “chamá-los para almoçar”. Acredite quem quiser.

“PAC: de vitrine à irrelevância”, análise do ITV

pac3O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi lançado em janeiro de 2007 para servir, acima de tudo, como vistosa peça de marketing do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Com Dilma Rousseff, ganhou uma segunda fase, que nada mais é do que mera reciclagem de antigas promessas. Aos poucos, contudo, o PAC foi sendo retirado da vitrine e, acumulando fracassos, caminha para a irrelevância.

Na semana passada, o governo divulgou o décimo balanço do chamado PAC 2. A peça é de um irrealismo de deixar gestores responsáveis corados de vergonha. Obras que estão mais de meia década atrasadas aparecem como tendo cronograma “adequado”, marcadas com cartão verde; financiamentos são computados como investimentos e reforma de casas são classificadas como se obras novinhas fossem.

O governo Dilma afirma ter investido R$ 871 bilhões desde 2011. Destrinchando os números, o que se constata é que 1/3 deste valor refere-se a financiamentos habitacionais, dinheiro que foi emprestado a mutuários que, se não quiserem ter seu nome inscrito no SPC, terão de pagar regiamente as prestações. Não demora e corremos o risco de ver as mensalidades de fogões e geladeiras compradas nas Casas Bahia incluídas nos feitos do PT…

Quando se computam os dispêndios com o Minha Casa, Minha Vida, o setor de habitação chega a nada menos que 42% dos gastos totais do PAC desde 2011. Ainda assim, passados cinco anos desde o lançamento do programa habitacional, apenas metade das moradias prometidas pela gestão petista foi efetivamente entregue a seus moradores.

O governo afirma ter executado 84% do investimento previsto para o mandato de Dilma. Só com muito malabarismo, e, principalmente, a ajuda de estatais (26% do total) e empresas privadas (19%), é possível chegar num resultado como este. Uma consulta ao Siafi mostra que, dos R$ 243 bilhões que dependem apenas do governo federal, nem metade dos gastos foi realizada até agora.

Os gestores petistas também exercitam sua criatividade de outras maneiras. Obras que deveriam estar prontas há anos são consideradas rigorosamente dentro do cronograma. Mas há algumas que, nem sob tortura, conseguem confessar o que o governo gostaria: para estas, o destino é a exclusão do PAC, discretamente, antes que recebam o cartão vermelho dedicado a obras com andamento insatisfatório.

A transposição das águas do rio São Francisco, por exemplo, deveria ter ficado pronta em 2010. Tem menos de 60% concluídos atualmente e só deve ser finalizada em dezembro do ano que vem, se for. Ainda assim, a gestão petista considera que o andamento da obra é “adequado”. O trem-bala também está lá, na mesma condição. Estranha contabilidade esta, não?

Nem toda a criatividade, porém, é suficiente para esconder fiascos retumbantes como o das promessas para a área social, em especial a de saúde. Das 500 unidades de pronto-atendimento (UPAs) prometidas por Dilma na campanha de 2010, apenas 23 estão concluídas. Das 6 mil creches (que já chegaram a ser mais de 8 mil), foram entregues somente 379. Das 8.600 UBSs, menos de ¼ ficou pronta.

Prometer e não entregar tornou-se marca indelével das gestões petistas. Falsear números também. Nas eleições de outubro, os eleitores confrontarão o país que esperavam ter com o que efetivamente têm ao final de três mandatos petistas. Verão que nem toda a fantasia é capaz de esconder que, na realidade, muito pouco dos compromissos firmados foram efetivamente cumpridos. Pelo conjunto da obra, Dilma e o PT merecem cartão vermelho.

“As listas negras do partido da intolerância”, análise do ITV

itvO PT tem uma lógica muito peculiar de fazer política: quem não está com o partido é tratado como inimigo. O objetivo vai além de derrotar adversários, o que seria do jogo democrático. A ordem é simplesmente exterminar quem se interpõe no caminho dos partidários da intolerância. Sejam eles jornalistas, críticos ou políticos insatisfeitos com o estado geral das coisas no país.

Dois episódios recentes ilustram bem esta forma indecorosa de fazer política: a divulgação, por parte do vice-presidente petista, de uma “lista negra” de articulistas a serem combatidos pelos partidários da intolerância e a tentativa do ministro de Relações Institucionais – exercitando sua expertise aloprada – de emparedar prefeitos do PMDB do Rio que manifestaram apoio à candidatura de Aécio Neves, revelada ontem por O Globo.

