Campo Grande (MS) – A presidente do PSDB Mulher de Mato Grosso do Sul, Eliana Rodrigues, esteve neste final de semana participando do seminário “Mulheres no Poder”. O curso é um preparatório para as pré-candidatas tucanas a prefeita e vereadora.
Durante o evento foram debatidos temas como 50 anos de feminismo: Brasil, Argentina e Chile; Estratégias de Comunicação e Utilização das Redes Sociais Durante a Campanha; Pensando a Democracia e Atual Conjuntura; Legislação eleitoral para eleições 2016; Gestão de Campanha Politica e Novas Formas de Financiamento; Politicas Públicas Socias; e o lançamento do caderno “Cultura da paz e feminino profundo”.
De acordo com a presidente, a ideia principal do seminário é formar multiplicadoras para replicar as orientações as pré-candidatas em todos os estados do Brasil. Em MS, Eliana está programando a capacitação para o mês de maio.
“Fazer parte de um auditório lotado de mulheres que discutem e participam efetivamente da politica é uma honra. Nosso objetivo é ampliar a representação de mulheres nas Câmaras de Municipais e Prefeituras porque acreditamos que somente com nossa participação podemos qualificar o debate público. Nossas prioridades são diferentes e com a sensibilidade feminina e a transparência poderemos colaborar ainda mais com a sociedade brasileira”, declarou Eliana.
Evento
A representante da Fundação Konrad Adenauer, Marina Caetano, abriu o curso comemorando a ampliação da parceria PSDB Mulher Nacional com a Konrad, que deve acontecer em breve. Em seguida passou a palavra à presidente do segmento, Solange Jurema.
Solange Jurema começou citando uma frase: “Nenhuma sociedade trata de maneira igual seus homens e mulheres”. Solange relembra o antigo Código Civil e mostra que até 1972 o homem podia era considerado superior à mulher em tudo. “No Brasil não havia pena de morte, mas todas as mulheres que os maridos considerassem adúlteras podiam ser assassinadas, os assassinos alegavam legítima defesa da honra e eram absolvidos”. Para Solange, a Constituição de 1988 foi essencial para começar a mudar o quadro em que vivia a mulher brasileira.
“Falta entender que podemos começar a política pelas vereadoras e prefeitas”, alertou Solange, “e que existem políticas que interessam apenas a nós, normalmente as sociais. Creches, são prioridades nossas, não deles; saneamento é prioridade nossa, porque no interior, quem carrega lata d’água na cabeça somos nós, não eles. Quem paga o preço da falta de políticas sociais são as mulheres, por isso é tão importante estar aqui hoje participando. Depende de nós começar a mudar a política de nosso país”, encerrou, sob aplausos.
A socióloga tucana Fátima Jordão analisou sobre as redes sociais e afirmou que a maioria das candidatas de oposição em seus municípios devem ser eleitas porque o Brasil assiste ao fim de um ciclo.
“Estamos vivendo um ineditismo do momento decisivo e esse é o fim do “arranjo” no Brasil, essas eleições serão mais importantes e mais difíceis do momento, por causa dessa mobilização da opinião pública, a população esta muito mais informada e pergunta que foi o que efetivamente mudou. Mudaram os políticos? Não tanto. O IBGE nos informou na quarta-feira (06) que mais de 50% da população brasileira acessa a internet, então nunca tivemos uma população tão informada antes. E aqui vai meu primeiro recado para as candidatas: usem e abusem desse mecanismo”.
Fátima alertou também para a questão da saúde e da corrupção. “Roubo passou a ser uma questão de usurpação de quem paga imposto”. A população agora vê a corrupção como desvio de orçamento que sai do que poderia ser serviço.
Direito à autonomia
A cientista política Lúcia Avelar mostrou um pouco do resultado das pesquisas “50 anos de feminismo”. Fátima foi certeira. Desde que a primeira mulher chegou ao poder, enfrentou a questão feminina a desfavorecê-la.
“Quanto mais próximos chegarmos de uma posição de igualdade, mais esse antagonismo tende a desaparecer. Dilma não é feminista, ao contrário, se subordinou de maneira bastante aparente ao seu criador, Lula. Se fosse feminista ela teria ido para o embate com ele, não foi. O problema da Dilma é dela, de personalidade, de como ela se relacionou inicialmente com seu partido, de forma machista. Essa é uma situação das mulheres que não têm uma visão do feminino, que usam saia mas não são feministas”, finalizou. (Com informações do PSDB Nacional)