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“O avanço na infraestrutura para o desenvolvimento”, por Marcus Pestana

Marcus-Pestana8Onze anos se passaram tendo Aécio e Anastasia à frente do governo de Minas. As mudanças são visíveis. Os resultados, palpáveis. O lado nobre da política é quando ela se transforma em poderoso instrumento para a melhoria da qualidade de vida da população. Nas discussões sobre políticas públicas, às vezes, há uma contraposição mecânica entre investimentos em infraestrutura e políticas sociais. É um enorme equívoco. A melhoria dos padrões de vida tem tudo a ver com as condições da matriz de transporte, energia, comunicação e saneamento. E os governos do PSDB em Minas são a mostra viva disso.

Em 2003, havia 225 cidades sem comunicação asfáltica com a malha principal. Asfalto não é luxo. Imaginem ambulâncias, ônibus escolares, caminhões de produtores rurais, turistas enfrentando poeira na seca e barro nas chuvas. Isso é cidadania sequestrada. O programa Pro-acesso levou asfalto a 219 municípios. Os outros seis, infelizmente, dependem do governo federal, como aqueles na beira da BR–367, que liga Minas Novas a Virgem da Lapa. O Pró-MG é a mais avançada estratégia de todo o Brasil para a manutenção de estradas. Em vez da velha e ineficiente postura de contratar depois a recomposição e o tapa-buraco que as chuvas provocaram, foi feita a contratualização do conjunto de serviços permanentes de manutenção das estradas estaduais (pavimentação, sinalização, capina). Nem mesmo a medida unilateral do governo Dilma de zerar a Cide, tirando mais de R$ 300 milhões anuais do Tesouro estadual para aliviar o caixa da Petrobras, conseguiu abalar tão exitosa experiência. Agora foi desencadeado o Caminhos de Minas, que produzirá a integração social e produtiva interna de diversas microrregiões do Estado.

Nas comunicações, mais de 400 cidades não tinham telefonia celular. Diferentemente do governo federal, que não conseguiu operacionalizar o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), o governo de Minas arquitetou a pioneira e inovadora parceria público-privada que levou o sinal de celular a todas as cidades mineiras. Isto é cidadania, aumento de produtividade, modernização econômica.

Na matriz energética, a Cemig desencadeou o maior programa de investimentos de sua história e expandiu suas alianças estratégicas para além das fronteiras mineiras. A Copasa consolidou sua boa governança e também bateu recordes na expansão dos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto. A criação da Copanor reafirmou a nossa visão social-democrata de fazer das políticas públicas ferramenta de promoção da equidade social.

As ações do governo de Minas pavimentaram os caminhos da cidadania e do desenvolvimento. Infelizmente, isso não foi acompanhado pelas ações federais. Os desafios das duplicações das BRs 381 e 040, a expansão do transporte metroviário na RMBH, o Rodoanel, entre outros investimentos federais, não saíram do papel.

Mas o PSDB, depois de 11 anos governando Minas, tem a consciência clara que cumpriu o seu papel.

 

Deputado federal (PSDB-MG). Artigo publicado no Jornal “O Tempo” (9.12.13)

“Máquina de triturar reputações”, análise do ITV

itv-300x200Já deixou de ser novidade o uso, por parte do PT, de métodos espúrios para travar a disputa política. Mas, de vez em quando, aparecem revelações que ainda conseguem estarrecer. O partido que produziu a compra de votos em escala industrial também desenvolveu uma linha de montagem para fabricar dossiês em série e pôs para funcionar uma máquina de triturar reputações.

A edição da revista Veja desta semana traz mais uma revelação sobre o Estado policialesco que o PT instalou dentro do governo. Funciona – será que isso ainda surpreende alguém?! – a partir do Ministério da Justiça, exatamente o mesmo centro de irradiação de recentes aloprações em torno de papéis fajutos que tentavam incriminar tucanos no caso Siemens. Mas recebe demandas do governo inteiro e, principalmente, ordens do Palácio do Planalto.

As revelações constam de livro a ser publicado nos próximos dias pelo delegado de polícia Romeu Tuma Jr, ex-secretário nacional de Justiça do governo Lula. O autor conhece o que viu: chegou ao posto logo no início do segundo mandato do petista, em uma negociação que envolveu a adesão do PTB à base governista. Permaneceu no cargo por um bom tempo, entre 2007 e 2010. Presenciou muita falcatrua.

Tuma Jr conta que, enquanto ocupou o cargo, até ser afastado por suspeita de envolvimento com máfias chinesas de contrabando, recebia ordens de cima para conduzir investigações que prejudicassem adversários do governo Lula. Ele nomina algumas de suas vítimas: o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o ex-senador Tasso Jereissati.

