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Datafolha confirma que maioria dos brasileiros quer mudança, diz Aécio Neves

aecio-maceio-27-300x200Único dos pré-candidatos a crescer no Datafolha divulgado nesta sexta-feira (9), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que o dado mais relevante da pesquisa é o que mostra que 74% da população querem mudanças na forma de governar o Brasil. De acordo com o levantamento, Aécio cresceu quatro pontos e chegou aos 20% das intenções de votos no cenário mais provável para a disputa de outubro.

Na foto, Aécio está ao lado do atleta do vôlei Giovane e o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho.

Aécio avaliou como positivo o resultado. Mas em razão da diferença de conhecimento entre a presidente Dilma Rousseff e os demais pré-candidatos, esse não é o dado mais importante na sua avaliação, segundo ele.

“O dado relevante é, e isso é apontado em todas as pesquisas, é que mais de 70% da população quer mudanças e mudanças profundas, e nós estamos caminhando para mostrar aos brasileiros, e aos alagoanos aqui hoje em especial, é que nós temos as propostas que mostram que somos a mudança segura que o Brasil precisa viver. Mudança com responsabilidade, mudança com quadros qualificados, e uma mudança que incorpora algo que pra mim, pela minha formação e pelas minhas origens é essencial: Ética na vida pública. Precisamos de um governo que concilie ética com eficiência”, afirmou Aécio em entrevista coletiva em Maceió, onde fez uma palestra para empresários a convite da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA).

Segundo turno

O crescimento de Aécio fez aumentar a chance de segundo turno. Hoje, a soma das intenções de votos dos pré-candidatos de oposição chega a 38%, um ponto percentual a mais do que o percentual de Dilma.

Aécio também diminuiu a diferença em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma. Em fevereiro deste ano, a diferença entre os dois era de 27 pontos percentuais. Agora, caiu para 11.

O levantamento do Datafolha foi nos dias 7 e 8 de maio, com 2.844 entrevistas, em 174 municípios do país.

“O povo na rua”, análise do ITV

protestosbandeiras-300x199Falta pouco mais de um mês para o início da Copa do Mundo. E o que o governo mais temia ameaça se concretizar: o retorno das manifestações por serviços públicos mais decentes, justamente na época em que o país estará em maior evidência mundial. Ontem, pipocaram protestos por todo o país. Parece que o povo começou a voltar para a rua.

Tem para todos os gostos. Houve marchas e bloqueio de vias em São Paulo, transporte público parado no Rio, funcionários públicos em greve em Fortaleza e Salvador, rodoviários de braços cruzados em Florianópolis, Campinas e no Grande ABC. Segundo a Folha de S.Paulo, desde fins
de março ocorrem em média cinco protestos por dia ao redor do país. O caldeirão está em ebulição.

Se muitas das manifestações são justas no conteúdo, algumas são especialmente equivocadas na forma. Por mais que haja frustração generalizada com o legado que a Copa traria e não trouxe e revolta pela montanha de dinheiro público que foi consumida em estádios e em benefícios privados ligados ao torneio, nada justifica arruaças como as vistas ontem nas duas principais cidades brasileiras.

Invadir prédio de construtoras e pichar paredes de escritórios com palavras de ordem, como aconteceu no movimento dos sem-teto em São Paulo, e quebradeira de quase 500 ônibus no Rio não são práticas aceitáveis numa sociedade democrática.

A desordem merece repúdio. Mas ontem se viu foi brindada com gestos amenos e espaço na agenda concedido pela presidente da República aos mesmos que promoveram os atos acintosos na capital paulista. Está errado.

Em campanha desabrida por um novo mandato, Dilma Rousseff tenta transformar tudo em dividendo eleitoral. A turma da baderna é aliada do PT, mas a candidata é, antes de tudo, a primeira mandatária do país. Que sinal passa para a população ao distribuir sorrisos a quem, horas antes, aviltara propriedades?

Motivos para protestar, os sem-teto até têm. O Minha Casa Minha Vida é um fracasso retumbante naquilo que era seu maior objetivo: diminuir a falta de moradia para famílias pobres.