Trata-se de método tipicamente petista de fazer política: a perseguição a adversários com vistas a aniquilá-los. A cada campanha, surge um novo estratagema gestado nos subterrâneos do partido. Nesta sanha, os petistas não se constrangem em utilizar estruturas de Estado para atacar quem querem destruir – vide também o uso de estatais e prefeituras petistas para difamar e disseminar ofensas contra Aécio pela internet.

Os episódios nefastos se sucedem: em 1998, o dossiê Cayman; em 2006, o escândalo dos aloprados; em 2010, o dossiê Erenice Guerra (para tentar atingir o presidente Fernando Henrique) e a violação de sigilo fiscal de familiares de José Serra. O que mais, além das duas novas famigeradas listas negras, nos espera na campanha que se avizinha?

Felizmente, a vigilância da imprensa sempre tem conseguido impedir que os partidários da intolerância prosperem. Não fossem a livre manifestação e o firme exercício democrático, estaríamos arriscados a ver o obscurantismo prevalecer. A luz da liberdade de expressão tem vencido as trevas do autoritarismo. Mas, até quando?

A perseguição a quem discorda dos ditames petistas não é fortuita, não é acidental nem irrefletida. O partido cuja bancada mais ilustre hoje dá expediente no presídio da Papuda considera que seu projeto é venturoso, mas esbarra na má vontade dos meios de comunicação, dos formadores de opinião – em suma, dos que não lhe dizem amém. Nesta lógica, a melhor arma é a mordaça.

Os petistas se julgam arautos de um projeto de transformação do país e, até quando fazem autocrítica, transferem para os mensageiros a culpa pela má mensagem. É o que acontece agora, também, quando admitem que a insatisfação com o governo Dilma não é apenas da “elite branca”, mas sim algo disseminado por toda a população.

A origem deste mal-estar seria “um pensamento conservador que se expressa fortemente por meio dos veículos de comunicação e que opera um cerco contra nós”, como disse Gilberto Carvalho em entrevista à Folha de S.Paulo publicada na segunda-feira passada. Por esta visão, ficamos assim combinados: a corrupção e a incompetência que marcam as gestões petistas foram inventadas em redações de jornal.

A lista negra de jornalistas e políticos também nos convida a refletir sobre a intenção já manifestada pela candidata-presidente de abraçar a proposta de regulação da mídia, acalentada há tempos por setores bastante influentes do PT.

Embora Dilma jure que não aceita discutir o controle de conteúdo, será que dá para acreditar na suposta boa fé da presidente diante da voracidade de um partido sobre o qual ela não tem qualquer ascendência? Afinal, se, sem qualquer legitimidade, o PT já incita uma cruzada contra vozes dissonantes, o que aconteceria se lhe fosse dado poder efetivo para controlar conteúdos jornalísticos e encabrestar opositores? Melhor nem pensar. Melhor ainda é agir antes e impedir que os partidários da intolerância prosperem.

“Palavra dada é palavra empenhada”, análise do ITV

palacio-do-planalto-foto-george-gianni--300x199Dilma Rousseff é uma pessoa de palavra. Quatro anos atrás, apresentou-se ao eleitorado como gerente gabaritada. Eleita, correu para vestir uniforme de faxineira. Há algumas semanas, assegurou que não mudaria sua equipe ministerial apenas em troca de alguns minutinhos a mais no rádio e na TV. As circunstâncias e o figurino podem mudar, mas Dilma Rousseff mantém a coerência: não cumpre nada do que fala.

Dilma havia dito há algum tempo que “faria o diabo nas eleições”. Mas, vê-se agora, é muito mais que isso: a candidata-presidente está disposta mesmo é a vender a alma ao diabo. Os lances mais recentes da montagem do palanque reeleitoral são pródigos neste sentido. No balcão de negócios, o céu é o limite.

A presidente da República trocou ontem mais um de seus ministros para assegurar o apoio de mais um partido à sua elástica coligação eleitoral. Dilma dissera que estava muito satisfeita com César Borges no Ministério dos Transportes – e, convenhamos, pelo histórico de inoperância da pasta na era petista ele até vinha bem – e jamais o tiraria do cargo.

A palavra dada pela presidente, contudo, não foi honrada. O partido do ministro, o PR, cobrou a substituição de Borges e Dilma prontamente atendeu. Entregou sua cabeça e trouxe de volta para o cargo o mesmo ministro afastado há menos de 15 meses. Se isso não é ser coerente, o que mais pode ser? A Borges, restou a Secretaria dos Portos como prêmio de consolação.