Tucanos, ambos foram alvos preferenciais da bandidagem oficial pelos incômodos que causavam ao petismo. “Recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo. O PT do Lula age assim: persegue seus inimigos da maneira mais sórdida”. Até Ruth Cardoso entrou na mira da vilania petista.

Mas o livro, assim como a reportagem e a entrevista dada pelo ex-secretário à Veja, trazem muito mais casos assombrosos. Tuma Jr conta, por exemplo, que o PT mantinha uma conta nas Ilhas Cayman, conhecido paraíso fiscal usado para lavar dinheiro, para alimentar o mensalão. Instado a cooperar numa investigação internacional para desbaratar esta trama, o então secretário foi forçado por superiores a engavetar o assunto.

Malas de dinheiro também circulavam em gestões municipais petistas, como a de Santo André, onde o então prefeito Celso Daniel foi morto em 2002. Sobre o assunto, Tuma Jr diz ter ouvido de Gilberto Carvalho, hoje secretário-geral da Presidência da República: “O Celso nunca desviou um centavo para o bolso dele, todo o recurso que arrecadávamos eu levava para o Zé Dirceu, pois era para ajudar o partido nas eleições”. Acha grave? Tem muito mais.

O ex-secretário de Justiça também conta que Lula – que na época ainda se chamava apenas Luiz Inácio da Silva – foi um pródigo colaborador do regime militar, na pele de informante do Dops, então dirigido por Romeu Tuma, pai de Tuma Jr. “Os relatos do Lula motivaram inúmeras operações e fundamentaram vários relatórios de inteligência. Graças às informações que o Lula prestava ao meu pai, muitas operações foram realizadas”, relembra ele, então investigador do temido órgão de polícia nos anos 80.

Ministros do STF também foram vítimas da máquina de bisbilhotar a vida alheia azeitada pelo PT. Segundo Tuma Jr, todos os integrantes da mais alta corte de Justiça do país são constantemente vigiados e monitorados pela arapongagem às ordens do Palácio do Planalto.

Ele até tentou denunciar à época, mas encontrou ouvidos moucos: “Não há nada relatado no livro que eu não tenha denunciado imediatamente aos órgãos adequados”, diz o autor. Como se constata, estamos diante de um Estado assustadoramente policialesco.

O mais grave é que a máquina petista de triturar reputações continua a pleno o vapor, como se viu nos últimos dias com a revelação de que o Ministério da Justiça esteve no centro de armações que deram ares de veracidade a papeluchos forjados para tentar incriminar desafetos do PT. Tuma Jr diz, aliás, que desde 2008 o governo petista tentava algo do tipo. Fácil ver que a coerção vil está no modus operandi inerente aos petistas.

Até agora, havia dúvidas se grossos trambiques, dossiês e aloprações desta natureza eram produto de petistas que agiam por conta própria, sob desinteresse conivente de chefes, ou se há uma engrenagem azeitada e organizada dentro do próprio governo para difamar adversários. A prevalecerem as revelações feitas por um graduado ex-funcionário da gestão Lula, ficou provado que a segunda hipótese é a verdadeira, o que é gravíssimo.
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“Mandela”, por Aécio Neves

aecio-neves-foto-george-gianni-psdb-11-300x199Nestes dias, milhares de textos estão sendo escritos, em diversas partes do mun- do, celebrando Nelson Mandela. O amplo reconhecimento e a reverência a ele não ocorrem sem razão.

Mandela tornou-se um dos mais expressivos líderes do nosso tempo, um símbolo à democracia e à igualdade de direitos, ao se dedicar à construção de uma obra política excepcional, que colocou fim ao “nós e eles” que caracterizava a violenta e injusta organização social da África do Sul.

Assim como alguns outros líderes da história, ele teve a consciência de que o ódio e a hostilidade, transformados em instrumento de luta política, aprofundam a intolerância e a perpetuam, impedindo que a nação floresça e se realize em sua integridade e significado.

O impressionante na obra de Mandela não é apenas o que ele foi capaz de fazer, mas como o fez. Foi surpreendente e exemplar a sua posição pacificadora, superando ressentimentos naturalmente existentes sobre um regime que roubou parte importante da sua vida, encarcerando-o injustamente por quase três décadas, e dominou o seu país, dividindo-o em privilégios e castas, opressores e oprimidos, brancos e negros, ricos e pobres, mantendo milhares subjugados pelo execrável apartheid.

Em sua saga, ele ultrapassou os limites do seu país e ensinou ao mundo. Ninguém pôde ficar indiferente à sua incomparável generosidade. Diante dela tombaram adversários incrédulos e aliados de toda vida, movidos, naquele primeiro momento de ascensão, por um estéril –embora compreensível– revanchismo.

