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“Povo não precisa de plebiscito para ser ouvido”, por Carlos Roberto

Carlos-Roberto-Foto-Ag-Camara--300x200Perdida em meio à voz das ruas, talvez até pela prepotência que lhe é peculiar, a presidente Dilma Rousseff (PT) não cansa de fazer trapalhadas para se safar de suas responsabilidades. Numa tentativa desesperada de tirar proveito da situação, demonstrando sua incapacidade como gestora, ela anunciou uma reforma política, por meio de uma Assembleia Constituinte, depois de um plebiscito a ser feito às pressas. Como agiu sem pensar, menos de 24 horas depois, o governo federal já se redimia da infeliz declaração da presidente, buscando outras alternativas.

No entanto, Dilma insiste na realização de um plebiscito para ouvir a opinião da população sobre questões particulares da reforma política, sem – no entanto – se atentar que não é nada disso que as ruas pedem. O governo federal atropela o momento, já que seria bastante temerário jogar para o povo, de uma hora para outra, temas ainda não assimilados nem por aqueles que acreditam estar mais politizados.

Não dá para querer que a população, neste instante de comoção e revolta, busque análises mais profundas sobre a adoção no Brasil do voto distrital ou voto misto, financiamento público de campanhas, reeleição, entre outros temas relevantes e que merecem ser debatidos e incorporados a uma nova realidade nacional. Dilma também não leva em consideração o alto custo para a realização de um plebiscito, nem tampouco o calendário político brasileiro. O Tribunal Superior Eleitoral já concentra esforços para as eleições de 2014, daqui a pouco mais de um ano.

Mudanças no sistema eleitoral, para vigorar no ano que vem, devem ser decididas ainda em 2013. Qualquer modificação neste sentido feriria a Constituição e poderia, aí sim, ser considerado um golpe, que acaba desenhado justamente pela presidente Dilma e suas declarações insanas. Cabe ao Congresso Nacional, que na semana passada demonstrou estar sintonizado com as reivindicações populares, quando encaminhou – conforme a vontade das ruas – importantes questões, debater e levar adiante a tão necessária reforma política.

Mas isso não pode ser realizado de forma atropelada. Muito mais eficaz do que um plebiscito, é a realização de um referendo, quando a população vai aprovar ou reprovar as mudanças avaliadas e debatidas por deputados e senadores, estes sim – dentro do regime democrático – os representantes da população. Aliás, o melhor e mais eficiente plebiscito já tem data marcada: 5 de outubro de 2014. Neste dia, a população – muito mais consciente e atenta após as manifestações deste outono/inverno de 2013 – vai dizer sim ou não aos políticos. Ou seja, quem trabalha e quem ouve as ruas não terá o que temer.

 

*Deputado federal (PSDB-MG) e presidente da Subcomissão de monitoramento das políticas de financiamento dos bancos públicos de fomento, com destaque ao BNDES.

Sampaio: “Presidente deve ter desistido de convidar a oposição ao perceber que nossa pauta não é a dela”

Carlos-Sampaio-Foto-George-Gianni-1-300x199“A presidente disse através da imprensa, de líderes partidários e de alguns de seus ministros que a oposição seria convidada para debater os temas nacionais. Entretanto, a formalização desse convite, até agora, não ocorreu”, disse o líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP). Para ele, “a presidente deve ter desistido de convidar a oposição ao perceber que nossa pauta não é a pauta dela, mas sim aquilo que se ouviu das ruas”.

O tucano lembra que o mais importante para o país, nesse momento, é debater os temas que movimentaram as ruas. “A presidente insiste com o plebiscito para ocultar sua incapacidade de apresentar soluções concretas nas áreas mais criticadas, como educação, saúde e transporte publico”, afirmou.

“Governar é eleger prioridades, é fazer opções. Reforma política é importante e desejável, mas não é a principal reivindicação da população e nem solução para o péssimo atendimento nos hospitais, para o problema da educação e, tampouco, vai garantir segurança e transporte público de qualidade. Isso só se faz com liberação dos recursos federais previstos no orçamento e inexplicavelmente retidos pelo governo. Até agora, só vemos o governo federal insistindo no plebiscito como tática para ocupar o noticiário e jogar para o Congresso a obrigação de resolver a crise que atinge diretamente o Palácio do Planalto, como demonstraram as pesquisas”, completou.

