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Tucanos se reúnem para discutir conjuntura estadual

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Monteiro, Figueiró e Azambuja

Campo Grande, MS – A cúpula tucana reuniu-se na tarde desta segunda-feira (27/01), em Campo Grande, para discutir a conjuntura política estadual. O encontro entre o senador Ruben Figueiró e os deputados Reinaldo Azambuja e Marcio Monteiro serviu para que pudessem avaliar o quadro eleitoral de 2014, com vistas à realização de alianças e definições de candidaturas.

De acordo com o senador Figueiró, a reunião “foi importante para que pudéssemos nivelar as informações sobre os desdobramentos políticos em Mato Grosso do Sul, no tocante às conversações que estamos mantendo com as lideranças dos outros partidos”.

Neste sentido o Deputado Federal Reinaldo Azambuja enfatizou que “conversas concretas até o momento tivemos apenas com o senador Delcídio”, salientando que recentemente houve uma “manifestação de intenção do ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad, que não se efetivou em ações propriamente ditas”.

Segundo Marcio Monteiro, o “PMDB apenas anunciou para a imprensa que havia nos procurado, mas não houve nenhuma iniciativa real, apenas virtual”, destacou.

Tanto o senador como os deputados reiteraram que o atual momento político é o de “conversação” e não de “definição”. Para Figueiró, é importante ficar claro que “estamos abertos a todos os partidos para dialogar e encontrar pontos de convergência, pois o interesse verdadeiro é atender os anseios da sociedade”.

O deputado Reinaldo Azambuja afirmou que nas conversas que tem mantido com o Senador Delcídio e com a cúpula nacional do PSDB “tem a garantia” de que não haverá obstáculos dos diretórios nacionais para que haja uma coligação “pontual” entre os dois partidos em Mato Grosso do Sul.

De acordo com Marcio Monteiro, em recente conversa com o vereador Zeca do PT, “ficou claro que há boa vontade de ambos os lados em fazer essa parceria”. Segundo o deputado, que também é presidente do Diretório Estadual do PSDB, “vamos agora ouvir o ex-prefeito Nelsinho Trad para saber o que ele está pensando sobre o processo sucessório”.

Quanto à definição de candidaturas, Reinaldo disse que mantém a posição inicial de aguardar os acontecimentos para poder se definir. “Se houver uma aliança entre PT e PMDB não restará alternativa em lançar uma candidatura tucana ao governo do Estado”. Em relação ao senado, Azambuja destacou ser importante aguardar o dia 7 de abril, que será a data em que o governador André Puccinelli terá que se definir se continua no Governo ou se afasta para ser candidato.
(Da assessoria de imprensa do senador Ruben Figueiró)

Nota do PSDB sobre financiamentos do BNDES em Cuba

destaque_geral-300x200Os brasileiros acompanham, indignados, mais um périplo da presidente Dilma ao redor do mundo. Especial indignação causa saber que dinheiro dos brasileiros foi empregado para erguer um moderno porto em Cuba. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) financiou mais de 70% de um empreendimento de quase R$ 1 bilhão em Mariel, nas proximidades de Havana.

Fosse o Brasil um país que esbanjasse dinheiro e com questões de infraestrutura e logística resolvidas, poderia até ser compreensível. Mas os recursos que vão para a ilha da ditadura castrista – e também para a Venezuela chavista e para outros países, notadamente os ideologicamente alinhados – são os mesmos que faltam para obras estruturantes no Brasil, em especial as de mobilidade urbana nas nossas metrópoles.

Falta, sobretudo, transparência a estas operações, mantidas sob sigilo a mando do Ministério do Desenvolvimento. Vários requerimentos de informações pedindo explicações a respeito foram protocolados pelo PSDB no Senado, mas seguem barrados pela bancada do PT. Por quê?

Infelizmente, sob o governo petista, o BNDES se transformou numa caixa-preta: ninguém sabe quais são os critérios e as condições para financiamentos, nem tampouco os objetivos estratégico dessas operações. Sabe-se, apenas, que, nos últimos anos, o banco foi transformado numa alavanca para produzir “campeões nacionais” e num dos principais artífices da famigerada contabilidade criativa.