Em 2011, o mesmo partido e o mesmo Ministério dos Transportes estiveram no centro da “faxina” – aquela em que a sujeira é varrida para baixo do tapete – promovida pela presidente. Se havia alguma dúvida do artificialismo do figurino ético de Dilma, não remanesce nenhuma mais. Na alça da mira agora estão a diretoria-geral do Dnit e o comando da Valec, também num movimento de desfazer a limpeza que, embora timidamente, fora feita.

A coerência administrativa da presidente ao nomear sua equipe é de dar gosto. Basta lembrar, também, o que aconteceu no Ministério da Pesca três meses atrás. Lá o ministro que não sabia o que era uma minhoca deu lugar a seu suplente no Senado, um teólogo e jornalista que, possivelmente, não faz ideia do que seja pescar com caniço e samburá.

Em todos estes episódios, salta aos olhos a falta de autoridade da presidente e sua total ausência de controle e critérios para compor uma equipe. Já não bastassem os maus resultados que ela tem a exibir em termos de obras e realizações, cabe a pergunta: Que espécie de gerentona eficiente é esta?

No seu vale-tudo pelo poder, o PT faz uso de suas armas mais típicas, como a também odienta caça aos que ousam não compactuar com os planos eleitorais do partido. Os jornais Extra e O Globo noticiam hoje que o Planalto foi em busca dos nomes de cada um dos prefeitos do PMDB fluminense que hipotecaram apoio a Aécio Neves. Para que será?

Pego no flagra, o ministro de Relações Institucionais disse que pretendia apenas convidá-los para um convescote no Planalto. “Prefeito, quando você chama para almoçar, para conversar sobre algum assunto, ele vem. Isso é do jogo”, disse Ricardo Berzoini, de notáveis atuações no submundo da guerrilha petista em eleições passadas. Não parece um fidalgo?

A uma presidente sem autoridade e com um currículo de parcas realizações para mostrar ao eleitorado como justificativa para merecer um novo mandato, junta-se um partido disposto a tocar o terror para vencer as eleições e perpetuar-se no poder. Nem com todos os arranjos e malandragens do mundo isso vai dar certo. O vale-tudo tem limite.

“Prestando contas”, por Ruben Figueiró

Ruben Figueiró*

figueiro_foto_ag_senadoEncaro como gesto natural as indagações que me tem sido feitas sobre a essência do Senado da Republica, suas atividades e a missão de seus integrantes, os senadores. Indagá-las é um direito da cidadania. Dentre os indagadores há os que interrogam porque de boa-fé querem se abeberar das águas límpidas que dão vigor ao Poder Legislativo.

Outros, porém, tem a intenção de espalhar o lamaçal denegridor da imagem de uma instituição de respeito centenário, muito antes de obter esclarecimentos de sua finalidade em um Estado Democrático. A estes, como aqueles, me curvo humildemente para lhes oferecer o meu depoimento sobre o que é o Senado, um dos pilares de nosso sistema institucional republicano.

O que é, afinal, o Senado?

Respondo: é um dos órgãos do Congresso Nacional que exerce as funções do Poder Legislativo ao lado da Câmara dos Deputados, com atribuições especificas definidas pela Carta Magna. Representa a Federação, ou seja, a união dos 27 estados e o Distrito Federal. É composto por 81 senadores, número que confere a cada unidade federativa três titulares.

Ao Senado compete privativamente 15 responsabilidades e aqui, para não ser extenso, menciono três das mais significativas: processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Republica nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros do Poder Executivo, membros dos Tribunais Superiores, Procurador-Geral da Republica, titulares dos Conselhos Nacionais da Justiça e do Ministério Publico; aprovar ou não a indicação para ministros das cortes Judiciárias, Tribunal de Contas da União, Procurador-Geral da Republica, embaixadores e outros altos cargos definidos por lei federal; e autorizar empréstimos junto a instituições financeiras nacionais e internacionais.

Nesse complexo de atribuições, há a ação legislativa propriamente dita dos senadores, no que tange oferecer e analisar proposições, votá-las, aprovando-as ou não, opinar sobre assuntos de interesse de sua representação da tribuna, exercer competência de seu direito de voz.

De minha parte, tenho procurado cumpri-las com exação e espírito público. Essa missão inicia-se ao redor de oito horas da manhã e se estende invariavelmente até às dezenove horas, podendo estender-se noite adentro em razão do período da Ordem do Dia em plenário, quando referta pelos debates, ou quando das sessões do Congresso Nacional (reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados) para votação de vetos presidenciais ou das leis orçamentárias.

