PSDB – MS

Notícias

Douglas Figueiredo: “MS é o primeiro a universalizar recebimento de maquinários”

monteiro_carlosalberto_reinaldo_douglas_foto_jéssica_barbosa
Monteiro, o presidente do PSDB de Campo Grande Carlos Alberto de Assis, Reinaldo e Douglas Figueiredo / foto: Jéssica Barbosa

O presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de MS), Douglas Figueiredo (PSDB), destacou que Mato Grosso do Sul é o primeiro Estado a universalizar o recebimento de maquinários destinados à agricultura familiar através do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo ele, no período de um ano, todos os municípios receberam pelo menos uma motoniveladora, ou uma retroescavadeira ou um caminhão basculante (caçamba).

Na manhã desta sexta-feira (4), o governo federal, através do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), entregou 64 caminhões caçamba a 64 municípios sul-mato-grossenses com até 50 mil habitantes.

“Nós precisamos que a classe política continue imbuída em fazer de Mato Grosso do Sul um Estado pujante, um Estado dos nossos sonhos”, agradeceu Douglas pelo apoio da bancada federal. O presidente da Assomasul também agradeceu à “presença maciça” dos deputados estaduais no evento, que também têm ajudado os municípios com emendas ao orçamento estadual.

Itaquiraí, que tem um dos maiores quantitativos de famílias assentadas, é um dos 64 municípios beneficiados. O prefeito Ricardo Favaro (PSDB) comemorou, já que, segundo ele, vai melhorar o atendimento dos agricultores familiares. O prefeito disse também que mais um caminhão basculante, somados aos dois usados que o município já tem, vai melhorar, mas ainda não atenderá toda a demanda, pois Itaquiraí conta com cerca de três mil famílias assentadas.

Para o deputado estadual Marcio Monteiro (que preside o PSDB-MS), os caminhões vão atender aos municípios que estão vivendo momentos difíceis. “Os assentamentos, os pequenos produtores, terão suporte para escoamento da safra, para transporte de insumos. É um momento importante para os municípios”, disse o tucano.

entrega_caminhões_foto_chico_ribeiro
Foto: Francisco Ribeiro

Já o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) mencionou a importância da ação coordenada da bancada federal sul-mato-grossense na viabilização dos recursos junto ao MDA. Além disso, Reinaldo disse que “os caminhões vão atender os menores municípios, que são justamente aqueles que mais precisam de apoio”.

Campo Grande não está entre os contemplados com a entrega de hoje, por não atender ao requisito demográfico, porém, o prefeito Gilmar Olarte (PP) reforçou no evento que sempre estará ao lado dos demais municípios e a Assomasul na busca de recursos estaduais e federais.

Figueiró critica estratégia do governo de inserir outras denúncias na CPI da Petrobras

Plenário do SenadoO senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) criticou a estratégia do governo de tentar expandir o rol de temas a serem investigados pela CPI da Petrobras. Além das apurações sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e denúncias de corrupção na Petrobras, a bancada governista no Congresso quer que a mesma CPI investigue também eventuais irregularidades na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e em contratos de construção, manutenção e operação de trens e metrôs em São Paulo e no Distrito Federal.

Para Figueiró, a inclusão dos demais assuntos tem cunho eleitoral e desrespeita a autonomia dos Estados, prevista na Constituição Federal, visto que são temas que deveriam ser investigados em âmbito estadual. “A extensão para tratar de outros assuntos que fogem das atribuições do Congresso Nacional, vez que são da exclusiva esfera estadual, fere a Constituição Federal e tem objetivo claro – que não engana a ninguém – de distrair a opinião pública para que não conheça a verdade, verdadeira a respeito do que acontece na Petrobras, além, é claro, da expressa intenção eleitoral”, disse.

 
(Da assessoria de imprensa do senador)

Em Belo Horizonte, Aécio Neves concede entrevista coletiva

aecio-neves-george-gianni-300x199Belo Horizonte (MG) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (4) em Belo Horizonte, após a transmissão de cargo de governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB) para Alberto Pinto Coelho (PP).  Aécio respondeu a perguntas sobre o  ex-governador Antonio Anastasia, governador Alberto Pinto Coelho, apoio PP, a CPI Petrobras, inflação, tarifa de energia, PSB, as eleições e a presidente Dilma Rousseff.

A seguir, a entrevista:

Estou  muito  feliz  em  ver  que  a  nossa  obra  de  governo  respeitada  pelos mineiros  e  admirada  no  Brasil  vai  ter  continuidade.  Em  2003,  construímos aqui  um  ousado  projeto  administrativo  que  permitiu  que Minas  avançasse  em várias áreas. Claro que com dificuldades enormes como em todos os estados, mas  nenhum  avançou  tanto  como  Minas  Gerais  em  especial  na  educação.