Trata-se de política fracassada, que impôs pesadas perdas ao BNDES e ora está sendo abandonada. Não sem antes, contudo, distribuir benesses ao redor do mundo e favorecer empresas eleitas, numa inaceitável apropriação do dinheiro do contribuinte brasileiro.

No Nordeste o desemprego atinge 10% enquanto no Sul é de 4,3%

gente-300x199Brasília – Pesquisa da área de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, enquanto a taxa média de desemprego no país é de 7,4%, no Nordeste há o pior percentual nacional: 10%. Em oposição ao Nordeste, no Sul, a taxa é de  4,3%. Os dados foram publicados em reportagem de O Globo.

“Esses números mostram a falta de política de desenvolvimento para o Nordeste”, afirmou o senador Cícero Lucena (PSDB-PB). “O governo deveria investir mais em infraestrutura e atração de empresas para a região. Mas, não, o governo federal acredita que o programa Bolsa Família é suficiente.”

De acordo com a pesquisa, o desemprego chega a 7,2% no Sudeste, 8,3% no Norte e 6% no Centro-Oeste.  Os especialistas afirmam que os números mostram como a realidade do Brasil é diferente em cada região.

No segundo trimestre de 2013, o percentual de pessoas em idade de trabalhar sem nenhuma instrução era de 9,4% . Por regiões, no mesmo período, a taxa era de 16,7% no Nordeste, quase o triplo dos 5,8% de Sudeste e Sul. No Norte, o percentual era de 11,1%.

Disparidades

Na reportagem de O Globo, especialistas afirmam que o desemprego no Nordeste é provocado por um costume na região que é de buscar por mais tempo uma vaga de trabalho. Porém, o senador tucano é mais categórico: o governo federal deveria aplicar recursos no desenvolvimento de áreas que o Nordeste tem habilidades.

“O governo federal poderia investir mais no turismo no Nordeste, no desenvolvimento de portos e nas indústrias na região. Com isso haveria uma política de geração de emprego eficiente”, disse Lucena. “O Bolsa Família não pode ser um fim, tem de ser apoio.”

Também no Nordeste aparece o menor grau de formalização com apenas 61,5% dos trabalhadores com carteira, seguido pelo Norte, com taxa de 65,3%. A maior taxa pertencia ao Sul, de 84%, à frente dos 80,8% do Sudeste. No Centro-Oeste, o percentual era de 77,4%.

Na média nacional, o nível de ocupação de homens era de 68,7% e de mulheres, de 46,2%. No Nordeste, as taxas eram de 63,2% e 39%, respectivamente. No Sul, os percentuais eram de 71,9% e 52,1%, respectivamente.

PSDB critica ‘gastos nababescos’ de Dilma em Lisboa

dilma-foto-fabio-pozzebom-abr-300x209Brasília – A revelação que a presidente Dilma Rousseff e sua comitiva fizeram uma escala em Lisboa, em Portugal, hospedando-se em um luxuoso hotel será mantida no debate político pelo PSDB. O jornal Estado de S. Paulo informou que no sábado (25) Dilma e assessores passaram o dia em Lisboa e ocuparam 45 quartos em dois dos mais caros hotéis da cidade, com custo estimado de mais de R$ 71 mil.

No caso da presidente, a diária da suíte ocupada por ela, no hotel Ritz em Lisboa custa R$ 26 mil. Na noite de sábado, ela saiu para jantar no restaurante Eleven, com vista privilegiada sobre o Rio Tejo.

O presidente regional do PSDB em São Paulo, o deputado federal Duarte Nogueira, criticou a atitude da presidente. “Há aí pelo menos dois aspectos envolvidos: falta de transparência da Presidência da República que não comunicou que haveria essa escala em Lisboa e gastos nababescos [luxuosos e pomposos] que atingem frontalmente a população”, disse.

