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Ideologia e falta de transparência guiam gastos de Dilma no exterior

1000859_586305481448665_690237023_nBrasíliaA presidente Dilma Rousseff intensificou os repasses para Cuba durante a viagem que fez ao país. Além do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), no valor de US$ 1,09 bilhão no Porto de Mariel, Dilma reforçou as parcerias, nos setores de equipamentos para a saúde, como  medicamentos e vacinas.

O futuro líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Antonio Imbassahy (BA), disse que a iniciativa do governo demonstra que a administração da presidente baseia-se na ideologia. “A presidente Dilma toma decisões de viés ideológico e por satisfação pessoal”, afirmou ele.

O jornal Estado de Minas informa que, pelos dados da balança comercial de 2013, o Brasil exportou US$ 528,2 milhões para Cuba e importou US$ 96,6 milhões. O setor produtivo brasileiro se queixa de que enquanto o banco estatal investe no terminal cubano, há problemas de falta de infraestrutura dos portos brasileiros, impedindo o crescimento econômico do país.

“Não há como justificar investimentos elevados em Cuba sendo que Brasil há portos e aeroportos, inclusive, alguns em estado caótico. Não é à toa que uma pesquisa recente mostrou que dois terços da população querem mudanças”, ressaltou Imbassahy.

Ideologia

Na primeira fase das obras o BNDES desembolsou US$ 802 milhões em bens e serviços. Na segunda etapa, mais US$ 290 milhões serão emprestados para a implantação da Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel.

Na avaliação do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o economista Adriano Pires, é “irracional” o governo anunciar mais um investimento de centenas de milhões de dólares para modernizar a infraestrutura de Cuba ao mesmo em que há, aqui, portos, aeroportos, ferrovias e rodovias de “péssima qualidade”.

“A presidente, no seu último ano de governo, promove inaugurações que simbolizam sua ideologia. Isso é muito grave”, afirmou Imbassahy.

Cartões Corporativos

O site Contas Abertas publicou levantamento, no último dia 18, mostrando que os gastos com o chamado cartão corporativo do governo federal continuam a crescer. As despesas atingiram R$ 61,8 milhões em 2013. O valor superior a R$ 59,6 milhões, em 2012, e R$ 58,7 milhões em 2011. Os gastos foram elevados em metade dos 24 órgãos que utilizam o cartão.

Para o futuro líder do PSDB, Dilma deve apresentar provas que de fato pagou com o próprio dinheiro as despesas que têm quando não está trabalhando, como foi o caso do restaurante Eleven, em Lisboa (Portugal). “A maioria das pessoas não acredita no que a presidente está dizendo, que pagou com o próprio dinheiro as despesas. Seria bom ela comprovar todos os gastos e quem pagou”, disse Imbassahy.

Segundo o Contas Abertas, a campeã em gastos, em 2013, foi a Presidência da República. Ao todo foram gastos R$ 18,1 milhões, no ano passado, contra os R$ 17,7 milhões de 2012.Pelo estudo, as despesas subiram na Presidência da República e nos ministérios da Justiça, Educação, do Planejamento e Defesa.

Também estão na lista de aumentos de despesas os ministérios do Trabalho, de Minas e Energia, da Integração Nacional, da Indústria e Comércio, da Pesca, de Relações Exteriores e do Desenvolvimento Social.

“Gleisi Hoffmann, um balanço negativo”, por Ademar Traiano

ademar-traiano-foto-alpr-300x185Gleisi Hoffmann está de saída da Casa Civil e já é possível fazer um balanço de sua passagem pelo ministério. Um balanço necessário porque ela se coloca como candidata ao governo do Paraná e deveria ter exibido no cargo as credenciais para sustentar sua pretensão. Infelizmente o balanço está longe de ser positivo.

Citarei, ao acaso, algumas avaliações de jornalistas nacionais. A analista política Tereza Cruvinel resumiu a ministra Gleisi Hoffmann com o adjetivo “anódina” (desimportante, irrelevante), ou seja, sem estofo para o cargo. A jornalista da Globo formulou um dos julgamentos mais amenos sobre Gleisi.

O jornalista Luís Nassif foi mais severo. Depois de destacar a importância que a Casa Civil costumava ter na condução da administração federal, observou que Gleisi apequenou o cargo. “Esbarrou em duas vulnerabilidades: a falta de pique operacional e a falta de informação básica sobre temas contemporâneos”.