Apenas 15% das 1,2 milhão de habitações prometidas para famílias com renda até três salários mínimos foram concluídas, mostrou O Estado de S. Paulo em janeiro. Não há perspectiva de melhora, mas o governo petista prefere acenar com uma terceira fase do programa, antes de sequer passar perto de entregar o que prometeu.

Sobre a qualidade dos serviços públicos e o parco legado em termos de melhoria da qualidade de vida nos nossos grandes centros que adviria da realização da Copa, é ocioso tratar. Basta olhar em volta e constatar a distância entre as expectativas criadas desde que o Brasil foi escolhido pela Fifa, em 2007, e a realidade atual. Quase nada aconteceu.

Dilma provavelmente recebeu as lideranças do movimento de sem-teto ontem em São Paulo em mais uma tentativa de tentar encaixar-se no figurino da mudança pela qual os brasileiros – e nem só os que têm disposição de ir para as ruas – clamam. Mas sua capacidade de ludibriar
os eleitores está escasseando.

Pesquisa que o Datafolha divulga hoje – com alta de Aécio Neves nas intenções de voto – mostra que continua cada vez mais elevado o clamor de pessoas que querem ver o Brasil mudar. Já são 74% os que pensam assim e não é à petista que eles mais associam a capacidade de atender seu anseio.

Segundo a pesquisa, Aécio tem mais capacidade de fazer as mudanças que o país pede do que a presidente em busca de um segundo mandato. Hoje, 19% atribuem esta qualidade ao tucano e apenas 15% a Dilma. Há dois meses, os percentuais eram invertidos: 10% viam mais preparo
no tucano e 19% na petista. O vetor da mudança mudou.

O mesmo levantamento mostra Dilma com marca recorde de avaliação ruim ou péssima de sua gestão. Agora, 26% da população qualifica seu governo desta maneira, mais que os 25% aferidos no auge dos protestos de junho passado. É este caldo que alimenta a mais nova onda
de protestos que parece se prenunciar.

“Mães e suas preocupações”, por Solange Jurema

solange-jurema-foto-george-gianni-2-300x199No próximo final de semana, as famílias brasileiras vão se reunir para comemorar mais um Dia das Mães, ritual que repetimos anualmente para reverenciá-las.

É um tradição secular, que tem origem religiosa, mas que ainda consegue congregar as famílias, apesar do apelo comercial que se reveste nos dias de hoje, o que não tira o brilho de um bom almoço caseiro.

Mas desde a sua oficialização no Brasil, no governo Getúlio Vargas, em 1932,  a mulher mudou quase que totalmente seu papel na vida política, econômica e social do país. Acumulou novas tarefas, sem abandonar a maternidade.

As mulheres já são 54,9% do mercado de trabalho brasileiro e mudaram o seu perfil de mães: deixam a maternidade para mais tarde e constituem uma família bem menor do que a de suas mães e mais ainda das avós.

Isso deve, basicamente, pela maior escolarização da mulher, ao aumento de sua renda e a maior participação dela no mercado de trabalho.

Em que pese todas essa mudanças de comportamento e de responsabilidades – cerca de 35% dos lares brasileiros é mantido exclusivamente por mulheres – a maternidade retardada não evita que elas desempenhem todas as suas atividades, especialmente a de ser mãe.

Elas querem o melhor para os seus filhos. Querem creches públicas para que possam também trabalhar, como os homens fazem, sem preocupações com bem estar de seus bebes.

Querem um transporte público de qualidade, que garanta que seus filhos possam ir estudar e trabalhar sem passar horas nos ônibus e metrôs.

Querem uma escola pública de qualidade, que realmente os eduque, que os forme e que os torne cidadãos qualificados, em condições de igualdade para competir no mercado de trabalho.

Querem cidades mais seguras, em que seus filhos possam se divertir sem preocupa-las, com a certeza de que retornaram à casa são e salvos.

Enfim, querem para elas e seus filhos serviços públicos de melhor qualidade que as deixe mais tranquilas para serem mães.