É missão do senador integrar como membro as comissões temáticas para as quais for designado pela sua respectiva liderança partidária. A mim coube a atribuição de representar o PSDB na condição de titular a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo e, como suplente, a Comissão de Infraestrutura e as Comissões Mistas de Orçamento, de Atualização da Legislação Federal, e a extraordinária que examina indícios de irregularidades na Petrobras (CPMI da Petrobras).

Todas essas comissões, permanentes ou temporárias, tem reuniões todas as semanas geralmente no período matutino e nelas realmente pulsa o coração da atividade senatorial na apreciação de projetos e realização de audiências publicas.

Neste período que exerço o mandato dei ênfase a algumas reivindicações sensíveis aos meus conterrâneos tais como a questão da posse e domínio das terras, hoje conflagradas, entre indígenas e proprietários rurais – questão que se eterniza pela leniência e irresponsabilidade funcional do governo federal; a imperiosa necessidade de implantação de uma unidade de usina separadora de gás (GLP), amônia e ureia ao longo de nosso território e por onde cruza o gasoduto Bolívia-Brasil, para agregar economia ao consumo de nossa população; a solução tão almejada da recuperação do leito do rio Taquari e das áreas pantaneiras que se transformaram no que, tristemente, se conhece como “deserto aquático”, o maior desastre ecológico do mundo.

Ademais, ofereci para análise de meus pares inúmeros projetos e emendas a atual texto da Constituição, todos frutos não só de minha iniciativa mas sobretudo pela valiosa contribuição que tenho recebido de meus compatriotas de todos os recantos do país, que entendo merecem a analise da mais Alta Casa do Parlamento Brasileiro.

Tenho aqui a vista um deles, fruto da sugestão de uma mãe preocupada pelos inúmeros casos correntes de intoxicação de crianças por ingestão acidental de medicamentos, saneantes e cosméticos que crianças, em sua natural curiosidade infantil, são vitimas em razão da propaganda atraente impressa na embalagem do produto.

Meu projeto é para proibi-la, modificando a lei 6.360 de 1976: “É proibido o uso de símbolo, figura, desenho ou recurso gráfico como elemento de apelo próprio ao universo infantil na rotulagem e na propaganda de que se trata esta lei.” Projeto de lei do Senado nº 145, de 2014.

Estes são alguns aspectos de minha missão. Se Deus quiser procurarei honrá-la da melhor maneira possível até seu termino em 31 de janeiro de 2015!

 

 

*Ruben Figueiró é senador pelo PSDB-MS

“Empregos a perigo”, análise do ITV

imagesO governo Dilma sempre se recusou a discutir a sério os problemas da economia. Escuda-se na alegação de que o mercado de trabalho vai bem e que, sendo assim, não há que se falar em fraquezas. O que dirão agora que a geração de empregos despencou no país?

Porta-vozes oficiais têm adotado o mantra de que “PIB não enche barriga” no intuito de criar uma narrativa que – com o fracasso de Dilma Rousseff na promoção do crescimento – desdenha a importância da expansão econômica para o bem-estar da população. Mas, se PIB não enche barriga, é o emprego que põe comida na mesa. Ou não?

Neste sentido, são muito ruins os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo governo. Em maio, foram criadas apenas 58,8 mil novas vagas de trabalho em todo o país.

Parece bom? Uma frase ajuda a qualificar o dado: foi o pior resultado para meses de maio desde 1992, tempo em que Fernando Collor ainda era presidente da República. Lá se vão 22 anos. Nem em tempos de crise brava, como foi 2009, fomos tão mal assim.

Nos cinco primeiros meses deste ano, foram criadas 543 mil novas vagas de trabalho, com queda de 28% em relação ao mesmo período de 2013. Na comparação com os cinco meses iniciais do primeiro ano da gestão Dilma, a queda é bem mais significativa: 55% quando comparadas as médias mensais.

O segmento mais penalizado pelos cortes é a indústria da transformação: em maio, 28,5 mil postos de trabalho foram eliminados. É o segundo mês seguido com quedas no setor – em abril, o saldo fora negativo em 3,4 mil e, no acumulado no ano, a redução no emprego industrial já é de 2% em relação a 2013.

No ano, até maio, a indústria criou apenas 3,6 mil novas vagas de trabalho e caminha para fechar 2014 praticamente no zero a zero, na melhor das hipóteses. O pior é que, em geral, os ciclos de demissões na economia começam pelo setor industrial, o que permite acender luz amarela para o mercado de trabalho em geral nos próximos meses.