Por isso, o significado de Mandela é ainda maior.

É absolutamente admirável o sentido que ele soube dar ao exercício da política, libertando-a da conflagração tradicional que alimenta o dissenso e também das suas obviedades e mesquinharias.

Seu amplo olhar ultrapassava o curto horizonte das circunstâncias. Cerziu, pacientemente, naquele cubículo sob grades, durante anos a fio, uma consciência clara acerca do futuro. Ele sabia que o seu país só seria capaz de abrigar igualmente todos os seus concidadãos se fossem rompidas poderosas amarras e superadas divisões abismais que fraturaram durante tanto tempo a alma sul-africana. Ele conseguiu. E nos deixou o mais importante legado: a política a serviço do bem comum, a que o mundo inteiro se curva agora.

São especialmente comoventes as celebrações que ocorrem nas ruas da África do Sul. Elas reavivam em cada um de nós uma rara confiança na política, como instrumento transformador da sociedade e habilitador da plena cidadania.

Num mundo em que ainda há espaço para a tirania, onde rotineiramente a conveniência se sobrepõe a valores, o exemplo de Mandela é a exceção que enobrece a humanidade.

 

Artigo publicado no Jornal Folha de S.Paulo (09.12)

Mais comércio, mais progresso, análise do ITV

itv-300x200À primeira vista, o tema não parece ser dos mais palpitantes. Mas comércio internacional é fundamental para o progresso das nações. Daí a relevância do acordo fechado neste fim de semana em Bali, na Indonésia, e suas implicações para as opções equivocadas que o Brasil vem adotando nos últimos anos nesta seara, isolando-se do mundo.

Fazia 12 anos que a Organização Mundial do Comércio (OMC) tentava fechar um acordo multilateral de liberalização dos negócios entre países. Ocorre que, num grupo formado por 159 nações, as regras da instituição só admitem decisões por consenso. Quase impossível, mas saiu alguma coisa.

Pelo que foi costurado, com o brasileiro Roberto Azevêdo à frente, haverá menos burocracia e mais eficiência nas alfândegas (algo chamado de “facilitação de comércio”, por buscar melhorar as práticas aduaneiras), compromissos para eliminar subsídios que distorcem as exportações agrícolas e alguns benefícios para países mais pobres, de forma a possibilitar seu maior desenvolvimento.

Estima-se que o consenso global acordado neste fim de semana na Indonésia representa apenas 10% das pretensões iniciais da OMC à época em que as negociações começaram, em 2001. Mesmo assim, será capaz de injetar US$ 1 trilhão no comércio global e criar 21 milhões de empregos, o que demonstra a força que os negócios entre nações têm.

Se o acordo da OMC tivesse naufragado, o Brasil estaria num mato sem cachorro, ou, sendo mais preciso, num oceano sem bote de salva-vidas. Isto porque, na era petista, nossa diplomacia jogou todas as suas fichas em negociações multilaterais de comércio – estas que envolvem plenárias globais e em que Cuba ou Venezuela valem tanto quanto EUA, Alemanha ou Japão – e praticamente se eximiu de buscar acordos bilaterais com países e blocos.

“O governo [brasileiro] não disfarçava o medo de que, com um colapso, a OMC fosse abandonada pelas grandes potências, que passariam a fechar acordos comerciais entre elas. O temor era de que essas iniciativas reformulassem as regras do comércio mundial, desta vez sem a influência ou participação do Brasil ou de outros emergentes”, resumiu O Estado de S.Paulo em sua edição de ontem.

Enquanto o Brasil aguardava a OMC acertar o passo, o mundo girou e a Lusitana rodou. Multiplicaram-se as negociações bilaterais entre países e blocos. Há, hoje, 543 acordos desta natureza sendo negociados ao redor do mundo. Na última década, o Brasil só fechou três deles: com Egito, Israel e Palestina. Não parece muita coisa. E não é mesmo.

Ao mesmo tempo em que o Brasil ficava a ver navios, vizinhos como Chile, Colômbia, México e Peru firmaram a Aliança do Pacífico, liberalizando 90% dos produtos comercializados entre si num mercado de US$ 2 trilhões que concentra 49% dos investimentos diretos estrangeiros na América do Sul. Mas não foi só.

Os Estados Unidos lançaram tratativas para firmar, com a União Europeia, o Acordo Transatlântico, que, se bem sucedido, envolverá mercado equivalente à metade da produção e a um terço do fluxo de comércio no mundo. E ainda mantêm em negociação uma parceria com as poderosas economias do Pacífico. São, como se vê, movimentos capazes de alterar a dinâmica da economia global e reconcentrá-la nos seus polos mais robustos.

