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“O Aeroporto de Guarulhos e nossos levianos dirigentes públicos”, por Alberto Goldman

alberto-goldman-foto-george-gianni-psdb--300x199Quando eu fui vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, no primeiro ano do governo Serra, visitei o superintendente da Infraero da região de São Paulo e perguntei quais os projetos em andamento para suprir a crescente demanda dos aeroportos do Estado. Ele me informou que naquele ano, 2007, iniciariam a construção do terminal 3 de Guarulhos que seria entregue em 2010. Chamei a sua atenção para o rápido aumento da demanda de passageiros e que mesmo o terceiro terminal já estaria com sua capacidade esgotada em 2010.

A resposta foi rápida:  “Em seguida precisamos ampliar o aeroporto de Viracopos”.  Pensavam em ampliar Viracopos como um terminal para atender também a região metropolitana de São Paulo. Lembrei-o, então, que Viracopos se situava a quase 100 km do centro da. cidade de São Paulo, distância superior àquelas existentes em qualquer parte do mundo entre as regiões metropolitanas e o aeroporto que as serve e que assim não haveria um lapso de tempo razoável e aceitável para o usuário do transporte aéreo ir da capital até Viracopos.

Aí veio a resposta surpreendente: “O acesso ao aeroporto não é problema nosso ( da Infraero ). É problema do governo do Estado.”  Por via rodoviária, o tempo de acesso seria superior a uma hora, vindo da capital.  Trem não havia, nem há.  O sonhado trem bala, tão cantado e decantado por Lula e Dilma não passou de uma ilusão que se procurou vender à população do Rio e São Paulo.  Não aconteceu, conforme eu tinha previsto.

Por aí se vê a situação caótica em que se encontrava esse setor  da infra estrutura do país, nada diferente dos demais.

Enfim, estamos em 2014, e o terminal 3 foi entregue ainda em obras.  O quadro até agora só não foi mais dramático porque a demanda não cresceu tão rapidamente esses últimos anos em razão do baixo crescimento econômico.  De qualquer forma, mesmo com a ampliação de Viracopos, a situação não se resolve para os próximos anos.

Quando houve a tragédia com o avião da TAM, em 2007, em Congonhas, Lula e Dilma se apressaram a comunicar, formalmente, através de todos os meios de comunicação que, em 60 dias haveria a indicação do local de um novo aeroporto internacional na região metropolitana de São Paulo.   Sete anos se passaram, e nada.

Assim são os nossos levianos dirigentes públicos.

*Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional

**Artigo publicado no Blog do Goldman – 13-05-2014

Nova pesquisa mostra que Aécio Neves passa Dilma em intenções de voto no DF

aecio-neves-cnle-5-300x200Brasília (DF) – Pesquisa domiciliar feita na última semana de março pelo Instituto Dados Opinião, publicada no Blog Felipe Patury na Revista Época,  revela que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, ultrapassou a presidente Dilma Rousseff nas intenções de voto no Distrito Federal (DF), nas eleições para a Presidência da República.

Pela pesquisa, Aécio ficou com 19,3% enquanto a presidente caiu para 17.6%. Na pesquisa do mês anterior, Dilma tinha 22%, um ponto a mais que Aécio. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A nota sobre a pesquisa publicada na Época pode ser acessada aqui

Propostas de inclusão social e do fim de discriminação estão entre as prioridade do PSDB, diz senador

aecio-tucanafro-5Brasília (DF) – O presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves, anunciou nesta terça-feira (13), durante a reunião do Tucanafro Brasil (foto), segmento do partido responsável pela questão dos negros e descendentes, que as propostas elaboradas pelo grupo serão incorporadas no programa da legenda. “Essa é a nossa agenda, da inclusão, do desenvolvimento social e da superação das desigualdades.”

Aécio ressaltou que o objetivo do PSDB é adotar políticas públicas que permitam a o fim da discriminação, garantindo oportunidades de saúde, educação e segurança com qualidade para todos.