Sampaio lembrou ainda que, enquanto reúne seus 39 ministros na Granja do Torto para discutir que perguntas deveriam constar no plebiscito, Dilma ignora a inflação em alta, os elevados gastos públicos e a falta de planejamento do Governo Federal. “Ao invés de ficar se reunindo com seus ministros, alguns deles ilustres desconhecidos da própria presidente, ela deveria reduzir, e muito, o número de ministérios, enxugar a máquina pública e cortar gastos, a exemplo do que fez o governador Geraldo Alckmin”, concluiu.

 

(Da Liderança do PSDB na Câmara)

FHC: “Presidente Dilma deveria ter chamado a oposição logo”

Reproducao-TV-Cultura-300x189O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (SP), ao participar, nesta segunda-feira (1) do programa Roda Viva, da TV Cultura, afirmou que uma das principais falhas do governo de Dilma Rousseff é o fraco diálogo com a sociedade, incluindo os partidos de oposição.

“Acho que a presidente Dilma deveria ter chamado a oposição logo. Agora é tarde, já está tudo cozinhado”, disse o presidente de Honra do PSDB, em referência à tentativa de debate sobre a ideia de um plebiscito para a reforma política.

O tucano destacou também que há, no Brasil, “um atraso crítico [na política] que se traduz em clientelismo e na vontade de se mamar nas tetas do governo.”

Confira os principais pontos de fala do tucano.

Manifestações – Para o ex-presidente, as manifestações foram o resultado de um “caldo de cultura” criado no Brasil por conta da insatisfação dos cidadãos com a classe política. FHC disse que os brasileiros se cansaram das diferenças que há entre “o Brasil da propaganda” e a situação real. Avaliou que embora tenham sido registradas quedas na popularidade de diferentes políticos, o principal prejudicado pela onda de insatisfação é o governo federal. O caráter difuso das manifestações, para o tucano, reflete ainda a “cooptação” dos movimentos sociais que se verificou na era PT.

Diálogo – FHC apontou como uma das maiores deficiências do governo Dilma o pouco diálogo praticado com sociedade. “Quando eu era presidente, me diziam que concordava com todo mundo. O fato é que estava preocupado em ouvir todos.” Acrescentou que, na sua visão, “o PT precisa conversar com o país, e não apenas ler textos escritos por marqueteiros”. Relatou que teve um encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para o debate de temas da política nacional: “O momento atual é ideal para que as pessoas conversem”.

Classe média – Destacou que, sob os governos petistas, houve um “achatamento” da classe média: “A classe média sofre com a questão do hospital, da saúde.”

Reforma política – Ideias como referendo ou plebiscito para a realização de uma reforma política no Brasil devem ter origem no Congresso Nacional – e não em uma proposta da Presidência da República, como o PT sugeriu, disse. Para ele, a mudança do sistema político não é a prioridade dos cidadãos, embora haja uma insatisfação com os gestores públicos. Manifestou-sen favorável ao voto distrital, que deveria ter início em âmbito municipal.

“Dissonância cognitiva” – O ex-presidente usou o termo “dissonância cognitiva” para se referir ao descompasso que há entre o país divulgado pelo governo federal e a realidade encontrada pelos cidadãos. “A vida é dura, e não é como nos anúncios”, afirmou. O tucano destacou que, embora o Brasil tenha registrado ganhos econômicos nos últimos anos, não houve avanços em áreas como segurança pública.

Intervenção e incoerências – Para FHC, em muitos aspectos os 10 anos do PT na Presidência da República são caracterizados por contradições entre o que eles defendiam em campanhas eleitorais e o que efetivamente é feito. Exemplificou que o PT era contra a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), e hoje defende. Apontou ainda que o partido faz forte intervencionismo na economia de mercado e, para as classes baixas, estimula o liberalismo, “mas sem o espírito da competição, do mérito, da produtividade”.

Globalização e intelectualidade – Observou que a globalização afetou, além da economia, a produção intelectual em todo o mundo. Por conta desse cenário já não há mais tanta distância entre o que é discutido no ambiente acadêmico e o que se debate na sociedade.

Racismo – FHC disse que as questões raciais são, ainda, um problema de grande magnitude no Brasil. Destacou que políticas compensatórias, que privilegiem a inclusão de grupos historicamente prejudicados, devem ser implantadas – “mas têm que ser momentâneas”.