Ao mesmo tempo, a atividade industrial deve ter queda no ano (-0,14%), conforme as previsões mais recentes colhidas pelo Boletim Focus do Banco Central. Frise-se que são os empregos industriais justamente os mais bem remunerados e qualificados. O trabalhador brasileiro, portanto, empobrece.

São todos resultados muito ruins para um país em véspera de Copa do Mundo, como era o Brasil em maio passado. Se, dentro de campo, o Mundial de futebol está sendo um espetáculo, fora dele os sinais são frustrantes, como ilustra o mercado de trabalho. Deveríamos estar bombando, mas não.

O governo prefere culpar empresários e seu “pessimismo”, como se humores e não dados da realidade fossem o motor dos investimentos produtivos. Gente como Lula consegue ser ainda mais irrealista, ao dizer que Dilma está “mantendo a inflação na meta com manutenção de salário e emprego”. Só se for em Marte…

A meta de criação de 1,4 milhão de vagas neste ano não deve se confirmar e deve ser oficialmente revista pelo governo já no próximo mês. O governo Dilma diz que criou 5,1 milhões de empregos. Não é verdade. Segundo o Caged, foram apenas 3,6 milhões. É bom, mas é quase 30% menos do que a propaganda oficial apregoa.

A crise na criação de empregos no país é mais um efeito da duvidosa política econômica da presidente Dilma Rousseff. Se já tínhamos a mais perversa das combinações, com inflação alta e crescimento baixo, agora adicionamos uma pitada a mais de pimenta, com a forte perda de dinamismo do mercado de trabalho. O caldo entornou.

“Velhas promessas e o ranço de sempre”, análise do ITV

sda-300x193Dilma Rousseff foi ungida no fim de semana como candidata à reeleição pelo PT com uma mistura de promessas recicladas, velhos ranços e slogans inverossímeis. É a demonstração mais evidente de que, em seu mandato, a presidente da República não produziu realizações suficientes para justificar mais quatro anos de governo.

Um marciano que descesse à Terra no sábado passado provavelmente concluiria que ali reunia-se um partido em guerra para assumir pela primeira vez o comando do país. Imaginaria que a mulher que discursava prometendo mundos e fundos jamais sequer passara perto de sentar-se numa cadeira no Executivo.

O mesmo marciano provavelmente levaria um susto ao saber que o partido que realizava sua rica e tecnológica convenção governa o Brasil há quase 12 anos e já está prestes a completar sua terceira gestão seguida no comando do país.

Nosso ET imaginário certamente cairia para trás ao saber que a mulher tão pródiga em prometer ocupa há quase quatro anos a cadeira de principal mandatária do país, além de ter participado, durante todos os dias, dos dois governos que a precederam.

O marketing petista parece crer na necessidade de tornar suas promessas mais vistosas. Para tanto, até criou um novo rótulo para enfeixá-las: Plano de Transformação Nacional, que chega para ocupar o vácuo do Programa de Aceleração do Crescimento. Um e outro se assemelham: não passam de vento, intenções ao léu, cantilena sem efeitos benéficos para a população.

O tal plano prevê desburocratização, investimentos em educação, reforma do sistema político através de plebiscito, revisão de pacto federativo e melhorias nos serviços públicos. “Aglutina programas de governo que já existem com ideias genéricas que ainda estão em discussão”, sintetizou a Folha de S.Paulo no domingo.

Aquilo que não é platitude foi xerocado de propostas que a oposição vem sustentando há anos, como a necessidade de arejar o Estado, desonerar o cidadão e reequilibrar direitos e deveres dos entes nacionais. E também há excentricidades como o “Banda Larga para Todos” num país em que metade da população nem esgotamento sanitário tem.

Se nos compromissos a plataforma petista é enganosa, no tom é beligerante. A retórica nervosa e agressiva deu o norte na convenção que ungiu a candidatura à reeleição. Para alguém que hoje tem a atribuição de governar para todos os brasileiros, nada mais explícito para comprovar o desequilíbrio da mandatária.

O PT vai insistir na tese de que representa o bem e seus adversários são o mal encarnado. Mas os petistas se julgam tão superiores que contra o “nós” deles cabem todos os demais. Ou seja, será uma espécie de luta do “nós” (os petistas) contra todos – tucanos, republicanos, democratas, pipoqueiros, indignados, taxistas, sindicalistas e qualquer um que não diga amém.