“Não se trata de acabar com a discriminação. Trata-se de atuar no sentido de dar oportunidade a brancos, negro, amarelo, japonês que queiram trabalhar e precisam ter educação de qualidade, saúde digna e segurança na porta de casa”, afirmou o senador.

Como exemplo, Aécio citou os avanços obtidos em Minas Gerais, no período em que governou o estado. “Minas é o melhor exemplo disso. Os nossos melhores resultados sempre foram nas regiões que mais precisaram da ação do estado”, disse.

Em seguida, o tucano acrescentou: “Não vai faltar da minha parte determinação, coragem para enfrentar os desafios que não são pequenos, mas não vai faltar solidariedade a esse movimento”.

Celebração

No Dia da Abolição da Escravatura, o senador reiterou que é papel do Estado assegurar oportunidades iguais a todos no país. “É isso que o Brasil tem que oferecer oportunidades iguais para todos, depois é com cada um”, disse.

Aécio criticou medidas paternalistas que esvaziam as ações individuais. “Essa visão paternalista não faz bem a ninguém. Claro que nós temos que tratar quem é diferente de forma diferente com políticas públicas mais ousadas, por exemplo, em determinadas regiões do país”, afirmou.

O tucano elogiou os esforços do Tucanafro, que criou segmentos estaduais no país, estabelecendo uma conduta comum e a organização de prioridades.

Para Figueiró, governantes devem reconhecer importância das Defensorias Públicas

Plenário do SenadoO senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) recebeu em seu gabinete nesta terça-feira (13) o presidente da Associação dos Defensores Públicos de Mato Grosso do Sul (ADEP-MS), Carlos Eduardo Bruno Marietto, e o 1º Secretário da ADEP, Cahuê Duarte e Urdiales. Eles vieram convidar o senador a participar das homenagens ao Dia Nacional dos Defensores Públicos, comemorado em 19 de maio.

O senador ressaltou a importância da categoria e o seu respeito aos profissionais cuja atividade é de cunho social, pois ajuda a garantir os direitos da população de baixa renda. “É imprescindível que o Brasil possa garantir Justiça e Defensores Públicos a quem não pode pagar. Assim daremos igualdade e condições de dignidade a toda população”, disse o senador tucano.

Figueiró ainda lamentou que os governantes até hoje não tenham reconhecido a importância social da Defensoria Pública. “Espero que essa realidade mude com os novos gestores públicos eleitos em 2014. Tenho ouvido do deputado Reinaldo Azambuja que o fortalecimento do órgão está entre suas intenções de governo”, comentou Figueiró.

PEC Defensoria para todos

O senador Figueiró também ressaltou que já está na pauta do Plenário do Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 04/2014), conhecida como “Defensoria Para Todos”, que estabelece prazo de oito anos para União, Estados e o Distrito Federal dotarem todas as unidades jurisdicionais do país com defensores públicos.

Figueiró lamenta que até hoje a Defensoria Pública ainda não esteja plenamente instalada em todos os estados. Segundo estudo realizado pela ANADEP em parceria com o Ipea – o Mapa da Defensoria Pública no Brasil – , apenas 59% dos cargos de defensor público dos Estados e do Distrito Federal estão providos, cobrindo 28% das comarcas brasileiras, e somente 38% dos cargos de defensor público federal estão ocupados, atendendo a cerca de 22% das seções judiciárias.

 

(Da assessoria de imprensa do senador)

“RDC: Ruim De Confiar”, análise do ITV

congresso-nacional-memoria-ebc-300x192O Senado pode votar hoje projeto de lei que estende o chamado Regime Diferenciado de Contratação a todas as obras públicas a serem feitas no país. Se aprovado, estará escancarada a porteira para um festival de tramoias. Tudo pago com o dinheiro do contribuinte. O pior é que nem o que promete o RDC entrega.

O RDC foi criado no início de 2011 pelo governo petista para tentar evitar atrasos em obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016. Inicialmente, sua aplicação limitava-se a empreendimentos relacionados aos dois eventos esportivos, àquela altura já flagrantemente atrasados – pergunta-se: algo mudou de lá para cá?

