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“Universo Paralelos”, análise do Instituto Teotônio Vilela

Dilma-Foto-Jose-Cruz-ABr-300x204As respostas que vêm sendo apresentadas pela presidente da República às cobranças emanadas das ruas parecem ter partido de um universo paralelo. Os brasileiros vivem problemas reais no seu dia a dia e vêm as perspectivas para o país turvarem-se, comprometendo o futuro de uma geração. Mas Dilma Rousseff mostra-se apartada desta realidade.

Enquanto os cidadãos clamam por serviços públicos de mais qualidade, maior rigor na gestão e a preservação de um ambiente de estabilidade na economia, a presidente lhes oferece um plebiscito para reformar a política e a importação de médicos… Além disso, ela e sua equipe continuam viajando ao gerir criativamente as contas do país e ao insistir em embarcar no fantasmagórico trem-bala. Não tem como dar certo.

A proposta de plebiscito enviada ontem ao Congresso está fadada ao fracasso. Em primeiro lugar, porque é a última coisa que a população espera ver enfrentada neste momento. Em segundo, porque se concentra, principalmente, em tentar emplacar as teses prediletas do PT, como o financiamento público de campanha, e não em aperfeiçoar a representação popular. E, por fim, porque, felizmente, o país ainda tem uma lei a ser respeitada: a Constituição.

O plebiscito é apenas uma das respostas lunáticas que Dilma tem conseguido balbuciar depois que foi atordoada pelas ruas e viu sua popularidade rolar ladeira abaixo, junto com suas chances de reeleição. A questão é que os problemas do país se sucedem e se avolumam sem que encontrem reação à altura do governo da petista.

A economia brasileira vive atualmente um estado de convulsão que nos torna párias do mercado mundial. Somos um dos países com menor perspectiva de crescimento neste ano, com uma das taxas de inflação mais elevadas, com o mercado acionário mais cadente, o comércio exterior mais depauperado e a indústria mais decadente.

Como quem habita outro planeta, também nesta seara a presidente apresenta venenos como se fossem remédios, como é o caso do possível aumento de impostos, segundo informa O Estado de S.Paulo hoje. Isso depois de distribuir benesses fiscais a torto e a direito aos amigos do rei e da rainha – para ficar num tema da hora, só no grupo de Eike Batista BNDES e Caixa têm R$ 6,3 bilhões injetados.

A presidente aparenta ignorar que o Brasil enfrenta uma crise de confiança que tem nome – Dilma – e sobrenome – Guido Mantega. Com uma dupla de área destas, ladeada por um time de mais 38 cabeças de bagre, não há quem se aventure a correr riscos por aqui, o que explica a intensa fuga de capitais e investimentos que o país ora assiste.

Indiferente, o governo continua a abusar da manipulação das contas públicas e das maquiagens contábeis. Novamente, mete a mão nos recursos do BNDES e também volta a avançar sobre os dividendos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, como informa hoje o Valor Econômico em manchete. É um modelo que já fez água, mas só Dilma e sua equipe de extraterrestres parecem não perceber.

A economia real está desmoronando. A indústria teve, em maio, mais um mês de péssimo desempenho. A queda de 2% sobre abril atingiu todas as categorias de produtos e 20 dos 27 setores analisados pelo IBGE. O pior tombo foi o da categoria de bens de capital, que costumam antecipar o comportamento futuro dos investimentos.

Nosso comércio exterior vai mal como há 18 anos não se via e, para completar, a bolsa de São Paulo tornou-se palco diário de um show de horrores. O comportamento do mercado acionário no primeiro semestre foi o pior desde a segunda metade de 2008, quando uma hecatombe global arrastou todo o mundo.

A diferença é que, agora, a maré geral é montante e, entre as economias que contam, só nós estamos indo ladeira abaixo. Será que mesmo assim Mantega e sua equipe continuarão insistindo em dizer que o Brasil só vai mal porque o mundo também vai? Na realidade, o problema está, e sempre esteve, aqui mesmo: é o “risco Dilma”, do qual todos querem distância.

Na mensagem que enviou ontem ao Congresso sugerindo a realização do plebiscito, a presidente defendeu a consulta popular afirmando que “as formas de representação política dão sinais de que precisam ser renovadas”. Pelo menos nisso, Dilma Rousseff tem bastante razão: a renovação que precisa ser feita deve começar pela chefe da nação.