Presidente do PSDB diz que queda na popularidade de Dilma dá força aos tucanos

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Foto: Marycleide Vasques

Para o presidente regional do PSDB, deputado estadual Marcio Monteiro, a queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff dá “garra” ao PSDB pela sucessão no governo de Mato Grosso do Sul, nas eleições de 2014. A declaração consta de notícia publicada no site Midiamax.com.

Monteiro volta a cogitar possível candidatura do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) ao governo do Estado. O parlamentar federal, por sua vez, tem dito à imprensa que visa se candidatar na majoritária, podendo ser ao governo ou ao Senado.

O presidente regional tucano disse ainda que as circunstâncias podem promover o PSDB, que não é da situação nem em Campo Grande, nem nos governos estadual e federal. O primeiro passo do PSDB é executar o projeto Pensando Mato Grosso do Sul, que servirá de base para elaboração do projeto de governo do partido.

Ainda conforme o Midiamax, Monteiro disse que “nesses 11 anos de governo do PT, foram feitas algumas implementações de ações que o PSDB havia iniciado, como programas de redistribuição de renda […] Agora, ações de planejamento do país pouca coisa saiu do papel, ou seja, se você espremer esses 11 anos do PT sobra pouca coisa e o reflexo é essa queda da popularidade da Dilma”.

Um governo ‘padrão Taiti’, análise do Instituto Teotônio Vilela

Fabio-Pozzebom-ABr-010713-300x199Dilma Rousseff continua em seu castelo, alheia à realidade. A única resposta que consegue formular ao clamor das ruas é um plebiscito que não resolve nada e, ao que tudo indica, não terá como prosperar no Congresso. A presidente acha que seu governo é “padrão Felipão”. Mais adequado, porém, é classificá-lo como de “padrão Taiti”, a seleção que tomou 24 gols em três jogos na Copa das Confederações.

Os atos de governo da presidente são o retrato acabado da ineficiência, a exemplo da inócua reunião ministerial realizada ontem – a terceira desde que tomou posse. Dilma juntou 36 dos seus 39 ministros no Palácio do Planalto. Provavelmente, sequer o nome de todos os presentes ela sabia. Muitos ali estavam vendo a chefe pessoalmente pela segunda ou terceira vez. Seleção que presta não joga assim.

Como era de se esperar, a sessão plenária não produziu nada de importante, além de arremedos de frases de efeito sopradas pelo marqueteiro que a presidente destilou em rara entrevista à imprensa. Ela anunciou que “não fará demagogia” e “não cortará cargos que não ocupa”. É a velha Dilma de sempre: pensamentos sem sentido, ações desconjuntadas, palavras ao vento e nenhuma ação que valha.

A presidente poderia largar de lado o blábláblá. Ninguém está propondo a ela que corte vento, mas simplesmente que tome as medidas certas. Um governo composto por 39 ministérios – algo só inferior ao Sri Lanka em todo o mundo – e 22 mil cargos de confiança – todos fartamente ocupados pelos apaniguados do poder – tem muita gordura para queimar.

Ao fim do governo Fernando Henrique, o país tinha 24 pastas e funcionava muitíssimo bem. Lula deu início ao inchaço, criando 11 ministérios. Dilma já espetou mais quatro órgãos na Esplanada. Tudo leva a crer que o governo funcionaria bem melhor com metade do tamanho que tem hoje.

Apenas na Presidência da República estão penduradas 14 secretarias e lotados algo como 4 mil comissionados. Para carregar esta máquina paquidérmica, o governo gasta R$ 192,8 bilhões por ano somente para pagar o salário de quase 1 milhão de servidores, mostrou O Globo ontem. Quando se consideram todas as despesas de custeio, o gasto anual do Executivo sobe para R$ 611 bilhões.

A execução orçamentária que interessa o governo petista não consegue fazer. Na atual gestão, os dispêndios com saúde, educação, segurança e mobilidade são, sistematicamente, menores que os do governo Lula. O caso mais gritante é o dos transportes, em que apenas 8% do orçado desde 2011 foi investido.

O Valor Econômico mostra hoje que, neste ano, foram gastos R$ 3 bilhões de um total de R$ 13 bilhões em obras pelo Dnit, frustrando a promessa feita pelo governo de que este seria “o ano” para os investimentos públicos no setor. Como se vê, com o PT o que era ruim pode ficar ainda pior.

Ontem, mais uma vez, Dilma sinalizou que pretende viabilizar investimentos e, para tanto, pensa em fazer “ajustes” nas contas do governo. Não disse como, mas na sua balofa e derrotada seleção parece que não será. Seu ministro da Fazenda, contudo, já indicou quem é que vai pagar a conta: o meu, o seu, o nosso dinheiro de contribuinte.