Pouco a pouco, a possibilidade de atropelar as rígidas exigências da Lei de Licitações (n° 8.666) foi sendo estendida a outros tipos de intervenções públicas, na mesma medida em que as promessas dos governos petistas teimavam em não sair do papel. O PAC foi o alvo seguinte e a proposta ora em discussão, de autoria da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), é o “liberou geral” que faltava.

Entre outros aspectos, o RDC permite a contratação das obras sem projetos básico e executivo, ou seja, sem que se conheçam seus detalhes, cuja definição fica a cargo das empresas que vencerem a concorrência. Trata-se, em suma, de modalidade em que ninguém sabe ao certo o que está sendo contratado – muito menos por quanto – com o dinheiro público.

Tudo no RDC é cercado de sigilo. O governo argumenta que, desta maneira, consegue forçar as concorrentes a baixar os preços. Balela. Vence a concorrência, em geral, quem tem acesso às fonte$ certa$ de informação e, depois, basta ir enfiando aditivos nos contratos – hoje a 8.666 limita-os a um máximo de 50% do valor do orçamento original, trava que o RDC eliminou.

O desejo petista de libertar-se das amarras da Lei de Licitações é antigo, e recorrente. Desde o governo Lula, a gestão federal mantém atritada convivência com sistemas de fiscalização e controle existentes no país. Seu sonho sempre foi instalar um vale-tudo nas contratações feitas pela administração pública, de modo a facilitar os negócio$.

Quando nasceu, o RDC foi alvo de ação direta de inconstitucionalidade movida pela Procuradoria-Geral da República. O órgão via “comprometimento ao patrimônio público” se as contratações das obras fossem feitas por meio do novo sistema. Isto ainda em setembro de 2011. Imagina o que rolou desde então.

O principal argumento do governo federal para defender o RDC é que ele acelera obras. Está tão longe da verdade quanto a distância que separa as promessas da gestão petista de sua realização. O sistema de fato apressa os prazos das licitações, primeiro passo do processo.

Mas, daí até o início das obras, a delonga é hoje até maior do que era antes. Ocorre que, só depois de conhecido o vencedor da concorrência, é que os projetos que embasarão as obras serão feitos. Aí o tempo corre leeeento. Há casos de obras cujo certame já foi concluído há 17 meses e até hoje não há obras, simplesmente porque não há projetos. É o que acontece, por exemplo, na BR-163 no Pará.

Feitas por meio do RDC, as obras da BR-381 que a presidente Dilma Rousseff foi ontem “iniciar” em Minas são outro exemplo. Dos seus 11 lotes, quatro ainda não foram sequer contratados. Não se sabe quando sairão do papel, a despeito de a duplicação da perigosa rodovia – o governo petista manterá 40% do traçado em pista simples – ter sido promessa de campanha da petista.

Não são apenas os prazos que o RDC mantém elásticos. Levantamento feito com base em 188 obras que tiveram editais publicados pelo DNIT desde o início da vigência do novo modelo mostra que apenas 64% delas tiveram o certame finalizado. As demais simplesmente não foram adiante.

Mas não é só isso: os custos também alçam ao céu com o novo regime de contratação de obras públicas que os petistas defendem com tantas unhas, dentes e cifrõe$. Alguns exemplos são citados por Pedro da Luz Moreira, diretor do Instituto dos Arquitetos do Brasil, em artigo publicado hoje no Valor Econômico.

A ampliação do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, mais que dobrou de preço, mas a conclusão, esperada para este mês de maio, não tem sequer data para acontecer. O custo da ampliação do aeroporto de Cuiabá já subiu 50% e a entrega, prevista para dezembro passado, até hoje não ocorreu. São todas obras que o governo petista louva ter acelerado por meio de contratação, pela Infraero, usando o RDC.

O Regime Diferenciado de Contratação foi sacado da algibeira petista como solução para os improvisos em série que marcam a gestão pública federal desde a gestão Lula. De panaceia, passou a bom e rentável negócio, dependendo de que lado do balcão se está. Para a população em geral, contudo, o RDC não passa de um engodo, uma forma de o governo usufruir de dinheiro público com menos fiscalização e de o petismo manter intacta sua sina de obras que nunca terminam.