Azambuja propõe aumentar pena para quem explora trabalho análogo à escravidão

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Foto: Alexssandro Loyola

Em reunião com a diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) reforçou seu posicionamento de que o trabalho análogo à escravidão deve ser combatido com rigor. Para isso, o parlamentar defende a criação de um estatuto que defina com clareza como tipificar este crime.

No encontro com diretores da Fiesp, Reinaldo discutiu as propostas que tramitam no Congresso sobre o tema.

“Abominamos qualquer tipo de trabalho análogo à escravidão. No entanto, hoje não existe uma tipificação do que seja trabalho escravo e esse tema precisa ser regulamentado claramente”, argumentou Reinaldo.

O Código Penal define, no artigo 149, que configura crime “reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”.

A norma, alterada pela Lei 10.803/2003, estabelece como pena reclusão de dois a oito anos e multa. Também é passível de punição quem “cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho”; ou “mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho”.

Relator na Comissão de Agricultura do Projeto 5.016/2005 (originário do Senado) e de vários outros apensados, Reinaldo Azambuja propõe unificar os diversos trabalhos apresentados e aumentar as penas para quem pratica esse tipo de crime.

“Não podemos admitir que nos dias de hoje ainda existam trabalhadores sendo obrigados a viver em condições semelhantes a escravos. É inadmissível, constrangedor e hediondo. Precisamos de normas claras, que possam ser fiscalizadas com rigor”, afirmou Reinaldo.

Para juristas, a falta de tipificação dos atos que indicam trabalho escravo dificulta a aplicação da lei.
(Da assessoria de imprensa do deputado federal)

Petrobras explicará por que não investe em MS

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Graça Foster / foto: Agência Brasil

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado aprovou, nesta quarta-feira (3/7), requerimento de autoria do senador Ruben Figueiró (PSDB-MS), para a realização de audiência pública com a presidente da Petrobras, Graça Foster. A reunião vai discutir e aprofundar os investimentos da empresa nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte do País e, em especial, no Estado de Mato Grosso do Sul.

O senador Figueiró pretende debater principalmente a razão pela qual a Petrobras protela a implantação de uma usina separadora de gás em MS. Em sua justificativa, ele ressalta que diariamente passam 30 milhões de metros cúbicos de gás natural pelo Gasoduto Brasil-Bolívia (GASBOL) e que, apesar de 600 quilômetros desse gasoduto estarem dentro do território sul-mato-grossense não há aproveitamento local das substâncias presentes na composição química do gás natural boliviano, como o gás de cozinha.

Em abril o senador tucano apresentou um requerimento de informação ao ministério de Minas e Energia solicitando um posicionamento a respeito do pedido de instalação de uma usina separadora de gás em MS. “Depois de dois meses, o ministério encaminhou respostas apenas de caráter protocolar. Indignou-me a forma evasiva das respostas apresentadas, bem como a fragilidade dos argumentos utilizados, por isso quero debater mais amplamente o assunto com a sra. Graça Foster”, afirmou o tucano.

Figueiró ressalta que das 42 separadoras de gás do Brasil, nenhuma está instalada no Centro-Oeste. Segundo ele, uma usina na região beneficiaria a população de MS, MT, GO e DF com barateamento do gás de cozinha. “Ora, como a viabilidade técnica e econômica da separadora de gás em MS pode ser contestada, se todo o gás de cozinha consumido no Centro-Oeste hoje é importado da Argentina?”, questiona.
(Do Portal da Liderança do PSDB no Senado)

Bela Vista: Piti lidera intenções de voto com mais de 31%

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Azambuja, Piti e o candidato a vice, Wagner Lima (PTdoB), posam com eleitoras; Olegária Martins, de verde, mesmo com 100 anos foi a comício do tucano / foto: Hermelindo Mendonça

Se as eleições suplementares de Bela Vista (MS) fossem hoje (3/7), o candidato a prefeito Reinaldo Piti (PSDB) seria eleito com 31,35% dos votos, é o que indica pesquisa de intenções de voto realizada pela Vale Consultoria e Assessoria. A pesquisa foi registrada no TRE – Tribunal Regional Eleitoral -, sob o n° MS-00422/2012.

Além do tucano, concorrem no pleito outros três candidatos. O segundo colocado na pesquisa surge com 26,21%, enquanto o terceiro vem com 21,62%. O último candidato figura com 8,1%. Do universo pesquisado, 12,73% dos entrevistados não respondeu ou ainda não sabe em quem votar.