Enquanto as movimentações ao redor do mundo seguiam frenéticas, o Brasil manteve-se atado ao abraço de afogados do Mercosul. Pior ainda, fez opção por se associar a governos ainda mais refratários à abertura e ao livre comércio, como a Venezuela, admitida no ano passado, e a Bolívia, que chegou há mais tempo no bloco.

O Brasil continua sendo um dos países mais fechados do mundo. Somos a sétima economia global, mas apenas o 25° maior exportador. Nossas exportações equivalem a 1,3% do total mundial e a 12,5% do nosso PIB, enquanto a participação das importações na economia brasileira é de apenas 13%, menor percentual entre 176 países analisados pelo Banco Mundial.

Por isso, é urgente uma reversão da orientação dada pelo PT a nossas estratégias de integração com o mundo. O Brasil precisa voltar a liderar as negociações regionais no continente e reorientar o Mercosul, aproximando-o dos objetivos de quando o bloco foi concebido, ou seja, mais comércio e mais abertura de mercados. Também deve jogar todos os esforços necessários para fechar um acordo com a União Europeia, deixando de ficar a reboque, por exemplo, da Argentina, que continua se recusando a aprofundar negociações.

Não é difícil perceber que as melhores perspectivas de desenvolvimento e progresso econômico estão na ampliação do comércio internacional, e não no contrário, como gostam de fazer crer os especialistas petistas e seus colegas bolivarianos. Basta constatar que a visão míope que esta turma tem sobre o lugar que o Brasil deve ocupar no mundo deve nos levar a ter neste ano o primeiro déficit comercial desde 2000. Com eles, andamos para trás, enquanto todo o resto do mundo avança.

“Ética na internet”, por Danilo de Castro

Danilo-de-Castro-Divulgação-Segov2-300x200O debate de ideias é anseio de todos durante as discussões políticas. A população sempre repudia ataques pessoais, ofensas, calúnias e baixarias. Aliás, a ética na política, em todos os níveis, foi o grito que ecoou das ruas durante as manifestações. Mas o que estamos vendo, principalmente nas redes sociais, ultrapassa todos os limites da moral e do respeito ao cidadão.

Grupos organizados, ligados ao PT, disseminam mentiras e calúnias contra adversários políticos. São ataques truculentos que partem de batalhões defakes, páginas na internet e blogs, esses últimos com patrocínio de estatais do governo federal. Não importa se o que é dito seja mentira. O que vale é rodar com o factoide pelas redes sociais.

A liberdade de expressão, de ideias e de informação é um direito de todos. Mentiras e calúnias são crimes. Mais do que nunca torna-se urgente a aprovação de propostas de reforma política que não apenas preveem o direito à livre informação, como também propõem a diminuição do abuso do poder econômico na internet, com a punição para quem organiza guerrilhas pagas para caluniar adversários políticos.

É uma forma de garantir a proteção de candidatos de baixo poder aquisitivo, que não tem como responder a essa organização paga, mas também protege o cidadão comum das mentiras, calúnias e difamações. O que se ganha com isso? O cidadão ganha liberdade de opinião, o livre acesso à informação verdadeira e o direito ao debate.

E sabem o que o PT pensa sobre a reforma política? O partido governista fala que a reforma é censura a internet. Mais outra mentira. O que o PT não conta é que ele quer a livre atuação da sua guerrilha digital, pronta para atacar e denegrir imagens. O PT quer mesmo é fugir dos debates de ideias e de propostas para o país. Como escreveu o senador Aécio Neves, em seu artigo para o jornal Folha de S.Paulo, “os maiores desserviços que o PT presta ao país é a insistente tentativa de legitimar a mentira como instrumento do debate e da luta política”.

 

Secretário de Estado de Governo de Minas Gerais

“O desafio da educação”, análise do ITV

itv-300x200Tem sido dito, quase diariamente, que a situação da educação brasileira é sofrível. Trata-se de percepção generalizada. Nos últimos dias, porém, o que apenas se intui foi constatado em números. O Brasil apareceu pessimamente classificado nos principais rankings educacionais globais. Se há um desafio que precisa ser, urgentemente, enfrentado no país é este.

Na terça-feira, saíram os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (o Pisa, coordenado pela OCDE). Como foi divulgado no mesmo dia em que ficamos conhecendo mais um pibinho produzido pela linha de desmontagem da gestão da presidente Dilma, o desempenho lastimável dos alunos brasileiros no teste acabou merecendo menos atenção do que deveria.