Presidente do Tucanafro-MS participa em Brasília de evento com Aécio Neves

Segmento realiza comemoração aos 126 anos da Abolição da Escravatura no Brasil

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Deputado federal Reinaldo Azambuja e Rafael

O presidente do Tucanafro-MS, Rafael Domingos, está em Brasília nesta terça-feira (13) para participar de encontro com todos os presidentes estaduais do segmento e com o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB. O evento é realizado pelo Tucanafro nacional em comemoração ao Dia da Abolição da Escravatura. Neste ano, são comemorados 126 anos da abolição.

Para Rafael, a abolição marcou o primeiro gesto em favor da busca da igualdade racial no País. “Mas mesmo 126 anos após, o que percebemos é que, a despeito da evolução em favor da igualdade, a sociedade brasileira continua praticando o que chamo de racismo velado. Muito ainda temos a conquistar para que possamos afirmar que o Brasil é um país que trata seus cidadãos de modo igualitário, sob o aspecto racial”, disse Rafael.

Hoje em Brasília, o Tucanafro vai realizar uma série de debates sobre as diretrizes do Tucanafro, a atuação do PSDB e as perspectivas para a ampliação de uma política nacional relativa aos afrodescendentes brasileiros.

Aécio é um dos nomes que reforçam a preocupação do PSDB com os negros. Em 2001, como presidente da Câmara dos Deputados, instalou a Comissão Especial do Estatuto da Igualdade Racial para debater o tema e propor ações.

Em 2004, durante seu mandato em Minas, foi estabelecido o sistema de cotas e reserva de vagas na UEMG e na Universidade de Montes Claros, que reservou 20% das vagas para candidatos afrodescendentes. No governo, houve duas conferências estaduais de Promoção da Igualdade Racial, que resultaram na criação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial.

 
(Com assessoria de imprensa do PSDB Nacional)

Aécio Neves defende Bolsa Família em visita a Feira de Santana

aecio-feira-de-santana-orlandobrito-23b-300x190Feira de Santana (BA) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nesta segunda-feira (12), durante visita a Feira de Santana, na Bahia, que o programa Bolsa Família será aprimorado em um eventual governo do PSDB.  Para Aécio, o programa é essencial para o desenvolvimento da região Nordeste.

“Para diminuir as diferenças, você precisa tratar de forma diferente aqueles que são desiguais. E, nosso governo terá um nítido foco claro e permanente para melhorar as possibilidades de desenvolvimento e de qualidade de vida dos irmãos brasileiros que vivem no Nordeste”, disse Aécio Neves em entrevista coletiva à imprensa local.

Como exemplo de boa gestão de recursos públicos em prol da população de baixa renda, Aécio citou os investimentos feitos em seu governo em Minas Gerais no Vale do Jequitinhonha, região com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), assim como algumas áreas do Nordeste. “Quando terminei meus oito anos de governo, nós tínhamos gasto três vezes mais por pessoa nessa região do que nas regiões mais ricas do estado”, afirmou.

Preocupações

O presidente nacional do PSDB reafirmou que o programa Bolsa Família é resultado da união de vários projetos criados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação.

O tucano voltou a cobrar da base governista a votação de projeto de sua autoria que transforma o Bolsa Família em política de Estado, independentemente do partido que esteja no Palácio no Planalto. O programa será discutido nesta quarta-feira (14) na Comissão de Assuntos Sociais no Senado.

“Eu tenho uma proposta no Congresso que garante que o Bolsa Família vire um programa de Estado permanente e definitivo. O PT, ao invés de apoiá-lo, prefere voltar contra para poder ter um programa para chamar de seu e ameaçar a população com sua extinção. Não será extinto, pelo contrário, será aprimorado e, no que depender do PSDB, vira um programa de estado definitivo, fora da agenda eleitoral”, garantiu  Aécio Neves.