Nassif denunciou ainda as manobras sorrateiras de Gleisi para por em prática o plano do PT de deslocar os alunos portadores de necessidades especiais das Apaes para escolas convencionais: “A Ministra Gleisi comanda um retrocesso, que vai contra todas as diretrizes da ONU e dos modernos estudos sobre inclusão, atropela a luta de anos para aprimorar a inclusão de deficientes”.

Vinicius Torres Freire, colunista econômico da Folha de São Paulo, sugeriu que Gleisi padece de uma forma aguda do infantilismo ideológico combinado com despreparo. Citou como exemplo a ameaça brandida pela ministra de abrir o mercado aéreo para empresas estrangeiras no período da Copa do Mundo.

“Gleisi, em última análise, ameaçou as empresas aéreas brasileiras com competição, subtexto tão evidente da entrevista que a coisa virou piada até nas redes sociais. Além de anunciar um remendo que por si só denuncia um descalabro, mais uma vez um ministro aparece com uma ideia apressada e sem fundamentação técnica elementar”.

Uma síntese do pensamento vivo de Gleisi Hoffmann aparece em outro episódio revelador. Quando se arquivou, por inviável, o trem-bala, que deveria ser a marca do governo Dilma, descobriu-se que o governo federal havia torrado R$ 1 bilhão em projetos inúteis. Questionada sobre esse monumental desperdício de dinheiro público Gleisi produziu uma pérola: “faz parte de um processo de aprendizado nosso e também dos investidores brasileiros”.

A essas avaliações negativas se somam escândalos, escolha desastradas de auxiliares. Gleisi só se destacou no uso da máquina oficial para campanha política antecipada e ilegal. Fato registrado pelo jornal O Globo em matéria sobre uso abusivo de jatinhos da FAB. “De todos os ministros candidatos, a maior ofensiva tem sido da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann”, diz o jornal.

Se a inadequação e falta de qualificação de Gleisi para o cargo foi reconhecida de forma quase unânime, o mesmo não se pode dizer de sua capacidade de agir contra os interesses do Paraná de olho em seu projeto político de governar o Estado. Nessa prática nefasta de prejudicar seu Estado Gleisi foi muito eficiente.

O Paraná nunca sofreu tantos prejuízos e foi tão discriminado quanto nos últimos três anos, quando três ministros egressos do PT do Paraná (Gleisi, o marido Paulo Bernardo e Gilberto Carvalho) foram instalados em ministérios em Brasília. Eles jogaram pesado contra os interesses do Estado em todos os campos o tempo todo.

Durante a passagem de Gleisi Hoffmann na Casa Civil a discriminação histórica contra o Paraná atingiu patamares inéditos. O Estado foi perseguido com a negativa de empréstimos, o governador do Paraná teve negado por meses uma simples audiência com a presidente da República. O Paraná é o único Estado brasileiro que não recebeu recursos do Proinveste – Programa de Apoio ao Investimento de Estados e do Distrito Federal, lançado em 2012, para combater os efeitos da crise de 2008. Todos Estados brasileiros receberam esses recursos. Todos, menos o Paraná.

Gleisi se empenhou pessoalmente para impedir que o Paraná tivesse acesso a esses recursos. Com uma infinidade de pretextos, todos eles sem qualquer fundamento real, o governo do Estado não é autorizado a tomar empréstimos. O Tesouro Nacional bloqueia empréstimos ao Paraná há mais de dois anos, causando prejuízos enormes ao desenvolvimento do Estado, impedindo investimentos em setores vitais, como saúde, segurança e educação.

Jogar contra o Paraná, não importando os estragos e prejuízos, desde que possa gerar benefícios ao projeto político pessoal e ao partido, é uma aposta típica do PT. É o modo petista de agir. É um estilo de fazer política do qual o Brasil precisa se livrar e que o Paraná não precisa conhecer.

 

*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB e líder do governo Beto Richa na Assembleia.

“PT usa máquina pública para promover Padilha”, diz Duarte Nogueira

duarte-nogueira-foto-george-gianni-psdb--300x206Em nota oficial, o presidente do Diretório Estadual do PSDB em São Paulo, Duarte Nogueira (SP), criticou o pronunciamento do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em cadeia de rádio e TV – o 5º de sua gestão. O petista está deixando o ministério para ser candidato do PT ao governo de São Paulo.