A passagem de Dilma por Portugal, vindo de Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, segundo a imprensa não estava na agenda oficial divulgada inicialmente. Ela deixou a capital portuguesa na manhã de domingo (26). Ela seguiu para Cuba, onde inaugura um porto e participa da II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Duarte Nogueira ressaltou que o papel da oposição é fiscalizar e que o tema será novamente colocado em pauta na próxima semana quando o congresso retoma suas atividades legislativas. “Quem perde a eleição [como no caso do PSDB na disputa pela Presidência da República] fiscaliza. É o papel de defesa da sociedade”, destacou.

“Entenderam por que Dilma foi a Davos?”, por Alberto Goldman

Alberto-Goldman-Foto-George-Gianni-PSDB-5-300x199Deve ter sido interessante e, no mínimo, curioso para os maiores líderes políticos e de negócios do mundo reunidos no Fórum  Econômico Mundial, na cidade de Davos, na Suíça, verem e ouvirem uma presidente ( de um “grande país sul americano” até pouco tempo atrás visto como uma área excepcionalmente atrativa para a realização de negócios ) tida por sua origem política como “trotskysta” por alguns e por outros como uma revolucionária marxista que deixou a luta armada para se inserir na vida democrática e na consolidação do capitalismo no Brasil.

Poucos deles certamente sabem quem foi Trotsky ou tiveram qualquer contato com um trotskysta, nem tem ideia de que ele e Lenin lideraram a Revolução Comunista na Rússia, muito menos que o seu grande conflito na luta pelo poder, após a morte de Lenin, se deu contra Stalin, com o qual divergia sobre o caráter da construção do socialismo naquele país e em todo o mundo.

Trotsky defendia a necessidade de uma revolução permanente difundida internacionalmente, enquanto Stalin defendia que antes era preciso consolidar o socialismo na Rússia.  Trotslysta ou não, Dilma era vista como uma figura enigmática, construída pelo ex presidente Lula – este sim um “esquerdista” pragmático que nunca se apaixonou pelas teorias revolucionárias.

O fato é que a forma de governar de Dilma e os resultados na economia brasileira colocaram na cabeça desses homens de negócios e líderes dos países capitalistas a questão da sinceridade das novas convicções da presidente do Brasil e a capacidade dela governar.  Afinal, além do seu estilo centralizador e arrogante, ela construiu uma imagem – e uma prática – intervencionista através de suas ações iniciais contra o sistema financeiro ( no embate contra a cobrança de altos “spreads” ), contra o papel das agências reguladoras e na mudança de regras essenciais para a segurança dos investidores.

Além disso a sua credibilidade quanto à capacidade de governar era posta em questão em face da aceleração da inflação, do baixo crescimento do Produto Interno Bruto ( PIB), do expansionismo ( descontrole ) fiscal, dos desacertos cambiais e da permanente redução dos superavits na balança comercial e na balança de pagamentos.

As tentativas da presidente usando uma enormidade de recursos por meio do BNDES, obtidos por intermédio do aumento do endividamento público, as isenções tributárias para alguns setores, o controle de tarifas nos serviços públicos e os insucessos na atração de investimentos para a infraestrutura, não produziram os resultados desejados mas fortaleceram os receios dos homens de negócios.

Ainda mais, os protestos que tem explodido em vários momentos e em várias áreas do país, que mostraram um nível de insatisfação popular até então desconhecido, acenderam a luz amarela, muito sensíveis que são a qualquer sinal de perigo para os seus investimentos.

Dilma, em Davos, fez um discurso que procura, da mesma forma que fez Lula em 2002 na “carta aos brasileiros”, mostrar que ela não é nada do que se pensa que é.  Ela afirma que é a favor do capital privado, sejam os investimentos nacionais ou estrangeiros, que serão recebidos de braços abertos, com a segurança necessária, com o respeito aos contratos e ainda que o seu principal tema é o combate contra a inflação, que vai manter em ordem as contas públicas, que vai ampliar ainda mais a capacidade de consumo da população.  E exemplificou, o que teria sido uma mudança de conduta, o sucesso dos últimos leilões de rodovias e aeroportos e o leilão de exploração do petróleo no pré sal.  Dos insucessos, nenhuma palavra.