*Solange Jurema é presidente nacional do PSDB-Mulher

Desconfiança e baixo crescimento marcam cenário econômico

Dinheiro-Foto-Getty-Images-1-300x199Brasília – Reportagem publicada pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (8) demonstra que a indústria do Brasil passa por um momento de desconfiança e o principal resultado desse cenário deve ser a baixa evolução do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014.  A Tendências Consultoria, segundo a Folha, deve rever para baixo sua expectativa para crescimento do PIB. A desconfiança cria também um menor consumo – motivado pela restrição de acesso ao crédito – e um “pé no freio” por parte dos empresários, observa a matéria jornalística.

O deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) avalia que a “insegurança jurídica” causada pela gestão do PT é o fator que motiva o panorama de incertezas.

“O investidor não tem tranquilidade para aplicar. Afinal, sabe que as regras do jogo podem mudar de uma hora para outra. É um governo que se caracteriza pelo intervencionismo excessivo, o que não estimula nenhum empresário”, disse.

O tucano acrescentou que a atuação da gestão petista, desde o início, não previu políticas estruturantes para indústria e comércio, o que inibiu a evolução dos setores.

Impactos

Segundo Tripoli, os reflexos do cenário pessimista já começam a se manifestar no dia a dia dos brasileiros.

“O preço dos produtos tem subido nos supermercados. A diminuição de oferta de alguns artigos também é algo que começa a aparecer. Tudo isso é reflexo da falta de crédito”, afirmou.

“Eu não vou cair na armadilha do PT, que é de dividir as oposições”, avisa o senador

aecio-abimaq-2-300x200São Paulo (SP) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, fez palestra nesta quinta-feira (8), na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo. Em seguida, ele concedeu entrevista coletiva. A seguir, a entrevista.

Sobre declarações da ex-ministra Marina Silva.

Eu não vou cair na armadilha do PT, que é de dividir as oposições. Concordo em grande parte com o que disse a ex-ministra Marina, temos divergências. Não devemos ter receio de debater e discutir essas divergências, como não devemos também ter receio de mostrar as nossas convergências. Na campanha isso vai ficar absolutamente claro. Apenas acho que, em relação a resultado eleitoral, quem ganha, quem perde, todos temos que ter humildade de deixar essa decisão para os eleitores. O que posso dizer é que, ao longo desses últimos 15 anos, se eu me especializei em alguma coisa, foi em derrotar o PT sucessivamente. Acho que ninguém tem hoje no Brasil um know-how de ter imposto tantas derrotas ao PT como eu tenho.

Sobre risco a suposto apoio entre os partidos no 2º turno.

 Não cabe a mim julgar as declarações de quem quer que seja. Cabe a mim fazer o que tenho feito. Continuarei coerente com aquilo que tenho proposto: apresentar uma proposta ao Brasil diametralmente oposta a essa que está aí hoje nos sendo imposta do ponto de vista da eficiência da gestão pública, do padrão ético, de uma nova parceria com setores do mundo que hoje estão distantes do Brasil, da busca da retomada do crescimento, com uma política fiscal transparente, com eficiência na gestão das nossas políticas sociais.

Tudo isso vai ficando muito claro durante o debate eleitoral. Eu não fugirei daquilo para o qual eu próprio tenho me programado, que é construir, conversando com a sociedade brasileira, como estamos aqui hoje, com os mais diversos setores, buscando contribuições de quem tenha contribuições a dar, para apresentar um projeto ao Brasil, Não será obra de um partido. Não será obra do PSDB, e sim de um conjunto de pessoas que estão cansadas de tudo isso que aí está. E cada um deve cumprir essa caminhada da forma que achar mais adequada. Posso dizer que a minha será absolutamente coerente com aquilo que acredito e com os princípios que norteiam, orientam toda minha vida pública.

“O Brasil não suporta mais o PT”, por Ademar Traiano

ademar-traiano-foto-alpr-300x185Em junho de 2013 o PT foi varrido das ruas quando tentou se incorporar as passeatas com suas bandeiras estreladas e liderar os protestos que tomavam conta do país. Em 1º de Maio de 2014 o PT foi varrido dos comícios que celebravam o dia do trabalhador.