Os dados foram coletados entre os dias 30 de junho e 1° de julho, tanto na zona urbana quanto na rural. A margem de erro é de 5,6%, para mais ou para menos.

Respaldo

Piti já levou a Bela Vista durante a campanha eleitoral o senador Ruben Figueiró, o deputado federal Reinaldo Azambuja e os deputados estaduais Marcio Monteiro (que preside o diretório do PSDB-MS) e Rinaldo Modesto – todos do PSDB.

Figueiró: “Plebiscito da Dilma é lugar comum”

Ruben-Figueiro-foto-Ag-senado--300x200O senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) disse que a sugestão da Presidência da República para o plebiscito ficou “longe, muito longe, do que o povo esperava”. O tucano ressaltou que o brasileiro quer o fim da corrupção, medidas capazes de reduzir o custo de vida, facilidade de transporte, transparência nos gastos das autoridades públicas e redução das despesas com a supressão de ministérios, “criados para atender o apetite de facções políticas. E nenhuma destas indagações constam da proposta plebiscitária”, disse.

Figueiró ressaltou que sem dúvida a reforma política é importante, mas que diante do clamor das ruas, ela é apenas um acessório. Ele destacou que esperava um conteúdo mais robusto para as questões do plebiscito encaminhadas hoje pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional.

“Eu esperava que as sugestões fossem sobre temas de maior abrangência política para o país, como por exemplo sobre o sistema de governo, se parlamentarista ou presidencialista”, disse.

Para o senador sul-mato-grossense, poderia se usar a oportunidade da consulta popular para também discutir questões como a conveniência do pluripartidarismo, pois ele não identifica posição ideológica e doutrinária na maior parte das agremiações partidárias. Figueiró ainda defendeu que o debate seja ampliado para questões de ordem econômica e social, como a reforma tributária e a previdenciária.

“O que veio é de um lugar comum, com exceção apenas no que diz respeito ao voto por legenda e o distrital e o fim do voto secreto no Parlamento”, afirmou Figueiró referindo-se às perguntas propostas para o plebiscito.

Figueiró detecta insatisfação popular em viagem a municípios de fronteira

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Foto: Agência Senado

O senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) ficou convicto da insatisfação da comunidade da região de Mato Grosso do Sul que faz fronteira com o Paraguai quanto ao governo federal após visita realizada neste fim de semana a Bela Vista e Jardim.

“A população está apreensiva em relação aos protestos que ocorrem em todo o país e também reclama do crescente processo inflacionário, carestia, inadimplência, além da crise na principal economia da região – a pecuária – que se desenvolve diante de um governo que parece omisso aos reclamos fronteiriços”, constatou.

O senador ainda anotou uma frase que achou interessante. “Não me lembro do autor, mas dizia: ‘pior que a violência da ventania das ruas é um governo ruim’, assim caracterizando o conceito que está atingindo o governo da República”, disse.

Figueiró também ficou impressionado com a manifestação dos moradores da cidade paraguaia de Bella Vista Norte sobre a postura do Brasil a respeito da suspensão do Paraguai no Mercosul. “Agora lá cresce um sentimento popular de rechaço à volta do país àquele organismo, o que no meu entender, abala o prestígio do Brasil”, lamentou.
(Da assessoria do senador)

Fundação Mário Covas: pelos ideais da democracia e da boa governança

honra4-300x237Criada em 21 de abril de 2001, a fundação Mario Covas surgiu inspirada nos compromissos éticos de um dos mais importantes homens públicos da história democrática brasileira, com o intuito de contribuir na valorização da cidadania e no aperfeiçoamento da gestão pública.

Trabalhando pelos ideais democráticos e da boa governança, a entidade realiza e apoia uma série de atividades educativas e de ação comunitária, atuando na formação de jovens.

Uma dessas iniciativas é o Curso de Iniciação Política, que já formou milhares de pessoas em todo o estado de São Paulo. Com público alvo formado principalmente por jovens alunos do ensino médio e graduandos do ensino superior, o programa inclui aulas sobre o conceito de democracia, política, organização social e ética. O corpo docente é composto por professores altamente capacitados, sendo doutores e mestres em Ciência Política pela USP. O curso é realizado em sua Sede no Centro de São Paulo, CIC’s por todo o estado, e pode ser levado até sua cidade ou empresa para qualquer lugar do Brasil.