Tomando por base o que disse Dilma no sábado, ela e seu partido também não veem problema algum na rota que o país vem trilhando nos últimos anos. Parecem crer que basta fazer mais do mesmo, aprofundar a opção pela equivocada “nova matriz econômica” para que as portas da esperança finalmente voltem a se abrir.

Como o espírito do tempo não deixa margem a ignorar o sentimento de mudança que grassa na população, os petistas não se furtaram a tentar apropriar-se dele: “Mais mudança; mais futuro”, pede seu slogan. Impossível admitir que quem está aí há tanto tempo, e é hoje o real responsável por problemas que remanescem sem solução, seja o portador de qualquer transformação.

O que o PT não entendeu é que o passado hoje são eles. Quando Dilma diz, como fez ontem em Macapá, que programas como o Minha Casa, Minha Vida nasceram porque “no passado não se dava importância à casa própria”, esquece-se convenientemente que, quando o programa foi lançado, o PT já era governo há seis anos.

Na campanha que se aproxima, Dilma Rousseff terá que responder pelos seus atos, pelo governo que comandou, pelas promessas que não cumpriu, pelo pouco que realizou. Na convenção que a escolheu candidata, não fez nada disso. Certamente porque não tem resposta para nenhuma destas questões.

“Os nove malditos”, por Ademar Traiano

ademar-traiano-foto-al1-300x196Quem foi o responsável pelo xingamento a Dilma Rousseff no Itaquerão? Quem dirigiu aquele encaminhamento vexaminoso dado à ‘presidenta’ por milhares de vozes? Quem provocou aquele fiasco planetário transmitido para o mundo e presenciado, ao vivo, por uma penca de chefes de Estado?

O PT e Lula sacaram do coldre, no ato, uma acusação. “Foi a elite branca e ingrata, incapaz de ver os fantásticos benefícios que o PT trouxe ao Brasil nos últimos 12 anos”. Segundo essa curiosa explicação, elaborada pelo próprio PT, só a elite branca teria dinheiro para bancar um ingresso no espetáculo da abertura da Copa, uma festa produzida com dinheiro de todos os brasileiros.

E a elite branca estaria sob o comando de um grupo de intelectuais, e humoristas que se dedicam diariamente a difamar o glorioso papel do PT que – com seus Dirceus, Genoinos e Delúbios – trata de redimir o Brasil, depois de 500 anos de injustiças.

Quem se encarregou de nomear os responsáveis por essa desgraça foi Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, que acusou“setores elitistas albergados na grande mídia” de “desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior”. Ele apontou nove “inimigos da pátria” aos quais insinuou que os verdadeiros crentes do PT estariam autorizados a impor todo tipo de punição, inclusive física, presume-se.

Os nove malditos do PT são os jornalistas Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, o cantor Lobão, além dos humoristas Danilo Gentili e Marcelo Madureira.

É espantoso e assustador que o vice-presidente de um partido no poder, em uma democracia, tenha o desplante de apontar um grupo de intelectuais como “inimigos da pátria” e açule seus comandados a persegui-los de todas as formas possíveis.

A designação pública dos inimigos do povo era típica de lugares como a União Soviética de Stalin, a China de Mao, o Camboja de Pol Pot, a saudosa (para o PT) Cuba dos fuzilamentos, ou o Irã de Khomeini.

Uma ordem política, com ares de decreto religioso, direcionada para uma comunidade onde se encontram um número enorme de seguidores fanatizados, é uma forma de colocar esses críticos em situação de risco de vida.

Desde que chegou ao poder, em 2002, o PT protagonizou inúmeras tentativas de censurar a imprensa através de artifícios mal dissimulados com nomes como “controle social da mídia”, entre outras vigarices. Fracassaram sempre, mas não param de tentar porque o autoritarismo está no DNA do PT.

É a primeira vez, no entanto, que uma alta autoridade petista se atribui o direito dar os nomes para os inimigos do PT, creditar a eles a culpa pelos problemas do governo e sugerir que os petistas têm o dever de justiçá-los.

A radicalização do PT não é exclusividade de Cantalice. É visível nos discursos cada vez mais hidrófobos de Lula, e decorre do desespero provocado pelos desastres do governo Dilma Rousseff que parece prestes a fechar o ciclo petista com um indisfarçável fracasso.

As pesquisas não mentem. O último Ibope revela que o petismo no poder nunca foi tão mal avaliado. A taxa de aprovação (bom é ótimo) do governo petista é de 31%, a de reprovação (ruim e péssimo) é de 33%. A rejeição de Dilma (não votam nela de jeito nenhum) é de 43%.