“É lamentável que o PT continue utilizando a máquina pública e o dinheiro dos cidadãos para beneficiar seu projeto de poder e propagandear seus candidatos a cargos eletivos neste ano”, reprovou Nogueira.

Segundo o tucano, com o pretexto de divulgar a vacinação de jovens contra o HPV, Padilha surgiu na TV na noite de quarta-feira (29) 40 dias antes do início da campanha de vacinação.  “É um despropósito que já deixa clara a torpe intenção do ministro e seus companheiros e demonstra que mais recursos devem ser gastos daqui a alguns dias para, aí sim, fazer o anúncio regular da campanha”, afirmou Duarte Nogueira.

Na avaliação de Nogueira, foi uma “desfaçatez”  o uso de quatro minutos de TV para alardear seus programas à frente do Ministério da Saúde. “A mensurar os resultados e a péssima gestão deste que é hoje considerado o pior ministro da saúde que o país já teve, não necessitariam de mais de um minuto”.

Ainda segundo o deputado, o petista deveria ter aproveitado o momento para pedir desculpas aos brasileiros por não ter reajustado a tabela do SUS por mais de dez anos, condenando as santas casas à quase insolvência ou por ter atrasado o pagamento de estados e municípios no final do ano passado apenas para fazer caixa para o governo e tentar ludibriar a população sobre os péssimos resultados da gestão econômica do PT.

A íntegra da nota:

“É lamentável que o PT continue utilizando a máquina pública e o dinheiro dos cidadãos para beneficiar seu projeto de poder e propagandear seus candidatos a cargos eletivos neste ano. Foi assim com a presidente Dilma Rousseff e se repetiu hoje com o pronunciamento em rede nacional do ministro da Saúde, Alexandre Padilha – o quinto de sua gestão.

Sob o pretexto de divulgar a vacinação de jovens contra o HPV, Padilha surgiu na TV 40 dias antes do início da campanha de vacinação, um despropósito que já deixa clara a torpe intenção do ministro e seus companheiros e demonstra que mais recursos devem ser gastos daqui a alguns dias para, aí sim, fazer o anúncio regular da campanha.

Com a desfaçatez daqueles que há muito deixaram a ética e o bom senso de lado, Padilha utilizou mais de quatro minutos de TV para alardear seus programas à frente do Ministério da Saúde, que, a mensurar os resultados e a péssima gestão deste que é hoje considerado o pior ministro da saúde que o país já teve, não necessitariam de mais de um minuto.

Deveria ter aproveitado o momento para, isso sim, pedir desculpas aos brasileiros por não ter reajustado a tabela do SUS por mais de dez anos, condenando as santas casas à quase insolvência ou por ter atrasado o pagamento de estados e municípios no final do ano passado apenas para fazer caixa para o governo e tentar ludibriar a população sobre os péssimos resultados da gestão econômica do PT.

*Deputado Federal Duarte Nogueira, presidente do Diretório Estadual do PSDB-SP.”

Portal do PSDB na Câmara

“O Brasil na tempestade”, análise do ITV

planalto-psdb-foto-george-gianni-300x200O tempo fechou para as economias dos países ditos emergentes. E o Brasil está para se molhar na tempestade que se prenuncia no horizonte. O país teve tempo de sobra para se preparar para turbulências mais sérias, mas a opção da gestão Dilma foi tentar empurrar os problemas com a barriga, na esperança de que o mandato acabasse logo. Não vai dar.

Os últimos dias têm sido de desconfiança generalizada nas economias emergentes, com alta de taxas de juros e desvalorização das moedas. O dinheiro que andou por estes lados nos últimos tempos está voando para países mais robustos e economias que ora ensaiam recuperar-se, como é o caso da americana.

Ontem mais um passo foi dado, com o banco central dos EUA (Fed) anunciando que vai reduzir ainda mais a injeção mensal de recursos na economia de lá. Serão US$ 10 bilhões a menos a partir do mês que vem. A iniciativa não surpreende, pois é parte de um processo que acompanha a recuperação econômica americana – que deve crescer 2,8% neste ano.