Em entrevista publicada por O Globo no domingo, Guido Mantega disse que pode aumentar impostos para bancar as novas despesas que vêm sendo criadas. Isso depois de o governo petista distribuir pencas de benesses tributárias para setores eleitos e conceder empréstimos em condições camaradas a empresas amigas. Deve ser porque o PT não tem lá muito apreço pela classe média, como vocalizou Marilena Chauí recentemente…

Dilma Rousseff pode continuar sonhando em ver sua equipe de governo jogando o futebol-arte que a seleção de Felipão pôs em campo na Copa das Confederações. Mas, com um time formado por 39 cabeças de bagre, o mais provável é que ela continue perdendo de goleada, num padrão capaz de deixar o Taiti no chinelo.

Azambuja avalia que sociedade não aguenta mais sensação de impunidade

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Foto: Alexsandro Loyola

O deputado Reinaldo Azambuja (MS) disse nesta segunda-feira (1º) que a população não aguenta mais a sensação de impunidade que impera no país. Segundo a pesquisa Datafolha, 74% dos brasileiros querem a prisão imediata dos réus condenados no processo do mensalão. Os dados revelam que até os entrevistados com preferência pelo PT defendem a rápida execução das penas.

Azambuja afirma que a sociedade está impaciente, pois o ritmo da justiça não segue a mesma velocidade que o povo deseja. “Infelizmente a Justiça brasileira é um pouco demorada. E muitas vezes cria essa sensação da impunidade: a pessoa comete o delito, o desvio de recursos, e não vai para a cadeia. O Supremo tem o seu tempo, mas deve julgar os embargos rapidamente”, ressaltou.

Para o tucano, a população não aceita mais a impunidade. “O judiciário permite o contraditório, a ampla defesa. Então, se o Supremo ainda não determinou a prisão, temos que respeitar o rito estabelecido pela Justiça brasileira que dá direito ao julgamento dos embargos”, observou.

Segundo o site da “Folha de S.Paulo”, cabe ao ministro do Supremo Tribunal Federal e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, marcar a data para o início da análise das apelações dos condenados. O julgamento terminou em dezembro do ano passado e está na fase de recursos contra as condenações. Entre os réus condenados, estão o ex-ministro José Dirceu, o deputado José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

O levantamento feito pelo Datafolha nos dias 27 e 28 de junho aponta que, para 14% dos entrevistados, os réus merecem um novo julgamento. A reportagem mostra que as maiores taxas de manifestações favoráveis à prisão imediata dos condenados foram apuradas entre os entrevistados que declararam preferir o PV (83%), o PSDB (77%), o PT (74%) e o PMDB (74%). Foram ouvidas 4.717 pessoas em 196 municípios.

 

(Do Portal do PSDB na Câmara)

Governo gasta R$ 611 bi por ano com a máquina administrativa

Dinheiro-Foto-Divulgacao--300x199O crescimento econômico pífio e o crescente aparelhamento do estado vêm contribuindo para o aumento de gastos com a máquina administrativa federal. Segundo reportagem do jornal O Globo (1), somando-se as despesas de todas as pastas, sem considerar os investimentos, chega-se a um valor de mais de R$ 611 bilhões.

O texto ainda destaca que os números “astronômicos” impressionam: são 984.330 servidores trabalhando em 39 ministérios. Para se ter uma ideia, eram 24 no final do governo Fernando Henrique Cardoso, e 35 no último ano da gestão Lula. Atualmente, o custo anual com gasto de pessoal chega a R$ 192,8 bilhões.

De acordo com a reportagem, mesmo alguns partidos aliados, beneficiados pela enorme estrutura federal, já defendem uma reforma administrativa que corte os gastos e aumente a eficiência do serviço público.

O Boletim Estatístico de Pessoal, elaborado pelo Ministério do Planejamento, mostra que o número de pessoas que tinham, em janeiro, cargo comissionado na administração direta, autarquias e fundações do Poder Executivo federal bateu recorde. Chegou a 22.417, o maior desde 1997, quando teve início a série histórica.

Leia a matéria de O Globo AQUI.