O Ibope pesquisou o desempenho do governo em oito áreas chaves. Em todas elas a desaprovação é maior que a aprovação. Na Educação, 67% desaprovam contra 30% que aprovam. Na Saúde, 78% a 19%. Na segurança, 75% a 21%. No meio ambiente, 52% a 37%. No combate à fome e pobreza a 53% a 41%. No combate ao desemprego, 57% a 37%. No combate à inflação, 71% a 21%. Na política de juros, 70% a 21%. Nos impostos, 77% a 15%.

Todos esses fracassos seriam culpa da “elite branca” sob a batuta dos “nove malditos”? Nada disso. Apanhado em um vídeo que vazou para a grande imprensa, falando, para variar, francamente, numa reunião com blogueiros chapa branca, o ministro daSecretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, teve um ataque de sincericídio.

“Me permitam, pessoal! No Itaquerão não tinha só elite branca, não!”, disse Gilbertinho aos blogueiros. O ministro contou que foi aos arredores do Itaquerão. Assistiu ao Brasil X Croácia numa escola. “Fui e voltei de metrô”, informou. “Não tinha só elite no metrô, não. Tinha muito moleque gritando palavrão dentro do metrô, inclusive, [gente] que não tinha nada com elite branca.”

A soma das manifestações de Cantalice e Gilberto Carvalho dá um resultado explosivo. O PT sabe que fracassou, mas não está disposto a assumir o fracasso nem a aceitar uma possível derrota sem uma reação violenta.

*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB e Líder do Governo na Assembleia Legislativa no Estado do Paraná.

“O outono da presidente”, análise do ITV

dilma2_2-300x225Dilma Rousseff vai de mal a pior. Suas perspectivas eleitorais são muito ruins e a avaliação sobre seu governo é cada vez mais negativa. A presidente está hoje tão mal quanto estava no auge das manifestações de junho do ano passado. Em alguns casos, consegue estar bem pior. A petista parece estar vivendo seu outono.

Ontem o Ibope divulgou nova pesquisa de intenção de votos e de avaliação do governo. No aspecto eleitoral, mesmo com toda a superexposição produzida por sua estratégia de campanha, Dilma no máximo oscila.

Dilma tem hoje os mesmos 39% de intenção de voto que tinha em 2010 quando faltavam quatro meses para as eleições que a sufragaram. Sua situação, antes e agora, porém, era muito distinta: lá estava em ascensão e representava a continuidade de um governo bem avaliado; cá, está numa claríssima descendente.

A relativa manutenção das intenções de voto na presidente é fruto do desinteresse da população pelo processo eleitoral: nesta altura do campeonato, 55% dos entrevistados têm pouco ou nenhum interesse nas eleições de outubro. Ainda assim, já somam 43% os que dizem que hoje não votariam de jeito nenhum em Dilma Rousseff para presidente.

Enquanto o cenário eleitoral pode resultar de desinteresse momentâneo, a evidente piora na avaliação do governo e da presidente é uma manifestação real, efetiva, posto que decorre da visão que as pessoas têm do que está acontecendo no seu dia a dia.

Um, o voto, é decisão futura e, portanto, ainda postergada para depois. Outra, a avaliação de governo, é percepção presente, fruto da vivência cotidiana. E, naquilo que pensa de seu dia a dia, o brasileiro está claramente insatisfeito, contrariado, infeliz com as condições de vida que estão lhe oferecendo.

Para começar, pela primeira vez na série do Ibope, tornou-se majoritário o contingente de pessoas que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo. A avaliação negativa da gestão atual é feita por 33% dos entrevistados pelo Ibope, enquanto os que a consideram ótima ou boa somam apenas 31%. Nem no auge dos protestos do ano passado isso chegou a acontecer (na ocasião, houve rigoroso empate em 31%).

Da mesma maneira, são maioria os brasileiros que desaprovam a maneira de a candidata-presidente governar: são 50%, contra 44% que ainda a aprovam. Neste quesito, isso se dá pela segunda vez na atual gestão: em julho do ano passado, Dilma também era mais rejeitada que aprovada (49% a 45%), situação que agora volta a acontecer.

A mesma coisa se passa com o grau de confiança nela. Segundo o Ibope, 52% simplesmente não confiam na presidente que os governa, enquanto 41% mantêm a confiança. É a maior marca negativa neste quesito registrada por Dilma – em julho de 2013, a desconfiança também superava a confiança, mas em menor margem (50% a 45%).

