A Diretora de formação política e comunicação do Diversidade Tucana de Mato Grosso do sul, Jhenifer Ragnaroni, recebeu o prêmio Direitos Humanos e Cidadania para pessoas Travestis e Transexuais que atuaram pela visibilidade da causa LGBT em especial a população de travestis e transexuais. O evento ocorreu na noite de terça-feira, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em Campo Grande.
“Eu vejo esse prêmio como um reconhecimento da minha luta diária em querer que as pessoas trans e travestis sejam visíveis em uma sociedade tão machista e transfóbica da qual nós vivemos. Esse prêmio representa pra mim que a militância é importante, e que nós, pessoas trans, podemos e seremos vistas sem os estereótipos negativos que nos são atribuídos”, diz Jhenifer sobre o prêmio foi criado pelo Movimento de Estudo de Sexualidade, Cultura e Liberdade e Ativismo de Mato Grosso do Sul Mescla-MS), em parceria com instituições de Direitos LGBTs do Estado.
Formada em Licenciatura plena em Arte nas Faculdades de Dracena e Pós-Graduada em Arte e Educação pela instituição UNOESTE, Jhenifer , tem 27 anos, é professora de arte, mulher trans e deu início a sua militância em 2012, quando percebeu que o sistema e a sociedade inviabilizava a sua existência. Por conta disso, sua principal luta é pela visibilidade, acolhimento e incentivo da vida das pessoas trans, promovendo, principalmente, a inclusão no mercado formal de trabalho, escolas e universidades, para desconstruir estereótipos.
Por conta da sua luta, já participou de várias conferências estaduais e nacionais. Em 2013 foi responsável pela moção de criação do Colegiado LGBT,na Conferência Nacional de Cultura, sendo aceito e instaurado no ano subsequente.
Negra, participou ativamente do movimento, e nomeada diretora do Instituto de Juventude e Cidadania de Mato Grosso do Sul. Ela também atua em ONGS de acolhimento a pessoas LGBT, além de diretora de formação política e comunicação do Diversidade Tucana de Mato Grosso do Sul.
“Acredito que as pessoas estão começando a ter uma nova visão, os corpos trans ainda são marginalizados, porém atualmente vemos trans tomando novos espaços, como mercado formal de trabalho (sendo que antes 90% dessa população era fadada a prostituição), temos espaços nas mídias, estamos sendo retratadas em séries e novelas, mostrando um pouco da nossa realidade”, explica a ganhadora do prêmio.