Comecemos pelo que aconteceu com a média geral dos estudantes brasileiros. O Brasil figura em 58º lugar numa lista formada por 65 países. Se isso serve de consolo, ganhamos de nações como Albânia, Colômbia, Peru, Jordânia e Tunísia. Mas estamos bem atrás de países como Cazaquistão, Vietnã, Malásia e Costa Rica, para ficar apenas nos exemplos mais aberrantes.
A prova, aplicada pela OCDE a alunos de 15 a 16 anos, mede conhecimentos e habilidades em três dimensões do conhecimento: matemática, leitura e ciências. Nos três casos, continuamos nas rabeiras do ranking: o Brasil ocupou a 55ª posição em leitura, a 58ª em matemática e a 59ª em ciências. Nas três áreas avaliadas, nenhum dos nossos estudantes atingiu o nível 6, o mais avançado de aprendizado.

Apesar de o Brasil ter sido apontado como o país onde os alunos mais avançaram em matemática nos últimos nove anos, 67% dos nossos estudantes estão no menor degrau de notas na matéria em todo o mundo e somente 0,8% conseguem alcançar os níveis mais altos, sem, contudo, chegar às notas máximas.
Para se ter ideia do abismo que nos separa do resto do mundo, em Xangai, primeiro país no ranking geral do Pisa, 3,8% e 55% dos alunos ocupam cada um destes patamares de conhecimento matemático, respectivamente. Na média da OCDE, são 23% e 12,6%.

O ritmo de melhoria em matemática caiu bastante nos últimos três anos. De 2006 para 2009, o avanço foi de 16 pontos e nos três anos seguintes – esta é a periodicidade da prova – caiu para 5. É uma característica da estatística: quando menor o patamar, mais fácil é acelerar. O problema é que, mesmo ainda lá em baixo, nosso motor já dá sinais de ratear.
“Como comemorar os pontos ganhos no Pisa se o aumento na nota brasileira se deu com maior força entre os piores alunos, cuja nota média na edição de 2003 equivalia a zerar na prova, e hoje, quase dez anos depois, esse mesmo grupo ainda não é capaz de ler uma única informação em um gráfico de barras?”, resume Paula Louzano, pesquisadora da USP na Folha de S.Paulo.

O que o Pisa revela em relação ao ensino fundamental, o Enem demonstra para a educação de nível médio. A avaliação, que o governo do PT transformou num sucedâneo do vestibular, comprova a distância que ainda a separa a qualidade oferecida pelos estabelecimentos privados das escolas públicas e o fosso que aparta o ensino nas regiões Sul e, principalmente, Sudeste do restante do país.

Completando o quadro, recentemente também foram divulgadas avaliações de em âmbito global referentes ao ensino superior. No ranking que considera todas as instituições do mundo, o Brasil não tem nenhuma entre as 200 melhores, de acordo com a consultoria britânica Times Higher Education. Entre os emergentes, temos apenas quatro entre as 100 melhores e somente a 11ª de uma lista encabeçada por chineses e asiáticos.

Sobram diagnósticos para comprovar o que se percebe a olhos vistos: a educação brasileira está reprovada! No caminho atual, não capacitamos nossos jovens para o exercício da cidadania, nem para competir no mercado de trabalho. Minamos o seu futuro. Quem sabe o Plano Nacional de Educação, que deverá ser aprovado nos próximos dias no Senado, ajude a desbravar novos rumos e a descortinar dias melhores.

“Não basta mudar o índice, tem que fazer para aparecer”, por Paulo Abi-Ackel

Artigo do deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG)

Paulo-Abi-ackel-Foto-Beto-Oliveira-Ag-Camara-300x197Foi um erro, um engano ou uma irresponsabilidade, consequente da desinformação da Presidente Dilma, afirmar para o jornal espanhol “El País” que o crescimento da economia em 2012 havia sido revisado e teria sido de 1,5% e não 0,9% como o IBGE calculou lá atrás. Pois mesmo com toda manobra contábil do governo federal e invenção de novos critérios de avaliação da economia, o fato é que a Presidente Dilma errou frente não somente à mídia internacional, mas também frente aos investidores internacionais. Se ela queria que o Brasil crescesse quase o dobro do que já se sabia, o acréscimo foi de apenas 0,1%, passou de 0,9% para 1%. Não basta querer, precisa fazer.

Esta atitude da presidente Dilma evidencia o seu descontrole acerca inclusive de informações, imaginem na gestão do governo. Daí se entende o porquê de tantas obras paralisadas e superfaturadas. Falta eficiência, conhecimento e informação da presidente Dilma sobre o que faz. O pior não é o fato de se cometer um engano, mas as consequências da má gestão, que recaem sobre o cidadão, o grande financiador do Brasil, com um quantitativo de impostos exorbitantes e um péssimo retorno nos serviços públicos.

A postura da presidente Dilma Rousseff foi alvo de critica da mídia internacional e considerada irresponsável, pois ou ela foi mal informada pela sua assessoria ou agiu com leviandade ao correr o risco de ser desmentida pelo IBGE.