Aécio esteve em Feira de Santana para participar de um encontro com a comunidade e líderes regionais. O senador chegou acompanhado do prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), do líder do partido na Câmara, Antonio Imbassahy, do deputado federal Jutahy Magalhães Filho (PSDB-BA), dos pré-candidatos ao governo do estado pelo DEM, Paulo Souto, e ao Senado, Geddel Vieira Lima (PMDB), e do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (DEM).

O evento foi o primeiro compromisso de Aécio na Bahia nesta segunda-feira (12). Hoje à noite, o senador será homenageado com o título de Cidadão de Salvador na Câmara Municipal. “Estou extremamente feliz de iniciar essa caminhada por Feira de Santana. Por aqui passam brasileiros de todas as partes do país”, disse Aécio em agradecimento ao público presente.

“Petrobras paga o ‘custo PT’”, análise do ITV

petrobras-sede1-foto-divulgacao-1-300x182A Petrobras continua sua triste sina de produzir maus resultados. A companhia que costuma ser vista como símbolo do Brasil sofre as consequências de uma política que lhe impõe sobrecargas demais e condições de competição de menos. Paga, em suma, o “custo PT”.

A empresa encerrou o primeiro trimestre de ano com lucro líquido de R$ 5,4 bilhões, 30% menor que o do mesmo período de 2013. Continua a conviver com os mesmos problemas: a produção que não reage, preços que lhe causam reiterados rombos no caixa e um plano de
investimentos que tem dificuldade de bancar.

A produção voltou a cair, desta vez mais 2% na comparação com os primeiros três meses do ano passado. A direção da companhia garante que conseguirá reverter a curva declinante, que vem desde 2012 e parece não ter um fim – nos últimos dois anos, houve duas quedas anuais
consecutivas, algo inédito em pelo menos duas décadas de história da estatal.

A produção derrapa a despeito de o pré-sal produzir cada vez mais, já na casa próximo aos 400 mil barris diários. A desculpa oficial é sempre a mesma: paradas técnicas para reformar plataformas antigas. Todo trimestre tem sido assim. O comando da empresa assegura que
entregará uma alta de 7% na produção deste ano. A ver.

A Petrobras fornece um retrato pronto e acabado de uma gestão temerária. Sua dívida não para de crescer, seus prejuízos com a importação de combustíveis não cessam e o plano de investimentos onera o caixa da estatal num patamar muito acima do que a companhia é capaz
de gerar.

Desde o segundo semestre do ano passado, a Petrobras é considerada a empresa não financeira mais endividada do mundo. Mas isso não impediu que seu passivo voltasse a subir: foram mais R$ 40 bilhões neste trimestre. O céu parece ser o limite. Afinal, nos últimos quatro
anos este valor praticamente quadruplicou – sem, contudo, gerar uma gota de petróleo a mais.

A política de preços que converteu a empresa no muro de arrimo da depauperada política de contenção da inflação do governo Dilma gerou mais uma perda bilionária no trimestre.

Por vender combustíveis a preços menores do que paga por eles no exterior, a área de abastecimento da Petrobras registrou R$ 4,8 bilhões de prejuízo em apenas três meses.

Um dado resume o descompasso entre as incumbências crescentes da empresa e os instrumentos de que dispõe para torná-las realidade: no primeiro trimestre, a Petrobras investiu R$ 20,4 bilhões – é responsável por cerca de metade dos investimentos em capital fixo feitos no país – mas só conseguiu gerar R$ 9,4 bilhões de caixa. Assim fica difícil.

Apesar de ter ensaiado uma recuperação nas últimas semanas, na mesma medida em que decaíram as chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff, a Petrobras continua vendo minguar seu valor de mercado. Desde o início da atual gestão, a perda chega a 35%. São cerca
de R$ 100 bilhões que evaporaram.

O que os frios dados contábeis acabam por sintetizar são os rumos de uma gestão temerária que ainda não conseguiu recolocar a companhia na direção do crescimento com equilíbrio. A lista de negócios ruinosos é extensa e não para de crescer.

Nela estão Pasadena, Okinawa, Abreu e Lima, Comperj e agora também a refinaria Premium I, projetada para Bacabeira, no Maranhão. Prometida para 2010, hoje voltou à mera condição de “em fase de projeto”. Não sem antes R$ 1,6 bilhão já terem sido torrados na obra, que hoje
se resume a um terreno baldio, terraplanado, conforme mostrou O Globo em sua edição de domingo.