O mais surpreendente é alguns países serem pegos de calça curta no meio deste processo, como é o caso do Brasil. O rebuliço global nos abalroa num momento em que o país só tem resultados ruins para mostrar ao mundo. Fruto da leniência com que a presidente Dilma Rousseff conduziu nossa economia, prescindindo de prepará-la para uma etapa que sempre se anunciou difícil.

Durante longo tempo, a gestão petista insistiu que os contratempos enfrentados aqui dentro não eram problemas nossos, mas sim causados pelas outras economias. Com este diagnóstico equivocado, eximiu-se de tomar as medidas necessárias para resguardar a solidez das contas públicas, manter o crescimento e segurar a inflação. O resultado é que, em todos estes quesitos, vamos agora muito mal.

No mesmo instante em que a economia global mostra-se convulsionada, o Brasil apresenta-se aos olhos do mundo como um país em que as contas públicas são despudoradamente manipuladas pelo governo e compromissos fiscais são desdenhados. Surge também como uma economia em que a inflação mostra-se alta e renitente, mas nem assim é combatida com o vigor devido pela política econômica.

Além disso, temos nossas fraquezas nas contas externas, acossadas por déficits nas transações que mantemos com o resto do mundo. Em serviços, por exemplo, temos rombo de US$ 47 bilhões, o maior que já se viu, como informa hoje o Valor Econômico. Na indústria, a situação é ainda mais catastrófica: déficit de US$ 105 bilhões no ano passado, informou O Estado de S.Paulo há duas semanas.

Tais comportamentos levaram o resultado das nossas contas externas a um buraco recorde em 2013. O saldo negativo nas transações correntes – que computam receitas e despesas com a negociação de bens, serviços e doações feitas entre residentes no país e pessoas no exterior – cresceu 50% em relação a 2012, chegando a US$ 81,4 bilhões, ou 3,7% do PIB. Péssimas credenciais a mostrar numa hora como esta…

Estes são dados que falam por si. Mais que isso: berram por si. Mas a presidente da República e seus gestores econômicos agem como se eles não existissem ou como se pudessem ser ignorados. Só isso explica, por exemplo, a tibieza com que Dilma se apresentou à plateia de Davos, há uma semana, jogando fora uma chance de ouro de diferenciar-se de outras economias em desgraça.

A presidente passou pela Suíça como quem vai a passeio, como quem apenas cumpre mera etapa de um rolezinho pela Europa – com escala devidamente reconfortante em Portugal… Poderia ter se apresentado para a nata que forma a opinião no mundo das finanças globais como a chefe de um país que pretende retomar a rota da boa governança. Mas simplesmente limitou-se a defender supostas virtudes de um modelo fracassado. Falhou redondamente, e num momento crucial.

Diferentemente dos países que ora afundam com a crise global, o Brasil teve oportunidade e tempo para preparar-se e afastar-se da onda de desconfiança, incertezas e descrédito. Mas as iniciativas tomadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff nos levaram na direção contrária. Ao invés de fugir da tempestade, o país corre risco de chafurdar no mesmo atoleiro em que penam hoje os demais emergentes.

Figueiró reúne-se com intelectuais do Instituto Histórico e Geográfico de MS

2014-01-29 14.38.28Campo Grande, MS – O senador Ruben Figueiró (PSDB) participou nessa quarta-feira (29) de encontro com membros do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. Participaram da reunião intelectuais e escritores do Estado. O objetivo foi fazer uma prestação de contas do trabalho no Senado e discutir aspectos da realidade política e social estadual e nacional.

Representaram a entidade o presidente Hildebrando Campestrini, o vice-presidente Heitor Rodrigues Freire, a diretora executiva Vera Tylde de Castro Pinto, a diretora adjunta Vera Maria Machado Pereira. Durante a reunião, fizeram-se presentes os professores e escritores Valmir Batista Correia, Heron Brumm, Paulo Cabral, João Pereira da Rosa, além de outros membros do Instituto.

Figueiró aproveitou a oportunidade para entregar a edição de seu livro, editado pela gráfica do Senado, “Movimento do Tempo”, que contem discursos e artigos sobre o trabalho desenvolvido ao longo de 2013. “Essa é uma prestação de contas que faço, na qual abordo temas de interesse estadual e nacional”, afirmou.