A fundação também possui um Centro de Memória que reúne 152 metros lineares de documentos textuais, 3.639 registros audiovisuais, 1.918 documentos tridimensionais e mais de 11 mil fotografias, acessíveis para pesquisadores, estudantes e o público em geral. Por meio deste Acervo, a FMC também realiza cursos, minicursos e palestras sobre acervos históricos, arquivos, instituições culturais e afins, além de disponibilizar exposições sobre a história política de Covas, ambas as ações também são realizadas em sua sede e podem ser levadas para qualquer lugar do Brasil.

Sobre Mário Covas

Um dos fundadores do PSDB, em 1988,fez parte do grupo que primeiro presidiu a legenda, ao lado de Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Pimenta da Veiga e José Richa. Foi eleito governador de São Paulo em 1994, reelegendo-se ao cargo no pleito seguinte. Em sua administração, dedicou-se ao saneamento das finanças públicas e começou um processo de reforma e modernização administrativa. Faleceu em 2001, vítima de câncer.

Aécio Neves fala para Sociedade Rural Brasileira em São Paulo

Aecio-300x200O senador Aécio Neves (PSDB-MG) participou na noite dessa segunda feira, em São Paulo, de encontro promovido pela Sociedade Rural Brasileira, entidade representativa do agronegócio, fundada há 93 anos. Antes de o senador discursar, falaram o presidente da entidade Cesário Ramalho da Silva e os ex-ministros da Agricultura Pratini Moraes e Roberto Rodrigues. Todos os palestrantes trataram dos problemas que a agropecuária enfrenta no Brasil.

O senador Aécio falou da importância da gestão para o enfrentamento das demandas do setor e garantiu que o PSDB buscará apresentar alternativas para ouvir diretamente os vários representantes do segmento. Após o evento, o senador concedeu entrevista à imprensa.

Leia entrevista senador Aécio Neves – São Paulo – 01-07-13

Assuntos: plebiscito, fim da reeleição e mandato 5 anos, governo padrão Felipão, reformas, eleições 2014

A presidente Dilma disse que enviará proposta do plebiscito nesta terça-feira para o Congresso Nacional e quer que as mudanças funcionem já para 2014.

É um direito da presidente. O que acho é que existe uma base hoje no Congresso suficientemente ampla, uma base governista, e não seremos objeção a isso, capaz de votar em um espaço de tempo curto, pelo menos parte dessas reformas.

Eu não conheço as propostas da presidente da República. Até porque nesses dois anos e meio o Brasil não teve o privilégio de conhecê-las. O que não podemos é nesse momento de dificuldades tirar o foco da agenda real dos problemas brasileiros, da mobilidade urbana, da carência de saúde, de educação de qualidade, de saneamento básico, a ausência de segurança em vários centros brasileiros, para apenas uma agenda política.

Na minha avaliação, é responsabilidade do Congresso discuti-la. E gostaria de vê-la aprovada por um referendo.

O PSB do Eduardo Campos aprovou ontem um documento interno do partido defendo a ampliação do mandato para 5 anos e o fim da reeleição.

Mais uma convergência do PSB conosco. Essa sempre foi a minha posição. Apresentei em 1989 um projeto que ainda está lá na Câmara dos Deputados exatamente nessa direção. Me parece mais adequado. Não há pressão da reeleição e a utilização do Estado de forma imensurável para garantir mais um mandato para quem está no poder. Acho que é mais republicano um mandato de cinco anos sem direito à reeleição. Agora, é preciso que a maioria governista também compreenda que ele é importante.

O senhor avaliou precipitada esta atitude da presidente Dilma de já entregar para o Congresso o plebiscito?

Vejo na verdade um governo pressionado. Um governo que um dia lança proposta de uma constituinte específica e no dia seguinte volta atrás porque além de inconstitucional era extremamente arriscada a ordem jurídica em vigor. Busca agora através de um plebiscito q eu não se sabe ainda sob que tema ele ocorreria. Algo complexo que precisaria ser muito bem explicado para a população. Vejo o governo federal e a presidente da República buscando tirar o foco das questões centrais que afligem os brasileiros. E nós da oposição temos de denunciar isso.

A presidente disse que o governo dela é um governo padrão Felipão. Perguntaram se era um governo FIFA ela disse não, é um governo padrão Felipão. É um padrão Felipão?