O Alberto Pinto Coelho tem toda  a  nossa  confiança  para  dar  continuidade  ao extraordinário trabalho  dessa figura  humana  notável  e  singular. O  governador Antonio Anastasia que hoje deixa o governo de Minas não é apenas o gestor público  como  ele  é  apresentado,  não  é  apenas  um  homem  leal  como  ele  é reconhecido.  É  um  quadro  raríssimo  na  política  brasileira  porque  ele  alia  um profundo  conhecimento  jurídico  a  uma  sensibilidade  insuperável  para  com os  problemas  das  pessoas  reais.  Ele  sofre  com  os  problemas  das  pessoas reais. Isso dá a ele uma coragem e uma força para tomar as decisões corretas e  enxergar  longe.  O  que  distingue  o  político  do  estadista  é  a  capacidade de  enxergar  além  do  amanhã  e  perceber  que  medidas  que  você  toma hoje  podem,  de  alguma  forma,  mudar  a  vida  de  gerações  que  ainda  nem chegaram.  Anastasia,  portanto,  é  um  estadista.  É  um  dos  homens  públicos mais  qualificados  e  um  dos  cidadãos mais  respeitáveis  que  conheci  ao  longo da minha vida. Estou com saudade de um lado, emocionado com a conclusão do mandato de Anastasia, mas também feliz em saber que Alberto tem toda a qualidade e as condições de dar continuidade a ele. E quem sabe, vamos ter mais quatros anos ainda de muito trabalho no Palácio da Liberdade.

Sobre o PP

Tenho  de  respeitar  a  posição  que  o  PP  tem  hoje  nacionalmente,  aliado da  presidente  da  República,  mas  há  um  movimento  crescente  em  vários
estados  que  aproxima  o  PP  de  nós.  Acredito  muito  nas  coisas  naturais  na política. As alianças que acontecem em torno de um projeto no qual todas as
pessoas  acreditam  e  não  apenas  em  torno  da  distribuição  desse  ou  daquele espaço, são os que darão  resultado. O que posso dizer, entrando na questão
nacional,  é  que  estou  cada  vez  mais  convencido  de  que  temos  avançado  e que vamos vencer as eleições. Talvez não tenha dito com esta clareza. Cada
vez me  convenço mais  de  que  há  um  cansaço  de  um  governo  que  perdeu  a capacidade  de  transformar,  de  ousar.  Um  governo  que  está  na  defensiva  o
tempo  inteiro  que  não  permite  sequer  que  denúncias  da  gravidade  daquelas que hoje surgem em relação à Petrobras sejam investigadas.

O que queremos é apenas a investigação. Não estamos condenando ninguém. O  governo  usa  a  sua  maioria  para  impedir  investigações.  Mas  no  campo
da  infraestrutura,  o  PT  nos  deixou  dez  anos  atrasados  demonizando  as participações  com  o  setor  privado.  Perdemos  tempo  em  relação  a  outros
países do mundo. Nos indicadores sociais paramos de avançar. Na segurança, há  uma  omissão  quase  que  criminosa  do  governo  federal,  que  investe  cerca
de 13% apenas de tudo o que se investe em segurança pública. Na educação e na saúde, estamos no final da fila. Já deu. Este modelo de governo que está
aí  está  vivendo  os  seus  estertores.  Está  vivendo  os  seus  últimos  suspiros.

Estou  me  preparando  ao  lado  das  pessoas  mais  qualificadas  do  Brasil,  mas sempre  com  a  inspiração  dos  valores,  da  história  de  Minas  para  iniciar  uma
nova página.

O sr. disse que está pronto para tomar ‘medidas impopulares’, quais Transparência  e  rigidez  na  condução  da  política  fiscal.  A  inflação  tem  que
ser focada no centro da meta, e não no teto, como existe hoje. O governo do PT,  o  governo  da  presidente  Dilma,  foi  leniente  com  a  inflação.  Temos  uma
inflação,  hoje,  já  alcançando  o  teto  da  meta  e  com  preços  controlados  de energia, de combustíveis, de transportes públicos, que hoje estão em 1,5%. Na
hora que esses preços saírem, que abrir a tampa dessa panela de pressão, a inflação vai chegar próxima de 10%. A presidente prepara uma bomba-relógio
para depois das eleições,  com  reajuste de energia, em  razão de uma medida desastrada  que  ela  tomou  no  setor,  e  também  do  preço  de  combustíveis,
já  que  a  Petrobras  está  caminhando  para  a  insolvência  se  não  houver  uma recuperação da gestão da empresa. O que orienta a ação do governo hoje é o
calendário eleitoral, infelizmente. E quanto mais você demora na administração pública  para  tomar  uma  medida  necessária,  o  custo  lá  na  frente  é  muito
maior. O  custo  será muito maior  para  o Brasil,  com  o  adiamento  de  algumas medidas  que  já  poderiam  ser  tomadas,  mas  não  foram  tomadas  porque  são
impopulares.

Tenho  dito  o  seguinte:  quando  vencermos  as  eleições,  vamos  cortar  pela metade o número de ministérios, vamos colocar gente qualificada nos lugares
certos, vamos estabelecer um programa de segurança pública audacioso, com maior  participação  de  recursos  da  União.  Vamos  proibir  o  contingenciamento
de  recursos  da  segurança  pública  como  ocorre  hoje.  Vamos  enfrentar  a reformulação  do  Código  de  Processo  Penal  e  do  Código  Penal,  para  não
estimular  a  impunidade  e,  a  partir  dela,  a  criminalidade  como  estamos assistindo  hoje.  A  minha  percepção  e  meu  sentimento  é  que  há  um  final  de
ciclo chegando, e o PSDB é quem terá as condições de liderar um início de um

O prefeito Marcio Lacerda pediu seu apoio a uma possível candidatura?