No 1º de Maio, petistas de alto coturno, como o ex-ministro Alexandre Padilha e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foram escorraçados do palanque, debaixo de vaia e de latas de cerveja arremessadas no palanque. Detalhe muito significativo: o comício em que os petistas foram corridos era da CUT, o braço sindical do PT.

Os motivos para o brasileiro estar saturado com o PT e seus métodos de fazer política são abundantes. O país vem sendo governado, há 12 anos, por um partido que rasgou suas bandeiras. Que produziu corrupção numa escala nunca vista na história do país. Um partido que cultua corruptos condenados como se fossem heróis e mártires.

A compulsão por burlar as leis, por se colocar acima da lei, adotando comportamento marginal foi confirmada, mais uma vez, pela denúncia feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que os mensaleiros estão tendo tratamento diferenciado, padrão FIFA, na penitenciária da Papuda.

O Distrito Federal é governado por um petista, Agnelo Queiroz, que vem desrespeitando pessoalmente as normas de isonomia que deveriam reger o cumprimento das penas dos mensaleiros recolhidos ao presídio da Papuda.

Os exemplos de desfaçatez, desonestidade, incompetência e corrupção do PT pululam. O PT se preparava para desmoralizar o IBGE, sonegando pesquisas que não interessavam ao ufanismo político do governo Dilma. Foi impedido por uma vigorosa reação dos funcionários do Instituto. O governo petista, que destroçou os fundamentos da economia, estava iniciando uma operação para ocultar os efeitos desse desastre mexendo nas estatísticas.

O PT, depois de 12 anos de poder, destruiu a herança de estabilidade econômica que herdou, abalou os bons fundamentos da economia, trouxe de volta a inflação. A inflação só é mantida no teto da meta porque os preços são represados. Depois das eleições virá um tarifaço.

Obras que fazem falta no Brasil são construídas em Cuba (um porto hipermoderno, enquanto os portos brasileiros estão sucateados), no Uruguai (que vai ajudar esvaziar os portos brasileiros de Rio Grande, Itajaí e Paranaguá) e na Bolívia (onde o PT financia uma rodovia que é usada para traficar cocaína para o Brasil).

O Brasil se envolveu em negócios desastrosos com a Venezuela (a Abreu e Lima: prejuízo de R$ 20 bilhões). A bússola da nossa política externa é ideológica e não tem mais qualquer foco no interesse nacional.

Depois do desastre da Petrobras de Pasadena, da Abreu e Lima, dos negócios mal explicados com fornecedores e doadores de campanha, surgem agora novas denúncias sobre negócios estranhos e que geraram grandes prejuízos em outros continentes.

A estatal foi infestada por quadros de enorme incompetência. Mas a cortina de incompetência é usada para encobrir rapinagens na empresa. Criticar o governo do PT, seus erros e trambiques, também é apontado como uma forma de não gostar do Brasil.

A reação do governo a bandalheira da Petrobras foi fazer mais anúncios promovendo a empresa. Nos palanques ensaia sacar do coldre a velha balela que os adversários querem privatizar a Petrobras.

O patriotismo, como asseverava Samuel Johnson, é o último refúgio de um canalha. Denunciar inexistentes intenções privatistas é o último refúgio de administrações petistas apanhadas com a boca na botija roubando a Petrobras em Pasadena, nos Estados Unidos; na Abreu e Lima, no Brasil; na Nigéria, em Angola, na Namíbia, na África; e em Okinawa, no Japão.

Ninguém mais aguenta essa lengalenga das elites perversas que querem impedir esse governo de trabalhadores de prosperar. Não é à toa que o Brasil se cansou do PT e está pronto para varrê-lo do mapa.

Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB do Paraná e líder do governo na Assembleia Legislativa.

“Retrato de uma indústria enferrujada”, análise do ITV

industria-300x181A indústria brasileira enfrenta crise aguda. Nos últimos anos, vem perdendo importância relativa na composição de nossa economia. Nem mesmo a aguardada revisão da metodologia de pesquisa sobre o desempenho do setor foi capaz de revelar um retrato mais benigno da situação. Enferrujamos.