É um governo que acostumou-se a pegar carona nas boas coisas. Agora, no êxito da Seleção. O que acho é que é um governo paquidérmico. Um governo que não cabe dentro de si. Se o Felipão tivesse um governo padrão PT não poderia escalar onze, ia escalar 39 jogadores.

Senador, durante sua palestra, o senhor falou que para fazer as mudanças que o Brasil precisa é necessária ousadia, coragem. E que o senhor tem coragem. O senhor fala isso na condição de um possível candidato do PSDB no ano que vem?

Sou um administrador do tempo. E respeito, obviamente, o calendário eleitoral. Mas falo como presidente do principal partido de oposição, o PSDB, que não tem a opção de apresentar uma agenda, temos a obrigação de apresentarmos uma agenda alternativa a essa que aí está. No campo da gestão pública eficiente, na questão de um padrão ético diferente de governo, de uma solidariedade maior com a Federação nos investimentos em saúde, em segurança pública, em educação. E não se governa um país com as dificuldades do Brasil sem que se tenha a coragem de enfrentar contenciosos.

A reforma política hoje propagada e apresentada pela presidente como a solução para todos os nossos problemas não foi feita nesses anos do PT, nesses 10 anos e meio de governo do PT, porque faltou coragem política para enfrentar contenciosos dentro da sua própria base, porque algumas das medidas necessárias na reforma política passava pela extinção de partidos que não tinham representação popular, não tinham conexão com a sociedade. Mas sempre que algum desses partidos era um aliado do governo, essa reforma era adiada. Infelizmente, ao governo do PT, tem faltado nesses 10 anos e meio coragem para fazer as grandes reformas. Ele teve popularidade em alta durante muitos anos, uma ampla base de apoio e uma situação econômica extremamente estável. O que faltou para que tivéssemos superado gargalos, que hoje nos trazem esse crescimento pífio, foi coragem político.

O senhor tem essa coragem?

Se for necessário, obviamente tem que ter, para apresentar essa agenda, e o candidato do PSDB precisará ter no momento em que for indicado.

O senhor já fala como presidente da República?

Não, sou presidente do PSDB. O candidato à Presidência da República, a presidente da República pelo PSDB, surgirá no ano que vem. Mas nós, do PSDB e outros partidos da oposição, temos que ter a responsabilidade de dialogar com a sociedade, como fiz hoje e tenho feito com vários outros setores, na construção da nova agenda. O que existe hoje em curso no Brasil foi a agenda proposta pelo PSDB lá atrás.

O PT não ousou, não apresentou nada de novo. Manteve agora, com fragilidades, o arcabouço macroeconômico herdado do presidente Fernando Henrique, ampliou os programas de transferência de renda vindos dos governo anterior, apostou no crescimento da economia quase que exclusivamente pelo consumo, através da oferta de crédito, mas não fez nenhuma intervenção estruturante. Por isso, vamos, esse ano, crescer na América do Sul apenas mais que a Venezuela.

 

Do Portal do PSDB de Minas

Aécio Neves: “Não recebemos nenhum convite da presidente”

Senador-Aecio-Neves-durante-coletiva-Foto-George-Gianni-1-300x200Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (1), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou a postura da presidente Dilma Rousseff, que não convidou a oposição para discutir a reforma política, como disse que faria.

“Mostra que, até nisso, o governo federal tem dificuldades de tomar uma posição. Anunciou-se que haveria um convite às oposições, mas ela já conversou com todos aqueles que costumam concordar com as suas posições. Talvez até pelas oposições terem uma posição divergente da presidente, não tenhamos sido convidados”, afirmou.

O senador lembrou as propostas elaboradas e apresentadas pela oposição, que passam pelo corte de metade dos cargos comissionados e ministérios, além de investimentos em saúde e educação.

“Infelizmente o que estamos vendo é o governo mais uma vez dando respostas laterais e tentando, com este plebiscito de reforma política, abster-se da sua responsabilidade”, disse.

Para o presidente nacional do PSDB, a administração petista está perdendo o rumo: “No afã de dar respostas rápidas à sociedade brasileira, o governo está perdendo o foco mais uma vez. As oposições apresentaram uma agenda para o governo. O governo sequer se dispôs a comentá-la, o que mostra que realmente não há disposição de conversar com as oposições”, completou.