Em momento algum. Ele foi fazer uma visita e ele próprio disse qual era a sua decisão  –  que  eu,  pessoalmente,   já  conhecia,  que  é  de  dar  continuidade  no
seu trabalho na Prefeitura.

Sobre o PSDB em Pernambuco.

O PSDB está  se  reunindo. Acho que o  caminho natural do PSDB,  segundo a posição da maioria do partido, é estar ao lado da candidatura do PSB. E eu não
vou interferir nisso.

Sobre retorno da presidente Dilma a Minas dia 7.

É direito dela vir a Minas Gerais. O que percebo é que, nesses poucos meses desse ano, ela já veio a Minas mais do que nos 40 anos em que ela ficou fora
de Minas. Mas ela sempre será muito bem-vinda, como  recebemos em Minas todos aqueles que nos visitam. Gostaria apenas de que ela pudesse estar aqui
não apenas lançando e anunciando, mas inaugurando e entregando obras, já que  ela  está  no  12º  ano  de  um  governo  do  qual  ela  participou  intensamente,
como ministra durante todo o tempo e, agora,  como presidente da República. Infelizmente,  as  mesmas  demandas,  as  mesmas  expectativas  que  tínhamos
quando  o  PT  assumiu  são  as  mesmas  que  temos  hoje.  Vamos,  com  a tradicional hospitalidade mineira, receber mais uma vez – e quantas ela venha
aqui nos visitar – a presidente da República.

Sobre a Copa do Mundo.

Eu  quero  que  o  Brasil  ganhe.  Na  verdade,  na  Copa  do  Mundo,  o  grande legado  prometido  não  virá.  Apenas  23%  das  obras  para  a  Copa  do  Mundo
anunciadas  pelo  governo,  portanto,  comprometidas  pelo  governo,  estarão prontas.  Apenas  23%.  Isso  significa  que  3/4,  ou  um  pouco  mais,  das  obras
prometidas  não  serão  entregues.  Por  que  o  governo  não  quis?  Não,  porque o  governo  é  incapaz.  Porque  o  governo  atrasou  nas  parcerias  com  o  setor
privado. Porque o governo afugenta esses setores que podem ser parceiros no desenvolvimento de obras de mobilidade, por exemplo. Não tem gestão nesse
governo. É uma falácia.

A presidente da República foi eleita suportada por dois pilares: o da economia, dizendo que continuaria a fazer a economia a crescer. Nosso resultado é pífio.
O Brasil cresceu ano passado mais do que só a Venezuela na América do Sul.

A  nossa  equação  é  a mais  perversa  de todas:  inflação  alta  com  crescimento baixo,  e  uma  perda  crescente  da  credibilidade  do  Brasil.  O  que  fizeram  com as  nossas  empresas  públicas  é  quase  um  crime  de  lesa-pátria.  A  Petrobras perdeu metade  do  seu  valor,  a Eletrobras muito mais  do  que  isso. O BNDES é  uma  caixa  preta,  que  empresta  recursos  sabe-se  lá  como,  através  de operações secretas. Na economia nós vamos muito mal.

E  o  segundo  pilar:  o  da  grande  gestora.  Estamos  vendo  aí  que  infelizmente a grande gestora não nos  visitou ao longo desses quatro anos de governo. A
presidente da República-candidata tem vindo muito a Minas, e eu a  receberei sempre  com  enorme  respeito.  Até  porque,  e  aproveito  para  dizer  ao  final,  a
presidente  da  República  é  uma  mulher  de  bem.  É  proba.  Não  há  qualquer dúvida  em  relação  ao  seu  caráter,  não  há  nenhum  questionamento  em
relação  à  sua  correção  pessoal.  O  que  há  é  um  enorme  questionamento pelos  indicadores  da  economia,  pelos  atrasos  da  infraestrutura,  pela  projeção
extremamente  preocupante  dos  indicadores  sociais,  de  que  ela  não  estava preparada  para  assumir  a  responsabilidade  de  administrar  um  país  da
complexidade do Brasil.

“Onde Dilma põe a mão dá choque”, análise do ITV

apagao-ABr1-300x199Surpresa não é, mas agora é oficial: a lambança do governo no setor elétrico vai custar caro para o consumidor. Os aumentos das contas de luz começarão a chegar já neste ano, vão se acelerar em 2015 e praticamente reduzirão a pó a redução anunciada pela gestão Dilma no ano passado. A experiência de diminuir tarifas na base da boa vontade mostrou-se um fracasso retumbante.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou ontem que o empréstimo de R$ 8 bilhões para socorrer as concessionárias em dificuldades será custeado pelos consumidores. O repasse para as tarifas de energia começará em 2015 e pode chegar a dois dígitos – as estimativas variam de 8% a 10%.

Este percentual irá se somar aos reajustes anuais a que as empresas do setor têm direito por contrato. Em geral, estes aumentos repõem a inflação e repassam para o consumidor algum ganho de eficiência e produtividade. Na média, acompanham mais ou menos de perto o comportamento dos índices gerais de preços – isto quando não são manipulados pelo governo.