Ontem, o IBGE divulgou os resultados da produção industrial brasileira no primeiro trimestre. No cômputo geral, houve aumento de apenas 0,4% entre janeiro e fevereiro, na comparação com igual período de 2013. O desempenho permite projetar um PIB fraco no ano – o que já se tornou consenso entre analistas.

O IBGE mudou a forma de avaliar o comportamento da indústria porque sua base metodológica estava defasada e não considerava produtos que, hoje, são ícones de consumo, como tablets e smartphones. Com o novo recorte, a indústria brasileira passou de um crescimento de 1,2% para 2,3% em 2013.

Mas o retrato das nossas fábricas continua marcado pela ferrugem. Hoje, a participação da indústria de transformação no PIB é a mais baixa em mais de 60 anos de história. Evidencia-se, assim, um indesejável processo de desindustrialização, cuja marcha os governos recentes nada fizeram para estancar. Pelo contrário.

Em meados da década de 80, a indústria respondia por 27% do PIB brasileiro. Desde então, vem caindo, até chegar aos 13% registrados no ano passado. Nunca antes mergulhamos tão fundo.

Nosso setor industrial produz hoje nos mesmos níveis de 2008, ou seja, lá se vão seis anos perdidos. Entre 2011 e 2013, cerca de 230 mil empregos industriais – justamente os que tendem a ser mais qualificados e bem remunerados – foram eliminados.

Trata-se de retração muito prematura, que se dá muito antes de a renda média do país atingir os patamares que as economias avançadas tinham alcançado quando suas indústrias começaram a perder espaço no conjunto da economia.

Hoje, a indústria nacional não encontra condições de competir, ganhar mercados, nem manter os existentes. Em síntese o que acontece é que o produto nacional tornou-se caro, perde espaço interno, não consegue manter clientes no exterior, nem conquistar novos. Definha.

Não conseguimos vender ao exterior e compramos cada vez mais: no ano passado, a balança comercial da indústria brasileira registrou déficit de US$ 105 bilhões, um rombo histórico. Pudera: o custo de se produzir, por exemplo, uma máquina no Brasil é 37% maior do que fabricar a mesma máquina na Alemanha, de acordo com a Abimaq.

Nossos problemas são amplamente conhecidos: alto custo de produção, agravado por burocracia e impostos que o governo petista ainda cogita aumentar mais; ineficiência logística e infraestrutura defasada; baixa qualificação da mão-de-obra; parcos investimentos em inovação; e isolamento cada vez maior do país das cadeias globais de produção.

Não há soluções simples para esta situação. A debacle da indústria brasileira exige uma resposta sistêmica, que parta da recuperação das condições macroeconômicas – as mesmas que Dilma Rousseff, e só ela, crê estarem “bombando” – e ataque gargalos, transformando-os em oportunidades.

Incentivo à pesquisa e à inovação, maior integração global e melhores condições para investir e produzir são fundamentais para recuperar a competitividade e a produtividade perdidas. E o apoio indutor do Estado deve servir como alavanca – democraticamente, e não apenas para uns poucos escolhidos, como tem acontecido com a política de crédito que tem no BNDES seu principal artífice.

Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves

aecio-neves-cnle-18-140x140O Brasil, infelizmente, se transformou em um estado unitário. Apenas a União detém receitas e apenas a União define o que fazer com estas receitas. Infelizmente, o resultado é este: ineficiência e uma sucessão de desvios que avilta e traz indignação aos brasileiros

“Do mundo da lua”, análise do ITV

download-2A candidata à reeleição adotou uma nova prática nas últimas semanas: abre as portas dos palácios de governo para oferecer convescotes que invariavelmente transforma em palanque de campanha. Nestas ocasiões, Dilma Rousseff acaba sempre por revelar um pouco mais de sua particular visão de mundo. Em alguns casos, ela parece ter chegado da lua.