A consequência de toda a ineficiência do governo Dilma se manifestou, ainda mais, no fraco índice de crescimento do PIB no terceiro semestre. Os meios de comunicação tornaram público o fracasso da economia brasileira, que teve queda de 0,5% no terceiro trimestre de 2013, conforme dados do IBGE. Se comparar o desempenho da economia com os Estados Unidos e países europeus, o Brasil foi o pior de todos. Enquanto a economia brasileira teve um índice negativo de 0,5%, a economia americana avançou 0,7% e a União Europeia teve aumento de 0,2% no PIB. O crescimento do Reino Unido avançou 0,8%, da Alemanha 0,3%, de Portugal 0,2%, e da Espanha 0,1%. A Coreia do Sul, que nas ultimas décadas investiu fortemente na educação, na tecnologia e informação cresceu 1,1%.

O desempenho da economia anunciado pelo IBGE tem colocado não só a classe política, como os próprios economistas em alvoroço. Primeiramente por desmentir a presidente publicamente, como também pelo crescimento negativo do PIB no terceiro trimestre, que surpreendeu tanto o governo como o mercado e os investidores. Mas não o povo, que vive no concreto do dia a dia as consequências da má gestão petista na política econômica. Basta lembrar que nas ultimas pesquisas 62% da população têm preferência pela mudança na condução do país.

 

“A turma do escárnio”, análise do ITV

delubio-genoino-dirceu-mosaicoHá 20 dias os mensaleiros foram recolhidos ao presídio da Papuda para começar a pagar pelos delitos e pelas práticas criminosas cometidas por eles no maior escândalo de corrupção da nossa história recente. Desde então, os presos petistas protagonizaram uma série de tentativas de se livrar deste inevitável encontro de contas. Parecem tratar com escárnio os desígnios da Justiça brasileira.

Pelo jeito, José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares creem que podem continuar caminhando pelo lado pantanoso da vida para se dar bem. Suas tentativas de se safar da cadeia revelam o pouco caso que devotam às instituições do país, em especial ao nosso Judiciário. Só isso é capaz de explicar seus atos nos últimos dias. Parecem até chacota. E são.

Comecemos por Dirceu. Ele se acha um detento especial, mais especificamente um “preso político”, embora seja apenas um político preso. Nesta condição, partiu em busca de um emprego que o livrasse do xadrez, pelo menos durante o dia, e, melhor ainda, lhe pagasse R$ 20 mil em salário, com registro em carteira e tudo. Instalado na gerência de um hotel no coração de Brasília, frequentado por parlamentares e lobistas, Dirceu seria a própria raposa cuidando do galinheiro. Não conseguiu.

Ainda por cima, o hotel em questão não é um estabelecimento qualquer. Seu dono é dirigente de um dos partidos da base aliada de Dilma, o PTN, e também proprietário de redes de rádio beneficiadas por polêmicas decisões tomadas pela Anatel há poucos dias, quase no mesmo momento da contratação de Dirceu. Recorde-se que esta mesma área, a de comunicações, era um dos alvos prediletos das “consultorias” que o ex-ministro deu nos últimos anos. A fome das galinhas se junta à vontade de comer da raposa…

Nesta semana, soube-se mais: o estabelecimento que quer escalar Dirceu como gerente tem na sua composição acionária um panamenho que não faz nem ideia do que seja ser dono de um negócio no Brasil. Ou seja, é um laranja, como mostrou o Jornal Nacional anteontem. O hotel brasiliense reproduz em tudo o ambiente pantanoso em que o ex-todo-poderoso ministro de Lula move-se com desenvoltura.

Mas Dirceu quer mais. Quer ter vida normal na cadeia, usar computador, escrever em blog, receber jornal, revista e até viver dando entrevista e recebendo visita de amigos petistas (sem pegar fila no sol, é claro!), como mostra a Folha de S.Paulo hoje. Parece se sentir numa temporada de veraneio – como aquela em que estava quando teve sua prisão decretada pelo STF. É escárnio ou não é?

Mas Dirceu não está sozinho. José Genoino também protagonizou uma pantomima dos diabos para se livrar das grades. Tudo bem que o presidente do PT à época em que o mensalão correu solto para sustentar o projeto de poder de Lula e do partido é, de fato, um cardiopata. Mas uma penca de médicos de várias origens atestou que seu estado nem de longe inspira os cuidados e riscos que o mensaleiro preso tentou fazer crer.

Ainda assim, Genoino conseguiu escapulir da Papuda, não sem antes estampar capas de revistas posando como preso político e militante imbatível. Ato contínuo, vendo-se na iminência de ter seu mandato de deputado federal cassado pelos seus pares em função da sua condenação e prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha, renunciou.