Segundo a Aneel, o aumento para cobrir o empréstimo será escalonado em dois anos. Isso significa que, já em 2015, os consumidores de energia devem ver suas faturas subirem algo em torno de 10%. No ano seguinte, de novo o mesmo tanto. Mas este é apenas um dos desequilíbrios a serem cobertos e somente uma parcela dos reajustes que deverão ter que ser feitos. Tem muito mais.

Já neste ano há um reajuste adicional de 4,6% previsto para as tarifas de energia. Mas não para aí. Como os R$ 8 bilhões são apenas parte dos desequilíbrios gerados pela truculenta intervenção patrocinada no setor elétrico pela presidente Dilma Rousseff, a conta será ainda mais salgada.

No ano passado, foram injetados quase R$ 14 bilhões nas distribuidoras de energia por meio do Tesouro, dos quais R$ 9,9 bilhões ainda deverão ser repassados às tarifas de luz e outros R$ 3,7 bilhões seriam a fundo perdido. Neste ano, o governo porá mais R$ 13 bilhões. Tudo considerado, até agora, o buraco nas contas do setor já ultrapassa R$ 30 bilhões.

Como, até agora, o governo só admitiu incorporar uma parte disso às tarifas é de se supor que ainda haja muito mais a onerar as contas dos consumidores no futuro próximo. O governo pode até não querer fazê-lo, mas terá que arcar com uma consequência nem um pouco desejável: vai faltar empresa para produzir energia no Brasil.

“Se todos os aportes já feitos e anunciados pelo governo fossem repassados para a tarifa, a conta de luz teria de subir entre 28% e 30%”, calculou o Valor Econômico em sua edição de ontem. Isto é bem mais que a redução média de 16% nas tarifas patrocinada no início do ano passado pelo governo federal, medida de pernas curtíssimas, como já se pôde constatar, e de consequências que poderão ser ainda mais danosas.

A gestão Dilma mostra-se absolutamente desnorteada em relação ao assunto. Apenas um dado já ilustra isso: no Orçamento de 2014, fechado há poucos meses, a equipe econômica estimou os custos extras com a geração de energia – seja em razão da escassez de água, seja por causa da desorganização que se abateu sobre o setor após a intervenção federal – em R$ 9 bilhões. Passados apenas três meses do ano, a conta já passou de R$ 10 bilhões.

Não é só o consumidor que pagará a fatura. Bancos públicos como a Caixa e o Banco do Brasil podem ser chamados a sustentar o empréstimo às concessionárias, uma vez que instituições privadas ainda manifestam receio de assumir o risco de não receber os R$ 8 bilhões que emprestarão. É, portanto, dinheiro do contribuinte bancando a lambança.

Sem falar nas estatais do setor de energia, que simplesmente foram para o vinagre com a mudança dos marcos regulatórios – estima-se que, em pouco mais de um ano, as concessionárias viram quase R$ 60 bilhões virarem fumaça. O exemplo mais ruinoso é o da Eletrobrás, que, no ano passado, colheu seu segundo prejuízo-monstro seguido, com perda de R$ 6,3 bilhões – em 2012, o rombo fora de R$ 6,9 bilhões.

Se não tivesse tido que engolir o pacote indigesto do governo Dilma e sido forçada a renovar contratos de concessão danosos na marra, a Eletrobrás poderia ter tido ganho extra de R$ 19 bilhões em 2013, segundo publica o Valor hoje. A consequência é direta: a empresa precisará de aporte de pelo menos R$ 12 bilhões para se manter ativa, segundo a Folha de S.Paulo. Mais uma conta que vai sobrar para o contribuinte…

Toda esta crise monumental no setor energético é de lavra exclusiva da presidente Dilma. Não apenas pela desastrada medida provisória n° 579, editada em setembro de 2012 sob viés eleitoral. Mas, principalmente, porque todo o modelo em vigor no país foi bolado e implantado sob a orientação dela, seja na condição de ministra de Minas e Energia, de ministra-chefe da Casa Civil ou de presidente da República. Onde Dilma Rousseff põe a mão dá choque.

JPSDB-MS se reúne dia 5 para discutir ações e projetos do Secretariado

medio6A JPSDB de Mato Grosso do Sul realiza no próximo sábado (5), às 9h, na sede do Diretório Estadual do PSDB, Reunião Ordinária da Executiva, para discutir ações e projetos do Secretariado. Serão abordados, dentre outros assuntos, o posicionamento da Juventude Tucana nas eleições de 2014, a participação da Juventude nos seminários do Pensando Mato Grosso do Sul, que é coordenado pelo deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), bem como tratar dos projetos a serem desenvolvidos neste ano pela JPSDB/MS, como os cursos de formação política, os seminários de redes sociais e o Congresso Estadual da Juventude do PSDB-MS.

Além da reunião, haverá ainda a filiação de novos jovens ao PSDB e um debate no qual será tratado o polêmico tema “Redução da Maioridade Penal: Problema ou Solução?”. O debate prevê a participação de jovens filiados à JPSDB sendo três favoráveis e três contrários à redução.