Ontem à noite, a presidente recebeu um grupo de jornalistas para mais um jantar de, digamos, confraternização no Alvorada. Na semana passada, havia aberto as portas do palácio para editores de esportes, um grupo dominado por homens. Já Lula, seu tutor, prefere falar com os “blogueiros progressistas”, aquela gente paga pelo governo para falar bem do governo…

No encontro de ontem, segundo relato publicado pela Folha de S.Paulo, Dilma, entre outros assuntos, admitiu que “não está tudo bem” em relação à inflação brasileira. Será que só agora a presidente percebeu isso? Será porque, como mandatária, não tem que passar pelo perrengue de ir à feira e constatar, a cada semana, que o salário compra cada vez menos comida?

Dilma chega ao último ano de seu mandato vendo a inflação decolar sem que tenha feito movimento à altura para conter os aumentos em série. Ela nunca cumpriu por um ano sequer a meta fixada para a política monetária e deve entregar, pelo segundo ano consecutivo, preços mais altos que os vigentes no ano anterior. Legará ao sucessor inflação maior que a que recebeu, algo inédito desde a estabilidade conquistada com o Plano Real.

A presidente parece não ver problema algum nesta receita indigesta. Enxerga – e só ela consegue isso – um futuro venturoso para uma política que, à inflação em alta constante, junta crescimento econômico minúsculo por anos a fio. Para Dilma Rousseff, esta combinação é, na verdade, um anabolizante e tanto. De que planeta ela aterrissou?

No convescote de ontem, a presidente afirmou às jornalistas que erra quem prevê um ano de ajustes e dificuldades em 2015. Segundo sua visão particular da realidade, no ano que vem o Brasil estará, isto sim, “bombando”. Só se for no sentido literal mesmo, sob uma chuva de mísseis… Existe consenso hoje – e até gente do governo admite – que do jeito que está não dá para ficar.

Em razão da forma como vem sendo governado pelo PT, o país tem uma série de bombas-relógio armadas para explodir nos próximos meses. Há desde a inflação represada de preços administrados, como energia e combustíveis, até o crônico desequilíbrio entre receitas e despesas, agravado sobremaneira nos últimos 12 anos.

Até Dilma, ainda que em atos falhos, admite isso. Em discurso ontem à tarde, ela disse que está “sofrendo” com decisões tomadas pelo antecessor: “Eu tenho certeza que o mundo brasileiro daqui a três anos será melhor que o de hoje, porque hoje eu já estou sofrendo, ou melhor, me beneficiando das decisões tomadas no período Lula”.

Quando resolve tratar de problemas que o país ainda tem a vencer, Dilma insiste na odiosa transferência de responsabilidades. Três mandatos após a chegada de seu partido ao poder, continua culpando investimentos que “não foram feitos no passado” por atrasos como, por exemplo, no saneamento – área em que as gestões petistas tiveram resultados piores que as anteriores. Doze anos é pouco para mudar uma situação?

Para convencer incautos, Dilma lança mão de uma alquimia de estatísticas, saídas das pajelanças produzidas por Marcelo Néri no Ipea. Tenta mostrar aos brasileiros que a situação vai bem e que o problema é que nós, pobres e ignorantes mortais, não temos capacidade para perceber isso. Faltam feira e supermercado neste elixir – ou, talvez, torturar um pouco mais os números…

Os momentos de ensaiada descontração que promove nos palácios permitem aos brasileiros conhecer mais amiúde os pontos de vista da presidente. Na conversa com os jornalistas esportivos, por exemplo, Dilma deixou transparecer que prefere a atenção de médicos vindos de Cuba do que a capacidade dos médicos brasileiros. É de se sugerir que ela vá se cuidar na ilha quando, e se, suas condições de saúde voltarem a exigir.

Mas o que tais ocasiões trazem de melhor é permitir à população avaliar melhor no que estará incorrendo caso opte por manter Dilma Rousseff por mais quatro anos no principal gabinete do Palácio do Planalto. Resta evidente que a percepção da presidente sobre a nossa realidade aproxima-se da de quem tivesse chegado ontem de uma viagem à lua. Lá, aliás, é bom destino para ela a partir de 2015.