Delúbio Soares, por sua vez, se inspirou em Dirceu e também tentou logo achar logo uma boquinha para empregar-se e livrar-se do incômodo das grades da Papuda. O ex-tesoureiro do PT na época de ouro do mensalão quer exercer um cargo com salário de R$ 4,5 mil no setor de formação da CUT, a central sindical petista que também já teve o mensaleiro como responsável por suas finanças. É mais uma raposa na granja ou é só escárnio mesmo?

Mas Dirceu, Genoino e Delúbio não agem como solistas. Há uma orquestra inteira do PT a lhes fazer coro. A ponto de o partido dos mensaleiros preparar para a próxima semana um “ato de desagravo” em favor de seus presidiários mais ilustres. Há uma plena sintonia de sentimentos: afinal, o partido também se sente “prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção”, segundo resolução que pretende aprovar em seu congresso.

José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e a turma do mensalão condenada pelo Supremo são parte de uma triste história que faz o Brasil afundar num mar de lama e nos coloca em péssimas posições nos rankings mundiais de corrupção, como o divulgado nesta semana pela Transparência Internacional. O escárnio que os mensaleiros petistas exibem deve ficar guardadinho, bem trancado num pavilhão do presídio da Papuda. É lá, e não à solta, que eles devem pagar pelos crimes que cometeram.

“O mais caro do mundo”, por Vladimir Safatle

Artigo de Vladimir Safatle publicado na edição desta terça-feira (3) do jornal Folha de S. Paulo

dinheiro-foto-getty-images--300x199Ao que parece, chegou a hora de saudar o Brasil como o novo país “do mais caro do mundo”. Foram necessárias décadas para alcançar tamanha conquista e, ao que parece, desta vez ela veio para ficar. Afinal, anos de trabalho árduo permitiram aos brasileiros ter o prazer de pagar o dobro no mesmo carro que outros mortais compram sem tanto sacrifício.

Atualmente, ser brasileiro é ter a satisfação de levar para casa o console Xbox mais caro do mundo. É poder humilhar os estrangeiros ao dizer o preço que pagamos em passagens aéreas, escolas, aluguéis e imóveis arrebentados em lugares com fios elétricos na frente da janela.

Para chegar a este estágio, foi necessário não apenas um conjunto substantivo de equívocos econômicos. Foi preciso muita cegueira ideológica para engolir a ladainha de que nosso troféu de “o mais caro do mundo” foi conquistado exclusivamente através dos impostos mais elevados e dos altos custos trabalhistas.

Não, meus amigos. Só em um mundo (como esse em que alguns liberais vivem) sem países como França, Alemanha ou Suécia o Brasil teria os impostos mais altos. Se nos compararmos aos EUA, veremos que a contribuição fiscal per capita de um brasileiro (US$ 4.000) é bem menor do que a de um norte-americano (US$ 13.550).

Na verdade, depois que se inventa o inimigo, é mais fácil esconder o verdadeiro responsável. Nosso troféu de “o mais caro do mundo” deve ser dedicado a esses batalhadores silenciosos do desastre econômico, a esses companheiros de todos os governos brasileiros: o oligopólio e a desigualdade.

A desigualdade econômica, esta tudo mundo conhece. Ela fingiu por um momento que estava se deixando controlar, mas deu não mais que uma unha para permanecer com todos os gordos dedos. Sempre se combateu desigualdade com revolução fiscal que taxasse os ricos, punisse radicalmente a evasão fiscal e limitasse os grandes salários. Mas, no país “do mais caro do mundo”, o tema é tabu. Assim, uma classe de milionários pode empurrar alegremente os preços para cima porque não tem problema algum em pagar pelo mesmo o seu dobro, desde que as lojas ofereçam manobrista VIP e água com gás na saída do estacionamento.

Já a nova onda de oligopólios é uma das grandes contribuições da engenharia econômica do lulismo: os únicos governos de esquerda da galáxia que contribuíram massivamente para a cartelização de todos os setores-chaves da economia. Com uma política de auxiliar a formação de oligopólios via empréstimos do BNDES, o governo conseguiu fazer uma economia para poucos empresários amigos. Nela, não há concorrência. Assim, os preços descobriram que, no Brasil, o céu é o limite.

“Anos de incerteza, anos perdidos”, análise do ITV

itv-300x200O desempenho atual da economia brasileira é a crônica de um fracasso anunciado. O medíocre crescimento que a gestão Dilma Rousseff tem entregado aos brasileiros é fruto de um experimento equivocado e mal sucedido, empreendido à revelia de reiterados alertas contrários. Já são anos sob clima de incerteza; não sabemos quantos anos ainda serão
perdidos.