O debate é aberto a todos os filiados do PSDB e simpatizantes que queiram participar, havendo previsão de participação mediante perguntas dos presentes aos debatedores.

 

 

Serviço: o Diretório Estadual do PSDB fica na rua Piratininga, 629, Jardim dos Estados, Campo Grande – MS. Outras informações com o presidente da JPSDB-MS Anderson Barão pelo telefone (67) 9162-3231 ou (67) 8142-0234.

“As ligações perigosas de Gleisi Hoffmann”, por Ademar Traiano

ademar-traiano-foto-alpr-300x185Se o caso do doleiro Alberto Youssef tiver desdobramentos políticos mais graves para o deputado André Vargas (PT), quem sofrerá as maiores consequências será a senadora Gleisi Hoffmann. Vargas seria uma grande baixa na campanha da senadora ao governo do Paraná. Sem o deputado, Gleisi perderá seu operador mais importante.

O grupo político de Gleisi Hoffmann é conhecido, no Paraná, como a “República de Londrina”. É integrado por políticos que nasceram em Londrina ou fizeram carreira política naquela cidade. É um grupo de petistas com grande poder de fogo. Entre eles o ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi, o ministro Gilberto Carvalho, secretário da Presidência, e André Vargas, vice-presidente da Câmara Federal.

Auxiliares e aliados complicados não são novidade para Gleisi. O blogueiro da Veja, Augusto Nunes, chama atenção para esse detalhe. Comentando que a senadora vem tentando melar a CPI da Petrobras, introduzindo na pauta temas estranhos ao inquérito, uma tentativa tosca de amedrontar adversários políticos do PT, fez uma contraproposta fulminante: “Já que pretende investigar tudo na CPI da Petrobras, Gleisi Hoffmann deveria começar pelo ex-assessor acusado de pedofilia, que levou para a Casa Civil e encarregou de cuidar das políticas federais para menores.”

As ligações de Gleisi e André Vargas são antigas e profundas. Numa operação de financiamento de campanha para deputado federal do marido de Gleisi, Paulo Bernardo, na década de 90, Vargas, que era coordenador da campanha de Bernardo – segundo revela reportagem da Globo-RPC/TV -, teve de enfrentar desdobramentos judiciais por suposta prática de caixa dois.

Quando Gleisi deixou a Casa Civil para voltar ao Senado, André Vargas comemorou com empolgação o reforço às fileiras do PT no Congresso. ”Agora, ela ficará mais livre para fazer o contraponto ao governador na questão dos empréstimos”.

O deputado tinha lá suas razões para estar feliz. No Senado Gleisi exerceu o papel que Vargas esperava dela e até deve ter superado suas expectativas. Defendeu com ferocidade os interesses do PT e insistiu na estratégia de prejudicar ao máximo o Paraná para tentar facilitar o projeto petista de tentar ganhar as eleições em outubro.

O jogo baixo, típico do PT, aliás, sempre foi a marca de Gleisi no Senado e na Casa Civil. Embora ela tenha sido eleita em 2012, vendida por marqueteiros como uma figurinha doce, logo se viu que essa imagem não passava de um disfarce para vencer a resistência histórica do paranaense ao PT.

A máscara caiu quando Gleisi foi nomeada para a Casa Civil e começou a agir abertamente contra o Paraná na expectativa de criar dificuldades para o governador Beto Richa e assim viabilizar seu projeto político pessoal e do PT de tomar o governo do estado.

Gleisi jogou pesado contra o Paraná na Casa Civil e prosseguiu jogo bruto no Senado. Na Casa Civil perseguiu o Paraná, bloqueou empréstimos, vetou investimentos e se intrometeu até para impedir audiências entre o governador Beto Richa com a presidente Dilma Rousseff. Na volta ao Senado, uma surpresa. Gleisi está conseguindo ser pior senadora do que foi ministra. No Senado, Gleisi articulou, por exemplo, contra o projeto que reduz a dívida dos estados, fundamental para as finanças do Paraná.

No Senado não se limita a jogar contra o Paraná. Sua ação é também contra o que querem e o que pensam os brasileiros. Gleisi foi peça chave para derrubar a PEC que reduzia a maioridade penal para crimes hediondos. Fez isso apesar de saber que 93% dos brasileiros são a favor da redução da maioridade. Graças a Gleisi – que seguiu a cartilha do PT – os menores que cometem atrocidades têm certeza que continuarão a pegar, no máximo, três anos de recolhimento e que, tão logo sejam soltos, terão suas fichas criminais apagadas para que suas futuras vítimas não tenham a menor chance de defesa.

A afinidade de Gleisi com André Vargas foi demonstrada em outro episódio constrangedor. Enquanto o deputado fazia um gesto desaforado com o punho cerrado para afrontar o ministro Joaquim Barbosa na Câmara, Gleisi atacava Joaquim Barbosa no Senado, questionando a legitimidade de suas decisões.

Ao fim e ao cabo, a ação dos dois petistas tem o mesmo objetivo e idêntico sentido. Defendem e demonstram solidariedade aos mensaleiros condenados por corrupção e aos métodos do PT de fazer política.

Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB do Paraná e líder do governo na Assembleia Legislativa

Aloysio Nunes estuda recorrer ao Supremo para garantir CPI da Petrobras

aloysio-nunes-coletiva-senado-300x169Brasília (DF) –  Após julgar questões de ordem do líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), e a petista Gleisi Hoffmann (PR), o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), adiou para a próxima semana a decisão relativa à aprovação da CPI da Petrobras. Renan decidiu que precisará do parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para dar a última palavra.  No que depender da oposição, o assunto será encaminhado até o Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar a instauração das investigações.

Segundo o líder, há precedentes no Supremo relativos a tentativas de impedir a instauração de comissões parlamentares de inquérito (CPIs).  Aloysio Nunes disse que o PSDB quer garantir garantir a legitimidade de a oposição instalar comissão de inquérito. “O senhor não tem a prerrogativa de escolher esta ou aquela CPI. Nós temos o direito líquido e cristalino de realizar a nossa investigação. Nós vamos ao Supremo Tribunal Federal”, ressaltou o líder.

Histórico

Renan recebeu dois requerimentos de CPI na Mesa Diretora. O primeiro elencava quatro investigações no âmbito da Petrobras. O segundo, enviado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), adicionava aos mesmos pontos investigações de suspeitas de esquemas de corrupção em empreendimentos como os metrôs de São Paulo e Brasília. Ambos foram criticados e defendidos em discursos.

Calheiros pediu 24 horas para analisar a questão e, por fim, decidiu rejeitar ambas as questões de ordem. Assim, revelou opção por uma CPI acrescida de fatos determinantes. Ou seja, beneficia o governo federal. Pois abrigará investigações de denúncias relacionadas à Petrobras e aos metrôs de São Paulo e de Brasília.

Mesmo assim, o presidente pediu o parecer da CCJ, que terá dois dias para se pronunciar. Caso o pedido não seja analisado pela comissão, ele voltará automaticamente para o plenário e deverá sofrer apreciação.

Da assessoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)

“O legado de Minas para o Brasil”, por Antonio Anastasia

Antonio-Anastasia-Foto-Gov-MG1-300x199Despedida não é coisa fácil. Mas essa hora é gratificante quando deixamos um legado, fruto do dever cumprido com ética e probidade. É assim que me sinto ao entregar o governo de Minas ao meu sucessor. Trabalharei agora a fim de que a rica experiência que desenvolvemos nos últimos anos no estado – hoje referência nacional e internacional em boa governança- contribua para a construção de um país mais eficiente e mais próspero.

Durante estes quatro anos – três anos e três meses do segundo mandato e nove meses do primeiro -, tive 20 milhões de parceiros. É ao povo de Minas, pela confiança traduzida, até o final, em altos índices de aprovação, que devo primeiramente agradecer. Quem acompanha minha trajetória sabe que sou, antes de tudo, um servidor público – professor de direito administrativo dedicado à gestão pública.Não sou político de origem tradicional, mas técnico que apostou no poder transformador da política. Sempre acreditei que a máquina pública deveria se modernizar para oferecer às pessoas o máximo retorno social pelos tributos pagos.

Há mais de 20 anos, quando iniciava minha vida profissional, tive a sorte de encontrar um ambiente político – o PSDB – convergente com minhas ideias. Em 2003, com a vitória de Aécio Neves em Minas, começamos então a implantar o choque de gestão. Nosso legado, em uma década ininterrupta de inovações no gerenciamento do estado de Minas Gerais, conjuga eficiência de serviços públicos com modernização econômica e prioridade para a educação.

Fomos, por exemplo, o primeiro estado a colocar crianças com 6 anos de idade na escola e hoje colhemos os frutos desse pioneirismo, como a liderança nos rankings do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e da Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas. É essa visão, já testada no presente, que levaremos para o programa de governo do senador Aécio, futuro candidato à Presidência da República.

Choque de gestão nada mais é do que um processo de aprimoramento da máquina pública para enfrentar os gargalos que entravam o desenvolvimento. Graças a esse inovador modelo de administração pública, saímos de um deficit de R$ 2,4 bilhões para o deficit zero em 2004. Recuperamos a capacidade de investimento do estado e, com a profissionalização da máquina pública, passamos a cumprir metas socioeconômicas prioritárias para o bem-estar dos cidadãos – que opinam sobre essas escolhas.

Os bons resultados – medidos pelo governo federal, por instituições reconhecidas e organismos internacionais – logo se consolidariam. Na última década, Minas conquistou um patamar de IDH alto, a melhor educação básica, a mais alta expectativa de vida e o melhor desempenho do SUS no Sudeste, taxa de desemprego inferior à nacional, maior participação no PIB e melhor renda. Como já atingimos sete dos oito Objetivos do Milênio, repactuamos com a ONU, de forma inédita, metas sociais mais elevadas para 2015.

A criminalidade ainda nos desafia – como ocorre nos demais estados -, mas não esmorecemos: inauguramos, em parceria com a iniciativa privada, o complexo prisional mais moderno do país. E seguimos campeões em investimentos em segurança pública, incremento que se deu também em saúde, educação e infraestrutura.

Adotando o inovador Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) da ONU – que mede privações além da renda -, criamos o Programa Travessia e diminuímos fortemente a pobreza. Nenhum dos 853 municípios mineiros ostenta mais IDH muito baixo – eram 213 em 2000. Os com IDH baixo são 73, contra 425 anteriormente. Os demais 92% têm IDH médio, alto e muito alto.