Todo esse esforço da presidente, todo o seu discurso, de fato não é suficiente para mudar a percepção dos líderes de negócios mundiais.  Tudo o que foi dito, as verdades e as mentiras, são sobejamente conhecidas por eles.  Eles não estão fora dos negócios no Brasil, não são ETs, estão dentro, fazem parte e têm, além de informações atualizadas, bilhões de dólares aplicados no país.

Mas se todo esse bafafá que mexeu com a mídia crioula não vai resultar em nada de novo, nem nada especial em relação aos investimentos, para que Dilma foi a Davos?  Além de safisfazer a curiosidade dos presentes, o que sobra?

Para o país nada, para Dilma, muito.  Ela obteve horas e mais horas em toda mídia nacional.  Enquanto isso, seus adversários eleitorais estão à míngua.  Aécio tem alguns segundos quando faz algum pronunciamento crítico, Eduardo Campos obtém alguns minutos na sua queda de braço com a recém aderente Marina Silva.  Dilma, pelo contrário, ganhou o equivalente a diversos programas eleitorais gratuitos, melhor ainda, fora do horário eleitoral gratuito que se inicia só em agosto.  E nos horários e espaços mais cobiçados da grande mídia nacional.  O que comprova que estão com paúra.

Agora entenderam porque ela foi a Davos?

Alberto Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB, foi governador de São Paulo, ministro do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e deputado federal (PSDB-SP)
*O artigo acima foi publicado no Blog do Goldman

“Oportunidade perdida”, análise do ITV

image_galhomeb-300x169Dilma Rousseff criou enorme expectativa em torno do discurso que faria em Davos na última sexta-feira. Mas frustrou quem esperava que ela fizesse o que realmente importa para o Brasil e para os brasileiros: emitir sinais críveis e inequívocos que permitam iniciar a recuperação da confiança – lá fora e aqui – no futuro do país.

A presidente da República falhou no exercício do papel que, diante das principais lideranças econômicas mundiais, dela se esperava e desperdiçou uma das últimas oportunidades que tinha para reverter a onda de descrédito e de baixa credibilidade que acompanha as medidas tomadas pela sua gestão. Foi decepcionante.

Dilma reiterou compromissos que sua prática de governo simplesmente não confirma. Para quem acompanha amiúde os passos da presidente e de seus principais auxiliares, sua fala na Suíça soou falsa. Quem há de hipotecar novo voto de confiança a diagnósticos e discursos que não admitem equívocos flagrantes e prometem o que não entregam?

A carta de intenções que Dilma leu em Davos não difere muito do que ela dissera em setembro, em Nova York, durante seminário organizado pelo banco Goldman Sachs. E o que mudou de lá para cá? Quase nada. “Prometer é uma coisa. Entregar é outra”, sintetizou um analista do mercado financeiro ouvido pelo Valor Econômico.

O momento exigia de Dilma um passo ousado, um discurso em que fizesse leitura fidedigna da situação do país, em que se comprometesse com mudanças necessárias e sinalizasse a correção de rumos indevidamente trilhados pela sua mal sucedida política econômica. Mas ela enveredou pela ficção. Quem chegasse da lua a Davos e ouvisse a presidente brasileira imaginaria que ela falava de algum paraíso na Terra.

Ao dizer que seu governo “busca o centro da meta de inflação” e tem “as contas públicas sob controle”, Dilma parecia estar discorrendo sobre outro país, não o Brasil, infelizmente. Afinal, nos últimos anos o custo de vida tem sempre rodado perto do teto da meta e, em muitos casos, muito acima dela – a cesta básica subiu mais de 10% na maior parte das capitais em 2012.

Aqui também, as despesas públicas crescem em ritmo muito mais acelerado do que as receitas do governo, mas quase nada é empregado em investimento público. Neste mesmo país, as contas externas estão em acentuado ritmo de piora, como mostrou o Banco Central na sexta-feira: nosso rombo nas transações com o exterior cresceu 50% e se aproximou de 3,7% do PIB, no pior resultado em 12 anos.