“O confisco da esperança”, análise do Instituto Teotônio Vilela

Dilma-Foto-Antonio-Cruz-ABr2-300x208Dilma Rousseff está pagando o preço pela forma como conduziu o país até hoje. Durante dois anos e meio de mandato, a presidente acreditou que a alta popularidade lhe serviria de salvo-conduto para não tomar as medidas corretas, delongar-se em decisões importantes e tratar com arrogância as críticas. Fará um bom serviço ao país se pelo menos impedir que as coisas continuem a piorar tanto.

Pesquisas de opinião publicadas no fim de semana trouxeram um duro choque de realidade para a presidente: o povo que foi para as ruas demonstra uma insatisfação disseminada, antes difusa, mas agora amplamente manifesta. Dilma perdeu popularidade e também capital eleitoral. Seu futuro político turvou-se.

A avaliação positiva do governo da presidente caiu pela metade, considerada a margem de erro do Datafolha, em apenas 20 dias: era de 65% em março, desceu a 57% no início de junho e desabou para 30% agora.

Foi a mais rápida queda de popularidade de um presidente da República desde que Fernando Collor de Mello confiscou a poupança dos brasileiros, em 1990. Dilma parece ter feito pior: confiscou a esperança do povo.

A desaprovação a Dilma se expressa de forma específica e concreta. Os brasileiros estão vendo com crescente ceticismo o futuro, as perspectivas da economia e as chances de que a vida melhore. A avaliação positiva da gestão econômica caiu de 49% para 27%. Mais pessoas acham que a inflação e o desemprego vão subir e o poder de compra dos salários vai cair.

Ao resultado da pesquisa sobre a avaliação do governo, publicada no sábado, se somou o de intenção de voto na eleição presidencial do ano que vem, conhecido ontem. Nesta, Dilma perdeu 21 pontos: os que dizem pretender votar pela reeleição dela somam hoje apenas 30%, ante 51% somente 20 dias antes.

Tudo considerado, temos uma demonstração inconteste de que a população percebeu que está diante de um governo fantasma. Falta solidez à gestão de Dilma, são rarefeitas as perspectivas positivas em razão do pouco que a presidente conseguiu construir nestes 30 meses até agora. O percentual dos que consideram sua gestão “ruim” ou “péssima” passou de 7% em março para 9% no início de junho e quase triplicou agora, para 25%.

Quem parar para pensar vai ver que este é um governo que praticamente não existiu. Dilma foi eleita vestida na fantasia de competente gestora que iria fazer e acontecer. Sua experiência pregressa como “mãe do PAC” não fornecia razões para acreditar em tamanha fabulação, mas o marketing excessivo cuidou de resolver as coisas.

Já no cargo, a presidente deixou de lado a fantasia e encampou um novo figurino: o de “faxineira” da ética. Gastou seu primeiro ano pondo nada menos que sete ministros para correr, varrendo para debaixo do tapete a sujeira que recebera de herança de Lula e com a qual ela mesma colaborara, ainda na condição de ministra-chefe da Casa Civil.

O segundo ano foi de intenso bate-cabeça, com a presidente tomando decisões e logo voltando atrás, fazendo e desfazendo. Ministérios importantes como o dos Transportes simplesmente travaram. Até deliberações corretas, como a das privatizações de infraestrutura, consumiram meses de titubeio. Por isso, até hoje continuam sem sair do papel.

Na gestão da economia, Dilma deixou corroer a credibilidade que o país passara anos construindo. Permitiu o desmonte da política fiscal responsável, liberou a criatividade da equipe econômica e, pior de tudo, tratou a inflação como bichinho de estimação.

Quando os problemas começaram a se revelar, Dilma simplesmente lançou-se em sua campanha reeleitoral, acreditando que poderia empurrá-los com a barriga até que o segundo mandato estivesse no papo. Fiava-se nos seus altos patamares de popularidade.

Constata-se que Dilma gastou tempo precioso do país num projeto vazio. Cuidou, tão somente, de tentar preservar seu capital eleitoral, sem dedicar-se a resolver os problemas da população. Mostrou, sentada na cadeira da presidência da República, o pouco ou nenhum tino que possuiu para lidar com um país com as dimensões do Brasil.

A petista ainda tem um ano e meio pela frente. Se pelo menos dedicar-se a evitar que a situação do país se degringole ainda mais, já prestará um grande serviço aos brasileiros. Se continuar agindo como agiu até hoje, Dilma Rousseff arrisca-se a passar para a história como a presidente que mais mal fez ao Brasil. O país do futuro ficará atado ao passado.