Nossa capacidade de planejar tornou-se fator de estabilidade e segurança para o mercado. Conquistamos o “grau de investimento” concedido por agências internacionais de risco, fruto da boa gestão das contas públicas e de uma economia ativa e cada vez mais diversificada. Nada disso ocorreria, entretanto, sem um duro e contínuo trabalho coletivo – da minha equipe e de todo o funcionalismo, aos quais sou muito grato. Uma jornada que já vai além das montanhas de Minas e renova a esperança no futuro do país.

*Antonio Anastasia é governador de Minas Gerais pelo PSDB
**Artigo publicado no Correio Braziliense – 03-04-2014

Aécio Neves protesta contra manobra para impedir investigações da Petrobras

2-4-14-foto2-300x200Brasília (DF) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, protestou contra manobra da base do governo e defendeu, nesta quarta-feira (2), o direito das oposições investigarem denúncias relativas à Petrobras. Na noite de hoje, o presidente do Senado, Renan Calheiros, indicou que pretende instalar CPI na Casa para investigar múltiplas denúncias não relacionadas à Petrobras.

Essas denúncias foram incluídas em pedido de criação de CPI pela bancada do governo com objetivo de dificultar as investigações sobre os prejuízos sofridos pela Petrobras.Na tarde desta quarta-feira, as oposições conseguiram as assinaturas necessárias para criar a CPI Mista da Petrobras, ou seja, uma investigação conjunta entre o Senado e a Câmara dos Deputados.

O anúncio de instalação da CPI Mista deve ser feito no próximo dia 15.Aécio Neves protestou contra a nova tentativa da base governista de impedir as investigações sobre graves denúncias relativas à Petrobras e anunciou que, se mantida a decisão, o PSDB recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir as prerrogativas das oposições de fiscalizar atos indevidos do governo.

Abaixo, trechos do discurso do senador Aécio Neves em plenário:

Seriedade nas investigações
“A oposição quer investigações sérias sobre a Petrobras e os desvios apontados sucessivamente pela imprensa. Que a base do governo possa montar suas CPIs e investiguem o que quiserem investigar. Não temos absolutamente nada a temer. Mas não coloquem sobre o Congresso Nacional essa pecha de que aqui a minoria não pode atuar porque a base do governo, a maioria circunstancial do governo, não aceita conviver na democracia”.

STF
“Tínhamos, os senadores da oposição, uma interpretação diversa dessa que vossa excelência externa agora sobre a decisão que havia tomado. O senador Aloysio fala, em nosso nome, que se for essa a interpretação, de desprezar a CPI apresentada pelas oposições, nos restará judicializar essa questão e correr ao Supremo Tribunal Federal”.

Manobra
“A manobra da senadora Gleisi Hoffman, ou por ela comandada, serve exclusivamente aos interesses do Palácio do Planalto. Submete essa Casa a uma sessão vergonhosa. Impedir pela maioria governista a oposição de exercer sua prerrogativa de fiscalizar as ações do governo? Nunca se viu isso nessa Casa”.

Presidência do Senado
“Vossa Excelência, eleito pela maioria do Senado Federal – não teve meu voto, sabe, mas teve meu respeito – não pode servir a essas manobras. O que está em jogo é algo extremamente grave.”

Constrangimento
“Vejo o constrangimento das lideranças da base. Muitas sequer têm vindo ao microfone. O constrangimento do líder Humberto Costa, por quem tenho enorme respeito. Quando há duas semanas estive na tribuna para denunciar os malfeitos – para usar uma palavra muito afeita à presidente – ele tinha uma grande dúvida se a compra de Pasadena tinha sido uma compra vantajosa ou não. Esse argumento não temos ouvido. Ele e outros líderes foram foram levados pelo governo ao constrangimento de ler aqui relatórios. ‘Não, essa decisão foi tomada com base em relatórios de auditorias reconhecidas internacionalmente pela sua capacidade técnica’. Nada disso. A cada dia fica mais claro que essa foi uma decisão temerária da direção da Petrobras”.

Apuração
O senhor [Nestor] Cerveró está querendo depor, querendo apresentar as suas investigações. Por que não ouvi-lo?”

CPI Mista
“As oposições, com apoio de senadores da base governista, e agora com 232 apoios de parlamentares – e a oposição na Câmara não alcança mais que 120 parlamentares –, com mais de 30 assinaturas no Senado Federal, alcançaram isso porque as denúncias debatidas hoje na sociedade brasileira são de extrema gravidade. Aviltam a dignidade dos brasileiros, envergonham a todos nós. E o fato é que a base do governo não quer que se apure absolutamente coisa alguma. Vamos deixar de hipocrisia”.

Demais investigações
“A base do governo tem maioria de sobra para investigar o que quiser investigar. Cartéis, setor elétrico, BNDES, portos do Brasil, portos cubanos, investiguem o que quiserem. Apresentem uma, duas, dez CPIs, e elas serão obviamente compostas também por nós. Mas não impeçam com essa manobra baixa que as investigações sobre a Petrobras sejam varridas, mais uma vez, para debaixo do tapete”.