São razões como estas que justificam a necessidade de sérias e profundas investigações sobre as decisões tomadas pela Petrobras nos últimos anos. Desmandos em série e o mais deslavado uso político visto em toda a história da empresa não poderiam mesmo render bons resultados.

Nem a companhia, nem o país aguentam mais bancar o “custo PT”.

“O público e o privado”, por Aécio Neves

senador-aecio-neves-21-08-2013-foto-george-gianni-1-300x200Depois de anos de discursos condenando as privatizações e se apresentando como defensor das empresas públicas, chega a ser cruel ver como a retórica se transformou em exercício prático de poder. Os estragos provocados pela interferência do governo são de tal ordem que não permitem outra conclusão: o governo mais estatizante pós ditadura militar é o que mais maltrata as empresas estatais.

Os bordões repetitivos do partido, usados à exaustão como arma eleitoral, nos quais difunde-se um país dividido entre nacionalistas e entreguistas, já não surtem mais efeito diante do quadro de destruição perpetrado na administração pública. A mão pesada do Estado está levando as estatais federais às cordas. A Eletrobras perdeu grande parte do seu valor. As ações da Petrobras desabaram.

O que está em risco é o patrimônio do povo brasileiro. É a riqueza pública que se esvai na incompetência e na ingerência política sem limites. Antes, assistíamos orgulhosos às conquistas da Petrobras, uma empresa respeitada globalmente. Hoje, o que se vê é a dilapidação da credibilidade conquistada em 61 anos de história.

Os exemplos da intromissão excessiva do governo nas instituições públicas transbordam por todos os lados. Servidores estão quebrando o silêncio. No IBGE, os funcionários reagiram e o governo recuou da decisão autoritária de não divulgar a Pnad Contínua. O Ipea e a Embrapa não ficaram imunes à intervenção política.

Neste fim de semana, voltaram a surgir graves evidências de que o indiscriminado e ostensivo aparelhamento chegou também aos fundos de pensão, que apresentaram prejuízo recorde em 2013.

Diante de tantas e novas denúncias, a caixa preta das operações conduzidas pelas direções desses fundos, nos últimos anos, precisa ser aberta, para que sejam esclarecidas suspeições diversas de operações no mercado financeiro, maquiagens contábeis e prejuízos astronômicos.

O certo é que o petismo leva para dentro das estatais o que há de mais atrasado em gestão, confundindo o interesse do Estado com o interesse das pessoas no poder. Quando as coisas dão errado, a saída é a de sempre –ninguém sabe nada e tenta-se transformar fatos graves e sucessivos em ações isoladas e episódicas.

Os brasileiros não se enganam mais, como bem mostram as pesquisas de opinião que apontam para um profundo desejo de mudança. O país exige não só competência gerencial, mas também transparência e ética na condução dos negócios públicos. O recado é claro, no que se refere às estatais: precisamos devolver as empresas públicas ao seu verdadeiro dono –o povo brasileiro.

 

*Aécio Neves é senador (PSDB-MG) e presidente nacional do PSDB

**Artigo publicado na Folha de S. Paulo – 12-05-2014

Fernando Henrique indica que o momento é desfavorável ao PT

fhc-foto-arquivo-abr--300x200Brasília (DF) – Em 47 minutos de entrevista, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) respondeu a uma série de perguntas de perguntas do jornalista Roberto D’Ávila, na Globonews. Fernando Henrique defendeu a reeleição e falou sobre reforma constitucional, rotatividade no poder, as denúncias de corrupção envolvendo a atual gestão federal e as perspectivas de futuro. Também mencionou as dificuldades no país e que as circunstâncias são desfavoráveis ao PT.

“Eu não sei se o Lula vai ou não ser candidato. É arriscado, ele também pode perder. Do jeito que as coisas estão, a percepção do povo vai mudando rapidamente”, disse o ex-presidente.