Até agora, a única coisa que Dilma conseguiu foi colocar o Brasil figurando entre as economias de pior desempenho no mundo. Mas nosso modelo é mais ruinoso do que outros pelo planeta afora: produz não apenas crescimento baixo, como também inflação alta, regada a taxas de juros elevadíssimas. Uma receita de professor Pardal.

Dilma e sua turma jogaram no lixo um modelo que ajudou o país a empreender uma lenta, porém persistente, travessia rumo a um ambiente econômico mais próspero e estável, iniciada no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. O sistema baseado na trinca metas de inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante foi posto de lado pela atual gestão em favor de uma dita “nova matriz econômica”. Que bicho isso deu?

A receita dilmista persegue a clássica combinação de um pouquinho mais de inflação para um tantão maior de crescimento – algo no que só os petistas ainda acreditam. Mas o que a mistura produziu foi, na realidade, muita inflação e nenhum crescimento – a menos que alguém considere que crescer uma média de, no máximo, 2% ao ano seja alguma coisa digna de nota…

Esta receita baseia-se em mais gasto público, mais crédito, leniência com a inflação e desafogo nos juros. Em momentos de crise mais aguda, como a que se seguiu à debacle mundial de 2008, até produz algum benefício. Mas é a velha história: remédio em excesso pode acabar matando o paciente. Foi o que aconteceu: o Brasil hoje está pior do que a maioria dos países do mundo.

O triênio 2011-2013 já foi rifado pela presidente. Mas o estrago, infelizmente, tende a ser muito maior. O Brasil entrará num ano difícil para todo o mundo, como se prevê que será 2014, com o pé esquerdo. Além de crescermos pouco e termos inflação muito alta, nossas contas públicas estão em completo desarranjo, o crédito está ficando caro e o dólar, com tendência de alta, não deve nos ajudar nadinha, pelo contrário.

Para complicar, nosso investimento é pouco e decadente – no trimestre, caiu 2,2%, no pior resultado desde o primeiro trimestre de 2012. Nossa taxa de poupança doméstica (15% do PIB) recuou ao pior nível desde 2000, elevando a dependência de recursos estrangeiros num momento em que o dinheiro fica mais caro no mundo e as contas externas do país já estão no fio da navalha.

Algumas expressões, salpicadas ao longo de páginas e páginas de avaliações negativas publicadas nos jornais de hoje, retratam o ânimo reinante. O momento é de “instabilidade”, num “clima de incerteza” e de “perda de confiança”, diante de uma “condução da política econômica que, focada no curto prazo, encurta o horizonte de planejamento de empresas e consumidores e contribui para variações bruscas da atividade econômica”, como resume o Valor Econômico.

Com os resultados do terceiro trimestre conhecidos ontem, com queda de 0,5% sobre os três meses anteriores, a perspectiva para 2014 turvou-se de vez. Há quem acredite que o crescimento do PIB brasileiro no ano que vem mal supere 1%. Mas a média mais comum é de uma expansão de 2%, ainda assim muito, muito ruim para um país que precisa crescer e se desenvolver para superar o enorme fosso de desigualdade e injustiça social como o que ainda persiste entre nós.

Dilma começou seu governo prometendo crescimento de até 5% ao ano. Nunca passou nem perto disso: fez 2,7% em 2011, 1% no dado revisado de 2012 e deve fechar este e o próximo ano com algo em torno de 2%. Neste momento, o Brasil é, em todo o mundo, a economia com o pior desempenho, conforme mostra O Globo.

O governo petista aposta nas privatizações para evitar uma catástrofe pior no ano que vem. Mas esquece-se de que, tivesse ele feito a coisa certa, nesta altura as concessões já poderiam estar produzindo algum resultado, se não tivessem demorado tanto a transpor a resistência ideológica do PT aos investimentos privados.

Um dos aspectos mais lastimáveis de tudo isso é que a maior preocupação do governo da presidente Dilma não tem sido em como lidar com o buraco em que o país se meteu, e como tirar-nos de lá. Mas, sim, em como definir uma “narrativa” que cole na população e a dificulte perceber os problemas que se agigantam antes que as eleições cheguem, como informa hoje O Estado de S.Paulo. A propaganda é a alma do negócio petista.

Tudo considerado, o país vive hoje à sombra do “risco Dilma”. Paga-se um preço muito elevado por decisões equivocadas. Paga-se ainda mais caro pela persistência num caminho que nos conduziu a um beco sem saída. O Brasil não tem mais tempo a perder. O Brasil não aguenta mais ficar à mercê do projeto de poder do PT. O Brasil precisa, e quer, urgentemente mudar.