Durante a conversa o senador falou sobre a questão do rio Taquari, o melhor aproveitamento do gasoduto Bolívia-Brasil, o conflito das terras indígenas, além do processo político de 2014. Na oportunidade, Figueiró respondeu perguntas e esclareceu posicionamentos políticos do PSDB.

O encontro durou cerca de duas horas e, de acordo com os participantes, foi extremamente importante para esclarecer posicionamentos políticos do senador e do partido que representa. “Considero esse tipo de interlocução fundamental para criar sintonia com as forças vivas de nossa sociedade”, comentou.

 
(Da assessoria de imprensa do senador)

I Videoconferência prepara Congresso Nacional do Tucanafro em Salvador

Presidente do Tucanafro-MS, jornalista Rafael Domingos participa do bate-papo virtual

reprodução-hangoutNessa terça-feira (28), aconteceu a primeira videoconferência preparatória para o I Congresso Nacional do Tucanafro, que será em Salvador (BA), nos dias 21 e 22 de março. Representando o Mato Grosso do Sul, participou da conversa virtual o jornalista Rafael Domingos, que preside o Tucanafro-MS.

Segundo Rafael, estão previstos outros bate-papos com periodicidade semanal, como forma de estreitar a comunicação entre os secretariados nos diversos Estados e também com o propósito de trocar experiências.

“Queremos propor ações e criar ferramentas para que a comunidade negra possa ter um respaldo maior em seus Estados”, comentou Rafael. Ele disse ainda que um dos temas debatidos é um projeto de lei que cria delegacias especializadas em crimes raciais.

Participou do evento, além de presidentes de secretariados estaduais, o presidente do Tucanafro nacional, Juvenal Araújo.

“Senso de reparação”, por José Aníbal

jose-anibal-foto-george-gianni-psdb--300x199A imagem do velho fusca pegando fogo na rua da Consolação, durante a violenta manifestação do último sábado, aniversário de São Paulo, revela um enredo que diz muito sobre os valores e as expectativas das pessoas. Como se viu mais tarde nas imagens de TV, ninguém botou fogo no fusca. Ao contrário, houve uma mobilização espontânea para tentar salvar o carro, mas não teve jeito.

Alheio aos protestos, o serralheiro Itamar do Santos, de 55 anos, passava pela Consolação vindo da igreja evangélica que frequenta. Com o fusca 1979 lotado, ele dava carona para pessoas que moram ao longo do caminho até a imensa zona sul de São Paulo. Diante da praça Roosevelt, Itamar viu a confusão dos black blocks. Ele tentou passar sobre um colchão em chamas, para fugir dali, mas deu errado.

Curiosamente, enquanto um grupo de manifestantes tentava virar um carro da Guarda Civil Metropolitana na outra pista da avenida, outro acudia os passageiros do fusca parcialmente em chamas. Primeiro as pessoas foram retiradas do veículo. Depois, tentaram apagar o fogo, embora sem sucesso. A família de Itamar se desesperou ao reconhecer o serralheiro pelas imagens da TV.

No final da história, Itamar teve de pagar R$ 150 para tirar a carcaça queimada de seu fusca 1979 do meio da rua. Sem o carro, instrumento de trabalho, deixou de fazer a entrega de uma mercadoria. Ainda meio atordoado, como se não entendesse bem o que tinha acontecido, Itamar deu entrevistas no dia seguinte contando do pavor ao abandonar seu carro em chamas.

Na manhã seguinte, mais de mil pessoas, sem ligação com as manifestações, estranhas a Itamar e também entre si, se juntaram numa página de Facebook para fazer uma vaquinha de até R$ 10 mil e comprar um outro fusca para o serralheiro. Ainda que objetivamente o carro dele não tenha sido incendiado pelos manifestantes, é curioso observar este senso de reparação coletivo e altruísta.

A mensagem parece ser esta: uma manifestação violenta, ainda que contra prioridades equivocadas, num país tão desigual, não poderia terminar, mesmo que acidentalmente, com mais esta incômoda injustiça. A reparação ao serralheiro é simbólica. Mostra uma sociedade imbuída da correção das pequenas injustiças cotidianas. Pelo menos daquelas que estão ao alcance da mão.

*José Aníbal é economista, deputado federal licenciado e ex-presidente do PSDB

Artigo publicado no Blog do Noblat 29-01-2014