Já para o deputado Rinaldo, Real favoreceu principalmente as famílias com baixa renda

Para o deputado estadual Marcio Monteiro, presidente do PSDB-MS, o aspecto mais relevante do Plano Real foi ter promovido a inserção social das famílias brasileiras. “O maior plano de inserção social que o Brasil já teve. Não fosse o Real, teríamos um número maior de famílias dependendo dos programas sociais dos governos”, acrescentou o parlamentar.
A declaração foi feita durante pronunciamento na sessão desta terça-feira (25) na Assembleia Legislativa, como forma de celebrar os 20 anos do Plano Real. Monteiro aproveitou o ensejo da sessão solene realizado também nesta manhã no Senado em comemoração às duas primeiras décadas do plano, com a participação do ex-presidente da República e idealizar do plano, Fernando Henrique Cardoso, e do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Para o deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB), o Real permitiu às famílias brasileiras o melhor controle da renda, “pois com o Real elas sabiam que o salário no início do mês seria o mesmo do fim do mês”, comentou o parlamentar, referindo-se à hiperinflação anterior ao plano.
Rinaldo disse ainda que a estabilidade econômica favoreceu sobretudo as famílias com baixa renda, que passaram a ter mais tranquilidade para programar as despesas com base no que recebiam.
O deputado Monteiro, entretanto, alertou para a atual conjuntura, em que o controle da inflação promovido pelo Real sofre ameaça, com a “turbulência” do cenário econômico atual. “O Brasil vive um momento de extrema expectativa. Os indicadores econômicos dando sinais de que estamos passando por ‘turbulência’. Não podemos permitir o retorno da inflação e da instabilidade econômica”, disse Monteiro.
Histórico

No dia 1° de julho de 1994, o Real passou a ser a moeda oficial do Brasil. O plano teve início em 1993. Em maio desse ano, Fernando Henrique assumiu o Ministério da Fazenda durante o governo de Itamar Franco. Na ocasião, o ministro tratou a redução e controle da inflação como a maior meta. Em agosto daquele ano, lançou o cruzeiro real, resultante do “corte de três zeros” do cruzeiro, a moeda corrente até então, e que acabou sendo a base para o Plano Real.
O passo seguinte foi dado em maio de 1994, com o lançamento da Unidade Real de Valor. A URV, com patamar variável a cada dia, caiu no gosto dos brasileiros e tornou-se uma referência para diversos tipos de gastos – desde contratos grandes até despesas do dia a dia.
Na ocasião, FHC não estava mais no Ministério da Fazenda. Ele havia deixado a pasta para candidatar-se pelo PSDB à Presidência da República, nas eleições que aconteceriam no segundo semestre daquele ano.
No dia 1º de julho, veio o real. A moeda transformou os hábitos dos brasileiros, que de uma hora para outra deixaram de fazer contas cotidianas com números milionários (o salário mínimo em julho de 1993 foi de 4.639.800,00 cruzeiros, que representava menos de 65 dólares).