Confira os principais pontos da entrevista coletiva de Aécio Neves:

Sobre proposta de reforma política
Eu me lembro que a última vez em que a presidente da República falou sobre a reforma política foi no dia da posse no Congresso Nacional em seu discurso. Foi até muito aplaudida, inclusive por nós. Nesses dois anos e meio este tema não esteve na agenda do governo. É saudável até que ele esteja agora. Mas isso tem de ser feito com muita responsabilidade. O que estamos percebendo é o governo perdendo o rumo. No afã de dar respostas rápidas à sociedade brasileira, o governo está perdendo o foco mais uma vez. As oposições apresentaram uma agenda para o governo. O governo sequer se dispôs a comentá-la, o que mostra que realmente não há disposição de conversar com as oposições.

Houve convite às oposições?
Até agora não houve. Acho que neste instante até perdeu um pouco o sentido. Mostra que até nisso o governo federal tem dificuldades de tomar uma posição. Anunciou-se que haveria um convite às oposições, mas ela já conversou com todos aqueles que costumam concordar com as suas posições. Talvez até pelas oposições terem uma posição divergente da presidente, talvez por isso não tenhamos sido convidados.

O convite ao Sr. não foi feito?
Não foi feito a mim. Não foi feito às lideranças e, repito, acho que perdeu um pouco o sentido. Porque nós apresentamos uma pauta ao governo que passa pelo corte de metade dos cargos em comissão e metade dos ministérios poderiam ser extintos; investimentos na saúde poderiam ser aprovados no Congresso Nacional, assim como na educação; o fim do programa mirabolante, eu diria patético, do trem bala que custará R$ 50 bilhões aos cofres públicos. Poderia se substituído por investimentos nos metrôs das capitais.

Esta é a agenda que a oposição apresentou. Infelizmente o que estamos vendo é o governo mais uma vez dando respostas laterais e tentando, com este plebiscito de reforma política, abster-se da sua responsabilidade.

O Sr. está dizendo é que se houvesse o convite não seria aceito de qualquer maneira?
Até estávamos dispostos a aceitar, mas no momento em que parece que a presidente já teve o amém ou a aquiescência daqueles que costumam aquiescer com as posições da presidente, nós temos dúvidas sobre para quê seria esta reunião. Se for para discutir esta pauta, uma pauta que interesse efetivamente ao Brasil, acho que poderíamos aceitar o convite. Mas se for para tirar mais uma fotografia ao lado da presidente da República, acho que ela certamente tem coisas mais relevantes a fazer.

Para discutir plebiscito ou referendo, por exemplo, valeria a reunião?
Acho que não porque esta é a pauta criada pelo governo e que o Congresso deve definir. Defendemos que o Congresso tenha uma agenda rápida para votar a reforma política e que depois seria submetida a um referendo. Isso me parece o mais razoável. Fazendo um plebiscito sobre matérias que não são de opções apenas sim ou não. São de opções múltiplas. É na verdade tentar tirar o foco da questão central. O governo tem fazer o pacto da reforma do Estado, cortando pela metade os ministérios e cargos públicos, até para justificar investimentos em outras áreas.

Fazer um pacto com o Congresso para que tenhamos 10% das receitas líquidas do governo investidas em saúde. 10% do PIB em educação. Projetos de mobilidade, sobretudo nos grandes centros, como as obras do metrô que não foram feitas durante este governo. Esta é a agenda do Brasil real. Esta é parte pelo menos da agenda que levou tantos brasileiros às ruas. A questão da reforma política é necessária, mas tem de ser feita com responsabilidade e, a meu ver, pelo Congresso Nacional.

Temos que ver qual é o objetivo desse plebiscito. Se for esclarecer a população para que ela possa opinar e tomar medidas adequadas, obviamente precisaremos de um prazo maior para que as pessoas compreendam o que é sistema eleitoral, como é feita a questão do financiamento público, o que é coligação proporcional, suas vantagens e desvantagens. Temos que debater a questão do mandato, eventualmente passar para cinco anos sem reeleição. Então, um conjunto de medidas que tradicionalmente, em qualquer parte do mundo, não são submetidas a um plebiscito. Não temos essa tradição, pela complexidade das questões. Se é para fazer com seriedade, é preciso, no mínimo, um tempo razoável para que as pessoas saibam no que vão esta votando. Me parece, mais uma vez, uma manobra, como foi a da constituinte exclusiva, que colocava em risco a ordem jurídica vigente no Brasil. Apenas um instrumento para tirar o foco das questões centrais. A má administração do país, a falta de resposta às questões que são concretas. Da mobilidade urbana, da baixíssima qualidade da educação, da falência do sistema de saúde, do aumento da criminalidade. É isso que as pessoas querem ouvir da presidente da República. Se ela acha que transferindo para o Congresso a responsabilidade de convocar um plebiscito estará de alguma forma abafando tirando do centro essas aflições dos brasileiros, acho que mais uma vez ela se enganará.