Em rigorosamente todas as nove áreas pesquisadas pelo Ibope, as políticas adotadas pela presidente Dilma são majoritariamente desaprovadas pelos brasileiros: educação, saúde, segurança pública, combate à fome e à pobreza, combate ao desemprego, meio ambiente, impostos, combate à inflação e taxa de juros.

A pesquisa do Ibope foi realizada após a abertura da Copa, sugerindo, quem sabe, que a população em geral não compartilhou o repúdio aos péssimos modos da torcida no Itaquerão, como o PT se encarregou de tentar fazer todos crerem – embora sequer os mais destacados porta-vozes petistas, como Gilberto Carvalho, demonstrem acreditar em suas versões…

O mais certo é que os brasileiros de fato compartilham a avaliação que o secretário-geral da Presidência da República externou entre militantes e ativistas amigos do PT: “(A percepção de que) Inventamos a corrupção, de que nós aparelhamos o Estado brasileiro, de que somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou.” A pesquisa do Ibope mostra que ele está coberto de razão.

“De outros tempos…”, por Ruben Figueiró

*Ruben Figueiró

ruben-figueiro-foto-Agencia-Senado-300x204Recuperando-me de um estado gripal, resultado das estafantes atividades político-parlamentares a que me impus e por não ouvir as advertências da Cléa, minha esposa, e reiteradas recomendações de meu médico e amigo, Dr. Alfredo Arruda, de que “preservar a saúde na minha idade é alongar o prazer de viver”, refugiei-me na leitura de expressões e de um texto que anotei num caderninho – e deles extraí alguns sérios e outro hilário, quão satânico.

Textos cujo potencial intrínseco poderá servir como um fanal cujas luzes originais do atrito entre experiências vividas neste mundo que se não é um cão raivoso, pouco lhe falta. Deles podem surgir considerações capazes de produzir reflexões para as decisões que o eleitor brasileiro haverá civicamente de assumir em outubro próximo.

Permito-me aqui destacar: I) De Joseph de Maistre: “Toda Nação tem o governo que merece”. II) De Nilo Coelho: “A verdade do governo não pode estar distante da realidade da população brasileira”. III) De Confúcio: “Há bom governo quando o príncipe é príncipe e o ministro é ministro; quando o pai é pai e o filho é filho”. IV) De Alfred de Vigny: “O melhor governo é o que se sente menos e se paga mais barato”. V) De Djalma Marinho, que foi meu colega na Câmara dos Deputados, de saudosa memória: “A lealdade tem sua hierarquia e a minha lealdade é, acima de tudo, com a minha consciência e a instituição a que sirvo. Não sou um contestador, mas desejo ser um construtor. Se não posso – como disse o Juiz Simpson – construir a catedral, tenho muita honra em carregar o tijolo”.

São expressões que revelam sabedoria política, de como governantes devem exercer suas altas missões, de respeito à hierarquia, de dignidade e honradez no exercício do mandato popular.

Agora menciono a hilária que encerra uma fina ironia que o eleitor deve ter sempre em mente no momento da escolha de seu candidato. Veio ela do âmago de uma piada mineira, retirada do livro “Travessia”, do consagrado escritor e político mineiro, Ronaldo Costa Couto, companheiro de JK:

“A anedota é sobre o testemunho de uma velhinha conhecida como fofoqueira, língua solta, afiada, atrevida, demolidora. No Júri, é interrogada pelo Promotor:

– A senhora me conhece, dona Maricotinha?

– Claro, uai! Conheço-o muito bem, desde menino. Você nunca prestou. É incompetente, complexado, mentiroso, sem vergonha, traiu a Eponina, tem gonorreia crônica, mau hálito, título protestado. É tão burro que me faz uma pergunta boba como esta!

Alarmado, o Promotor trata de desviar o assunto:

– E o Advogado de Defesa, a senhora conhece?

– O Bilustrico? Conheço-o desde bebê, cuidava dele para a comadre Veridiana; ganancioso, preguiçoso, porco, pinguço, covarde, despreparado, mau filho, mau caráter, safado, tem mulher lá no puteiro. Não vale cem réis de mel coado!

O velho Juiz chama o Promotor e o Advogado de Defesa e avisa baixinho:

– Prendo na hora quem perguntar se ela me conhece!”

As eleições estão se aproximando, os candidatos se apresentam, o bem e o mal feitos estão claros para serem aferidos. Governantes e postulantes, o clamor de indignação e protestos ganham as ruas. É momento, pois, de se refletir o que registraram aqueles de outros tempos.

 

 

*Ruben Figueiró é senador pelo PSDB-MS