Um dos trechos que suscitou mais indignação nos brasileiros foi aquele em que ela disse que o Brasil está pronto para fazer “a Copa das Copas” – mais um ufanismo boboca que, de tão distante da realidade, irrita até o mais comum dos mortais. Basta dizer que uma de cada quatro obras previstas simplesmente não vai ficar pronta a tempo do Mundial, conforme o G1.

Também não dá para levar a sério quando a presidente da República fala em “qualidade institucional” quando é flagrante a ocupação fisiológica da máquina pública e o desmonte dos órgãos regulatórios. Menos ainda quando afiança que seu governo preza o “respeito a contratos”, tendo presente as intervenções truculentas no setor de energia e a manipulação dos preços dos combustíveis observadas nos últimos anos.

Uma das únicas coisas realmente corretas que a presidente disse é que “nosso sucesso nos próximos anos estará associado à parceria com os investidores do Brasil e de todo o mundo”. Pena que ela esteja fazendo muito pouco em prol deste êxito. Na verdade, sua prática de governo foi sempre na direção contrária a isso – mesmo com as correções pontuais executadas mais recentemente – numa relação permanentemente tensa com o setor privado.

No fim das contas, Dilma Rousseff fez um discurso para suíço ver, com compromissos pouco críveis com a austeridade e a preservação da solidez do país. Foi pouco mais que um rolezinho aos pés da montanha mágica que inspirou Thomas Mann – ao qual a nossa exausta presidente engatou um rolezão em Lisboa em hotel com diária de R$ 26 mil e 30 quartos ocupados por sua comitiva… Tempo e dinheiro do contribuinte desperdiçados.

“No palanque, em Davos”, por Aécio Neves

aecio-neves-foto-george-gianni-psdb-12-300x199Quem acompanhou o discurso da presidente Dilma em Davos achou que não estava entendendo bem. Do ponto de vista político, a presidente tinha dois caminhos corretos para seguir. O primeiro, defender, com coragem, as escolhas que fez e as decisões que tomou nos últimos três anos. Mesmo que não obtivesse a concordância de quem a ouvia, poderia ganhar o respeito pessoal pela coerência e firmeza de suas convicções. O segundo seria o da autocrítica, o de reconhecer, ainda que tardiamente, os inúmeros erros cometidos e assumir o compromisso com a mudança de rumos ainda no pouco tempo que lhe resta de governo.

Mas ela não fez uma coisa nem outra. Diante de uma plateia de especialistas ela descreveu uma realidade que não é a nossa e um governo que não é o dela, fazendo de Davos uma extensão dos palanques eleitorais em que vem transformando suas viagens pelo país. Fez de Davos mais uma escala em sua turnê pela ilha da fantasia em que o governo parece estar instalado, deixando muita gente intrigada.

O que seria mais grave: a presidente ter apresentado em importante fórum internacional um retrato do país que sabe não ser verdadeiro ou, após, repeti-lo à exaustão, ter convencido a si mesma de que se trata da realidade?

Afirmou que a inflação está controlada, quando sabemos – Davos também– que nos últimos três anos a taxa esteve sempre prestes a romper o teto da meta –e defendeu sua política fiscal, hoje conhecida pela “criatividade” de sua contabilidade. Chegou ao cúmulo de dizer que diminuiu a dívida pública bruta de 60,9% do PIB para 58,4%. Inspirada na criatividade que tão mal tem feito à nossa política fiscal, a presidente buscou o ponto mais alto da dívida no auge da crise de 2009 esquecendo-se sutilmente que, quando assumiu, ela era de 53,35%. Portanto houve, na verdade, crescimento da dívida em seu governo.

Mas, como a realidade costuma se impor, pesquisa realizada pela Bloomberg com 500 participantes do fórum apontou o Brasil como a região que oferece menos oportunidades de negócios entre as pesquisadas. Isso depois de o FMI ter divulgado estudo reduzindo as previsões de crescimento do Brasil para 2014. E da Price Waterhouse ter mostrado que o país perde espaço como opção para investimentos de grupos internacionais, e do Banco Central ter reafirmado a necessidade de continuar aumentando os juros para frear a inflação.