Como o Sr. vê a queda de popularidade da presidente, mas também do PSDB e de governos do PSDB?
Na verdade, foi um recado claro a toda classe política. Em especial, aos governantes. Como temos no Brasil um centralismo muito grande, vivemos quase que em um Estado unitário, onde o poder central pode tudo, no momento da dificuldade, também, as pessoas tendem a responsabilizar o governo federal. Por isso, a queda da presidente foi maior. E ficou claro que o Brasil cor-de-rosa da propaganda oficial, do Brasil sem miséria, do Brasil de serviços públicos de altíssima qualidade, não existe. O governo federal teve que se confrontar com o Brasil real, onde as pessoas querem empregos de melhor qualidade, querem uma educação de maior qualidade, querem serviços públicos dignos. E se o governo insistir em não dar resposta a essas questões pode ser que a popularidade da presidente continue caindo.

Qual seria uma resposta à altura?
Eu faria algumas coisas simbólicas. O governo paquidérmico que tem hoje o Brasil é uma das motivações dessas manifestações. Eu cortaria pela metade o número de ministérios, metade dos mais de 25 mil cargos comissionados. Cancelaria o programa, por exemplo, do trem-bala, que custará R$ 50 bilhões, enquanto os metrôs das grandes capitais brasileiras precisam de investimentos.

Garantiria o apoio da base, que faltou até aqui, para que 10% das receitas líquidas da União fossem para a saúde, 12% dos estados já vão e 15% dos municípios já vão. Aprovar aquilo que propõe o Plano Nacional da Educação – 10% do PIB investido em educação – a médio, longo prazo, com metas, gestão eficiente no Brasil. Enfim, existe um conjunto de ações que o governo poderia tomar até do ponto de vista simbólico. Quem sabe a presidente da República vir a público dizer que espera que o Supremo Tribunal Federal conclua rapidamente o processo do mensalão e aqueles, eventualmente condenados, seja punidos. É isso, é por isso que clamou a população brasileira. Vejo a presidente da República tratando lateralmente essas questões.

O Sr. acredita que esse clima de insatisfação no Congresso, dentro do próprio PT, da base aliada, as discussões sobre fim, ou não, de reeleição, podendo ser tradadas ainda para 2014, favorece o clima de volta Lula?
Esse é um problema que não é nosso. O PT já está vivendo. O instituto da reeleição, ele quase que te obriga à reeleição, ele é quase que compulsório. A não candidatura de alguém que está no cargo é, no mínimo, a falência daquele governo. Ela vem com um atestado de, enfim, incapacidade de enfrentar os problemas. Mas esse é um problema que não quero comentar, vamos deixar que o PT o resolva no tempo certo.

A nossa preocupação agora é cobrar ações para agenda real do Brasil. E não é essa que o governo busca apresentar ao país, apenas a questão da reforma política. Transferindo à população uma decisão sobre algo que a própria Presidência da República não tem posição. Não seria natural que ela dissesse ao Brasil qual reforma política que acha adequada? Fim de coligações, voto distrital misto, lista fechada, financiamento público? Porque, cada vez mais, vejo confundir-se com a pauta da Presidência da República a pauta do seu partido, do PT. Não podemos fazer uma reforma que seja para perpetuar, ou ampliar, o tempo de permanência do PT no governo. Temos que fazer uma reforma para dar maior representatividade aos partidos políticos, para dar mais eficiência ao processo político. E, obviamente, mais conexão dele com a sociedade.

O PSDB faz alguma autocrítica, considerando as últimas pesquisas?
Todos nós, de alguma forma, recebemos um sinal muito claro. A população brasileira quer respostas. Não foi um sinal apenas a um partido. Mas aquele que está no poder central, que arrecada hoje e que mantém cerca de 70% de tudo do que é arrecadado hoje sobre seu controle, obviamente, sobre ele há uma cobrança maior. Mas temos que ter humildade para reconhecer esse recado que, repito, é a toda classe política brasileira.