Às vésperas de completar 83 anos, Fernando Henrique demonstrou que mantém o humor que tanto o caracteriza. “Gosto da vida. Mas não sou um otimista ingênuo”, ressaltou ele, que concedeu a entrevista no apartamento onde mora em São Paulo. No site G1, foram destacados os principais pontos da entrevista do ex-presidente.

Para ter acesso à entrevista completa do ex-presidente Fernando Henrique, basta clicar aqui.

Reforma constitucional

Esse sistema não está funcionando. Um país que tem mais de 30 partidos, vinte e poucos operando no Congresso. Agora não são dois ou três partidos que se juntam. É todo mundo que se organiza em partido para poder tirar um pedacinho do governo, para ter uma diretoria. E isso é a mola fundamental para aumentar a corrupção. Estamos vendo que esse negócio não vai dar certo. O que vai dar certo? Acho que de cara não dá pra fazer um parlamentarismo, mas dá pra começar a mexer no modo de votar. A presidente Dilma está lá apertada por causa desse sistema também, como todos foram. No meu tempo foi mais fácil, porque não havia tantos partidos. E eu tinha um propósito: reformar a Constituição. Então a aliança era pra isso. Depois, o presidente Lula veio pra nada, porque não reformou constituição nenhuma! O que ele queria? Hegemonia, dominar tudo. E deu o mensalão! Ele diz que não aconteceu. Todo mundo sabe que houve o mensalão.

Rotatividade no poder

Quando você fica muito tempo no poder, os compromissos são muitos. Você não consegue mexer na máquina, mesmo querendo. Veja a presidente Dilma: tentou várias vezes. Agora está lá, nomeando tesoureiro de partido para ter posição no governo. Não consegue. Com o tempo, você perde a capacidade de renovar realmente. A alternância é sempre boa. Você vai dizer: “E vocês em São Paulo?”. A regra vale. É preciso que haja alguém para quem você passe o poder que seja confiável, que o povo creia nesse alguém. Por enquanto em São Paulo isso não apareceu. A alternância do poder é boa. Não acho que uma pessoa que foi presidente por oito anos tenha vontade de voltar porque isso desgasta.

Contexto atual

Entre outras coisas, mas é uma coisa preocupante. O que é que há hoje no Brasil? No mundo todo você tem movimentos, a internet mobiliza as pessoas, salta as estruturas, é uma coisa muito rápida. Mas aqui há um certo rancor que não era habitual. O Brasil sempre foi violento lá pro Nordeste, pra Amazônia, por causa da terra.

Comparação: Fernando Henrique e Lula

Eu peguei cinco crises, mas as bolsas foram criadas por mim, todas. A reforma agrária eu fiz mais, duas, três vezes mais, do que o governo atual. Educação, o acesso à escola primária foi no meu tempo, e o SUS praticamente foi montado no meu governo. O Globo fez uma síntese de tudo isso muito interessante, publicada há um tempo atrás, comparando os governos. Itamar e FH e Lula e Dilma. Indiscutivelmente, houve uma melhoria maior da situação, porque o mundo também favoreceu isso, porque o Lula tinha um compromisso forte com isso também. Eu nunca faço injustiças como ele faz comigo, mas no conjunto nós aprendemos a manejar as políticas para o mundo atual, que é de globalização, onde os nossos interesses nacionais têm que ser defendidos num plano global. Eu não sei se o Lula vai ou não ser candidato. É arriscado, ele também pode perder. Do jeito que as coisas estão, a percepção do povo vai mudando rapidamente.

Queda de confiança
Atribuem a quebra de confiança à Dilma, mas as políticas começam na segunda parte do segundo mandato do Lula. Depois da crise mundial, os que estavam no governo acharam: vamos aumentar o crédito, vamos aumentar o consumo’. Esqueceram que isso sem investimento cria problemas. Eu tinha um propósito: reformar a Constituição. Depois o presidente Lula veio para nada, e não reformou Constituição nenhuma. O que ele queria? Hegemonia, dominar tudo. E deu no mensalão. Ele [Lula] diz que não aconteceu. Todo mundo sabe que houve o mensalão.