Governador Tarso Genro
“Lia ontem à noite uma declaração do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Ele dizia literalmente: esse pedido de CPI capitaneado (é é uma injustiça com tantos senadores que o capitanearam, mas segundo ele) por esse senador que usa a tribuna e pelo governador Eduardo Campos, isso é um crime que estão cometendo para destruir a Petrobras. Ora, estão cometendo um crime e destruindo a Petrobras aqueles que fizeram em que apenas quatro anos ela tivesse metade do seu valor ido para o espaço. Aqueles que fizeram com que ela se transformasse na empresa não financeira mais endividada do mundo, e hoje motivo de chacota no mundo pela perda de sua credibilidade”.

“Remédio amargo”, análise do ITV

agencia-brasil301012mcsp32112-780x340Os preços no país estão pela hora da morte e o único remédio que o governo consegue ministrar para tentar contê-los é a alta dos juros. Trata-se de profilaxia danosa, reflexo de uma gestão que deixou a situação fugir do controle, desperdiçou oportunidades e hipotecou o futuro da nossa gente. Dilma Rousseff tem mais razões para chorar do que imagina.

Ontem o Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros, agora para 11% ao ano. Foi a nona alta consecutiva, sempre motivada por uma inflação renitente. O processo foi iniciado em abril do ano passado e resultou, até agora, numa alta de 3,75 pontos percentuais. Ou seja, em apenas um ano a taxa brasileira aumentou mais de 50%, caso único no mundo.

Os preços, entretanto, não cederam. Quando o BC iniciou o atual ciclo de elevação da Selic, em abril de 2013, as previsões de mercado indicavam inflação de 5,7% neste ano. Agora, a despeito da expressiva escalada dos juros, os prognósticos são de uma inflação de 6,3% em 2014, conforme a mais recente edição do Boletim Focus. Cada vez mais amargo, o remédio não está, portanto, surtindo efeito.

Desde 2010, a média anual da inflação brasileira é de 6,04%. Quando se olha por subgrupos, a média dos aumentos de preços é bem mais alta: no caso dos alimentos, por exemplo, chega a 9% ao ano. Isso mostra que o índice oficial só não está mais elevado por causa do represamento dos preços administrados, como os de combustíveis e os das tarifas de energia e transporte público.

Pode-se afirmar, com segurança, que a inflação real do país está hoje em torno de 7,5%. Isso só não se reflete nos índices gerais porque há uma manipulação de preços importantes por parte do governo. Significa dizer, ainda, que este é o nível para onde a inflação média deve convergir quando preços administrados tiverem que ser corrigidos – sob pena de, se isso não ocorrer, a Petrobras e todo o setor elétrico irem para o vinagre, deixando o país sem gasolina e sem luz.

Quem mais sofre com a carestia são os mais pobres. Até porque o atual movimento altista é liderado pelos alimentos, que pesam mais na cesta de consumo da população de baixa renda. Em resultado divulgado ontem, a Fipe constatou que os preços do grupo alimentação subiram 2% na cidade de São Paulo em março. É simplesmente a maior alta para o mês desde o Plano Real, ou seja, em 20 anos, anotou o Valor Econômico.

Com a alta anunciada ontem pelo BC, a Selic já voltou a percentual mais alto do que os 10,75% em que estava quando Dilma Rousseff assumiu a presidência da República. Uma de suas mais contundentes promessas era o corte na taxa de juros. Feito de maneira voluntarista, resultou em desastre: mostrou-se insustentável e deu asas à inflação.

“Começamos a ver a possibilidade de redução dos juros no Brasil”, disse Dilma em agosto de 2011. “Estamos modificando algumas condições no Brasil que geram entraves para o crescimento. A primeira mudança tem sido a redução de juros”, locupletou-se a presidente em julho de 2012. Mas o laboratório da gerentona falhou redondamente.

A realidade é que, nos últimos meses, o Brasil voltou a ser o país que pratica as mais altas taxas de juros reais do mundo. Segundo levantamento da consultoria Moneyou, o juro brasileiro chegou a 4,42% acima da inflação projetada para os próximos 12 meses. É mais que o dobro do que Dilma prometera aos brasileiros. É também uma excrescência: entre as 40 principais economias, apenas 15 praticam taxas positivas hoje no mundo e, mesmo entre estas, a média é de apenas 1,34%.

A tendência é a taxa de juros brasileira ter novos aumentos ainda neste ano. Se já na próxima reunião do Copom, a ocorrer em fins de maio, ou mais adiante, não se sabe ainda. Mas uma coisa já é dada como certa: Dilma será a primeira presidente desde a adoção do regime de metas no país, em 1999, a legar a seu sucessor juros maiores do que recebeu.

Também entregará a seu sucessor inflação mais alta do que a que herdou, conforme registra O Estado de S. Paulo. Segundo o próprio BC, a taxa de 2014 será de 6,1%, enquanto a de 2010 foi de 5,91%. Dilma fechará seu mandato sem cumprir uma vezinha sequer a meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional. E em alta pelo terceiro ano consecutivo. Difícil imaginar quem pudesse fazer tanto estrago em tão pouco tempo. Chora, presidente!