A presidente foi a Davos para enviar uma mensagem de segurança a investidores. Mas a ausência de sincronia entre o discurso e a realidade que todos conhecem termina por alimentar a crescente desconfiança nas relações entre agentes econômicos e governo. O Brasil continua perdendo o mais precioso de todos os ativos: o tempo.

*Artigo publicado nesta segunda-feira (27) no jornal Folha de S. Paulo

Imbassahy diz que se empenhará pela aprovação do fator previdenciário

antonio-imbassahy-foto-gabriela-korossy-agencia-camara-300x196O futuro líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Antonio Imbassahy (BA,) reiterou nesta sexta-feira (24), o Dia Nacional do Aposentado, o compromisso de ampliar os esforços para que o projeto que trata do fator previdenciário seja levado à votação final no plenário da Câmara.

Segundo Imbassahy, a determinação é encontrar alternativas que permitam a recomposição salarial e, consequentemente a recuperação do poder de compra dos aposentados, que vem sendo corroído ao longo do tempo e agora agravada pela retomada da inflação.

“Não é justo que aqueles que já deram a sua contribuição pelo engrandecimento do país sejam penalizados por problemas econômicos de uma administração pública ineficiente”, afirmou o parlamentar, parabenizando os aposentados pela data.

Contribuição

O fator previdenciário é um coeficiente aplicado obrigatoriamente no cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição dos trabalhadores da iniciativa privada, ou seja, aqueles cujos benefícios são vinculados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) . O valor é calculado de acordo com o tempo de contribuição, idade e expectativa de sobrevida do segurado na data do requerimento do benefício.

O objetivo do fator é promover o ajuste entre as contribuições efetuadas pelo segurado da Previdência Social e o montante estimado que lhe será pago de aposentadoria. No entanto, como representa, na maior parte dos casos, redução no valor do benefício, tem recebido diversas críticas da sociedade e dos membros do Congresso Nacional.

Com informações da assessoria do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA)

Dilma ignora atrasos em obras para Copa do Mundo

manegarrinchaBrasília – A afirmação da presidente Dilma Rousseff, em Davos, na Suíça, que as obras dos estádios da Copa do Mundo são “simples” e “serão concluídas a tempo” ocorre no momento em que parte da infraestrutura ainda não está pronta e sofre com atrasos. O comentário dela foi feito durante entrevista ao lado do presidente da Fifa,  Joseph Blatter,  em resposta à pergunta sobre a exclusão da Arena da Baixada, em Curitiba, ameaçada em razão dos recentes atrasos.

O deputado federal Carlos Brandão (PSDB-MA), da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, mostrou-se preocupado com a situação. “O governo teve todas as condições e aparato suficiente para realizar as obras a tempo”, disse ele.

Para Brandão, “houve incompetência e superfaturamento” na gestão petista. “Estamos perdendo a oportunidade de mostrar o Brasil ao mundo e ficaremos com uma imagem de um país sem segurança jurídica e estabilidade para investimentos”, reiterou o deputado.

Prazos

O jornal Folha de S. Paulo publicou, nesta sexta-feira (24), trechos da reportagem com a presidente, que declarou que “o governo tem todo o empenho necessário para terminar as obras até o prazo final”.

Nesta semana, a Fifa alertou que Curitiba poderia ser retirada da lista de cidades-sede diante dos atrasos. Apenas sete dos 12 estádios estão prontos e Blatter afirmou, no começo do mês, que nenhum outro país teve tanto atraso nas obras.

Atrasos

 A 140 dias para o início da Copa, cinco estádios ainda não estão concluídos. Segundo a reportagem, ontem, o presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, responsável pela obra, disse que “não vai assumir a conta sozinho”.

O parlamentar tucano lembrou também que a “falta de eficiência” e o custo mais alto do que o esperado são os “piores inimigos do governo”. “Nós, brasileiros, sempre temos esperança e não queremos agourar a gestão petista, mas é impossível ignorar dados tão negativos e prejudiciais ao Brasil”, concluiu o deputado.

“Mais um ‘aloprado’ recompensado. Agora sim, a casa cai”, por Alberto Goldman

Alberto-Goldman-Foto-George-Gianni-PSDB-6-300x199Em 15 de setembro de 2006 – véspera das eleições para governadores e presidente da República – alguns integrantes do PT foram pegos pela PF em um hotel de São Paulo com malas cheias de dinheiro – 1,7 milhões de reais – até hoje de origem desconhecida, cuja finalidade era comprar um dossiê ( falso, é claro ).

O dossiê, fabricado por uns empresários delinquentes do Mato Grosso,  acusaria o candidato ao governo de São Paulo, José Serra, de ter relação com o escândalo dos sanguessugas – termo usado para identificar o desvio de dinheiro, em 2006, para a compra de ambulâncias, quando Serra era ministro da Saúde.

As investigações e depoimentos dos suspeitos demonstraram que o conteúdo do dossiê era falso e o episódio notabilizou a expressão “aloprados”, usada por Lula  para designar os acusados de comprar o dossiê, alias seus companheiros de partido.

O homem que transportou a mala para o hotel foi Hamilton Lacerda, vereador do PT de São Caetano do Sul e um dos coordenadores da campanha de Aloizio Mercadante, então candidato a governador e que seria o beneficiário do escândalo.  Foi indiciado pela PF por lavagem de dinheiro, mas a origem do 1,7 milhão nunca foi esclarecida e foi afastado da campanha de Mercadante e expulso do PT.  Virou fazendeiro no sul da Bahia em sociedade com um ex-assessor de Antonio Palocci, Juscelino Dourado, da turma de Ribeirão Preto.

Hamilton Lacerda havia se desfiliado do PT em 2006, no bojo do escândalo, mas retornou em 2010 pelas mãos do padrinho:  Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo.

Em junho de 2012, a Justiça aceitou a denúncia contra Lacerda e mais oito pessoas envolvidas na elaboração do dossiê fajuto. Eles responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro e operação fraudulenta de câmbio.

A visita da presidente Dilma Rousseff ao ABC Paulista, no dia 19 de agosto de 2013, coroou a ressurreição do petista Hamilton Lacerda.   Lacerda voltou à política pelas mãos do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e assumiu no fim de julho deste ano a diretoria de Projetos do Consórcio Intermunicipal do ABC.  É ele quem vai cuidar de R$ 200 milhões da União prometidos para a região para 2014.  Isso mesmo tendo sido a denúncia recebida pela Justiça e ele, portanto, estar sendo processado.  Dilma e Luiz Marinho não se mostram preocupados.  Já faz parte do DNA deles.

É evidente que uma operação de tal porte ( a compra do dossiê ) não foi orquestrada somente pelo Hamilton Lacerda e seu bando.   Não há hipótese de se imaginar que o eventual beneficiário –  Aloizio Mercadante – não tivesse conhecimento da ação programada.   Assim como, a meu ver,  também não há hipótese do Lula desconhecer a questão.

Poucos dias antes do próprio dia 15 em que os bandidos foram pegos, o proprietário da revista Isto É estivera em audiência com Lula.   Não foi sobre poesia que falaram.  Nem sobre o futuro do Brasil. Acertaram a publicação das denúncias.   Quando Lula, irritado, usa o termo aloprados, não se refere à operação em si, não a condena.  Sugere a incompetência de seus companheiros em realizá-la sem serem desmascarados.  Na cabeça do Lula, vale tudo.

Agora Aloizio Mercadante é premiado.  Já fora, sem mostrar resultados expressivos, guindado ao Ministério de Ciência e Tecnologia e, em seguida, ao Ministério da Educação.  Pula de galho em galho e produz muito pouco.

Agora vai para a Casa Civil.  Daí, certamente, para as trevas, como foram, José Dirceu, Palocci e Erenice Guerra.

Quanto mais alto, maior é a queda.

*Alberto Goldman é vice-presidente do PSDB, ex-ministro, ex-governador de São Paulo e ex-deputado federal (PSDB-SP)

Artigo publicado no Blog do Alberto Goldman em 22-01-2014